Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sábado, 29 de novembro de 2014

Ele quer o que?

Ele quer o que?

Vivemos uma época estranha. As pessoas querem um amor, querem um namoro sério, querem alguém para chamar de “seu”, mas agem como se fossem de todos. Minha amiga: coerência, você precisa dela!
Como, você, jovem mulher, sabe que um cara é namorável, bem intencionado e legal para ser inserido em sua vida e, talvez, coração? Quando ele demonstra respeito, além de interesse. Sabe o tipo que só lembra que você existe depois das 22h? Não merece a sua atenção.
O mínimo, mas o mínimo mesmo, que um sujeito que lhe respeita e que, sobretudo, deseja conhecer-lhe faz, é convidar-lhe para um jantar. Num restaurante, de preferencia, porque essa coisa de “na minha casa” é muito estranha para um bom começo.
Você pode, se quiser, sair com um cara que te procura depois de já ter jantado, para comer-lhe como sobremesa, mas, tenha a consciência, a possibilidade de surgir algo sério de uma relação que tem tal inicio é rara, muito rara.
Um jantar, cinema, happy hour, tudo isso indicia certo respeito. Agora, convidar pra dar umas voltas à noite demonstra o seguinte: o cara, sequer, quer gastar o dinheiro dele com você, de tão fácil que lhe julga!
Sabe, porque eu não tenho nada contra as putas? Porque, ao contrário de muitas moças de “família” elas valorizam o produto que oferecem. Ah, mas você acha mais legal dar porque quer, porque gosta? Quem diz que prostituta não dá porque quer? Ela dá, e ainda ganha, agrega valor ao produto (corpinho) pior é esse tipinho que dá mais que chuchu na cerca e não ganha nem um jantar para se iludir.
E outra, se você só transa com cara que julga ter grana, quer pelo carro ou profissão que possui, você é tão puta quanto, só que mensura o seu valor contando com grana “futura” e não imediata. Só isso!
E, o que é pior, consegue achar que vai surgir um namoro das aventuras que encara. Talvez isso possa ocorrer, mas, aprenda a se guiar por indícios. Imponha respeito, não se contente com pouco. Valorize-se, do contrário, ninguém irá fazê-lo.
Se você fica com um cara por semana, se você sai com um sujeito na hora que ele resolve lhe chamar sem ter recebido uma atenção prévia, não espere muito. O sujeito teve o dia todo para lhe convidar para algo, mas entra em contato apenas a noite? Só quer comer. Simples.
Se você estiver disposta a só transar, vai firme, mas não vá com aquela esperança de “encontrei o amor da minha vida”, vá ciente de que ele pode não ligar no outro dia ou, se o fizer, é pra repetir a dose na cama, afinal, ele vai pagar puta por que se você fornece o material de graça? Pense nisso.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 29 de novembro de 2014.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Devidas proporções.

Devidas proporções.

Eu gosto de tudo o que é proporcional. De corpos às atitudes. Nem tanto Gisele Bündchen, nem tanto “panicat style”, nem tanto modelo “90-60-90”, nem tanto mulher fruta, nem tanto Valesca Popuzuda.
Proporcionalidade é o ideal, nem de mais, nem de menos, nem tão grande, nem tão pequena. O mesmo para os homens, em que pese a beleza masculina não se adeque a padrões, certo é que nem osso, nem banha. Estilo picanha é ótimo: quadro dedos de magreza, um de gordura.
E quanto a atitudes? Detesto a ausência de receptividade, tipo no estilo do “eu te amo” que recebe um “obrigada” como resposta. Ou um “idem” como em “Ghost”. Sei lá, eu curto o que vai ao encontro do que foi feito ou dito, em que pese eu não curta quem age esperando receptividade. Mas curtir ela quando existe é questão de ego, mais, é questão de autoestima.
A gente curte risos quando conta uma piada, certo?! Ainda que sejam caridosos, do contrário a gente perde o ânimo de brincar. O mesmo em tudo na vida. Falar coisa engraçada e ser recebido com argumento sério é irritante, falar sentimentalismo e receber o silêncio ou palavras insossas do interlocutor também é.
Assim como fazer hora extra todos os dias e não recebê-las ao término do mês. Proporcionalidade é questão de justiça, tanto da genética a quem é agraciado com uma silhueta harmônica, quanto das pessoas em relação às atitudes de quem lhes cerca.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 28 de novembro de 2014.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Malicia, inteligência e burrice.

Malicia, inteligência e burrice.

Não confunda malicia com inteligência, não confunda maldade com esperteza. Tem muita gente que consegue deturpar tudo o que ouve ou vê, que enxerga maldade e indecorosidade até onde elas não existem, mas é incapaz de interpretar um texto, é incapaz de ver o notório, de conjuminar ideias simples.
Gente inteligente enxerga o obvio com certa facilidade, gente inteligente vai além da primeira “vista”, vai além do vulgar, mas não vê o que não existe, não coloca cabelo em ovos, por exemplo.
Gente maliciosa às vezes aparenta ser inteligente, porque para cada estupidez existe um acerto. Acerto inquinado mais de maldade do que de certeza, acerto inquinado mais de malicia do que de bom uso do raciocínio e da lógica. 
O que me indigna nesse povo ignorante e, portanto, malicioso, mas inculto, além de burro, é o orgulho, é a ausência de vontade de observar o “evoluído” e querer evoluir, seguir seu exemplo. Intelectualmente falando, é claro!
Incrível, mas algumas coisas me deixam estarrecida! Algumas mulheres não sabem sequer falar direito, não tem formação universitária e o ultimo livro que leram por completo foi na infância (sendo que tinha mais figurinhas do que palavras), mas, elas conseguem admirar o tamanho dos seios e da bunda alheia sem se tocarem de que isso é supérfluo! É banal, é fácil de ser conquistado ou adquirido. Enfim, elas não se importam para as ideias curtas se os cabelos forem longos, pois.
O sonho delas é colocar silicone, ter dinheiro para malhar tipo loucas e adquirir coxas e bunda homérica, mas pensar em estudar, em evoluir, em crescer intelectualmente elas não pensam. Isso deve lhes parecer “difícil” demais ou, simplesmente, não é algo que seu intelecto limitado reconheça como “importante”.
Ah, mas esse povo consegue pensar que o namorado da amiga pode lhe trair com a primeira piriguete oferecida que lhes apareça na frente, afinal, ela (a “piri”) é siliconada, musculosa e usa roupas vulgares. Então a sujeita que se acha esperta tenta plantar duvidas na mente alheia como se presumir a vulgaridade moral do outro fosse algo inteligente ou esperto, quando, na verdade, é malicia de mente tacanha, ignorante e frívola.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 28 de novembro de 2014.

Enchedores de saco.

Enchedores de saco.

Dizem que gente feliz não enche o saco. Eu acho que gente de bom senso não enche o saco. Ninguém está feliz sempre, todos passam por fases ruins e, não raramente, crescem com elas, todavia, nem todos que não estão felizes incomodam os outros.
Quem gosta de chatear, de incomodar e “purgantear” os outros é gente frustrada, invejosa e mal amada. Mal amada por ela mesma! Gente purgante, enfim, não é só quem não gosta da vida que tem, não é só quem esta descontente com o que esta vivenciando, é quem não gosta de si mesmo e nem das escolhas que toma.
Você tem o direito de sentir-se mal, de sentir-se frustrado, triste ao extremo, deprimido, ansioso. Você tem o direito de gozar a sua dor, os seus pesares, nada disso, porém, lhe dá o direito de ser inconveniente, chato, cruel e maldoso.
Use sua vontade de baixar o animo e a alegria alheia para o nível de seu pesar e amargura para subir, para adoçar a si mesmo, a sua vida, o seu ânimo. Sentimentos gastam energia, então os utilize para o seu bem e não para prejudicar os outros, porque eles vão superar o incomodo que você pode lhes gerar, mas você vai continuar infeliz e, o que é pior, com fama de chato, maluco e imbecil.
Conheço pessoas mal resolvidas que tem uma mania estúpida, ignorante e imbecil de opinar quando ninguém pediu sua opinião! Regra de etiqueta básica: elogio você da sem que lhe peçam, o resto você guarda para si e só fala se o outro indagar. Logo, a regra é silenciar, resolver a si mesmo e não incomodar quem nem quer saber da sua vida.
Quem está sorrindo, vivendo bem e sendo feliz não precisa da sua opinião recalcada e dotada de mais inveja do que razão. Se for para ofender o ego alheio, se cale e vá fazer análise, vá tentar resolver a si mesmo antes de importunar os outros. Consultar um profissional ajuda, afinal, pelos seus atos, existe uma grande probabilidade de você ser invejoso, descontente e frustrado.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 28 de novembro de 2014. 

Obsessão, não, não!

Obsessão, não, não!

E diante dessa ditadura do coxão, bundão, peitão, da malhação e do silicone que já superou a ditadura da magreza e da elegância, que já superou a ditadura de corpos femininos e afinados, ainda desejamos conversar com mulheres que não falem apenas de proteína, dietas “pró-músculos”, quantidade de peso erguido, agachamento eficaz e afim.
Diante dessa indústria “pró-academia”, ainda desejamos conversar com uma mulher bem resolvida e feliz com a própria aparência, ainda desejamos uma amiga que nos acompanhe na cerveja e que não contabilize carboidratos. Ainda desejamos uma mulher humorada, alegre e contente para dialogarmos.
A quem interessar possa: agarre a que você tem, porque a tendência é a futilidade crescer tanto a ponto de acabar por atrofiar os poucos neurônios que não foram direcionados para as coxas com o fito de tornarem-se centímetros a mais (atrofia do cérebro, hipertrofia do corpo).
Uma sociedade em que a mulher é vista como objeto e aceita esse papel, não pode contar com mulheres de grande inteligência e cultura, não pode contar com mulheres que não tenham vergonha de se despir com a luz ligada.
Quando exercícios físicos e anseios pelo corpo “da moda” (sim, porque padrões de beleza mudam a cada década!) privilegiam os assuntos femininos, não se pode esperar muito de seu intelecto. O que é uma pena. Ou melhor, uma pena robusta, uma pena "hipertrofiada" porque essa coisa de ser "delicada", de ser leve e afinada ficou no passado.
Todavia, padrão de beleza da década de 70, 80, 90 e do presente século, à parte, fato é que chatice sempre foi defeito. A ditadura da magreza levou inúmeras mulheres à anorexia e bulimia. A obsessão pelo corpo das revistas e passarelas tornou-se sérios distúrbios psiquiátricos.
Confesso que não me agradam os padrões de beleza que faziam apologia a “secura”, a “magreza” demasiada, mas o presente, o de tudo muito grande, muito carnudo e musculoso não me apraz. Eu curto o saudável, o meio termo, o que não me parece fruto de uma obsessão, seja ela pelo “seco”, seja ela pelo “sarado”. O ter, mas sem ter em excesso.
Num ou noutro caso, o fato é que as mulheres estão deixando a vaidade afetar o cérebro, estão deixando a vaidade atrofiar a mente e, o que é pior para o mundo: estão se permitindo virar chatas. Muito chatas. Chatíssimas!
Pra mim não importa se você é seca, gorda, sarada, siliconada, bunduda, musculosíssima ou o que for. Eu só não suporto mulher chata. Mulher obcecada pelo corpo, mulher paranoica, que só sabe falar de exercícios e alimentação ou, quiçá, da ausência de comida para ter a barriga “negativa”.
Não suporto mulheres ou homens que nutrem obsessão pelo que chamam de “corpo perfeito”, porque na medida em que a perfeição física se torna um objetivo a ser perseguido, a perfeição psíquica, emocional e intelectual se esvai.
E, quer saber?! Eu “tô” me lixando para a sua aparência, se você for chata, fútil, tola e desprovida de cultura útil, faça-me um favor, passe longe de mim e leve seus atributos demasiado avantajados e conquistados com um esforço sobre-humano junto, para bem longe da minha presença, afinal das contas, nem tudo que pode cativar olhares cativa o meu, e, mais, até o que cativa o meu olhar não é suficiente se não agradar aos meus ouvidos. Gente chata, licença que eu estou passando. Passando longe!  

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 28 de novembro de 2014. 

Do light ao zero.

Do light ao zero.

Eu nunca fui um exemplo de tolerância. Mais, nunca fui um exemplo de paciência com seres humanos. Curto poucas e boas amizades, curto mesmo gente de bem com a vida, gente inteligente, bem resolvida, alegre e, sobretudo, com bom senso.
Eu curto loucuras, mas eu gosto de gente louca de feliz, não de chata, arrogante, burra ou maldosa. Eu até gosto de pessoas, mas eu gosto mesmo é das pessoas que eu gosto, entende?! Têm gente cuja burrice, ignorância, malicia, arrogância, falsidade e maldade me causa nojo, me dá arrepios.
Gente que faz mal para o meu estomago, que afeta a minha saúde psíquica e mental. Eu curto aquilo que eu compreendo ou que, dentro dos meus princípios, valores e forma de pensar, ainda que com algum esforço, eu consigo entender, aceitar ou agir com indulgencia, ao menos.
Algumas coisas, porém, exasperam o limite da minha capacidade de compreensão, da minha tentativa eterna de usar Freud e “afins” para compreender ao outro. Enfim, algumas pessoas, diante de algumas situações, me são tão “estranhas”, incompreensíveis e, até, maldosas e falsas que eu não aceito e, por não aceitar, me irrito, me enraiveço, me anojo.
Não suporto falsidade, não suporto gente que não se assume, que não tem humildade, que não ouve aos outros, que não procura aprender, crescer, evoluir, não suporto gente que quer ter sem fazer por merecer, que quer “ser” sem se esforçar para crescer, não suporto “interesseirismo”, futilidade, vulgaridade.
Não suporto gente que quer me mandar, não suporto gente que opina quando não pergunto, não suporto gente que quer transformar a vida sem transformar a si mesma.
Quando chega o término de mais um ano sem férias, quando chega o término de mais um ano de trabalho, dedicação, esforço e muitas decepções, então, a minha paciência desce do “light” ao “zero”, tal qual a coca que eu tanto gosto. Ah, e pra dizer mais, não estou tolerando sequer ingerências “naturebas” sobre os meus gostos, sobre minhas predileções.
Viva e deixe viver, da minha saúde, conta bancária, profissão e vida afetiva, cuido eu, mas, eu lhe permito intrometimento na minha vida desde que eu possa encaminhar-lhe os boletos que recebo e a fatura do meu cartão de crédito. Se quiser, estou “às ordens”, do contrário, passe reto e quieto! Obrigada.  

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 27 de novembro de 2014. 

Divagações acerca das predileções de aparência física.


Divagações acerca das predileções de aparência física.

Eu sou uma pessoa estranha. Objetiva ao extremo, eu diria. Não curto imparcialidade, não gosto de “generalidades”. Curto o preto, curto o branco, detesto o cinza. Detesto o vácuo, detesto o que abrange tanto que não define nada. Odeio, tenho asco.
Falando sobre tipos de predileção física há meses com uma amiga ela me mostrou que sim, eles existem. Todavia, a gente não curte delimita-los, porque, não raras vezes, nos apaixonamos por quem não está dentro dele. E isso não é reprovável ou estranho.
As pessoas precisam saber que uma coisa é o que faz seu coração vibrar, uma coisa é o que lhe cativa pelo jeito de ser, pelo sorriso, por aquele “que” especial que só uma pessoa encantada enxerga, outra, muito diferente, é o que o nosso “eu materialista” prefere, é o que o nosso olhar, desprovido de afinidade ou paixão, encara. Literalmente.
Todo mundo tem predileções, ao menos no que tange a porte físico. Quando juntamos corpo com rosto o caldo entorna. Um sujeito bonito de rosto afasta qualquer descompasso com corpo na maioria das pessoas. Enfim, antes um gordinho com rosto lindo do que um cidadão sarado e sensual cujo rosto parece que foi atropelado por um caminhão. E, se o gorduchinho ainda fizer o seu tipo de predileção mental e psíquico, então, paixão na certa!
Entendeu a diferença? O conjunto importa, sendo que, para a maioria das pessoas, é o rosto (local do primeiro contato e onde está a boca que beijamos) que tem um “peso” maior no nosso instinto de atração.
Claro, haveremos de diferenciar o “lindo” do “bonito”: o lindo é aquele que tem tal simetria, tal altura, tal largura, tal rosto que se torna unanime. Mesmo que você só goste de loiros, um moreno lindo vai atrair o seu olhar. O lindo, nada mais é do que o praticamente incontestável. Aquilo que quase ninguém coloca defeito, que atrai a maioria dos olhares, aquilo que é democrático, enfim.
O lindo costuma ser o meio termo de tudo o que há. Nem alto, nem baixo, nem gordo, nem magro, nem estreito, nem demasiado largo, nem fraco, nem demasiado forte. O lindo, assim como a linda, tem o que é necessário, nem em demasia, nem de menos.
Em que pese tal fato, nem sempre será o lindo ou a linda que terão um intelecto capaz de nos conquistar, cujas palavras, pensamentos, cultura, postura e simpatia irá nos cativar, a ponto de ele ser por nós amado. Pessoas lindas são olhadas por todos, mas amadas apenas por quem, além de atrair-se por elas, simpatizam com sua essência e mente.
Todos têm tendência a gostar de um tipo físico ou outro, em especial quando o assunto é corpo, afora, é claro, os incontestáveis seres humanos lindos que atraem qualquer olhar. Rosto qualquer um concorda com o que é belo: pele lisa, bonita, boca e dentes bonitos, nariz pequeno nas mulheres, olhos expressivos, simetria, enfim. O nosso cérebro reconhece um belo rosto.
Já, quando o assunto é corpo, a coisa varia. Conheço quem curta gordinhos, altos, musculosos, magros, esqueléticos. O mesmo para homens. Tem os que gostam das fisicamente abastadas, exageradas, tem os que curtam as magricelas, e tem os que gostem de carne, muita carne. Das gordinhas, enfim.
Em que pese, não afastemos disso tudo a lindeza. Uma pessoa com um corpo simétrico, nem demais, nem de menos, costuma ser unanime, cativa os que curtem o excesso e os que curtem a singeleza demasiada. Mas, o “corpo lindo” é exceção, logo, a maioria vai se filiar aos demasiado magros, gordinhos ou gordos. Sempre haverá um tipo, quer você queira, quer não.
Refiro-me aos tipos do dia a dia, não a exceção que são os lindos. A regra na nossa vida é encontrarmos beleza, não lindeza, entende?! Beleza é aquilo que não é incontestável, mas é belo, o lindo é democraticamente unanime. É o equilíbrio, não a perfeição, frise-se bem, porque perfeito ninguém é, só programas de computador deixam o “fisicamente equilibrado” perfeito. Enfim, revistas, fotos, filmes.  
Então, não venha me dizer que você não tem um tipo de predileção. Você pode amar quem não se adeque a sua predileção, isso é comum, porque o amor está muito além de tendências de atração, mas, se o coração e a mente não falassem o seu olhar escolheria um tipo. Descubra qual seria, para não ser demasiado vago em suas afirmações. Simples assim.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 27 de novembro de 2014. 

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Fazidos.

Fazidos.

Eu não curto aquele povo que mais ouve do que fala e adora a interjeição “ai, que horror!”. Sabe o tipo que não bebe, não fuma e não fode?! O estilo super, hiper, mega “santo” de ser humano? Eu não suporto!
Primeiramente, porque quem não gosta de nada que é ilegal, imoral ou engordativo não existe. Existe, isto sim, aquele tipo abjeto de gente que adora fazer de conta que está num patamar de perfeição superior, pessoas moralmente intocáveis, enfim.
Eu gosto de gente espontânea, gente que não nega que erra, gente que admite o que faz e, porque faz, gente que não tem vergonha dos pileques que toma e dos tombos que cai, eu gosto de gente que não se vexa com as próprias decisões, pelo contrário, as assume e, quiçá, impõe para si o dever de fazer melhor numa próxima vez, mas que não tenta esconder do mundo e até de si mesmo, quem é e o que fez ou faz.
Eu gosto de quem se assume, de quem dá a cara a tapa. Tenho ojeriza por quem se escandaliza com tudo e faz escândalos piores quieto. Eu curto gente com alto astral, gente de uma cara só.
Antes uma piriguete assumida do que aquelas que se fazem de crente e santa e saem aprontando escondido e, o que é pior, falando mal de quem se banca e não tem vergonha do que faz. Meu amigo, aprenda uma coisa: o pior tipo de puta é o que se faz de santa.
Gente cheia de “ais” me entedia, mais, me causa desconfiança, porque, no mundo em que vivo, ninguém é perfeito, logo, quanto mais a pessoa tenta fazer-se de santa, mais eu desconfio dela. Simples: eu gosto de gente madura, bem resolvida e transparente, o resto me dá náusea. E medo.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 25 de novembro de 2014.

Falastrões.

Falastrões.

Falar da cretinice ou “putice” alheia não lhe torna mais decente, só faz de você uma mulher vulgar, fofoqueira e mal resolvida. Uma piriguete invejosa, quiçá! Da mesma forma que falar da incompetência alheia, da desonestidade e falácias dos outros não lhe torna mais competente, honesto ou sincero, apenas lhe torna um cidadão que fala mais do que deve e carece de menosprezar os outros para se enaltecer.
O que você fala, não muda quem o outro é ou o que ele faz, apenas demonstra quem você é e, mais, demonstra que, além de tudo, você não se garante, de forma que precisa rebaixar o outro para sentir-se “maior”. E é nesse seu ato que você se mostra pequeno, demasiado ínfimo, demasiado vil.
Qualidades, decência e qualquer virtude você demonstra agindo, sendo e vivendo de forma correta. O que você fala dos outros é só o que você fala. Indicia mais de você do que do outro, por outro lado, as atitudes que você toma são as únicas ferramentas valiosas para um ser humano lhe conhecer.
Seus atos são suas digitais no mundo, suas palavras não são nada. Pelo contrário, quem muito joga pedra nos outros, mais se condena. Aliás, é no terreno pedregoso da sua alma que as pedras estão. Elas estão em você e com você, não no outro.
Ah, mas o outro também age errado? O outro faz “pior”? Bem, então além de não ter uma personalidade decente você é medíocre: se compara com os piores, se nivela por baixo, não procura o melhor, o evoluído. Não busca, sequer, melhorar e evoluir.
O que você deseja quando fala mal dos outros é, unicamente, não sentir-se só com a própria vileza, como se falar do outro amenizasse a sua culpa por fazer o que faz e ser quem é. Enfim, além de tudo você é idiota.

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 25 de novembro de 2014.


Infidelidade.

Infidelidade.

Estranha essa coisa de infidelidade. Uma amiga minha se referia ao famoso “teste de fidelidade” da televisão, bem como ao seu homérico índice de reprovação. Sei lá, mas em minha modestíssima opinião os infiéis não são, apenas dotados de descontentamento com o sexo e o corpo que tem na sua cama, mas eles são regidos mais por instinto do que por inteligência.
Seres humanos se distinguem dos animais pela racionalidade, certo?! Ao menos deveria ser assim. Não importa quão bunduda, sarada ou siliconada seja a mulher, se o cara consegue sopesar que tem mais a perder do que a ganhar traindo a namorada ou esposa, ele não se rende. Ou ele se rende se o descontentamento com o que tem em casa lhe faz pensar que convém “curtir” um pouco.
Em primeiro lugar, não vai passar de uma transa a tal da infidelidade. Com exceção do fato de o cara ser muito, mas muito burro a ponto de desejar namorar com uma piranha que, praticamente, esfrega as partes intimas na cara dele.
Sacou?! É aí que eu me refiro à ausência de inteligência! Por que arriscar uma relação, teoricamente, feliz por uma transa? Lamento informar, mas siliconada ou não, as mulheres não se distinguem muito entre si no quesito sexo. Capiche?! A menos que você queira um travesti, daí talvez exista alguma diferença que salte aos olhos.
Ah, mas homens são “visuais” e instintivos. Talvez, mas isso não justifica burrice, atitudes ilógicas e tolas. Se o sujeito é incapaz de se conter não faz por merecer o cérebro que possui. E, convenhamos, não é a toa que o cérebro fica acima do pênis no corpo masculino! Talvez para lembrar-lhes que deva ser usado primeiro? Não sei, só acho.
Se você não se sente mais atraído pela sua esposa é burrice manter o casamento, se ela não lhe dá mais atenção e prazer é tolice insistir, porque provavelmente o amor dela “decaiu” e se você não a ama mais a separação é o melhor caminho.
Trair, nada mais é do que um ato covarde e, principalmente, de burrice incrível, em especial quando o relacionamento está bom e quente: o animal se arrisca a perder muito por muito pouco e faz por merecer a perda, afinal, para cada escolha, uma renuncia. Povero diavolo!

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 25 de novembro de 2014.


sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Reflexões acerca da exclusão de fotos.

Reflexões acerca da exclusão de fotos.

Depois de duas horas excluindo fotos do facebook e, automaticamente, refletindo, cheguei a algumas conclusões óbvias, todavia, convenhamos que o óbvio só é “óbvio” depois que reconhecemos a sua obviedade. Capiche?! Parece lógico, mas convém ser dito. Bem, vamos às ditas cujas conclusões de uma sexta-feira à tarde em meio a fotos e recordações:
  1. O tempo é generoso com quem quer melhorar com ele, seja física ou psiquicamente- eu melhorei em ambos os aspectos, porque, olhando algumas fotos, não me acho apenas feia, com um cabelo tenebroso, insossa e triste, me acho desequilibrada, tonta e perdida na vida como um cão cego numa procissão em dia “santo”;
2- Os melhores momentos a gente não retrata, quando o extremamente magnifico nos ocorre não temos tempo de pegar o celular ou a máquina fotográfica;
3- Lembranças são boas, ainda que nem sempre elas nos remetam a fatos felizes. Não raras vezes são os fatos tristes que mais contribuem para a nossa evolução e maturidade, todavia, se pessoas que passaram em nossa vida fossem tão boas para merecerem nosso eterno prezar, elas estariam por nós sendo amadas e, a nós, amando, no presente, logo, não existem razões para superestimar o passado, a menos que se queira deixar a felicidade do presente para depois e, assim, perde-la em prol de algo que não mais voltará.
Se o que passou e quem passou por você fosse tão magnifico, era presente e estaria presente! Portanto, o negócio é “deletar” o que não nos agrega, o que deixou de nos fazer falta, incluindo fotos de aparência interior e exterior que não nos pertencem mais.
Vamos ficar com “aquilo” que o nosso passado fez de nós, com a nossa “versão” atualizada e aprimorada de quem um dia fomos, vamos ficar com aqueles que a vida, em nosso momento presente, nos presenteou e sigamos adiante com a certeza de que a felicidade a nós pertence, mas que ela requer pressa e não protelação.
Façamos o nosso melhor que o melhor virá, mas não esqueçamos que não podemos fazer nada melhor do que viver bem o único momento que, realmente, temos: o agora. Somos o resultado do que nos ocorre, mas, sobretudo, somos o resultado do que escolhemos nos tornar e recebemos da vida aquilo que fizemos por dela merecer.
Logo, valorizar o que temos conosco no presente, tirar fotos do dia de hoje, olhar nos olhos de quem está ao nosso lado é tudo o que precisamos, afinal, em breve esses momentos presentes serão passado, mas o que vivenciamos, sentimos e aqueles que amamos e nos amam, só ficarão no nosso passado se não fizerem por merecer a nossa companhia no momento que sucede ao “agora”. Se isso ocorrer, “apaguemos” eles também da timeline da nossa vida e rede social, mas saibamos cuidar e valorizar enquanto são a nossa melhor escolha. E, quiçá, ultima.

Cláudia de Marchi

Sinop/MT, 21 de novembro de 2014.


Relação legal. Muito legal. Legal mesmo!

Relação legal. Muito legal. Legal mesmo!

Legal essa coisa de não se sentir professor de alguém e de não sentir “subalterno” do ego inflado de quem acha que sabe tudo! Legal isso de ter alguém com quem compartilhar ideias, de ter alguém cujas ideias somam, alguém que não lhe consome a energia requerendo explicação acerca do que parece lógico ou alguém que queira que você saiba e acredite naquilo que você não quer pensar a respeito ou crer.
Legal poder dividir opiniões, sonhos, copos, cama e mesa. Legal ter mais do que alguém com quem falar, legal ter alguém a quem se pode ouvir. Mais, alguém que fala com humildade e mesmo falando muito é disposto a ouvir! Perfeito ter alguém capaz de mudar de ideias, porque tem ideias para mudar! Acéfalos que acham que sabem tudo são demasiado arrogantes e cheios de si.
É raro ter uma relação realmente legal e feliz! Não raras vezes a gente entra naquelas relações de beijos, beijos e mais beijos, porque o outro fala de nada a coisa nenhuma ou, seguidamente, suas opiniões nos irritam, nos causam mal estar. “Quem nunca?!” Quem nunca se contentou com menos do que merecia por sequer ter parado para analisar que merecia mais e que o “mais” pode existir?!
Se você “nunca”, eu já! Em especial quando a gente é jovem e se apega ao que, depois de um tempo, percebemos, não tinha tanto “a ver” conosco quanto pensávamos, simplesmente, porque queríamos a companhia de alguém e nos acostumamos com este ser.
Bom mesmo é ter paixão pelos diálogos que se entabula, bom mesmo é gargalhar junto, bom mesmo é poder ouvir alguém inteligente e admirável, bom mesmo é ter cumplicidade, bom mesmo é ter parceria pra festa, pra pileque, pra perder a noção do “certo”, pra comer carne crua, churrasco, macarronada, pão com ovo e para divagações filosóficas. Para divagações acerca de tudo, enfim.
Bom mesmo, meu caro, é ter alguém que lhe dê prazer, muito prazer, na cama e fora dela. Afinal, “ou” um, “ou” outro é fácil de encontrar, mas não realiza. Os dois juntos cabem no perfeito conceito de perfeição.


Sinop/MT, 21 de novembro de 2014.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Amar admirando.

Amar admirando.

O amor me realiza, me dá animo, me alegra, me alenta, me entusiasma, me extasia, mas existe algo, além dele, que me emociona, que me leva às nuvens, que me realiza: a admiração.
O amor é um sentimento que se mostra grandioso na medida em que não se explica, só se sente. Mas quando ele vem acompanhado de uma profunda admiração, se torna indissolúvel e inabalável.
Quando você admira alguém, você se sente pleno, você confia no outro, você confia em si mesmo, inclusive porque ama alguém que lhe surpreende positivamente a cada dia, ato, palavra ou gesto.
Admirar ao outro é a forma mais madura e feliz de amar. Se você admira, se você sente encantamento, então, meu caro, acredite, isso não é paixão, não é mero sentimento que lhe bate a porta e sai correndo: é amor!
Amor daqueles que surpreendentemente tocam a sua caminha, entram, sentam-se em seu sofá e nunca mais saem de dentro da sua casa. E seu coração é o seu lar e é lá que o sentimento sente-se à vontade, faz morada e lhe faz feliz.
Se apaixonar não se explica, é questão de química, atração e toda aquela série de “coisas” incompreensíveis que nos embriagam. Admirar, porém, é embriagar-se de felicidade sem ter amnésia, sem desconhecer razões, fatos e circunstancias.
O amor é o pileque de felicidade que nos apaga os sentidos, a admiração junto com o amor é o pileque de felicidade que nos faz sorrir, gargalhar, dançar, caminhar na chuva, perder a vergonha, nos despir, sem perder o tino, sem perder a racionalidade.
Amar é esplendorosamente gostoso, mas admirar a quem se ama nos causa uma realização inominável. Descobrir no outro um pouco de nós ou o que gostaríamos de ser é sensacional, nos dá confiança e uma sensação deliciosa de ter “acertado o pulo”. Só quem admira o parceiro conhece tal realização. Inebriante sensação!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 19 de novembro de 2014.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Simplifique, seja feliz!

Simplifique, seja feliz!

Não deveria haver necessidade de mulher alguma precisar convencer-se disso e ler tais “motivos”. Bastava que trocassem suas paranoias toscas por praticidade, vontade de ser feliz, vontade de se jogar nos braços de quem amam e desejam (pois, do contrário, está casada por quê?).
Cansaço, estresse, tensão, preguiça e descontentamento estético não são privilegio das mulheres. Homens cansam, homens se preocupam em solucionar tudo, incluindo aquilo que vai além dos cuidados com os pimpolhos, homens ficam tensos, tem momentos de desanimo e, não raras vezes, sentem-se feios, mas isso não lhes impede de desejar fazer sexo com a parceira, afinal, se tem algo com os homens que as mulheres deveriam aprender é o tal do “descomplicar”, do ser prático, do simplificar a vida.
Risos e orgasmos que podem ser dados e sentidos hoje não podem ficar para amanha, amor e carinho também. Está estressada? Tome uma taça de vinho, assista a um filme, beije seu parceiro, beije muito, e, em consequência disso, vai haver vontade de fazer amor com ele. O bebê é pequeno? Não esqueça que sem seu marido ele não existiria, portanto, acarinhe-o, mas não esqueça que precisa cuidar daquele que ama e, principalmente, de si mesma.
Filhos nascem, eles não matam você, seus desejos, seus anseios, sua autoestima, sua libido. Você está gorda? Olha, fia, tem muita mulher naturalmente gordinha por aí roubando marido e namorado de mulher esbelta e cheia de frescura, portanto, pegue seus complexos e enfie na gaveta do “relaxa e goza” que, com certeza, seu parceiro vai amar e você ainda mais: a ele e a si mesma.
Mulheres complicam o simples, reclamam demais, inventam problemas onde não existem como se eles lhes dessem prazer. Masoquismo? Idiotia natural? Sei lá, eu chamo de chatice, chatice pura. Chatice que se paga com descontentamento e infidelidade, infelizmente.
Mas, por favor, essas donas não teriam nem o direito de reclamar do que, direta ou indiretamente, causaram na mente do homem que dizem amar e no casamento que insistem em prezar cuidando de filho, limpando a casa, se jogando as traças, enquanto se esquecem de que é entre quatro paredes e com o marido ao lado que se faz um relacionamento feliz.
Faxina empregada faz, cuidar de criança babás e creches também, mas, e do seu prazer, e do prazer de seu marido, quem cuida? Delegue o que for delegável, menos o seu papel de mulher. Esqueça a louça na pia, a roupa no balaio, mas não se esqueça de como gozar é bom. Abrace seu marido e dê a você mesma alguns minutos de prazer diário. O seu humor e o mundo agradecem.


Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 11 de novembro de 2014.

TEXTO REFERIDO EM: http://www.brasilpost.com.br/meg-conley/sexo-todo-dia_b_5679611.html

Você mesmo.

Você mesmo.

Você não é os tombos que cai, os porres que toma, os erros que comete. Você é a soma de seus dias, o decurso da sua vida, o que você aprende, dentre erros e acertos. Generalizar alguém ou todos por conta de fatos isolados, mais do que tolice é algo vil demais.
Quem julga se condena, quem limita o outro a conceitos e pré-conceitos específicos entrega quem é, não quem o outro é. Toda generalização é burra, mais é maldosa e maledicente mesmo. Separe a parte do todo e resigne-se em saber que ninguém é perfeito, menos ainda quem acha que é Deus.
Eu gosto de gente que se assume, de quem não arrota santidade, de gente bem resolvida que assume o que é, porque é. Gente dentro do armário ou em cima do muro me anoja, porque quem é capaz de podar a si mesmo é capaz de coisas muito piores, portanto: assuma-se! Revele-se! Ame-se!
Se as pessoas que se acham santas soubessem quão bom é pecar, errar e ter o privilégio de ter um coração e mente libertos de dogmas e da opinião de outros hipócritas, trocariam o silêncio por gargalhadas, a reza pelo sorriso alegre e a introspecção demasiada por amigos filosofando em mesa de bar. Nada melhor do que ser grato à vida, vivenciado a felicidade, o animo e o amor.
As pessoas vão à igreja rezar e saem dela se escondendo em máscaras, saem de dentro dela imersas em medo, em receios, postergando a própria alegria e o gozo da própria liberdade psíquica para uma vida que não sabem se terão, para o post mortem do qual ninguém voltou. Como crer num criador do universo e trocar a alegria por cara amarrada e coração cheio de medo, desconfiança e receio? Ser feliz, para mim, é a melhor forma de agradecer a tal ser superior pela dádiva da vida. Nada além.
Mal sabem tais pessoais, portanto que a mais valorosa oração que podem fazer é serem felizes, é gargalhar, é ser livre, serem espontâneas, ser quem são sem medo e sem vergonha, respeitando, obviamente o direito de ser do outro.
Não compreendo como pessoas conseguem crer no invisível e castrarem-se da felicidade que está ao seu lado, mas que requer delas, coragem de assumirem-se e é isso que lhes falta. Ser você mesmo, meu caro, não é para qualquer um, mas, com certeza, é mérito de gente feliz e bem resolvida.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 12 de novembro de 2014.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Entre o ser e “parecer ser”.

Entre o ser e “parecer ser”.

Remete a Júlio César o provérbio que diz: "À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta". O auge da hipocrisia, não? Mas é uma realidade e, de acordo com o julgamento da maioria, ele se “efetiva”. Logo, não basta você ter bons anseios, ser pessoa decente, cheia de boas expectativas, na língua do povo, você será o que aparentar ser.
Convém frisar que um erro vale mais do que mil acertos aos olhos de um mundo que faz mais referencia ao erro do que ao acerto, exemplo disso é a atitude dos pais que pouco elogiam o filho diante de seus méritos e “escandalizam” diante de equívocos.
Nada contra parecer “desonesto”, mas não haja de forma incoerente com o que você deseja, não traia seus anseios, sua moral, seus conceitos, porque as pessoas veem e julgam suas atitudes, não seus pensamentos. Seja coerente, portanto.
Exemplo de ausência de consonância entre o desejo e a atitude é mulher carente, que procura companhia a todo custo e acaba transando com desconhecido dentro do carro entre o nada e o lugar nenhum.
Se você quer algo sério, haja de forma coerente ou, então, conscientize-se que disso poderá nascer uma relação legal e apaixonada ou, na maioria das vezes, uma relação fugaz, uma aventura caliente, no máximo.
Se eu tenho algo contra quem sai “distribuindo” por aí?! Na verdade não, desde que não seja uma pessoa tosca o suficiente para fazer isso e esperar encontrar um marido em noites regadas a álcool e sexo casual. Se eu sou machista? Talvez, mas o mundo inteiro tem um pouco desses conceitos dentro de si.
Homens são homens, mulheres são mulheres, nós só somos iguais só na Constituição Federal, a realidade é que somos distintos desde os hormônios até a forma com que somos criados e educados. E ponto, não espere algo diferente quando age como um homem.
Admiro mulheres liberais, desde que elas tenham expectativas e postura de homens no quesito “não esperar ligação no dia seguinte”, no quesito não se “apegar”, do contrario, além de tolas, elas demonstram certa insanidade vil, porque não se espera demais quando o objetivo é despir as roupas e não a alma. Coerência é fundamental para se ter paz e felicidade, descubra o que você quer de alguém e quem você é, então assuma o risco pelos efeitos de seus atos, incluindo o julgamento da nossa “bela” sociedade hipócrita. Só lamento.    

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 10 de novembro de 2014.


Intolerância ao comodismo.

Intolerância ao comodismo.

Tem quem ache que o número de divórcios aumentou, tem quem atribua isso a ausência de “Deus” nas famílias e a uma série de argumentos esquizoides e tacanhos. Como advogada e como mulher balzaquiana que já viu muitas coisas em três décadas de vida eu digo que o número de separações seria muito, muito maior se o comodismo não fosse a “super bonder” dos relacionamentos.
Outrora, o casal se acomodava, a mulher em virtude da dependência econômica do marido e ele em virtude do “ter alguém esperando em casa para fazer sexo seguro”, hoje em dia a mulher se libertou financeira e emocionalmente da figura masculina, na maioria das vezes.
Todavia, num mundo de mulheres assustadoramente independentes, altivas e sexualmente liberadas, os homens casados quedam-se numa relação cômoda, morna e previsível, porque têm medo de enfrentar o mundo, o novo e trocar o “certo pelo duvidoso”. Aliás, essa frase define em muito os acomodados.
Meu ex-marido certa vez me disse que ninguém é perfeito, que já nos conhecíamos muito bem e que não valeria a pena eu romper com ele se eu conheceria pessoas igualmente imperfeitas e teria todo o trabalho de recomeçar uma relação. Tal argumento me pareceu de um desespero e tolice inéditos aos meus ouvidos em tal época.
Primeiramente, porque sou o tipo de pessoa que não tem medo de mudar, de assumir os resultados das suas ações, algo que devo ter herdado do meu pai que, bem ou mal, sempre foi demasiado livre. Eu acredito no amor e na felicidade, não acredito em insistência, em tentativas, em “costume”.
Não conseguiria manter uma relação por estar acostumada com o outro e sou da opinião de que quando chegou o momento de “lutar para dar certo” o boi já se foi com as cordas há muito tempo.
Casamento se realiza, se constrói e se vivencia todos os dias, mas há de ser leve, há de ser doce, quando precisa de tentativas e “batalha” para a sua realização ou manutenção significa que a relação já morreu, mas teima em não ser velada. E enterrada.
Se você quer ser feliz no amor, minha amiga, vai ter que aprender a diferenciar amor e admiração de comodismo, de medo de ficar só, de medo do novo, dos novos, dos outros, porque, na realidade, imperfeitos todos somos, mas sempre haverá alguém cujas imperfeiçoes se afinam melhor com as suas, até mesmo porque, depois de certo tempo, além de desprezar o comodismo, a gente se torna mais seletivo, a gente escolhe com mais rigor, com mais ponderações e, obviamente, maturidade. Comodismo: liberte-se! Amor, viva-o, enquanto ele durar. Nem mais, nem menos.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 10 de novembro de 2014.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Tolerância zerada.

Tolerância zerada.

E dentro desta fase feliz eu não suporto gente que não é leve, gente que não se coloca no lugar do outro, gente que acha que pode falar o que quer, mas não ouvir o que deve.
Estou, definitivamente, sem paciência para gente mal amada, para gente que se acha a dona da verdade, que julga aos outros e não analisa a si mesmo. Não suporto gente que faz peso, gente que importuna, gente que tenta jogar sobre mim um fardo que não me pertence, que não quero e nem devo carregar.
Complexos, problemas e até alguns recalques, cada um tem os seus e devem superá-los num divã de psicanalista, lendo livros de autoajuda e ficando em silencio, jogar os seus traumas, experiências e complexos sobre os outros, mais do que ignorância, é crueldade e eu não tenho paciência para isso.
Ou agrega ou se cala, porque, do contrario, fala-se o que quer, ouve-se o que não quer. Vige na minha vida a regra: em não tendo nada de bom para me dizer, se cale, mas não me importune com opiniões inverossímeis e problemáticas, não se você não paga as minhas contas, se me bancar, ah, daí, quem sabe a minha tolerância suba de zero para “1”. E isso é muita coisa!
Sou muito leve para tolerar afirmativas de gente de alma dura, de gente triste, de gente traumatizada, de gente recalcada. Gosto de riso frouxo, de esperança, de animo, de simpatia, de empatia. Não suporto quem se fecha para o mundo e perde a fé na humanidade e nas relações humanas.
Não tenho paciência para aguentar ingerências alheias na minha vida, sugestões não solicitadas, menosprezo a minha inteligência. Volto a dizer, não de quem não paga as minhas contas.
Por que eu repito isso? Porque enquanto houver dependência, haverá tolerância demasiada, haverá servilismo. Quando existe independência deve haver respeito. E eu dou a cada um o que ele merece, me desrespeitou, saiba que não ficarei mansa. Eu sou tolerante para algumas coisas, outras não merecem a minha tolerância.

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 06 de novembro de 2014.


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Habilidades.

Habilidades.

O que você quer ser quando “crescer”? Eu não sei qual é a sua resposta, mas conheço a que passei a aderir: seja qualquer coisa, mas, no que for, seja o melhor. Para isso, no entanto, você precisa conhecer-se bem e não apenas sonhar.
Para ser feliz, mais importante do que confiar em suas virtudes e habilidades é conhecer bem as suas limitações. Eu me inscrevi no vestibular da UPF/2000 para Medicina. Na verdade meu sonho era Psicologia, mas meu pai disse que não pagaria, logo, pensei em cursar Medicina e me especializar em Psiquiatria.
Pensei muito e, finalmente, decidi mudar a inscrição, no ultimo dia, diga-se de passagem, para Direito. Por que eu fiz isso? Porque eu sei que não tenho habilidade alguma para fazer Medicina.
Nunca me dei bem com química, física, matemática, biologia. Como, pois, pensar em chegar ao fim sem encarar as agruras existentes no meio? Não pode, isso seria um devaneio. É preciso ser vocacionado para ser bom, é preciso entender de alguma coisa para, nela, ser bom e, quiçá o melhor.
Se você não gosta de ler, escrever e estudar o resto da vida, não poderá fazer um curso que requeira isso. Faça o que for, não estude, faça um curso técnico, entre num outro curso superior, mas seja bom, seja excelente e largue a ilusão de que apenas com faculdade você irá aferir maiores rendimentos, porque, se você for medíocre, até trabalhar de gari dará mais lucro.
Pense em ser excelente, antes de desejar ter um “anel de doutor”. Descubra quais são suas áreas fortes, desvele suas aptidões, se esforce e, não melhorando, abandone, mude o rumo da sua vida. Desistir não é feio, feio é insistir em algo que não serve, feio é colocar uma roupa três números menor que você, porque está na “moda” e é chique.
Fazer o que se ama é magnifico, mas fazer bem o que se ama, requer conhecimento, tendência e aptidão, não é simplesmente sentar num banco acadêmico com a esperança de sair dali com “status” melhor, quando não se sabe nem o que faz.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 05 de novembro de 2014.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Rejubila-me!

Rejubila-me!

Não tenho medo do inferno, não me alegra o céu. Eu tenho medo de viver covardemente, tenho medo de não fazer o melhor que posso e de chegar ao fim da vida sem ter me tornado alguém melhor, sem ter aprendido tudo que eu quero e, sei, preciso.
Não confio em purgação de pecados fora da terra, na verdade nem acredito em pecados, acredito em “eco”: o mal feito ecoa e volta a quem o fez, o amor dado, da mesma forma. Portanto, o inferno é uma vida sem graça, sem coragem, sem riso, sem amor, sem trabalho e, principalmente, cheia de arrependimentos e culpa. A culpa, assim como os maus sentimentos, são demônios aterrorizadores.
Não me rejubila a possibilidade de um céu. Rejubila-me poder dar o meu melhor a cada dia, me rejubila tornar-me uma pessoa mais justa e madura, me rejubila sorrir a quem precisa de sorriso, me rejubila amar a quem me ama.
Rejubila-me saber que amo o que tenho, em que pese eu saiba que existem outras coisas amáveis no mundo que ainda não possuo, me rejubila, por fim, a ousadia, a coragem de amar e ser amado, me rejubila o riso frouxo, a mesa farta, os amigos reunidos, a cama quente, o amor ardente.
O resto, ah, meu amigo, o resto eu desconheço e, portanto, não confio. Confio no hoje, confio na vida, o resto eu ainda não descobri, mas também não temo, também não espero.
O que eu quero é um céu em vida, o que eu quero é construir o meu paraíso e não viver num paraíso após o mistério da morte ocorrer. Eu quero ter mais gratidão, quero amar mais, quero ser mais correta, mais equilibrada, quero a perfeição de uma vida boa.
Não me desespero, não temo ao inferno ou ao mal que não vejo, temo o ser humano injusto, temo o ser humano que crê num Deus que tudo perdoa e consegue dormir em paz mesmo tendo errado o dia inteiro. Eu temo o egoísmo de alguns, temo a malicia de outros, temo a língua felina de tantos. Céu e inferno, para mim, fazem moradia nas pessoas, elas escolhem o que querem viver.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 04 de novembro de 2014.

Permuta amorosa.

Permuta amorosa.

Se você quer ser feliz na vida, se você quer ser feliz no amor você terá que se amar e saber, exatamente, onde você deve se manter e de onde deve e precisa se retirar. Precisa saber de quem, mesmo o corpo desejando, o coração não deve criar demasiado apego.
Faz-se necessário saber a hora de chegar e a hora de partir da vida de alguém, não apenas por ela, mas, principalmente, por você mesmo. É preciso saber quando o amor surgirá, quando ele existe e quando não tem jeito: não vai acontecer.
Se você conhece alguém, conversa longo tempo, faz sexo com essa pessoa e percebe ausência de reciprocidade de afeto, carece dela se afastar. Não se insiste no que não flui, não se tira leite de vaca morta.
Quem não consegue perceber quando deve se evadir, quem não tem senso de autoproteção afetiva, sofre em demasia e, o que é pior, sofre sem necessidade alguma. É um direito seu criar apego, gostar de alguém, se atrair por tal pessoa, se apaixonar por ela, mas é masoquismo insistir quando essa pessoa não lhe é reciproca, existe aí algo de patológico, de doentio.
Chore, encha a cara, procure um psicólogo, procure um exorcista se necessário for (sim, paixão não correspondida é quase um demônio que lhe corrói aos poucos!), mas não insista, não procure, não ligue, não corra atrás de quem poderia vir voando até você.
Isso não é orgulho, é amor próprio, é auto respeito, mais, é indicio de inteligência, de dignidade. Não a perca por conta de quem não merece sequer despir seu corpo. Escolha quem despe o coração para você e fuja de todo o resto.
Recolha seus restos, junte os pedaços caídos do seu coração e vá cuidar de si mesmo, cedo ou tarde quem vale a pena chega, mas não chegara enquanto você amargar uma frustração pela pessoa errada.
Ame-se, ou ninguém irá ama-lo, ame-se ou amor algum irá lhe saciar a carência. Ame-se e tenha o coração invadido por alguém! Alguém em cujo coração você fez morada. Amar é permutar sentimentos, não é doar algo a quem nada lhe dá.

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 04 de novembro de 2014