Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Meio termo meu caro, onde você está?

Meio termo meu caro, onde você está?

Tem muita gente no mundo, homens e mulheres, procurando o “par perfeito”, aquele romantismo sexista que só faz as pessoas se frustrarem e que, convenhamos, de acordo com nossa criação machista (e mídia inclusive) faz com que as mulheres procurem o cara romântico, doce, grudento, rico, bom de cama e charmoso.
Todavia, faz os homens querem a “gostosona”, a saradona incansável e “hipersexuada” que não cobra atenção, afeto, que não sente, que não se apega e que, praticamente, pode ser substituída por uma mulher inflável, já que, inclusive, nem pensa!
Mas eu não estou nem numa, nem noutra e é aí que a situação fica complexa! Não sou uma mulher que queira ser sexy e sair arrematando “fãs” pelo meu corpo esculpido em academia e maca de cirurgião plástico ou outros atributos que os homens amam, assim como não quero um príncipe montado num cavalo branco ou um cidadão que me acorde dizendo (retardadamente) “bom dia meu bebê, te amo meu bebê”.
Eu sou a tal da mulher racional e até incompreendida. O meio termo já me basta: sei lá, admiração, atenção, atração, manifestação de afeto racional, custa muito? Agora, conheço pessoas que saem jantar, dão um beijo e dizem “eu te amo” no outro dia. Pode isso Arnaldo?!
Não carece ser fogo, mas também não precisa ser gelo, né?! Não precisa jurar amor eterno antes da primeira transa, mas também não precisa dar atenção só quando sente vontade de transar ou coisa assemelhada né?! Nem tanto o céu da ilusão, nem tanto o inferno do materialismo físico puro!
Talvez seja por isso que seja tão difícil de eu me encantar e manter o encanto real por alguém neste mundo. O tal do meio termo é raro, muito raro, raríssimo. Nossa, e pra mim parece tão fácil! É tão fácil saber o que quero, quando quero, é tão fácil compreender as pessoas, ser humana, ser racional, mas ser sensível, ser sexual, mas também ser afetiva!
Acho que a vida da mulher inflável deve ser muito menos complicada. E, mais um pouco acho conveniente um pênis de borracha e uma coletânea de filmes românticos. Assim, ao menos haverão orgasmos com penetração e certa ilusão de que possa existir romance e afeto no mundo. Com uma taça de vinho tudo ficará perfeito! Bem, como dizem por aí: “partiu sex shop e vídeo locadora”!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 30 de julho de 2015.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

O excelente não se “doa” fácil.


O excelente não se “doa” fácil.

Semana passada conversava com duas amigas e, se referindo a uma conhecida em comum e sua inabilidade em manter relações sérias uma das duas referiu-se a ela dizendo: “Fulana não é mulher de um homem só, a bicha gosta mesmo de dar.”
Pra começar não curto o termo dar, porque acho machista, afinal a mulher é quem escolhe com quem transa e após alguns orgasmos o cara não “leva” nada dela, tipo, não vai “levar” pra casa uma vagina ou par de seios, não é? Ou seja, a mulher não deu nada, eles só tiveram uma relação sexual. Pronto!
Mas, enfim, fato é que antes de gostar de sexo a gente precisa gostar da gente e, gostando do que temos dentro do cérebro e entre as nossas pernas, não custa nada selecionarmos né?! Uma busca racional e logica por uma companhia agradável, sem pedantismo, sem desespero, sem atos tolos.
Assim como a modernidade e o feminismo não nos tiram a sensibilidade, logo, se gostamos de alguém, se o sexo é bom e há confiança e afinidades, porque não querer mais do mesmo? Acho doentio uma pessoa precisar variar de parceiros com tanta assiduidade ao longo da vida.
Releia a ultima frase. Releu? Eu falei pessoas e não mulheres. Acho que homem que se preza e que sabe o seu valor também não precisa sair caçando várias, a menos que nenhuma o satisfaça realmente ou sei lá! Talvez procurar um terapeuta resolva, mas esse povo prefere encher a cara a se “curar”.
Enfim, essa necessidade de ter que transar com alguém e dormir acompanhado, de ter que ter um número variável de parceiros, ah, isso não é saudável meu amigo! Aliás, é uma característica da histeria certa pseudo-hipersexualidade, vontade de chamar a atenção, de ser foco do desejo alheio e de realizar-se desenfreadamente, sendo que, por mais que variam os parceiros, a realização genuína não chega. É encenação, faz de conta, teatralidade. E ainda tem gente que acha isso sexy! Vai entender esse povo desinformado e superficial!
Não custa dar um conselho né?! Amiguinho, você costuma doar filé mignon? Suponha que você abateu um boi, vai ser o filé que você vai oferecer pro seu amigo ou vizinho em doação? Não né?! Porque o excelente a gente guarda pra gente, o contrafilé você até doa com facilidade, mas o que é mais “nobre” vai preservar.
Logo, suponha que a pessoa seja boa a ponto de se considerar a “la crème de la créme”, o filé, no caso do exemplo, você acha que ela vai sair “distribuindo-se” por aí? Tenha certeza que não, a menos que seja psiquiatricamente enferma, mas, neste caso, não será filé, será uma peça de picanha com mais de 1,5 kg.  
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 30 de julho de 2015. 

Pequena crônica sobre amizade.

Pequena crônica sobre amizade.

Ah, a amizade! Ah, a tal da “parceria”! Ah, a hipocrisia! Ah, o machismo lascando os conceitos de amizade no mundo! Eu gosto de gente, de conviver com pessoas, mas, quanto mais convivo e quanto mais considero algumas pessoas como amigas e me desaponto, mais realista eu me torno. E mais fã eu fico da minha mãe e dos meus gatos.
Pessoas gostam de sentir prazer, de sentirem-se bem, pessoas querem o que é bom, bonito e grandioso. Eis que eu sempre desconfio quando ouço alguns indivíduos dizerem que é nos momentos de crise que se reconhece os amigos.
Eu acho que a gente reconhece a verdadeira amizade quando o amigo está na fossa, sozinho, quebrado que nem arroz de quinta, vivendo uma fase ruim e a gente está bonito, bem acompanhado, bem vestido, cheiroso e realizado e ele não muda conosco, ele nos anima, nos elogia, nos instiga a melhorar, assim como deseja melhorar também.
Enfim meu caro, a inveja é a pior inimiga das amizades. Não pense que tudo é parceria, afeto, “irmandade”, às vezes o seu amiguinho quer trazer você, ou melhor, derrubar você ao nível dele, pois se sente incapaz de elevar-se ao seu. Enfim, nem tudo é parceria, nem tudo é querer levar o “parceiro” pra diversão, às vezes é o tal do “já que eu estou fodido, foda-se você também.”
Ah, e quando você está numa “bad” e apenas alguns poucos lhe ajudam? Bem, pode ser por bondade e lealdade genuínas ou, porque, simplesmente, o sujeito se sente enaltecido por lhe estender a mão, sente o ego massageado por ver você mal e lhe ajuda para “pagar” de bom. Acredite, existe isso no mundo meu amigo e você só aprende isso com maturidade e, quem sabe, com um pouco de conhecimento acerca de psicologia humana. E da crueldade humana também.
Aliás, sobre amizade circula uma ideia machista de que mulheres são desleais com as amigas, que uma critica a outra pelas costas e por aí adiante. Besteira, asneira, tolice! Homens são, isto sim, mais discretos na forma de sacanear o amigo, mas não são mais leais que as mulheres não.
Conheço inúmeros homens que discretamente prejudicam até o relacionamento do “parceiro”, do “amigão”, afinal, se ele está na “pista”, como que o amiguinho vai achar uma namorada bonita, inteligente, independente e legal né?! Daí começa o tal do “puxar” o sujeito para todo tipo de ocupação para que a mulher se irrite de alguma forma.
E aqueles “amigos” que começam a desafiar o intelecto da pretendente do amiguinho mais bem “dotado” de sorte? Tipo, pra irritar, pra provocar, pra querer se aparecer para a mulher ou para abalar o amigo a respeito do seu bom conceito acerca da mesma? Claro que tudo isso vai funcionar se o sujeito a ser prejudicado for inocente, imaturo ou, simplesmente, idiota.
Daí começa a briga “ah, mas ele é meu amigo de fé, meu parceiro”. Aham, afinal amizade falsa só circunda o mundo feminino né!? Homens são todos perfeitos, nasceram com tendência a ser mais leal entre si. Olha, não nego que exista maior implicância de mulheres para com mulheres, mas sabe por que? Por conta do machismo latente na sociedade que faz com que, desde pequenas, uma veja a outra como concorrente.
Aliás, tem umas tão toscas que levam isso tão a sério que se a amiga falar “fulano é interessante” a outra vai lá dar em cima, se insinuar ou aceitar cantada do cidadão. Afinal, ela tem que “superar” a “amiguinha”, tem que ser melhor, porque mulher é “bicho falso e traiçoeiro”. Ideia maligna fruto da nossa sociedade machista, meu bem!
Porque deslealdade existe no universo, independente de ser feminino e masculino, deslealdade depende do caráter e não do sexo, então não me venha com estigmatização sexista, porque não cola. E, macharedo de plantão, abra o olho, seu amigo pode ser bem sacana com você quando você está numa posição melhor do que ele. Amigo filho da puta não é demérito só do sexo feminino, ok?!  

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 29 de julho de 2015. 

Da sala ao quarto.

Da sala ao quarto.

Sobre mulheres e sobre sexo o poeta Mucio de Lima Goês definiu as raras com maestria a finesse: “Dona de uma fineza absoluta: na sala, Sartre, na cama, Sutra.” A sala, a cozinha e toda a sociedade não precisam saber o que você faz no quarto. Fale sobre psicologia, filosofia, política, religião, culinária, enologia, pensadores modernos, filmes cult, cinema atual e até sexologia e o seu objeto de estudo.
Tudo com classe, franqueza e educação. Não coma com as mãos, não faça barulho ao tomar líquidos, não flerte aleatoriamente, conjugue corretamente os verbos, sorria e dialogue. Perante o mundo demostre a cultura e o humor que possui, mas, entre quatro paredes e para quem você escolher, desfaça-se de pudores, receios e eventuais "nojinhos" tolos.
Na cama seja você no sentido mais anímico e animal que pulula no seu ser! Sartre na sala, sutra no quarto! Bochechas ruborizadas na sala diante de um singelo elogio ou narrativa, rosto suado e corado no quarto diante de atos não narráveis e censurados pela sociedade.
Simples, pois: seja mulher, mas não perca a finesse, a elegância e a classe. Não precisa ser santa nem puta, apenas dona das suas vontades e do seu nariz. Ninguém irá lhe dominar, a menos que você permita. E deseje. E peça. E goste.
Seja + você, - o que esperam de você, + decidida e atrevida, -princesa discreta! Você não precisa ser vulgar, desesperada, carente e atirada para ser atrevida. Você não precisa flertar com todos os "gatos" do pedaço pra ser decidida. Você não precisa se tornar uma dessas "biscas" que não pode ver uma cueca na frente para mostrar que é "boa", dona de si, feminista e independente.
Ser livre é ser dona das suas vontades, não necessariamente liberal ou libertina. Ser livre é poder mandar em si e dizer "agora eu quero" ou "não, está bem assim" ou o tal de "quero mais, não me contento com pouco". Não carece ir ao extremo dos conceitos, porque tudo o que sobra, vai pro lixo queridinha! Nem demais, nem de menos baby!
Amor próprio, independência e liberdade são essenciais, não carece chegar ao ponto da histeria, da paranoia, do desespero, de fazer joguinhos, de bater de porta em porta ou, atualmente, de whatsaap em whatsaap. Quer, quer, não quer, não quer, simples! Só que antes de querer qualquer migalha, queira um banquete para você! Queira-se bem, muito bem! Apaixone-se por cada pedaço do seu corpo e neurônio do seu cérebro!
Você não precisa dizer não quando seus hormônios e mente querem dizer sim, só para se fazer de santa, pudica, virginal, afinal, o pior tipo de vadia é a que se faz de "santinha", a que posta versículo bíblico ou frase de filósofo capturada do Google (que nunca foi "lido") para pagar de intelectual religiosa no facebook e flerta com homem casado e pai de família no whatsaap.
Seja você, comande-se, satisfaça-se, saiba a hora de entrar em cena e o momento de deletar o filme, saiba a hora de dizer "vem cá" e o momento de dizer "retire-se", saiba o momento de ser franca e transparente e a hora adequada de não dizer nada, apenas virar as costas e seguir adiante.
Não carece descer ao nível do fingimento, do vestir a mascara da "mulher perfeita", mas também não carece extrapolar os limites da fineza, da classe, do "eu mereço ser tratada como rainha e não apenas chamada de princesa, porque assim como me atrevo a entrar e me jogar de corpo e alma eu também decido sumir e nunca mais aparecer". Enfim, comande-se, não dependa de palavras doces, guie-se pelas suas vontades e o resto que se dane!

Use o cérebro na sala e no quarto, porque o princípio de toda espécie do prazer vem dele. Permita-se usá-lo. Acredito que mulheres inteligentes gozam mais! Se conhecem mais, se seguram menos, mas são mais seguras de si e de suas vontades. O corpo age, o cérebro reage e instiga! Sartre, ah, Sartre!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 29 de julho de 2015. 

Números, números.

Números, números.

Vejo atualmente um enorme fetichismo pela quantidade em detrimento da qualidade. Até o nosso sistema avaliativo educacional é assim né?! O que é um “10” perto de um “5,0”? Qualidade do aluno? Não necessariamente, é quantidade, é maior e, por ser maior surge-nos a dedução que se tornou “logica” de que o cidadão com a nota maior é melhor aluno, mais inteligente, mais estudioso e etc..
E as relações interpessoais? A mesma coisa: o “gostoso” é o que transa com várias, a “gostosa” é a que pega vários. Vejo gente se gabando dizendo algo como: “Se eu quiser eu transo com uma por dia”, outras dizendo que se quiserem “pegam” dois caras num dia. Uau!
Mas, sabe o lance da conquista? Quem será o mais “gostoso” ou “gostosa” a criatura que faz charminho, joga trovinha e sai com um por noite ou aquele ou aquela que se mostram bons que conquistam uma pessoa todos os dias a ponto de fazê-la deseja-lo diária e intensamente?
Filha transar com um moço de tarde e outro de noite é fácil, mas casar e transar três vezes por dia com alguém que lhe deseja a tal ponto, você encara? Ou a questão cerne do assunto “sexo”, para você, é contabilizar números? Ilusão achar que quantidade é qualidade, a menos que você esteja falando em transar inúmeras vezes numa noite com a mesma pessoa, daí a quantidade até que fica “bonitinha”.
Agora, ficar com um monte de gente “razoável” pra sentar em mesa de bar e pagar de “conquistador” ou “conquistadora” é fácil, principalmente num mundo em que as pessoas adoram umas palavrinhas doces e, parece-me, adoram mentiras escrachadas para enaltecer seu ego. Enfim, a “conquista” de muitos não é complexa.
É preciso, porém, ser realmente bom para fazer com que só uma pessoa lhe deseje todos os dias, todas as noites, agora, do jeito que o mundo anda, é preciso só jogar um charminho e fazer até um sexo medíocre com cada um dos parceiros e sair pagando de “pica das galáxias” por aí.
Parem com isso mulherada e macharedo, porque nem tudo o que é número, é contável, entendido? Conquistem alguém de “fundamento” diariamente que então eu posso até lhes admirar, do contrário, contem os seus números pra outros porque, pra mim, eles não “colam”. 

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 29 de julho de 2015. 

segunda-feira, 27 de julho de 2015

O estranho reino da superficialidade.


O estranho reino da superficialidade.
Vivemos na era em que as pessoas riem quando alguém lhes manifesta apreço, desconfiam demais, se entregam de menos e perdem excelentes oportunidades. Tudo porque ter compromisso é temeroso. Podem-se as mais incríveis intimidades, sexo de todas as formas, prazer a rodo, mas, ah, falou em coração, falou em sentimento, paixão, bem querer, ah não, ah, daí é demais, daí da “medinho”!
Vejo que o medo das pessoas em pegar uma DST ou de engravidar de um estranho ou a uma estranha são menores que o medo de criar apego, de ir além das vestes, de desvelar a alma. Para o amor, mil desculpas! Ocupação, distancia, prioridades, tempo, para o superficial, tudo pode, pode tudo!
A intimidade dos corpos virou comum, banalizou-se, mas o sentimento não. As pessoas são felizes com a superfície, eu não. Existe medo de envolvimento e desconfiança, mas só no que diz respeito ao que é sério, como é o caso do apego, do sentimento.
Eu não nego, fujo do que é superficial, por conhecer-me. Para chegar ao ponto de eu me envolver de corpo é porque sei que o resto não será difícil, motivo pelo qual a minha “modernidade” é contida. Não saio “ficando” por aí, porque não quero me irritar por pouca coisa, digo, por parco sentimento e pouco coração. Por “pessoa pouca”.
Gosto de entrega, de confiança, de compromisso, mas, realmente, não procuro quem não me procura, não por pensar que a pessoa é dessas bestas masoquistas que valoriza o que é difícil ou inacessível, não menosprezo o ser humano a tal ponto, mas porque acho que, se o outro me conhece e me deseja, ele tomará atitude.
Na verdade, se eu tenho um “tipo” de homem é aquele que toma posse, que “chegam chegando”, consciente do que quer e ciente do que encontrou. Aquele que vê com facilidade o ser especial que conheceu, aquele que valoriza e, conhecendo o mundo, quer para “si”, quer exclusividade.
Afinal, ao contrário de muitos, eu gosto de quem gosta de mim e me entrego diante da entrega, do contrário, eu fujo ou não deixo o sentimento prosperar, porque a vida é muito curta e eu sou muito bonita e inteligente para nutrir sentimentos de forma unilateral. Existem dias em que sentimos falta de dar e receber amor! Dias em que queremos ser compreendidos, acarinhados e cuidados.
Dias em que a gente deseja alguém que se importe, que pergunte se estamos bem, alguém que diga o quanto curte nossa existência e não apenas nossa aparência, enfim que não nos diga o que qualquer pedreiro de pau duro possa nos dizer como sendo "elogioso".
Tem dias que a gente quer ter significado para alguém, em que queremos considerar e sermos considerados, envolver e sermos envolvidos, admirar e sermos admirados e não meramente olhados e desejados. Existem épocas em que desejamos demais e o mundo costuma oferecer o "de menos". Eis a vida e, sempre, vale o tal de antes só, porque eu, ao menos, me nego a cair nessa superficialidade toda que tornou a intimidade do corpo tão banal.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 27 de julho de 2015.

A árvore, o livro e o filho: por que, afinal?

A árvore, o livro e o filho: por que, afinal?

Vivemos sob a égide de conceitos cuja origem não buscamos saber, mas que repetimos, inclusive em nossos lares. O ser humano, este mesmo que fala mais em "buscar a felicidade" do que afirma "eu sou feliz", este que se preocupa com o que lhe falta e não valoriza o que tem, que compra casa com piscina e não usa e que adora vistoriar a grama do vizinho, também crê que esses três atos são necessários na vida humana!
Plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Agora, lhe pergunto: da para viver bem sem isso? Por que será que só a parte do ter filhos é tão superestimada? Jovens que não se preocupam em angariar cultura e escrever ou falar corretamente não pensam duas vezes antes de engravidar, rapazes que estão desmatando terras também não hesitam em serem papais antes de terem consciência do que é ser um homem maduro e responsável!
Ter um filho, porém, é a decisão mais seria que se pode tomar! É pra sempre, a responsabilidade nasce com as fraldas, amamentação e banho e cresce para escola, tarefas, faculdade e por aí a fora incluindo desde o primeiro choro a tarefa de educar, instruir, repassar valores e princípios!
Você pode ser feliz sem escrever um livro? Claro! E também pode ser feliz sem ter um filho, porque você não é obrigado a fazer o que a maioria faz e deseja para você. E, por falar em maioria, ela é bem resolvida, feliz, leal, amável e contente? Não né!? Então cuide da sua alma e ignore o que falam! Se a maioria valesse a pena ser ouvida o mundo seria bem melhor.
Viva de forma a sentir seu coração vibrar, ame, gargalhe, sinta paixão pela vida, distribua riso, sorrisos e afeto por onde passar. Não carece fazer algo para que sua vida tenha sentido. Viver e amar são os sentidos da nossa existência. Não carece deixar seu nome numa certidão de nascimento, carece tornar-se eterno pelas boas lembranças deixadas, pelo amor, pela alegria.
O sentido é ser feliz, acordar alegre, deitar em paz, amar e viver sem medo, seguir adiante usando a frustração como professora e os erros como aquilo que não deverá ser repetido.
Seguir adiante confiando em si, se amando e se respeitando com a plena convicção de que não há necessidade de seguir convenções quando seu espírito não se adequa a elas. Ser escravo de convenções sociais é ser mentalmente estuprado, é uma forma de deixar a indústria farmacêutica mais rica e de tornar-se infeliz e medíocre. Crie suas regras, contrarie maioria, mas seja feliz!
Sabe os loucos? Aqueles que fogem dos padrões e, corriqueiramente são criticados? Eu gosto deles, a priori por identificação. Não suporto quem anda "pé por pé", quem mede tudo, quem é sempre comedido, sério e racional! Gosto de quem tem freios, mas os utiliza no momento oportuno e sabe que o bom da vida se conquista com o pé no acelerador.
Gosto de quem sabe o que quer, identifica o que encontra e toma posse, sem mil temores, receios e "poréns", sem seguir a cartilha do padre, do pai, da mãe, dos avós e da sociedade burguesa. Gosto de quem sabe que pior que sentir dor ou frustração é sofrer a ardência emocional de perder oportunidades pelo medo de tentar e por fazer igual a todos mesmo que não se seja a eles idêntico.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 27 de julho de 2015.

Pequeno manifesto contra o machismo na atualidade.

Pequeno manifesto contra o machismo na atualidade.

Se você quer confirmar a existência da misoginia digite “inconformado com o fim do relacionamento” no Google. Se você acha que isso não existe, que é coisa de feminista “brabinha” e devaneada, corre digitar lá e dê uma olhadinha.
Outra, se você acha que a mídia não é machista fique sentado em frente à televisão esperando uma propaganda de cerveja destinada ao publico feminino. Ou será que o “recado” que os propagandistas querem deixar é que nós mulheres não devemos beber?
Ah, de repente eles estejam querendo nos proteger, afinal, segundo o machismo mulher embriagada nunca é estuprada: ela “demonstra” que quer transar, logo, num silogismo nada logico surge o recado de que mulheres não devem beber, pois se acaso embriagarem-se poderão ser estupradas e o homem não é culpado por tal “ato”. “Elas pedem”, enfim.
O machismo está aí meu caro, de forma sutil em alguns momentos e escrachada noutros. Até a indústria pornográfica, apenas agora se tocou de produzir filmes que agradem ao publico feminino. Antes era ménage só com lésbicas e o “macho rei” olhando com aquela cara de besta e por aí a fora. Sei disso, apesar de não curtir nenhum pouco os ditos cujos.
Ou seja, o foco sempre foi os homens e sua libido, os homens e seu desejo, os homens e sua visão. Assim existiram a “Boa” a “Verão” e por aí afora, enquanto nós mulheres ficamos sentadas ao lado dos machos, bebendo com eles, mas vendo eles babarem pela gostosona do comercial, como se nós também não comprássemos cerveja e bebêssemos.
E, ainda, malhamos, “lipoaspiramos”, “siliconamos” e ainda sofremos cobranças da sociedade para ficarmos com aquela aparência que, sem “recurso visual” (photoshop e afins) é inalcançável! Ao menos quando não vivemos do nosso corpinho e usamos mais o cérebro do que a bunda para ganharmos nosso suado salario mensal.
Certo que não podemos negar que a sociedade cria homens machistas e ideais tolos, dizem por aí: “os homens são ‘visuais’ as mulheres são ‘maternais’”. Filho, existem homens que são melhores pais do que muitas mães e existem homens que não se contentam só com uma bunda grande para se excitarem, assim como tem mulher que se excita com a bunda do Rodrigo Lombardi, enfim, não se trata de gênero, se trata de forma de ser, de pensar, de predileções!
Muitas amigas minhas, por exemplo, adoram ver filminho pornô com aqueles caras saradíssimos e super bem dotados, eu não. Eu sou anormal? Elas são? Não, somos seres humanos e, no quesito aparência, sexo e essência cada um tem seu gosto e liberdade de ser como deseja.
O que eu acho retrogrado, reacionário e imbecil é sermos vitimas, cotidianamente, de atos machistas que fazem de conta que o ser homem é um ser que pensa com o pênis e vive de sexo e que o ser mulher é terno, doce, sóbrio e maternal. Não parça, não generalize e não reproduza o machismo, seja mais, por favor!
E, se você homem, ainda não percebeu, o machismo o “diagnostica” como um ser instintivamente idiota, que pensa com o saco escrotal e que não tem habilidades afetivas. Você é isso, meu caro? Acho que não né?! E olha que de todos os namorados que eu tive nenhum era esse subtipo imbecil do sexo masculino. Quer dizer, um era, mas me anojei e nunca mais olhei na cara. C´est la vie!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 27 de julho de 2015.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Gordinhos e magricelos X Sarados obcecados.

Gordinhos e magricelos X Sarados obcecados.

Eu não gosto de homens sarados. Sério, não curto mesmo! Outro dia um sujeito saradíssimo e até bem bonito de rosto me abordou nas redes sociais. Acabei excluindo e bloqueando o moço. Eu olho pra tudo aquilo de massa muscular e não consigo simpatizar! Sei lá, desconfio.
Conheci homens sarados e super inteligentes, interessantes e geniais! Mas eles não eram desses sarados ao qual me refiro. Eles tinham massa muscular, malhavam (um até era dono de academia e professor universitário), mas não eram enormes, comiam super bem, tinham mestrado e doutorado e não usavam os músculos como extensão peniana ou da conta bancária. Eram super bem resolvidos e leves de alma!
Acho que eu desconfio dos demasiado sarados, porque conheço um pouco os homens. A autoestima masculina costuma girar (forte) em torno de duas coisas: tamanho do pênis e dinheiro. O sujeito desabastado de falo, normalmente adora ostentar que tem grana, aliás de regra ostenta mais “teres e poderes” financeiros do que, de fato possui.
Agora, quando o cara não tem nem muita grana, nem muito pênis, é provável que ele se dedique a ficar grande, muito, muito, muito grande, enorme eu diria! Coxas saradíssimas, abdômen saradíssimo, bíceps imensos. Ergue peso, muito peso, come peito de frango grelhado com pouco sal e batata doce como se estivesse ingerindo o néctar dos deuses!
Tipo, o sujeito não tem um falo “legal”, não tem toda a grana que a sociedade impõe que os homens tenham, logo o que ele faz? Cuida da aparência, porque está na “moda” ser sarado, gostosão e tal. É o que a mídia “manda”.
Se existem exceções? Pra começar eu nem estou dizendo que isso que refiro é a regra no mundo, mas é a regra que verifiquei pela minha experiência de vida. O que não inclui, obviamente, testes práticos meus unicamente. Sim, queridinho, eu tenho amigas e o papo rola frouxo o que, aliando a certo, apesar de superficial conhecimento de psicologia, elaborei minhas ideias.
Barrigudinhos humorados se garantem noutras formas. Se ao menos não forem bem dotados, provavelmente tem bom gosto para comida, sabem quais são os bons restaurantes e comem sem lhe envergonhar por comerem menos que você (sou expert nesta “vergonha”).
Ah, e os magrinhos? São legais demais também, desde que eles não sejam aqueles que são magros, porque se cuidam. Sabe homem que faz dieta? Nada neste mundo pode ser mais chato do que macho contando calorias. Aqueles que não bebem uma cerveja porque “dá barriga” ou não tomam uísque para não reter líquidos. Éca!
Ah, faço aqui um “parêntese”: entre o ter um falo de bom tamanho e saber usá-lo existe uma abismal diferença! E é por isso que um gordinho ou um desencanado com alimentação e corpo são legais! Eles têm o mesmo apetite com o qual cometem o pecado da gula para cometer o da luxuria, da volúpia, dos prazeres da “carne crua” e na cama. Eles sabem degustar sem ter nojinhos, limites e paranoias!
E o tal do pedalar que está super na moda e tem aqueles sujeitos que pedalam 10 ou mais horas por semana? Bem, se o cara é solteiro eu até entendo. Mas e se for casado? Pra que jovem? Sofá, carne, vinho, filmes, sexo é tão bom!
Cuidar da saúde sim, mas num mundo em que o tempo para ficar em família e fazer o que libera endorfinas, mas não faz suar tanto é curto, por que tanta ausência? “Tempo é questão de prioridade”, ah, sim, mas precisa priorizar tanto assim as coxas e o corpo querido? Não dá pra malhar 1 hora por dia e só?
Que paranoia gente! Eu hein, to “out” disso, eu ainda prefiro namorar o namorado e marido a ter um corpo bom de “pegar”, mas ausente na hora que me interessa. Se eu tivesse um companheiro que pedalasse 3 horas numa noite e me deixasse em casa ele se tornaria “ex”. Não tenho paciência pra isso até porque o que eu gosto mesmo numa relação a dois queima calorias, faz suar um pouco e não se faz em publico.


Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 24 de julho de 2015.

A era da aparência sem essência.

A era da aparência sem essência.

Vivemos na era em que a igreja vale mais que Deus, o casamento mais que o amor e o que se diz, mais do que se faz. Coitados dos que acreditam piamente no que lhes é dito, isso desde “eu te amo” até o tal do “podes contar comigo”.
Atualmente, chamar de "amiga" vale mais do que ser amiga, discursar sobre lealdade e fidelidade parece mais importante do que ser leal e fiel, tirar selfie sorrindo e colocar frase de "impacto" parece mais importante do que vivenciar o bom do momento e ler as obras do autor da frase.
Tem muito pseudo intelectual caçando frase no Google de autor renomado cujo nome não sabe nem pronunciar. Na verdade, nem sabe se trata-se de poeta romântico, filosofo, psicanalista ou apóstolo de Cristo.
O tal do aparentar ser culto é mais interessante e menos cansativo do que angariar cultura. Tem gente que adora usar palavra difícil, também, pra pagar de inteligente. “Olha, ele fala difícil, ui, que pessoa inteligente!”.
Aliás, em rodas de conhecidos em cidade pequena se ouve muito: "Coitada da fulana, tomou guampa demais do sicrano! Até com o bebê pequeno, ainda bem que separou!". Daí outra, melhor informada diz: "Sim, mas voltaram!”.  Uma terceira participante no “lero” intervém: "Sério!? Ele está flertando com a minha irmã! Vou avisar a ela!".
Ah, mas trata-se de uma "instafamily" linda! No maior estilo “#familiaprojetodeDeus”! O facebook também conta com fotos da família feliz! Com “eu te amo”, “amor da minha vida” e coisas afins, quando o sujeito tem cara de infeliz, sorriso amarelo e flerta com qualquer “bonitinha” que passe rebolando em sua frente. Diga-se e inclui-se, nas redes sociais também, mas o cara se acha “o espertalhão”.
Diga-se que "esperto" se tornou um adjetivo mais atraente e cobiçado do que "inteligente": as pessoas querem ser espertas como águias, enquanto são menos leais e amigas do que um cão. Aliás, a conduta dos animais vem se mostrando mais humana do que a de muitos seres humanos.
Destes seres (des)humanos que apregoam pudor e santidade enquanto são menos santos do que as "vadias", as loucas e as tolas que adoram julgar! Aliás, triste era em que o homem julga ao outro para não ir a fundo numa análise de si mesmo e descobrir que, com suas fraquezas, não pode criticar pessoa alguma.
Até o meu “defendido” feminismo vem sendo bombardeado com incoerências entre o que é e o que dele fazem. Tipo, feminista não precisa queimar soutien, deixar os pelos crescerem e sair transando com um por noite para fazer valer a sua liberdade sexual! Menos ainda pagar a conta do restaurante!
Conta de jantar a dois eu pago se quero. E costumo nunca querer. Isso não me faz menos feminista, me faz lógica e racional. Como mulher vaidosa eu gasto muito! Unhas, depilação (feministas se depilam! Virilha, sobrancelha, buço!), cosméticos, maquiagem, perfume, produtos para o cabelo, lingerie, roupas, sapatos e por aí a fora! Se, além disso o sujeito quiser que eu pague a conta é porque ele não é meramente moderno, é um idiota! E eu não saio comer com idiotas.
E sobre a “promiscuidade” e tal?! Realmente acho absurda a conduta de algumas mulheres. E, não, isso não me faz menos feminista. Cara, quem é que ganha com mulher saindo pelada na cidade como aconteceu ontem em Sorriso? Saindo praticamente seminua em festas à noite?
Malhando só pra ficar com corpo de panicat mesmo que canse e deixe de pagar contas para pagar academia? Quem ganha quando jovens saem transando sem seletividade alguma? Os homens, apenas eles. Isso é uma forma inversa de usar a liberdade feminina para favorecer o machismo. Esse mesmo machismo que separa as mulheres entre "pra pegar" e "pra casar", (o que é uma piada, não nego).
Então, por que as mulheres acham bonito caírem num nível de fazer e serem, física e esteticamente, tudo o que um macho alfa quer? Inclusive vestirem-se de forma a denotar sua incrível vontade de chamar a atenção?  Com que intenção, afinal?
Insanidade? Desespero pra achar macho? Caramba, a gente sai e escolhe se quer e com quem desejamos transar, não precisamos cair na vulgaridade e no ridículo para exercermos nossa liberdade sexual. Acho que facilitar demais não é ser feminista, é ser mero produto da cultura machista, dessa em que quase todas as mulheres fazem sexo oral nos seus parceiros e eles, os “omis” em sua maioria, tem “nojinho” de fazer nas mulheres. Haja paciência pra tanta inversão de valores, conceitos e princípios!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 24 de julho de 2015.


Sobre manter o bom do amor.

Sobre manter o bom do amor.

Existem seres humanos bem dotados de idiotia. E obsessões! Uma das quais é o tal do compromisso, da aliança, do casamento, do "morar junto". Conversava com um amigo e ele me contou que nas relações dele tinha bastante sexo até virar "casamento". Dai a mulher vinha com "desculpas": cansaço, bebida, dor de cabeça e etc..
Sexo: ou você gosta e continua gostando bastante ou só fingiu pra conquistar o famoso "bambolê de otário". Ora essa! Por que deixar broxar a parte sexual do relacionamento se o casal ainda não tem filhos? Essa coisa de no "início era assim" (especialmente no quesito "cama") pode até proceder se o casal vem a ter filhos.
Do contrário denota "game": "Fiz o jogo da tarada, conquistei e agora sou quem sempre fui! Razoavelmente fria e acomodada.". O mesmo vale para o cara que era atencioso e "muda". Se “era” atencioso, digo se é do tipo afetuoso, pra que mudar? Deu o golpe do "quando casar passa"?! Valha-me!
Por isso tem tanta infidelidade e gente casada e infeliz no mundo. Deixa disso filho, a "coisa" deve só melhorar. Ou acaba a palhaçada e vai procurar alguém que não finja ser quem não é só para conquistar! Coisa mais besta isso!
Encontrar um amor é uma questão de permitir-se e não de mera “sorte”. Aliás, nada é só sorte. Existem pessoas menos exigentes que outras e aquelas que encontraram o que queriam em quem lhe apareceu. Simples!
Agora, de tudo uma coisa é certa! Certíssima eu diria: manter o amor é questão de atitude, de usar a inteligência. As relações não amornam, as pessoas é que amornam! A criatura entra num relacionam acesa como churrasqueira de gaúcho em 20 de Setembro. No curso da relação, na medida em que a segurança aumenta, esfria como água no freezer de baiano.
Se antes era romântico, mandava mensagem com sacanagem, mandava declarações de afeto e atração, lá pelas tantas não rola nem beijo ardente, daqueles que nos incendeiam. Como querer que o casamento (ou seja que relação for), dure quando você deixa a segurança frustrar tudo?
Quanto mais intimidade, mais segurança, quanto mais segurança mais cumplicidade, envolvimento e tesão deveria haver. Mas o casal deixa de investir no outro! Se entrega ao tal do "agora é meu (minha)" e deixa o boi partir com as cordas! Ser "seu" no papel ou perante o INSS é fácil! Ser "seu" na declaração de imposto de renda também é!
Difícil é ter alguém que se excita pensando em você, que quer chegar em casa e lhe beijar, que ignora cantadas alheias, que não sente saudade de quem você "foi", mas que deseja quem você é e, quiçá, tenha se tornado: alguém ainda melhor, mais carinhoso e atencioso. Por que não? Quando isso for corriqueiro e não exceção nos relacionamentos haverão menos brigas, separações e infidelidade.
Tudo isso que só ocorre por culpa do casal e não do casamento ou da união enquanto "instituições" familiares. Aliás, eu sempre digo que casamento é uma delicia, o problema é com quem a gente casa! Poder dormir agarrado, ter em quem pensar de dia e realizar a noite, na cozinha e na cama é muito divertido!
O problema é "quem" este "alguém" se torna após o "sim"! Um besta imerso em segurança e comodismo ou um sujeito esperto que sabe que se não cultivar o bom da relação será facilmente substituído? Inteligência emocional e inteligência sexual: exceções no mundo! E os relacionamentos precisam delas! Estude um pouco mais ao invés de tocar punheta no banheiro da empresa vendo pornô tendo a esposa em casa.
Ah, e só pra avisar não será reproduzindo a espécie que a "coisa" vai melhorar! Filhos são uma provação cotidiana ao convívio íntimo do casal. Podem ser lindos e fofos, mas se a coisa está morna tenha certeza que noites em claro, fraldas, cólicas, choro e alguém que requer 24 horas de sua atenção não irão ajudar. Antes de ter filhos, tenha uma relação real e totalmente satisfatória, do contrário, um aviso: ninguém deixa de se separar ou até de trair por conta de bebês! Sua meiguice não faz milagres.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 24 de julho de 2015.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Mulheres: melhorem suas implicâncias!

Mulheres: melhorem suas implicâncias!

Eu nunca tive essas “nóias” de “amiguinha” de namorado, como se toda mulher com a qual ele se relaciona ou até transou fosse vagaba ou uma ameaça em potencial para o meu relacionamento com o cidadão. Aliás, sinceramente, de amiga minha, bonita, feia, gorda, magra, piriguete ou “santa” eu nunca tive ciúmes.
Primeiro, porque me conheço, segundo porque me conheço, terceiro porque me conheço, quarto, porque eu o conheço e quinto, porque as conheço. Entendeu? Sei o que sou, o que ele é e como elas pensam, ou seja, nunca temi. Ah, mas se eu fosse traída por “eles”? Azar dele, que perderia a minha consideração, pois, volto a dizer, eu me conheço. E delas que perderiam uma amiga.
Se eu tenho ciúmes? Se eu gosto da pessoa, claro que tenho, mas não das pessoas que o cercam, mas dele. Sou exclusivista física e sexualmente. Se o sujeito “encarar”, leia-se, “paquerar” alguém, aí então eu irei repeli-lo. Sim, repeli-lo, não reprimi-lo, porque acho isso o fim do desrespeito. Simplesmente digo: “Ah, quer? Sinta-se livre paga pegar! Boa sorte, com licença.” E o tal dos ciúmes de colega de namorado ou marido? De secretária e tal? Caramba, acho que passei desta fase bonitaço! Já tive, na minha fase dos “inte”, hoje acho de ultima categoria.
Não importa o quão bonita seja a pessoa que convive com o meu “respectivo” ou eu confio no sujeito que “dorme” comigo ou a relação está falida e a culpa não é da “bonitona”. É dele e minha, provavelmente. Sei lá, autoconfiança é tudo!
Tornei-me amiga das amigas dos meus namorados e até amiga das “ex” ultimamente. Sei lá, pra começar, por que não ter empatia? Você sabia que 9 dos 10 erros que ele cometeu com ela cometerá com você? Então, porque não se “informar” na fonte né?! É só saber filtrar que tudo é válido.
Mas não, tem gente que vê a “ex” como ameaça, como se fosse um extraterrestre que fosse “abduzir” o seu “machinho de estimação” ou alguém muito “ruim” que fez mal para o coitadinho, a “vítima” por excelência. O que é isso jovem? Se o dito cujo não está contente com você qualquer uma irá traça-lo e olha que nem precisará ser linda, alta e magra. Pode ser qualquer uma!
Até, porque, convenhamos que mulher que realmente se preza não vai querer homem comprometido. Por que uma mulher linda e inteligente vai se contentar com migalhas de atenção né?! Então, a mulherada está pra lá de equivocada quando sente ciúmes da bonitona que trabalha com o marido.
Normalmente é a insossa e feia que vai dar em cima dele e, quiçá, se você for ruim de cama ou andar muito “friazinha”, ela ainda o “abduzirá” disso que você chama de “casamento”.
 Confie mais em si, minha cara! Deixe de ser machista e menosprezar as outras mulheres. Deixe de projetar nas outras os seus receios e até mesmo as suas fraquezas! Cuide de si, cuide do seu parceiro, transe com talento e, simplesmente, “melhore” suas implicâncias!

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 21 de julho de 2015.


segunda-feira, 20 de julho de 2015

Qualidade, sempre qualidade! Amor, sempre o amor! Felicidade, sempre essencial!

Qualidade, sempre qualidade! Amor, sempre o amor! Felicidade, sempre essencial!

Por que as pessoas falam tanto em “amor” se elas se confundem tanto? Onde está nelas o tal do amor próprio? Da seletividade? É “meu amor” pra cá, “meu amor pra lá” e, de repente, cada um dos “amantes” para cada lado! Não, nenhuma relação precisa ser eterna.
Esse mito do amor eterno lasca com a felicidade dos casais. Esse bando de gente incompleta procurando a sua “outra metade” não “vira”, enfim, não dá certo! Você tem é que ser pleno e feliz sozinho, você tem é que ter prazer com a sua companhia para, apenas se isso for possível, “agregar” alguém na sua vida, na sua cama e no seu coração.
Alguém que venha a intensificar a sua alegria, os seus “ais”, o seu prazer e o seu amor pela vida. Nada de complementariedade, há de existir parceria, cumplicidade, afinidades. Há de ser soma e não “completude”. Há de ser “eu completo”+ “você completo”= nós dois transbordando!
Transbordando risos, gargalhadas, gemidos, prazer, parceria, alegria, experiências intensas. Dois vivendo o eterno enquanto existir felicidade. Desapegue-se dessa paranoia do “para a vida toda” e se apegue ao “enquanto a felicidade perdurar”!
Diga-me, pois por acaso, se você prefere viver 100 anos, mesmo sofrendo um derrame cerebral aos 80 e se tornando quase um vegetal até a morte ou se você prefere uma vida intensa, saudável e animada que dure 75 anos? Eu, ao menos, prefiro durar até os meus 50 desde que seja como eu quero, com felicidade e dignidade.
Aliás, penso que ser infeliz é menos digno do que passar fome. Por quê? Porque a felicidade afetiva (a qual me refiro), depende de você e o saciar a fome quando se sente depende do “acaso” que é ter comida.
Vontade de ser feliz, meu amigo! É disso que você precisa! E de coragem! Ah, muita coragem para romper com os paradigmas atuais da “família perfeita”, do “será eterno” e assim por diante. Sem coragem, brio e felicidade, lamento, mas você morrerá estagnado.

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 20 de julho de 2015.


domingo, 19 de julho de 2015

Sexo é sexo, orgia é orgia e eu sou limitada.

Sexo é sexo, orgia é orgia e eu sou limitada.

Eu nunca tive um relacionamento de mais de 4 anos. Não fui casada há décadas e nem tive filhos. Não passei por relações entediantes e, sinceramente, não gosto de tédio e não sei se o suportaria.
Contra o tédio numa relação? Vinho e sexo. Locais diferentes, atitude diferente. É a minha eterna dica e sempre funcionou nas minhas não muito longas relações. Aliás, nunca vivenciei o tédio, para ser franca.
Hoje em dia muitas coisas estão na moda para mexer com o imaginário dos casais, sair da tal da “temida” rotina e etc.. A tal da troca de casais, o tal do “ménage” (anseio essencialmente e de longa data por parte dos homens), sexo explicito, clubes disso, clubes daquilo.
Eu tenho a mente liberta, acho que entre dois e entre quatro paredes (até a céu aberto, se for o caso) tudo, absolutamente tudo é válido. Só que eu tenho em mim, envolto com minha libido saudabilíssima, um “que” romântico e até retrogrado, careta para muitos.
Eu envolvo sexo à confiança, confiança à cumplicidade, cumplicidade à entrega e entrega à paixão. Paixão à exclusivismo e apego, por sua vez. Vale tudo, ou seja, com quem eu quero pra mim. Sou exclusivista e se, conhecendo-me, um dia meu tédio numa relação chegar a ponto de eu achar legal “agregar” pessoas na minha transa ou trocar de pessoas, simplesmente, eu encontro outra pessoa para viver comigo e transar comigo!
Eu sou livre de alma, ideias, ideais e desejo, mas não sou do tipo que usa táticas para insistir na manutenção de uma relação. Não tais táticas, porque, tal como ouvi de um amigo há anos: “Pra mim sexo é sexo, orgia é orgia”. Enfim, não curto, não quero e nem pretendo.
“Ah, mas se o seu casamento estiver ruim e você quiser manter a sua família, não acha bom dar uma ‘inovada’, uma animada?”. Tipo, pra começar eu quero uma família de dois que, por sua vez, chegando ao tédio a dois, fica fácil de “apartar” não fica? Não quero que nada além do amor e do desejo me prenda a alguém. E se esses se mostrarem insuficientes eu sigo só! Do meu jeito, alegre, sozinha e livre para substituir o “ex” por quem me parecer interessante na cama e fora dela.
Aliás, meu filho, desde quando o casamento, enquanto “instituição familiar” se tornou uma obsessão tão forte pela qual você abre mão da sua privacidade sexual para mantê-lo? Então você é moralista, porque a igreja diz que o casamento é de “Deus”, mas não o é em relação ao sexo? “Perai” um pouco que eu não entendo. Não, “pera” nada, não quero lhe entender mesmo.
A minha modernidade é grande, mas não infindável. Eu tenho barreiras, não bloqueios. Gosto de “libertinagem” com quem conquista o meu eu “libertino” e me faz ceder “mais do mesmo”, não gosto de variações de parceiros, menos ainda excêntricas. Posso até ser vagabunda entre quatro paredes sim, mas não pretendo sê-lo fora delas, menos ainda para satisfazer “fetiche” de quem deveria se contentar comigo.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 19 de julho de 2015. 

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Ilimitada.


Ilimitada.

Eu não gosto de pessoas limitadas. Intelectualmente limitadas, afetivamente limitadas. As primeiras, no entanto eu deixo minha piedade, dó e compaixão. Já, as segundas, eu deixo meu mais sincero "foda-se".
Ser intelectualmente limitado não é questão de escolha, mas algo neurológico e até mesmo psiquiátrico. Ser emocionalmente limitado é questão de opção, de decisão, de ideais. Eu gosto muito do destemor, do destemido, de quem se interessa por mim e em mim se joga.
Mas, não falo deste se jogar na beleza, no corpo, na aparência! Se eu fosse prostituta eu teria clientes fazendo isso. Ou seja, corpo é pouco, assim como comida é pouco. É o sabor que define o que você come, não a aparência do "prato" pedido.
Mergulhar em alguém é se interessar, saber mais do que todos sabem ou desejam, é tocar a alma e não ao corpo, é dar-se de si para atingir o algo mais no outro. É ser intenso, é ser profundo e ir a fundo. É saber ser mar e não poça, balde cheio, chuveiro.
Em tempos de pessoas rasas, ser mar e amar é raro! “Para que molhar-me todo se eu posso umedecer a superfície?”. E de "mal molhado" a "mal molhado" segue a humanidade mal amando, mal vivendo, mal se entregando e morrendo afogada no raso de uma poça de água. Céus! Que triste fim.
Eu sou mais vida, mais desejo de vida, mais inteirice, mais profundidade, mais ilimitada. Não sei fazer nada por fazer, ser por ser, vivenciar por vivenciar, sobretudo no afeto, no carinho, no amor, enfim.
Tem quem joga no amor, tem quem jogue com as pessoas. Eu me jogo, me atiro no que me apetece, mas, ao contrario do que muitos podem temer, eu não me frustro e vivo bons, excelentes, magníficos momentos depois que resolvi destemer a dor.
Aliás, acho que essa coisa de sofrimento tem correlação com os pensamentos da gente, tipo a tal da lei da atração: quem muito teme sofrer, se “prepara” pra muito, mas sofre por menos. Eu não tenho medo de desilusões amorosas, de decepcionar-me. Não invento expectativas, apenas vivo com intensidade.
Se for para ser feliz com alguém, serei, se não for, eu continuarei sendo, mas sem o tal do “alguém”. Amar não mata, desamar não mata. O que nos mata mesmo são nossos medos, nossos bloqueios, nossos receios vis. O que nos mata é o nosso desperdício de vida, de prazeres, de “ais”. Eu quero uma vida cheia de “ais” gostosos, de gemidos sem dor.
E se um dia a dor me abordar? Eu fujo. A vida não tem a obrigação de ser fácil com você ou de lhe dar só o que você dela espera, mas você tem a obrigação de, se quiser ter uma boa vida, fazer “bom uso” do que lhe ocorre, bem viver, bem amar e saber bem a hora em que a desistência é o seu maior ato de coragem.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 17 de julho de 2015. 

Um dia infernal.

Um dia infernal.

(Sobre ontem...) Então você acorda e vai consultar suas notas de expediente do RS. Descobre que está nos últimos dias de prazo para protocolo de uma apelação, mais, você lê a sentença e se indigna! Um processo que você queria muito, mas muito que chegasse ao fim, não chegará, porque você não aceita uma “parcial procedência” absurda.
Enfim, por meras razões financeiras, o fim do “caso” era desejado. Então você “pula” o seu almoço e faz as razões do seu recurso para enviar imediatamente ao RS. Eis que a sua impressora, sempre tão prestativa e cordial, resolve falhar. Não imprime o recurso inteiro e não “capta” mais nada.
Nisso, você lembra que precisa imprimir relatórios de notas e faltas de alunos para levar à reunião de final de semestre que terá à noite! E você insiste com a sua impressora: 1, 2, 5 vezes! Então, antes de “surtar”, você a deixa de lado e resolve tomar um suco. Volta, e nada!
Logo, “deu” o horário de ir cortar os cabelos, então você pensa: “Ah, ao menos vou dar um up mais moderno no meu look!”. E vai, antes passa numa de suas lojas prediletas e pega uns vestidos e blusas para provar mais tarde. Chega ao salão e... A cabeleireira não está! Volta para casa com suas curtas melenas desprovidas de corte e de água, afinal você não as lavou quando tomou banho porque ia cortá-las.
Então você resolve provar os vestidos e, ao menos começa a ficar feliz, porque praticamente tudo lhe serve bem (feliz e infeliz, porque terá que gastar e as suas vacas andam anoréxicas!), ao resolver provar as blusas uma que tem uma espécie de “tela” (ou sei lá!) rasga no momento em que você veste. Então você silencia, separa as peças que irá comprar e vai uma hora antes para a universidade imprimir seus relatórios.
Tem uma reunião proveitosa, volta para casa e tenta imprimir o recurso novamente, afinal, você tem paranoia com prazos! Desiste e vai jantar e tomar uma cerveja com seus pais na cozinha.
Vai dormir, não consegue. Pega, o celular para ver se está com os dentes brancos (sim, para isso) e resolve tirar selfie fazendo cara séria, afinal, seu dia foi “seriamente” infernal. Por sorte você não é feia e, de repente, até desconhecidos começam a puxar assunto com você lhe elogiando! Ora, você escreve crônicas, é assídua nas redes sociais, mas as pessoas só lhe notam pela aparência! Então você se irrita e bloqueia mais alguns seres inconvenientes. (Isso sem contar a existência de uns 4 alunos reclamando a reprovação altas horas da noite no “in box”).
Duas da manha acordada e, novamente, em virtude do prazo acorda às 05h30min, mas já mais faceira e analisando os seus motivos para sorrir: hoje é sexta-feira, ontem já passou, você terá recesso acadêmico, você não quebrou sua impressora e não voou no pescoço de ninguém! Enfim, você é um ser humano do bem que teve um dia ruim. Mas tudo passa, até a uva... No fundo, ao menos, você se rejubila pensando: “Paciência, às vezes você me aparece!”.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 17 de julho de 2015. 

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Minhas razões para não parir.


Minhas razões para não parir.

"Claudia você não tem coração! Que tipo de mulher não quer um bebê!?". Sei lá, eu! O estranho é que já fui apaixonada e até já pensei em engravidar quando jovem! Como a vida é sábia! Nenhuma paixão momentânea, irresponsabilidade juvenil e egoísmo justificaria uma responsabilidade eterna!
Eu quero uma vida cheia de gargalhadas incontidas, um casamento quente, gemidos altos, domingos de sono sem hora ou motivos para sair da cama! Eu quero risadas, sorrisos e mordidas, simplesmente porque hoje eu escolho!
E não, obrigada, se eu quiser alguém dependente de mim compro um cão ou mais alguns felinos fofos e super independentes com sua higiene (volto a dizer: cadê os gatos que limpam as suas caixinhas de areia? Falta pouco para serem perfeitos!). Assim, pelo menos eu salvaguardo minha liberdade sexual em casa com quem eu venha a chamar de “meu”. Licença, mas ao quesito “parir” eu pulo, muito obrigada!
As pessoas cercam as mulheres de mitos: se não tivermos longas melenas, não somos mulheres, se não tivermos filhos, não somos mulheres, se não casarmos, não somos mulheres, (somos vadias), se não nos preocuparmos com a aparência de forma (quase) insana, também não somos mulheres.
Na visão de muitos, as mulheres são objetos ao arbítrio dos anseios dos homens, de realiza-los na cama, satisfazer-lhes os fetiches, fingir orgasmos para não lhes ferir ao ego e dar-lhes um filho para justificar sua gana por trabalho e dinheiro: enfim, dar-lhes um herdeiro oficial para justificar seus esforços homéricos e constante preocupação com o montante de dinheiro e bens amealhados.
Vejo pessoas jovens apregoando a maternidade, pessoas jovens e mal educadas que não sabem, sequer educar os filhos que tem e sentem um enorme alivio quando alguém deles cuida para poderem transar insanamente com o namorado ou caçar um sujeito por aí. Quem não gosta de ter prazer, né?! Sei lá, talvez alguém, enfim.
“Quando você conhecer o homem da sua vida você vai querer dar um filho pra ele.” Hellllllllllllllllllllllllllllllllo?!!!! O que uma paixão tem a ver com meu útero e minha capacidade de parir? Há alguns anos eu achei que tinha encontrado o “homem da minha vida” e era só um cara sexy e mais velho do que eu com quem me envolvi (inclusive, porque eu tinha “20 e poucos” e não era balzaquiana). A minha, na época, “paixão da minha vida” teria sido um péssimo pai, pois nem dele mesmo ele cuidava com maturidade.
Hoje eu seria representante legal de um menor de idade e, quiçá, nem poderia ter me mudado do RS para o bem do meu filho que teria o direito de conviver com o sujeito que, sei lá, se seria responsável quando das tradicionais visitas.
Filhos cerceiam liberdade, cerceiam sono, cerceiam noites de sexo, tardes de sexo, jantares regados a vinho ou espumante, transas quentes em “alto volume”, tardes na cama ou na banheira, sexo sem hora pra acabar, gargalhadas numa noite, “overdose” de filmes, viagens inusitadas, noitadas com amigos.
Ah, mas sexo e diversão com o marido não é tudo numa relação! Baby, “nada é tudo”! Você acha que trocar fraldas, perder noites de sono, mudar sua rotina, amornar sua relação sexual, viver em prol de um pequeno ser que precisa de você pra comer, se limpar, caminhar e aprender é “tudo”? “Ah, mas ele vai cuidar da gente na velhice”?! Ah, vá, vá, vá! E os idosos nos asilos, meu bem!
Caramba, você já reparou como sexo tem se tornado um assunto vulgar? A maioria vem achando normal “ménage”, troca de casais, suruba e sei mais o que, mas ninguém coloca a cabeça para pensar o quanto uma criança amorna uma relação entre um casal e, consequentemente, a leva a tal ponto de tédio que qualquer “loucura orgiastica” vem a chamar a atenção do casalzinho de pais. Ah, isso porque “crias” são sagradas, transar com 3 ou 4 pessoas não é rompimento com a lealdade, a fidelidade ou nada que, deveria ser “sagrado” numa relação a dois.
A filhos você deve amar e dar o seu melhor. Sim, se você optou por tê-los você deve fazer de tudo para que eles tenham uma vida boas, imersa em amor, cultura, instrução e felicidade, ciente de que nada disso irá lhes obrigar a ser reciproco. Você é responsável pelo melhor que fará, pelos ensinamentos a serem passados, mas não tem, da vida, garantia alguma de reciprocidade.
Ame, simplesmente ame a seus filhos, mas não os tenha com o intuito de deles exigir algo. Ter filhos é um ato altruísta, não pode ser egoísta. “Egoísta é você que não quer ter filhos”, pensa você do alto de sua bestialidade. Eu já digo que egoísta é parir para não “morrer só”. Eu garantirei minha clinica, minha vida intensa e feliz, sem precisar trazer ao mundo quem sequer pediu para nascer com o intuito de escraviza-lo quando eu for a hipossuficiente da história.
Eu quero viver bem a minha vida com quem venha nela se inserir. Gastar meu dinheiro comigo, comprar viagens, roupas, cirurgias plásticas se necessário eu achar para me sentir sempre “atraente”, gostosa e de bem com a vida. Eu quero ter liberdade para viajar, para ir e vir aonde eu quiser sem ter que cercear a minha liberdade por alguém.
“Ah, mas este será o alguém mais importante da sua vida!”. Sim, mas eu não quero ter ninguém mais importante do que eu, minha felicidade, meus orgasmos, meu corpo e minha felicidade na minha vida. No máximo um parceiro para viver comigo bons momentos, o resto eu não preciso enquanto mulher.
Sou uma mulher plena, não preciso parir para me sentir mulher e, francamente, mas atualmente nem casar eu preciso, alguns gatos me fazem bem. Homem para ficar comigo tem que ser muito melhor do que “bom” na cama e fora dela, do contrário, eu sou autossuficiente e, ainda, me “banco”.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 15 de julho de 2015.