Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Sapatos e homens

Sapatos e homens 

 Nunca superestime um homem antes de conhecê-lo bem, ou melhor, nunca estime um homem sem que ele não lhe dê razões para tanto. Acredite: nove em dez vezes seus sapatos valem mais do que um homem. 
Se for para ser sexo fugaz, se for para ser sexo de mais ou menos à ruim, falta de romantismo, falta de atenção e de carinho, meu bem, compre sapatos! Faz bem pra pele, faz bem pro espirito, faz bem pra alma, para o ânimo, abre um sorriso em seu rosto e lhe alegra toda vez que você olhar para aquelas belezuras em seus pezinhos! 
Chocolate? Vale, mas engorda, sapatos massageiam ao ego, lhe tornam mais charmosa e, dependendo do modelo, mais sexy, e não avantajam a sua bela cinturinha. Homens, só em caso de necessidade extrema, aguda e caótica. Ou, então, por que não, só em caso de milagre! Quem diz que é impossível um milagre ocorrer? Quem acredita sempre alcança, minha querida! Um dia é da caça, o outro do caçador. 
 De resto, faça um closet e vá acumulando sapatos lindos, ao invés de romances mal sucedidos. Aprenda a pular fora de uma relação sem futuro assim que você perceber que ela não tem amanha. É o hoje, o agora e o nunca mais. Fuja, coloque seu salto alto e fuja com a elegância que conseguir ter neste momento! Você é uma lady, não tema, corra! 
Corra para longe de pessoas complicadas, corra para longe de pessoas estranhas, mal acostumadas, incultas, sem graça, sem brilho, corra de quem só sabe beijar e não consegue, sequer, dialogar direito, porque não se aprofunda em assunto algum. A “meia pata” de alguns sapatos é maior do que o intelecto de muitos exemplares do sexo masculino hoje em dia. 
Sapatos são para sempre ou “quase” para sempre. Eu tenho um sapatinho de quando eu tinha dois anos. Isso faz muito, muito tempo. Pra mim este tempo é mais longo do que qualquer relacionamento costuma durar com paz, harmonia e felicidade. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 30 de setembro de 2013.

Para criar inimigos

Para criar inimigos 

”Para criar inimigos não é necessário declarar guerra, basta dizer o que pensa.” Frase do grande Martin Luther King. Infelizmente, eu sei disso! 
E como sei! É o ônus que pago por ser transparente, autentica e sincera e, além de tudo, escrever, amar escrever, pouco me importando se o faço bem ou mal, me importa fazê-lo, pois isso me faz feliz! 
Então, ocorre que o meu pensar contraria o de muitos e elas não conseguem entender que eles não passam do meu próprio pensar e que, pensamentos, cada um pode ter e manifestar os seus. 
Elas não compreendem que em lugar algum deste mundo está escrito que devemos ser iguais na forma de pensar para podermos sentir compaixão, amar, admirar ou gostar de alguém. 
 Por outro lado, como imiscuir quem nos cerca de manifestar seus pensamentos? Isso seria lhes podar as asas, algo que não queremos que façam conosco. 
Resta-nos, então aprender a viver entre aves de espécies, criação e hábitos diversos coexistindo no mesmo ambiente que nós, mas todas com capacidade de voar. Isso só homens de alma grandiosa e sábios são capazes de conseguir. E é com esses homens que devemos conviver. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 30 de setembro de 2013.

Segunda

Segunda 

 Sabe por que as coisas nunca mudam, nunca saem do lugar, nunca evoluem? Por que, para você hoje é só “hoje”, mas não é. É “o hoje”, é a nova oportunidade de ser, agir e fazer tudo diferente, de se dedicar com mais afinco. 
De se alimentar para nutrir corpo e mente, para utilizar a mente, seus pensamentos e sua força física, psíquica e mental a seu favor. Tudo isso depende de você e o hoje existe para lhe dar esta chance, ou você agarra ou segue a sua rotina, fazendo mal e parcamente duas coisinhas e lamentando um cansaço homérico. 
 Homérico demais para a sua idade e energia que deveria ter! Vamos à luta meu povo, é segunda-feira e, eu posso garantir, quem vence na vida não são os que passam o dia reclamando desde o inicio da semana, mas batalhando para fazê-lo produtivo, agradável, feliz e, porque não dizer, lucrativo! 
 A vida não é dos espertos, a vida é dos ativos, dos que batalham, dos que se esforçam, dos que se empolgam, não dos que reclamam, dos que ruminam seu mau humor crônico, dos que empurram a vida com sua barriga. O mundo é como uma piscina: se diverte mais quem sabe saltar de forma mais aventureira e segura! 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 30 de setembro de 2013.

Bloquear e excluir?

Bloquear e excluir? 

 Nada como sabermos usar a tecla deletar, excluir e bloquear, nas redes sociais, com calma e sapiência na vida da gente! Nunca exclua, tampouco bloqueie alguém com quem um dia você irá "socializar", isso é assinar um atestado de falta de classe, elegância e jogo de cintura. 
 Enfim, a história fica feia para você e se acaso tinha alguma razão, colocou a miserável a perder no agir sem pensar no amanhã, tempo em que tudo muda e tudo pode lhe surpreender. 
Tempo em que, para quem hoje você virá a cara, amanha irá lhe estender a mão, tempo em que, quem está ao seu lado gargalhando, não passa disso: “cúmplices de risos”, não amigos leais para todas as horas. 
Então a vida passa, as máscaras caem e as pessoas se revelam e, de repente, você vai ver que antipatizava em vão com outra pessoa, que ela, apenas e tão somente, pensava diferente de você, mas não era inferior a você. 
Bloquear e excluir das redes sociais? Tudo bem, nada contra, mas que seja com quem você não tem que olhar na cara todos os dias, com quem você não cruza quase diariamente, do contrário é estupidez e até bullying, sinal maior da ignorância humana. 
Enfim, sabedoria, até nisso és necessária, mas, solitária, você falha! Ninguém vence sempre, não neste mundo estranho com gente esquisita que se acha vítima até do sorriso alheio!
Não somos uma ilha e viver em meio a pensamentos que contrariam os nossos é o primeiro passo que damos rumo à maturidade, quer eles nos firam, quer não. Todos têm o direito de manifestar suas opiniões, mas não precisam ser excluídos de nossas vidas virtuais ou reais. Na verdade, se forem, que seja da real antes da virtual, pois o contrário é tragicômico e abjeto demais.
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 30 de setembro de 2013.

Meu sossego

Meu sossego

Então você me pergunta se eu dou bola, se eu me importo, se eu me interesso pelo que pensam e falam de mim, então, destemida e catedraticamente eu lhe digo: não, não mais. 
Eu me importo com quem paga o meu salário pensa da minha competência, apenas isso, assim como me importaria com a opinião de meus pais sobre mim se eles me sustentassem ainda. 
 No entanto sou independente, sou livre, logo, não são opiniões de quinta categoria, não raras vezes, emanadas por pessoas mal amadas e que pouco conhecem a vida e o mundo que irão me atingir, me fazer ruborescer ou, no mínimo, me irritar. 
 Hoje em dia sou seletiva até para perder o sossego: não é qualquer coisa, nem qualquer um que abala a minha estrutura interior, que me magoa, que me fere, que tira a minha paz, a minha tranquilidade e tudo aquilo que, a duras penas, consegui conquistar.  Portanto, trago comigo a certeza de que o maior erro que um ser humano pode cometer a meu respeito, não é me maltratar, me invejar, me criticar, me ofender, me malbaratar, me ignorar, é, isto sim, me subestimar. Este sim é um erro imensurável que o homem de parca inteligência pode cometer a meu respeito. Só lamento, pois por ele. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 29 de setembro de 2013.

sábado, 28 de setembro de 2013

Sapos ou homens?

Sapos ou homens? 

 Resolvi fugir de tudo que não me faz plenamente bem, de tudo que é “mais ou menos”, de tudo que é razoável e não me faz sorrir abertamente, não me faz gargalhar sem pudores. 
Não quero saber de meias conversas, de complicações, de “se for do meu jeito eu posso, se for do seu eu não quero”, não me atrai essa historinha de eu “te quero, quando eu quero”. 
Ou quer sempre, ou não quer. Ou quer pra todas as horas, ou não quer. Não procuro alguém que tenha horário marcado, que queira amar com agenda em punho. Quero alguém que queira amar sem medidas, sem limites e, obviamente, sem agendas! 
Quero alguém que, de agendas e eu, só se preocupe em encaixar-me em todas as suas horas vagas, finais de semana, noites, lanches, enfim, alguém que priorize um relacionamento depois, é claro, de seu trabalho. 
O resto é desculpa de quem não sabe ou não quer amar, desculpa de quem acha que sabe tudo da vida e não tem, sequer, humildade para reconhecer que lhe falta romantismo para amar, para se entregar e sair da mesmice da sua rotina. 
Enfim, fujo de gente afetivamente mal resolvida e nesta “brincadeira” foram-se vários números afastados para a tal da “lista negra” do celular, excluídos do programa “tal” e, enfim, deletados. 
Não tenho mais e nem quero ter paciência com gente tola que não tem capacidade para conquistar uma mulher de verdade, para algo além de beijos e, quiçá, sexo ruim. Não adianta, quem nasceu para ser sapo, nunca vai virar príncipe ou, apenas, um homem com qualidades medianas. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 28 de setembro de 2013.

Dignamente

Dignamente 

“Sempre ao seu lado”: a verdade é que nem os animais conseguem ser felizes e, portanto, viverem, sem a esperança de um dia estarem, novamente, ao lado de quem amam. 
Se é triste? De que importa? É, apenas, a verdade. A dura e nada singela verdade. Da mesma forma a retratada em “Marley e eu” onde um cão consegue compreender o universo humano com mais propriedade do que qualquer ser humano. 
Eis um exemplo de uma conversa humana, aqui em Sorriso: “Sou cronista”, o outro diz, “traduza-me”, eu, pensando que o outro não entende o que significa ser cronista pergunto se ele tem o terceiro grau, então o outro me responde com todas as grosserias as quais se acha no direito de ter. 
Prova em tão, que ter estudo ou não ter, não faz de um ser humano mais ou menos cavalo do que deveria ser. Se a pessoa pede para eu traduzir o que significa ser cronista, obviamente presumo que ele não sabe o que isso significa, deveria, apenas, ter me perguntado de que ramo eu escrevia, apenas e tão somente isto. 
No entanto não, seu orgulho, arrogância e prepotência falaram mais alto, agora, me pergunto: eu preciso deste tipo mesquinho e abjeto de companhia para ser feliz? Obviamente não. 
Os meus gatos são melhores do que este tipo de gente, os cães que andam na minha rua pedindo esmolas são melhores do que esta gente, logo, com quem presta, eu faço, dignamente, a minha parte.
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 28 de setembro de 2013.

Valorize

Valorize 

Valorize o que é bom, fale sobre o que é bom, enalteça o que é bom, elogie o que é bom, faça apologia ao que é bom, decente, competente e dedicado. A vida é muito cheia de coisas “razoáveis” para você calar os elogios que deve dar a quem e ao que merece. 
Sim, eu disse “deve dar”. Não se preocupe se a outra pessoa irá se enaltecer e deixar de se dedicar, deixar de ser boa. Pelo contrário, o elogio impulsiona, anima, empolga e faz o ótimo querer tornar-se excelente. 
Não tenha medo de elogiar, não tenha medo de dizer ao outro o melhor que ele tem, tenha, isto sim, medo de perder as oportunidades que a vida lhe dá de dizer a quem lhe cerca e a quem você ama, a falta que eles lhe fazem e quão importantes eles são em sua curta, porém não desimportante existência. 
Não menospreze o valor da intensidade dos seus sentimentos, não menospreze o valor do que você sente apenas porque não se referem há anos de experiência, de vivencia, de convívio. 
Valorize o que você vê, valorize, inclusive, o que você sente sem ver, tal qual o vento. Você apenas sente, não pode vê-lo, mas sabe que ele existe. Talvez esta seja a fórmula para uma vida mais plena. Não tenho certeza, aliás, quem tem muitas certezas não vive. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 29 de setembro de 2013.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Alguns dias

Alguns dias 

 Têm dias em que estar na nossa própria pele não passa de uma árdua tarefa. Têm dias em que a gente não tem vontade de ter paciência com ninguém, nem conosco mesmo. 
Têm dias que a gente não tem vontade de falar, de sair da cama, de agir, dias em que a televisão é a nossa melhor amiga. Ela e o silêncio. Não são dias costumeiros, são dias raros. Raríssimos! 
Mas são dias que todos podem ter. Não é preciso ser depressivo, psicótico, maníaco, bipolar ou ter alguma doença mental, basta ser humano, basta ser sensível, basta ser gente, basta sentir. 
Ninguém consegue ser animado, contente e feliz todos os dias da vida, simplesmente porque a vida não é sempre do jeito que gostaríamos que ela fosse. Seguidamente somos usurpados, as pessoas nos iludem, nos mentem, nos enganam e abusam da nossa confiança. 
Da mesma forma, não raras vezes, nós damos confiança a quem não merece nada, seguidamente nós nos equivocamos, nos enganamos e depois custamos a nos perdoar e, por isso, sofremos e temos a estranha vontade de sair de dentro de nosso próprio corpo e viver outra vida. 
Mas não adianta. A vida requer força, paciência, garra, persistência e, principalmente, perdão. Sim, perdão. Não apenas com quem nos cerca, mas conosco mesmos, se formos incapazes de nos perdoar, seremos incapazes de ser felizes. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 27 de setembro de 2013.

Entre o falar e o entender

Entre o falar e o entender 

 As pessoas se enganam com o que eu digo. Muitas das coisas que elas tomam como “indiretas” nada mais são do que minhas opiniões que, infelizmente, contrariam as suas e que, porventura, vieram à tona em algum diálogo. 
 Indiretas seriam se, pessoalmente, eu não deixasse claro que penso diferente do que elas, se eu não dissesse a elas que “a coisa” ao meu ver, é diferente do que elas pensam. 
 Não dou indireta em ninguém, o que dou são opiniões que podem ser interpretadas erroneamente como indiretas, o que é péssimo, para mim e para quem me cerca, infelizmente, mas não posso ser hipócrita. 
 As celeumas que já enfrentei surgem mais ou menos assim: conversei com uma pessoa sobre o assunto A, a opinião dela é a B, a minha é a C, misturando as duas me inspirei e formei a conjuntura E onde, é claro, a opinião C (a minha) predomina. 
Então eu escrevo uma crônica sobre isso em meu blog, posto algo a respeito no Facebook, a pessoa lê e se ofende ferrenhamente, crendo que estou dando indireta nela e em quem a cerca quando, na realidade, a opinião B ( a dela), serviu para suscitar a C e, com isso, fomentar a construção do texto E. 
Não se trata de indiretas, mas de inspiração, de uma forma de promulgar minha forma de pensar, sem ter a deliberada intenção de menosprezar o pensamento alheio, embora eu entenda que isso possa ser uma consequência involuntária do enaltecimento de uma opinião contrária, qual seja, da minha. 
Todavia, não faço nada por mal. Faço porque sou demasiado criativa, faço porque tudo me inspira, porque a contrariedade me inspira, as diferenças me inspiram, a solidão me inspira. De forma que só me resta terminar esta crônica com a frase de Oscar Wilde: "Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo." 
Todavia, Sr. Wilde, como silenciar quando a nossa mente nos impulsiona a falar, a escrever, quando a criatividade não nos deixa calar? Resta-nos, simplesmente nos responsabilizarmos pelo que falamos, pensamos, escrevemos e não pelo que os outros entendem, pois isto esta além das nossas boas ou neutras intenções. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 27 de setembro de 2013.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Sem cartilhas

Sem cartilhas 

Não eu não acredito em cartilhas femininas no estilo: “transe no terceiro encontro”, “beije no segundo”, “faça sexo oral no décimo”, etc. Sou espontânea e faço o que quero e quando quero. 
Todavia, sou decente, sei do meu passado, dos meus princípios, da minha moral, dos meus valores. Perfeita? Não sou, longe disso, mas sou leal, franca, elegante e respeitável. 
Não aceito, portanto, viver neste mundo em que ninguém quer se comprometer com ninguém, em que todo mundo faz sexo, mas as pessoas estão se tornando incapazes de sentir algo além de tesão umas pelas outras. 
Foi-se embora a capacidade de admirar, de querer conhecer a pessoa por trás do corpo, a alma, a essência, foi-se embora a vontade de desvendar o outro, suas predileções, seus sonhos, seus planos. 
Faz-se de conta que se deseja tudo isso, apenas e tão somente, para convencer a outra pessoa a entregar-se sexualmente, depois é cada um por si, sem ilusões, pelo contrário: desiludidos, ao menos um, é claro. 
Aquele que usa o outro sai altivo, pronto para o próximo bote, o outro, iludido, sai abatido, tristonho, frustrado, decepcionado com a vida e com as pessoas. Sai, no mínimo, deprimido. 
Onde foi parar a vontade das pessoas em se comprometerem? A vontade de amar e ser amado? De ser cuidado e de cuidar? Onde foi parar a vontade de ter um compromisso com quem lhe valoriza acima de tudo? Será que essa vida fugaz é tão interessante assim? Não sei e, sinceramente, não faço questão de saber. Não nasci para isso. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 26 de setembro de 2013.

Afrodisíaco

Afrodisíaco 

 Se a vida fosse igual a comercial de salgadinho em versão “leve” a vida amorosa das mulheres seria fácil: quanto lhes convém o sapo vira homem, caso contrário, fica ali, um belo sapinho higiênico e bonitinho. Calado e simpático. 
No entanto a vida não é assim e difícil mesmo é separar os sapos dos homens, porque, convenhamos, o que mais existe hoje em dia é sapo sujo disfarçado de homem limpo. 
São projetos mal feitos da raça masculina, inseguros, mentirosos, infiéis, sem conversa, inteligência transformada em músculo ou em barriga de cerveja, bom humor transformado em alcoolismo. Uma coisa ridícula, que, realmente, nos dá vontade de adotar um bicho de estimação e morrer só. 
Tomar sertralina, comer chocolate, beber água o dia inteiro, trabalhar bastante, tomar uns pileques de vez em quando e viver só. Essa tal tarefa de achar a cara metade é demasiado cansativa, muito árdua, eu, sinceramente, estou exausta! 
Tudo cansa, correr demais cansa, caminhar demais cansa, erguer peso demais cansa e, pasme, até dormir demais cansa. Mais ainda esperar encontrar um grande amor, alguém que você possa admirar por ser altivo, trabalhador, batalhador e independente! 
Isso é muito raro, principalmente conjugar essas virtudes com cavalheirismo, sinceridade, transparência, espontaneidade, inteligência e simpatia. Beleza? É o de menos, o tempo leva, mas a capacidade de bater um bom papo jamais e isso, minha amiga, é um afrodisíaco de primeira, não se encontra em pessoas de terceira! 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 26 de setembro de 2013.

Lobo em pele de cordeiro

Lobo em pele de cordeiro 

Não use como mote de conquista o prometer, o falar demais, seja pelo álcool ingerido, seja pela empolgação ou fazendo jus a sua falsidade mesmo. Cedo ou tarde você se mostrará incapaz de cumprir o que, desnecessariamente, prometeu e irá magoar um coração dentro do qual você pode estar. 
Não adianta, quando se trata de relacionamentos humanos, do sexo ao amor, transparência e sinceridade são essenciais e demonstram o caráter dos seres envolvidos na relação. 
Portanto, não diga que você vai ligar quando sabe que não vai, não diga que sexta-feira vocês irão comer sushi quando seu plano é comer churrasco de picanha quase crua e tomar várias cervejas com os seus “amiguinhos”. 
Observe: praticamente ninguém "pede" para ser iludido. As pessoas, ou melhor, as mulheres, hoje em dia, fazem o que querem e quando querem, basta um toque de romantismo e, para isso, meu caro, não é preciso nem que você fale, menos ainda minta! 
Enfim, a mentira é totalmente desnecessária, além de abjeta. Ela pode atrair, encantar por alguns instantes, mas, logo, as máscaras caem e você descobre que estava passando a mão num lobo travestido de cordeiro. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 26 de setembro de 2013.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Conselhos

Conselhos 

Eu sou o tipo de pessoa que não gosta de receber conselhos, nem palavras de incentivo quando eu não peço. Sou uma pessoa extremamente só e me acostumei com isso, à bem da verdade sou feliz assim. 
Logo, quando me abro com alguém eu só quero falar, falar e falar, se eu quiser ouvir alguma ideia ou opinião eu simplesmente peço! Do contrário, não fale nada, pois não será bem vindo. 
Creio que uma em cada duas pessoas seja assim. Ninguém gosta de ouvir alguém intervindo com conselhos ou palavras de apoio hipócrita quando não pedimos e, talvez, nem precisamos. 
Entenda, às vezes a gente só precisa desabafar, reclamar, falar e ser ouvida! Às vezes a gente não quer ninguém se intrometendo na vida da gente e no que queremos fazer, se quiséssemos pagaríamos alguém para isso. 
E não falo de psiquiatra, porque até num consultório médico nós falamos mais do que ouvimos. E pagamos para isso! Enfim, se conselhos fossem bons eles seriam vendidos. Mas eles podem ser excelentes, desde que solicitados, é claro. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 25 de setembro de 2013.

Ode ao elogio II

Ode ao elogio II 

 O elogio enaltece, anima e empolga. A crítica, por sua vez, ainda que construtiva, desanima um pouco. No entanto, somos acostumados assim: para cada dez acertos, um elogio, para cada cinco erros, cinco “chamadas de atenção”. 
Isso incentiva nosso potencial? Não, com certeza. Isso ensina? Talvez, mas também frustra. Nosso potencial seria mais bem explorado se nossos bons feitos fossem reconhecidos, assim teríamos maior animo para zelarmos mais nas próximas tarefas, por exemplo. 
Tal situação ocorre desde que somos crianças, dentro de casa, até a escola, depois segue em nossos relacionamentos afetivos, trabalho, enfim, é algo impregnado em nosso jeito de ser e de viver, infelizmente. 
Passamos dias e dias em paz com nosso namorado ou marido, tudo esta indo ao encontro dos nossos desejos, todavia, diante da mínima contrariedade, reagimos mal, reclamamos, choramos e ficamos azedos como se tudo o que foi bom não tivesse valor, como se o que tivesse mais importância fosse a intempérie. 
Precisamos, portanto, para o bem de nosso futuro, de nossos relacionamentos, de nossos filhos, de nossos empreendimentos, valorizarmos mais e demonstrarmos que valorizamos o que é bom e bem feito. 
É necessário que elogiemos, pois assim estaremos incentivando o nosso filho, o nosso marido, o nosso namorado ou o nosso funcionário a continuar agindo da forma com que vem agindo, ou seja, da forma que nos agrada e que é saudável. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 25 de setembro de 2013.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Bloqueando!

Bloqueando! 

Obrigo-me a bloquear algumas pessoas com as quais convivi, do Facebook, porque ver a sua vida, com outro alguém, poucos meses depois de ouvi-las fazer juras de amor eterno, para outra pessoa, é demasiado abjeto, é nojento. 
Eu sei que a vida muda, que um novo amor pode curar a dor do primeiro. Ou melhor, será que eu sei? Eu sei que quando a gente ama de verdade alguém, lá no fundo a gente nunca esquece. Tem sempre uma lembrança a nos atordoar. 
Mas daí tem fotos, têm juras de amor, promessas de casório, tudo absolutamente igual ao que foi com você há pouco tempo. Logo você pensa: esta pessoa nunca foi autêntica, era só um desesperado a procura de uma companhia permanente e, de preferencia, que desapontasse a sua mãe. 
Enfim, uma pessoa problemática que não se encontra entre o desejo de ser amado pela mãe e o de contraria-la para chamar a sua atenção, uma criança num corpo de adulto, clamando por atenção, com desejos infantis. Notória e gritantemente infantis. 
Um filho que busca uma mãe, mas uma mãe que possa ser o que a sua não foi: submissa, obediente, mas que o amamente de carinho, de prazer, de afeto e de concordâncias com a sua forma de pensar, ser, viver e agir. Ele necessita de aprovação. 
Não quer, em hipótese alguma, uma mulher “perua”, enfeitada, elegante, que se pareça com a mãe ou com as mulheres da sua família, no fundo prefere o tipinho mais desleixado, porque este contraria as expectativas da sua família e vai ao encontro das suas. 
Afinal, neste tipo de mulher ele pode mandar e passar a lhe vestir do jeito que bem entender, pois, por insegurança e talvez pelo dinheiro que ela acha que ele tem, ela aceita as suas chatices. É uma coitada e ele, um pobre diabo! 
Recuso-me a acompanhar essa história de amor medonha e abjeta. Recuso-me a ver reprise do que já vivi, sem glamour, sem graça, onde, das fotos depreendo a falta de luz, de brilho, de espontaneidade e de autenticidade que ocorre entre os dois. Portanto, bendita a possibilidade de “bloqueio” no facebook! 
Da mesma forma, para aqueles amigos ou colegas psicóticos que pensam que as opiniões que você manifesta e contraria as deles são indiretas, são ofensas, olvidando do fato de que podem ter lhe ofendido antes e ter lhe inspirado a desabafar, apenas isso. Enfim, pessoas psiquicamente doentes e que não sabem fazer mea culpa deveriam ficar longe das redes sociais! 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 24 de setembro de 2013.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Intuição

Intuição 

E as únicas vezes em que me arrependi de algo foi por não ter ouvido a mim mesma. Foi por ter ignorado uma voz dentro de mim que dizia “fuja”, quando eu queria ficar. E, por teimosia, eu ficava. E sofria. 
Sofria quando ouvia o outro me dizendo “fique” quando eu queria fugir, então eu ficava e me sentia infeliz. Ficava e os dias que se passavam eram uma sequencia insipida de dias incolores. 
Eu sou o tipo de pessoa que tenho que fazer o que quero para me sentir feliz. Não consigo sentir-me contente e bem fazendo algo, apenas e tão somente para agradar alguém. Se eu fizer isso me sinto presa, aprisionada, como se minha mente estivesse sendo dominada por alguém e esta espécie de dominação eu jamais permitirei! 
Se eu fizer isso hoje, sei que, mais cedo ou mais tarde, chegará o dia em que eu não suportarei, em que me sentirei sufocada e, como num grito de libertação, eu irei jogar na cara do outro o que fiz por ele. 
Então eu irei pecar, porque se fiz, foi por vontade, logo, é injusto culpar ao outro, mesmo que a minha vontade tenha sido a de agradá-lo de alguma forma. Enfim, o fato é que existe a tal da intuição, independente de você acreditar nela. Ela existe e ela funciona, ela lhe afeta, ela afeta a sua vida! 
O fato é que a gente sempre tem as respostas, mas não nos conformamos quando elas não se coadunam com o que desejamos, então teimamos, seguimos o que os outros nos falam, ou o que queríamos e, por fim, erramos, sofremos e nos arrependemos. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 23 de setembro de 2013.

A Igreja e a Lei

A Igreja e a Lei 

Abstenho-me de dar minhas opiniões religiosas, mas não posso negar que acho que os religiosos, precipuamente os católicos, utilizam-se dos preceitos de sua Igreja, sorrateiramente, a favor de sua forma de viver em detrimento da do próximo. 
Sendo uma religião cristã, deveria pregar o Cristianismo, e com ele todos os seus ensinamentos, em especial o do amor ao próximo, todavia, isso não é mais forte do que a inveja, do que a ira, do que a vontade dos seres falsos de promoverem-se enquanto pisam na moral alheia por suas costas, por pura inveja. 
Enfim, há anos não se faz mais sexo apenas para reprodução da espécie, mulher alguma casa virgem, usa-se modos de contracepção desde a juventude, no entanto casa-se na Igreja de véu e grinalda. Mas, e o aborto? O aborto não pode, é proibido pela Igreja, é proibido por Deus. Pelo mesmo Deus que, segundo a mesma igreja, instituiu os princípios anteriormente referidos. 
Por que uma coisa pode e outra não pode? Porque “uma coisa eu faço outra coisa eu não faço”. Quem faz é a fulana, a sicrana, e fazem escondido, é raro saber quem é que faz e, quando descoberto, caem na boca do povo como se fossem assassinas profissionais. 
Desimportante a minha opinião sobre o aborto. Deixo, porém, claro uma: a lei precisa desvincular-se da religião, a lei precisa se afastar dos preceitos católicos e de seus ditames. Não é justo que condutas sejam criminalizadas com base no que diz a Bíblia ou qualquer outro “livro sagrado”. 
Então, porque não se criminaliza a compra de anticoncepcionais, de camisinhas e da pílula do dia seguinte? Se sexo só pode ocorrer com fins de reprodução da espécie, conduta diversa deveria ser crime, se houvesse lógica neste tema, certo? 
Mas não tem. Não tem, porque juntamente com os princípios ditados pela Igreja sempre esteve a burguesia e seus interesses escusos, a burguesia e seu poder, seu dinheiro bancando a imoralidade por baixo dos panos dourados do falso moralismo. 
Enfim, existem inúmeras antinomias neste assunto, resta-me dizer, no entanto, que a religião e a lei deveriam ser totalmente afastadas sob pena de criar-se um caos para pessoas de bem que nada devem a sociedade, apenas a si mesmos, por não terem visto uma luz no fim do túnel. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 23 de setembro de 2013.

Quem não deve.

Quem não deve. 

Quem não deve não teme? Não, quem não deve não se ofende, quem não deve não vê indireta onde só existe manifestação de opinião que contraria a sua. Quem não deve não se magoa em vão. 
Quem não deve não faz drama, não se faz de vitima, não se sente vitima do outro e de suas palavras, quem não deve é calmo, sereno e pensa mil vezes antes de se ofender, pensa, inclusive, se ele mesmo não deu causa, ainda que sem querer, a alguma ofensa na alma alheia. 
Quem não deve é racional, não passional, quem não deve pensa, não age por instinto, não age estupidamente. Quem não deve não menospreza o outro, não deteriora a sua imagem para enaltecer a sua, quem não deve, simplesmente, se cala e se afasta, e deixa a razão vir a tona ao encargo do tempo. 
Quem gosta de intrigas e faz questão de sentir-se ofendido por pouca coisa, de fazer drama, de fazer de conta que o outro é o monstro, o bicho papão da história e ele o pobre herói desprotegido, normalmente é aquele que deve.
Quem sente-se ofendido porque o outro manifestou uma ideia diversa da sua normalmente é porque sente-se culpado por não ser plenamente agradável vez que, por ser inseguro, quer ser sempre adequado e "querido". Enfim, é quem deve que faz a cena e quem não deve que paga o "pato"! 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 23 de setembro de 2013.

Por trás da defesa

Por trás da defesa 

Desconfie de quem diz que não repara, que não presta atenção na vida alheia, nos trajes alheios, desconfie de quem apregoa virtudes. Qualidades a gente afere observando, não ouvindo. 
Observe e analisa, seguidamente a pessoa com falar mais “santo” é a que mais erra, a que mais debocha, a que mais reclama, a que mais fala pelas costas, a que mais critica. 
Existe um mecanismo de defesa do ego chamado “negação”, enfim, às vezes as pessoas insistem em dizer que não possuem este ou aquele defeito, que são virtuosas e tal, apenas para negarem o que elas sabem que são. 
E por saberem elas também sabem que, se analisadas, serão desvendadas, logo, antes disso e por causa disso elas negam seus defeitos e apregoam virtudes que não possuem. 
Todavia, nada como um dia após o outro para você conhecer quem esta ao seu lado, para você desvendar o ser humano por trás das negações, das projeções, da sublimação, enfim, por trás de todo o “aparato” de defesa do ego que ela possui. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 23 de setembro de 2013.

Abismo

Abismo 

Preciso respirar outros ares, conhecer novas pessoas, sair da minha casa, embora ela seja o meu reino, eu preciso sair de onde habito, preciso sair de onde estou para ver que o mundo não se restringe ao que, com muito pesar, eu vejo, ouço e observo. 
Às vezes o convívio com pessoas demasiado diferentes de mim me cansa, às vezes ouvi-las me estressa, me causa uma estranheza sem tamanho, como se eu me sentisse um peixe fora d´água. Enfim, me sinto inadequada, ou, enfim, sinto que algo esta fora do lugar, fora da ordem, fora da harmonia que deveria existir. 
E, como culpar ao outro? Não sou assim, eu me analiso, aliás, sem reflexão e mea culpa a vida se torna medíocre. Tal como quem, de tal forma, vive. Logo, a estranha no ninho não pode ser ninguém, apenas eu mesma. 
Porém, como viver assim? Vivendo. É impossível ter tudo o que a gente deseja, do contrário eu não estaria a onde estou. Nunca tive uma mão estendida, um favor concedido, uma chance dada em lugar algum. Só conheci usurpação nesta vida. 
Então, me cabe ter paciência, muita paciência. Todavia, quando ela me falta, resta-me um estresse profundo, uma inominável ansiedade, um imenso mal estar. É como se o copo estivesse cheio, prestes a derramar a água que, aos poucos, foi acumulando. 
De toda forma, eu, realmente, preciso respirar outros ares. Não precisam ser novos, bastam que sejam outros, preciso de outro convívio, ou, apenas, matar a saudade daqueles que me cercavam, das moças finas e elegantes que me faziam companhia, me alegravam e eram por mim admiradas. 
Da mesma maneira, preciso matar a saudade dos cavalheiros, dos homens educados e respeitadores, dos homens galanteadores, mas transparentes, dos homens sinceros e românticos, mas atraentes e másculos. 
Enfim, preciso sair de onde estou por algum período antes que a insanidade me bata à porta. São muitas diferenças, é um abismo enorme de diferenças a puxar-me para baixo com muita frequência. Mas eu sou forte, não me entrego facilmente. Quem me conhece sabe: eu sofro, mas não me entrego, nem morro! 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 23 de setembro de 2013.

domingo, 22 de setembro de 2013

Lixo

Lixo 

Eu resolvi não dar mais atenção para o que quem não me interessa pensa de mim, do que falo, falo ou escrevo. Respeito e me interesso pela opinião de pessoas mais sábias, mais inteligentes e mais educadas do que eu. 
Aceito quem tenha o que me ensinar, não preciso resignar-me a ouvir qualquer coisa de qualquer um. Então eu me calo, ignoro, e está muito bem assim. Para que me incomodar com gente que nada significa em minha vida? 
Eu só me importo com quem é significante para mim. O resto é resto e lugar de resto é no lixo e lixo, na minha vida, fica bem longe dos meus olhos e do meu coração que é para não correr o risco de seu mau cheiro atrapalhar o meu olfato e, consequentemente, a tranquilidade da minha alma quieta, pensativa e sempre ativa. 
Se eu for ligar para o julgamento que qualquer pessoa que me cerca faz de meu jeito de ser, do que falo, digo, penso, da forma com que ando, com que me visto, do perfume que uso, do cabelo desgrenhado ou arrumado, da cara de ressaca ou de quem tomou ansiolítico, eu vou morrer estressada! 
Eu simplesmente desisti das pessoas em geral. Jesus Cristo que tudo fez não agradou a todos os homens, logo, é pretensão demais ser por todos querida, aliás, quem faz “por onde” ser bem quista por todo mundo, normalmente são pessoas falsas, pessoas que agradam na frente e fincam a faca pelas costas. 
Pessoas sinceras, transparentes e verdadeiras não se importam em não serem adoradas e estimadas, se importam, em serem leais, em serem elas mesmas e viverem em paz com a própria consciência sem precisar da aprovação de todo mundo para sentirem-se bem e contentes. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 22 de setembro de 2013.

Enganando enganadores

Enganando enganadores 

Sabe o que fazer com quem pensa que você é idiota ou burro? Seja esperto e aja como um! O verdadeiro imbecil da história, aquele que menospreza a inteligência alheia, cairá no seu engodo e comprovará que cada um dá o que possui. 
Enfim, o idiota presume a tolice alheia, mesmo que o outro esteja fingindo ser tolo, porque ele não observa detalhes, ele apenas projeta no outro o que ele, realmente, é! 
Então, não demonstre sua inteligência e sua abençoada intuição quando você vê que um imbecil pretende lhe iludir, mas você pode tirar alguma vantagem da situação. 
 Seja um bombom, uma taça de vinho, um beijo, uns minutos de romance e ilusão, uma noitada boa, um cinema, um botequim, como diz a música, ou algo assemelhado que, por mais bobo que pareça, torna-se necessário até ao mais esperto dos indivíduos. 
Enfim, use quem usa você e depois jogue fora, coloque no lixo reciclável, afinal, imbecis enganadores seguirão suas vidas vãs enganando quem lhes interessa como sempre fizeram e sempre irão fazer, pois. 
Entretanto, silencie, deixe-os achar que saíram ganhando, não é preciso mostrar que você deu um bote silencioso e indolor, apenas ignore-os e suma de suas vidas, pois, com certeza, o que essas pessoas esperam é tocar seu coração mesmo que elas nem possuam um. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 22 de setembro de 2013.

sábado, 21 de setembro de 2013

Falando errado

Falando errado 

"Nós comprou ali", frase dita por pessoa bem vestida, carrão, no salão de beleza num sábado a tarde, bolsa de grife caríssima, óculos também e visivelmente siliconada. Pessoa aparentemente endinheirada. Falando assim! 
 Vê-se de tudo por aqui, em alguns momentos penso que nunca vou me acostumar com isso. Não seria a cultura mais importante do que um par de seios? Vá fazer um curso de língua portuguesa, de oratória, completar o primeiro, o segundo ou o terceiro grau, enfim! 
 “Céus, isso não pode ser real!”, penso eu em minha vã ignorância. Já residi em várias cidades, convivi com pessoas sem instrução, mas nunca vi uma pessoa que investiu muito dinheiro em implantes de silicone, não saber falar direito. 
Uma pessoa com chave de camionete importada? Cultura, educação, classe, bom português, não faz ninguém melhor do que ninguém, mas silicone, cabelo cuidado, perna torneada, pele bronzeada faz? 
Bem, se alguém disser que sim ou que “para os homens faz” eu direi que se trata de pessoas acéfalas. Quem acha que sim e os homens que pensam de tal forma, que querem uma mulher que não possa abrir a boca. Para falar, é claro. 
Logo, dizer que estou errada e que sou “má”, porque acho um absurdo uma pessoa com condições financeiras negar-se a crescer culturalmente é uma faca de dois gumes e indicia duas coisas: a pessoa valoriza o que eu não valorizo, e, portanto, pensa como a “arrumadinha” semianalfabeta. 
Embora, já tenham me dito que as pessoas aqui do Mato Grosso falam errado e com o tempo eu vou falar também. Bem, talvez eu venha a falar, a me familiarizar com tudo isso e “morder a língua” vindo a falar palavrão como se fosse reclamar do clima, (com muita frequência, enfim), usando gírias demais e falando de forma errada e vulgar. 
Todavia, eu sou filha de caminhoneiro semianalfabeto. Meu pai sempre fez de tudo para que eu estudasse nos melhores colégios, tivesse livros excelentes, minha mãe, quando eu tinha sete anos, fazia-me dar livros de presente de aniversário aos coleguinhas. 
Enfim, não estou aqui para falar como meu pai e seus colegas falam, eu estou aqui para lhe dar orgulho, todavia, corrigi-lo, jamais. Eu o respeito e amo demais para fazê-lo, mas o meu pai, coitado, não tem dinheiro nem para arrumar os dentes, menos ainda para uma lipoaspiração ou algo assemelhado, porque se tivesse, com certeza, ele iria estudar! 
Afinal das contas, ausência de cultura, não é ausência de valores e princípios que é justamente o que falta a esta gente de mente leviana que dá demasiado valor as aparências e esquecem-se do que elas escondem. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 21 de setembro de 2013.

Saudade III

Saudade III 

 É meu povo, tem gente que sente fome, tem gente que sente inveja, tem gente que sente calor, tem gente que sente frio, tem gente que sente orgulho, eu sinto saudades! Sou um poço de sensibilidade e, também, um mar profundo e infinito de saudades. 
Sinto saudades de coisas que passaram despercebidas para quem convivia comigo, sinto saudades de cheiros, de sabores, de abraços, de toques, de expectativas que foram frustradas, tenho saudades, inclusive, de criar grandes expectativas! 
Tenho saudades da época em que eu achava que o encontro da semana seria com minha “cara metade”, que seria agradável, respeitoso e tudo aconteceria natural e saudavelmente. 
 E eu que pensava que o que era ruim não pioraria! Vivo numa época amoral, em que a mulher é praticamente constrangida a transar com o homem quando ele quer, em que ela é chantageada emocionalmente para isso no primeiro encontro! 
A carência, inerente a qualquer ser humano que vive só, é usada contra ele por predadores afetivos. Enfim, eu sinto saudades de quando eu acreditava do fundo do coração nas pessoas e esperava o melhor delas achando que isso se tornaria real! 
Tenho saudades da época em que ler era mais importante do que falar sobre o que se desconhece, saudades da época em que quem ia à Igreja no domingo, tentava, ao menos, policiar a própria língua na segunda-feira. Sinto saudades de gente curiosa, gente que procura informação sobre assuntos diversos em livrarias, bibliotecas, revisteiras ou internet. 
 Portanto, sinto saudades de gente que tem sobre o que falar, de quem tem assunto! Da mesma forma, sinto saudades do tempo em que pessoas mais velhas e mais vividas recebiam mais respeito e consideração, afinal, não se vive e não se chora em vão. A idade traz amadurecimento ou, no mínimo, experiência de vida. 
Enfim, sinto saudades de pessoas que estão distantes dos meus olhos, embora perto e dentro do meu coração, sinto saudades de sonhos e desejos que deixei para trás, tenho saudades da pessoa que eu fui um dia, da energia que tinha, do meu ânimo, da minha inocência e da minha esperança. 
A saudade me acompanha tal qual o calor daqui do Mato Grosso. Eu acordo e durmo com ela, creio que façamos uma bela dupla, estou aprendendo a viver com ela, porque muito pior do que viver com a saudade é aprender com a vida que amanha, eu posso sentir falta do hoje, porque o hoje é o que importa. Felizmente? É, eu acho que sim! 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 21 de setembro de 2013.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O primeiro passo

O primeiro passo 

O primeiro passo para se decepcionar é confiar, portanto pense mil vezes antes de confiar em alguém. A confiança é seu maior tesouro, não deixe que quem o confunde com bijuteria o leve embora, enfim, não jogue pérola aos porcos! 
Com o tempo a gente cansa de esperar encontrar alguém que vai ser diferente, que vai fazer a diferença, porque será merecedor de toda nossa confiança. 
O tempo vai passando e a gente procura e não encontra. Então a gente resolve mudar de tática e desiste de procurar. E não procura, mas procura interiormente. E não encontra, nem lá fora, muito menos dentro de si. 
Então bate o vazio. Não, neste dia você toma um remedinho, vai dormir cedo e o vazio passa. No outro dia você acorda feliz, afinal venceu a si mesma e a mais uma noite igual a todas as outras noites da sua vida. 
Mas daí, desta vez, você não consegue se vencer então acaba cometendo alguma tolice, bebe demais, dá confiança para algum idiota que pareça confiável, vive uma noite doidivanas e acorda se sentindo um misto de santa e de puta. 
Então você percebe que é humana. Que é errante, que já errou e vai errar inúmeras vezes, porque você esta vivendo e mesmo que não queira, você vai se confundir, vai se iludir, vai se enganar, vai sentir raiva de si mesmo e vai chorar muitas vezes. 
Mas os dias passam e você aprende que consegue ser relativamente feliz com um bom antidepressivo e um vinho eventualmente, então você continua sendo seletivo, sendo exigente antes de confiar em qualquer pessoa, porque o seu coração vale muito. O seu bem estar vale mais do que tudo! 
Enfim, dizem que quem escolhe demais acaba ficando só. Mas, e daí? Em que mundo de gente carente e mal amada estar na companhia de alguém que não lhe completa é mais "honroso" do que estar sozinho? 
Sinceramente, eu não compreendo os valores das pessoas hoje em dia. Eu sei é que ninguém tem a vida perfeita, nem os que namoram, nem os solteiros, nem os casados, da mesma forma que poucos são os que podem dizer que se sentem realmente felizes e em paz na situação em que estão. No entanto é só isso o que importa. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 20 de setembro de 2013.

Incongruentes

Incongruentes 

 As pessoas são muito incongruentes! Oram pedindo “livrai-nos de todo o mal” e quando alguém some, desaparece, deixa de dar notícias ou mostrar interesse, se desesperam, parecem que vão morrer. 
Não consigo entender isso. Amigo, compreenda: sua prece foi atendida. Agradeça! Não reclame! O que é para ser seu será no momento certo e o que não é, bem, por que você quer saber daquilo que não é para estar em sua vida? Quer perder tempo, mas quem é que tem tempo a perder? 
Queira o melhor, queira ser bem amada, não queira metades, queira todo o amor do mundo e, também, queira dar e receber este mesmo sentimento. O amor se fortalece na exata proporção em que é mutuo. 
Amores unilaterais servem para pessoas afetivamente carentes e iludíveis, serve para pessoas que ignoram os sinais. Quais sinais? A mensagem não respondida por mais de 24 horas, a falta de tempo constante, o sono no sofá e o esquecimento de lhe ligar ou mandar uma mensagem quando acordou e viu que perdeu a hora e você poderia estar preocupada. 
Enfim, tudo isso são pequenos sinais de amores unilaterais, nos quais um quer ser amado e o outro quer qualquer coisa. Ou nada. Não quer nada com nada. Pode ser que ele tenha um objetivo diverso, pode ser sexo, pode ser dinheiro, pode ser desfilar com uma mulher atraente, enfim, mas não é se entregar e amar verdadeiramente. 
 Quando há amor, carinho e respeitos mútuos existe reciprocidade nos pequenos atos, e isso torna a relação suave e doce, torna a relação cadente, boa de ser vivida e aproveitada, enfim. 
 Agora se o amigo virou-lhe a cara, se lhe ignorou em maus momentos, se não se preocupou com você, nem demonstrou interesse ou se o pretendente desapareceu e não dá sinal quando deveria, esqueça! Você orou, lembra? Então! Quem reza (com fé) não teme. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 20 de setembro de 2013.

Desvendada

Desvendada 

 Eu quero ser desvendada, mas não com muita calma. Quando se trata de emoções e sentimentos nada comigo anda devagar. Ou vai rápido ou não sai do chão. Não me importo de ser investigada e até mesmo perseguida. 
 Eu não minto, não escondo nada a respeito do meu ontem ou do meu hoje, todavia, não suporto a “mornice” de pessoas que não anseiam por conhecer a outra, que dela querem apenas a carne e o silêncio. 
 Não suporto a falta de assunto, de diálogo, de diversão que existe em relações em que o homem não tenta desvendar a alma por trás da Cláudia (ou seja, a verdadeira dama diante dele). 
 Eu posso ser tudo neste mundo, até louca, quem sabe?! Mas se tem uma coisa que eu sei fazer é viver bem os meus momentos, é torna-los inesquecíveis, é me entregar de corpo e alma. Mas só quando me convém, só quando eu quero e só quero porque confio. Nenhum pouco simples? Pois é, nenhum pouco! 
Não sou complicada, mas não sou fácil, não sou desvendada no primeiro diálogo, tampouco sou alguém previsível. Sou como um bom livro que vai sendo lido página por página, mas se demorar demais torna-se enfadonho. Logo: ame-me ou me deixe. Sem meio termo, porque se você não deixar, eu deixarei. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 20 de setembro de 2013.

Difícil? Sim senhor.

Difícil? Sim senhor. 

Se eu sou difícil? Sim, a vida me tornou uma mulher cada vez mais seletiva, esperta e, portanto, difícil. Não é nada fácil me conquistar e, não raras vezes, o que vejo não é, sequer, uma tentativa de conquista. 
É vontade de transar, apenas isso. Sendo curta e grossa. Os homens perderam o jogo de cintura da conquista, afinal, hoje em dia lhes parece tão fácil “conseguir” mulher: basta mostrar um carro bom, dinheiro no bolso, se exibir um pouco e de repente, não mais que de repente, acharem o “amor da sua vida”, aquele que se sujeitará a tudo para ficar ao seu lado. Por causa de seu dinheiro ou status, não por ele. 
Eu sou difícil, porque conquistar a minha confiança é algo raro e, não raras vezes, ela pode ser conquistada por algumas horas, alguns momentos, até alguns dias, todavia, por alguma razão, pode chegar o dia em que ela finda. Sou intuitiva demais, quase “sensitiva”. 
 Como toda mulher difícil e complicada eu gosto do que dou. E eu me doo numa relação. Entrego corpo, alma e coração, claro, deixo um pezinho atrás para o caso de uma bancarrota inesperada na relação, mas, enfim, eu gosto de quem demonstra o que sente, de quem arranja tempo para me cortejar, para me mandar um beijo ou um mero “oi”. 
Gosto de flores, de beijos, de cinema, de jantares, de vinho. Sexo? Sim, claro. Sou humana e ariana. Gosto muito, mas, por favor, tudo ao seu tempo e quem define o tempo sou eu. Eu digo quando quero ou deixo de querer algo. Sou a mulher da história, sem a minha vontade, qualquer coisa é crime. Sem brincadeiras. 
Todavia, antes ser difícil, estranha e, às vezes tragicômica do que ser comum, morna, sem sal, sem gosto, sem especificidades raras. Eu sou a legitima "complicada e perfeitinha", mas deixo marcas, logo, não mudarei por nada nesta vida! 
Se eu deixo lembranças marcantes e positivas, significa que esta valendo a pena tanta espontaneidade e transparência num só ser humano! Todos podem cair, mas só os fortes caem para cima, estilo Capitão Nascimento, logo, em meio às críticas eu me apego ao que de bom esta implícito na sua existência. 
E que falem o que quiserem, eu não nego, sou difícil mesmo! Mas, nem a vida é fácil e se você quiser viver bem vai ter que aprender a superar dificuldades, porque o que é bom, é difícil. Então, feliz de quem ousa!
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 20 de setembro de 2013.

Adequado

Adequado 

Não existe ninguém perfeito, mas existe alguém que combina com você, que fecha com seus gostos, seus instintos, seu jeito, existe alguém que lhe encanta e faz você entender que, apesar da imperfeição circundando a vida, existe um alguém perfeito para você, para os seus anseios e pretensões. 
Todavia, todos os dias o seu afeto, a sua lealdade e o seu amor são colocados à prova, logo, sem paciência você coloca a sua "metade da laranja" no lixo e, provavelmente, não tira nunca mais! 
Então, saiba identificar uma pessoa amável quando encontra-la. Não estigmatize, tampouco generalize as pessoas, pelo contrário, analise a personalidade e a individualidade de cada sujeito. 
São nas entrelinhas das vivências que aprendemos a viver, a vida está nas vírgulas, jamais nos pontos finais que colocamos em nossa história. Portanto, cabe a nós sermos espertos, mas também sermos pacíficos, tolerantes e, sobretudo, afetuosos até encontrarmos alguém que seja adequado aos nossos anseios, a nossa personalidade. 
Vale lembrar que ninguém vai adivinhar o quanto é amado se você não demonstrar, não falar, se você não lhe dispensar atenção, afeto e carinho. Sem atitudes, sentimentos se tornam meras conjeturas intimas, e, como tais, não valem muito, não servem para nada. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 20 de setembro de 2013.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Caráter

Caráter 

Num mundo infestado pela futilidade, convém se pensar sobre os verdadeiros valores que nos norteiam, pois eles dizem mais sobre nós do que qualquer monólogo possa dizer. 
Enfim, não seria o caráter que deveria impressionar os seres humanos? Caráter, não carro, caráter não voz, caráter, não roupa de marca, caráter não sensualidade, caráter não suntuosidade, caráter não dinheiro, caráter, não beleza. 
Pessoas não são objetos, não são coisas, com as coisas as leis são diferentes, coisas, quanto mais belas e atraentes, melhor, pessoas, quanto mais puras, bondosas e decentes, melhor. 
Se o bom caráter, enfim, vai estar acompanhado de um corpo esbelto ou de uma situação financeira estável, de um futuro promissor, de inteligência pródiga ou não, isso é o acaso quem decide. 
Todavia, uma coisa é certa, dentre tudo o que citei é o caráter que deve chamar a nossa atenção e nos deixar estarrecidos, não é qualquer vestido insinuante e peito siliconado, não é carro importado nem abdômen definido, mas isto sim, aquilo que o tempo só prova que é bom e, ainda, faz melhorar. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 18 de setembro de 2013.

Intriguistas

Intriguistas 

Hoje você esta ao lado de uma pessoa que não para de criticar os atos, os pensamentos e o jeito de ser do outro, isso lhe dá certa sensação de “poder”, o outro é um “coitado”! Amanha você será o assunto da vez. 
Pessoas intriguistas só mudam o objeto de sua fofoca, mas jamais deixam de fazê-la. Logo, não compartilhe com elas o seu pensar, não apoie as suas ideias, por mais afinidade que possam existir entre as suas em dado momento. 
 Cedo ou tarde você será o algoz e ele a sua vítima. Não dê atenção a pessoas com duas caras, a quem trata uma pessoa com cordialidade, educação e afeto e, de repente lhe critica, lhe tripudia. Não dê moral a quem não tem moral. 
Essas pessoas só se alimentam de estímulos ambientais, logo se você der corda, tal qual a um brinquedo infantil antigo, ele irá funcionar e sentir-se forte no jogo da fofoca que teima em criar e que, no fundo é alimentado por pessoas como você. 
Enfim, quem hoje fala de alguém para você, amanha falará de você para alguém, não tem mistério, basta viver, observar e aprender. Se você ainda não aprendeu é porque viveu pouco, quase nada. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 18 de setembro de 2013.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Divino!

Divino! 

 Lamento muito, informar a todos, mas no dia em que alguém disser diretamente a mim algo que quer, sem pensar nas consequências, irá ouvi-las e lê-las (se procura-las).
 Afinal, das contas eu sou cronista e tenho Facebook, logo não deixarei de sê-lo apenas porque um ser pouco pensante resolveu despejar algo “pouco pensado” nos meus “pouco pacientes” ouvidos. 
 Então, se o tema me inspirar eu vou escrever a respeito até me cansar, porque na verdade o que mexe com meus nervos, entra nas minhas entranhas e me ativa por inteiro.
 O que me incomoda se torna amor através de cada desabafo, de cada crônica que escrevo. Elas não são indiretas, não é algo que caia na vala comum, é algo praticamente catártico, divino!
 Eu faço mutações de sentimentos enquanto escrevo, mas, me pergunta você, se eu “me importo com os sentimentos de todo mundo quando eu escrevo?” Claro que não. Se eu fosse me importar com o que todos pensam, eu nem abriria a boca. Nem Jesus Cristo agradou a todos, não serei eu, nem o chocolate quem iremos agradar.
 Cláudia de Marchi
 Sorriso/MT, 17 de setembro de 2013.

Frases ofensivas

Frases ofensivas 

Frases ofensivas são apenas aquelas elucubrações que alguém faz despretensiosamente, em público ou em redes sociais, e, quem tem a consciência pesada toma para si, se ofende e passa a fazer alarde e a chama-las de “indiretas”, sendo que elas não são nada. 
São, foram e serão, apenas, palavras soltas ao vento sem a intenção de agradar ou desagradar ninguém, sem intenção alguma, única e exclusivamente, um desabafo, uma manifestação de opinião, ou, enfim, nada. Algo sem sentido, apenas. 
Mas o “nada” esbarra em ouvidos de pessoas sensíveis, problemáticas, complicadas, mal humoradas ou que estão com mania de perseguição, porque se sentem mal por estarem vivendo na pele delas mesmas. 
Enfim, gente infeliz, gente frustrada com a vida em que vive e, por isso, ouve algo que é dito de forma geral como se fosse especificamente para si, primeiro, por saber que pensam da forma geral, segundo, porque são mal resolvidas e comentários opostos a sua forma de pensar lhes avilta. 
Enfim, o geral fere quem necessita de aprovação para sentir-se bem e feliz, fere quem precisa ser bajulado, fere quem precisa sentir-se aprovado e bem quisto o tempo todo para soltar-se e estar contente. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 17 de setembro de 2013.

Divirta-se!

Divirta-se! 

Desencana dessa de ter obrigação, de tudo ter que ser perfeito, ter que andar em linha reta. Desencana com paranoias, porque você não é perfeito, porque você precisa tomar remédios para ser como as outras pessoas. Isso não lhe faz anormal, lhe faz diferente. 
Tem gente que precisa tomar remédio para a pressão, para o coração, para a glicose sanguínea, tem gente que não pode comer isso, que não pode comer aquilo, enfim, isso não faz de ninguém anormal. 
Tem gente que inventa “noias”, inventa que tem que malhar para ficar enorme e, somente assim, atraente, inventa que tem que colocar silicone para ser gostosa, inventa que tem que fazer dieta para ficar com o corpo bonito e satisfazer o parceiro, enfim, não vive o momento e inventa mil “razões” para distrair-se e deixar a tranquilidade para depois. 
Logo, você não é anormal, porque teve uma crise de ansiedade, um ataque de pânico e descobriu, de repente, que precisa tomar ansiolíticos para viver mais tranquilamente ou antidepressivos para ser mais animado, isso não o torna inferior a ninguém, nem melhor, é claro. 
Então, relaxa, aproveite seus bons momentos, divirta-se com quem lhe entende, divirta-se com pessoas que lhe fazem bem, com quem lhe faz sentir-se leve, sentir-se renovado, pois, acredito, isso é raro. 
Ser uma pessoa com personalidade rara lhe torna uma pessoa que raramente se sente bem na companhia de alguém, raramente se solta, raramente se entrega, raramente, se sente feliz. 
Enfim, descanse a mente, respire fundo, aproveite o momento, pois o mundo não vai terminar amanha, você terá tempo para tudo, então respire novamente e divirta-se! Aproveite, relaxe e divirta-se! 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 17 de setembro de 2013.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Pela (real) “cientificação” (pelos leigos) e humanização (pelos profissionais) da Psiquiatria.

Pela (real) "cientificação" (pelos leigos) e humanização (pelos profissionais) da Psiquiatria 

Eu sou uma pessoa curiosa desde criança e, para satisfazer minhas mil e uma curiosidades eu lia, assim, aprendi um pouco de tudo e, como diz a música, “de tudo um pouco mal”. 
Quando eu era jovem ocorreu um episódio na família recém-constituída pela minha tia, algo que chamou a minha atenção para as ciências médicas, especificamente, para a Psiquiatria. 
Como kardecista que sempre fui, imprimi um livro da internet que fazia um paralelo sobre a explicação espirita para os males psiquiátricos. Nunca me esquecerei da explicação dada para a síndrome do pânico, doença que ocorre entre os 20 e os 40 anos- via de regra- do paciente. 
Trata-se de um espirito que teve morte traumática e prematura noutra vida e vem a ter surtos de “lembrança, mal lembrada e assimilada” nesta, na mesma fase em que, outrora partiu, quando, então seu corpo começa a se afetar com a ansiedade generalizada e medo da morte que sente. 
Continuo com minhas crenças kardecistas, mas não as coaduno com nenhuma doença, até mesmo porque, pugno pela “cientificação” da Psiquiatria. Chega de leva-la superficialmente, chega de dar-lhe pouca atenção e culpar ao doente e não a doença. 
Você já procurou na internet o conceito de síndrome do pânico, de transtorno de ansiedade generalizada, de depressão, de transtorno de personalidade bipolar, de transtorno de personalidade maníaco depressiva? 
Você já viu alguém entrar num hospital para visitar um doente qualquer, vamos supor, uma pessoa que esta com pneumonia severa, e alguém lhe dizer que “tudo depende dela, que basta ela se esforçar, pensar positivo que ela irá melhorar”? 
Esquece-se, pois, que os remédios existem para fazer “a vez” de pensamento positivo, por exemplo, num quadro depressivo, posto que a pessoa, por "crise" em seus neurotransmissores não consegue mais formulá-los, enfim. O que diga-se e repita-se não é nem nunca será voluntário!
A ansiedade generalizada esta lá, no site do Dr. Drauzio Varella assim conceituada: “O transtorno da ansiedade generalizada (TAG), segundo o manual de classificação de doenças mentais (DSM.IV), é um distúrbio caracterizado pela “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”, persistente e de difícil controle, que perdura por seis meses no mínimo e vem acompanhado por três ou mais dos seguintes sintomas: inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono” (http://drauziovarella.com.br/letras/t/tag-transtorno-da-ansiedade-generalizada/) . 
De outra banda o Psicosite estabelece que: “uma pessoa que permaneça apreensiva e nervosa por um período superior a seis meses, ainda que tenha um motivo para estar começa a ter critérios para diagnóstico de ansiedade generalizada. Respeitadas algumas condições os sintomas que precisam estar presentes são: 1. Dificuldade para relaxar ou a sensação de que está a ponto de estourar, está no limite do nervosismo; 2. Cansa-se com facilidade; 3. Dificuldade de concentração e frequentes esquecimentos. 4. Irritabilidade. 5. Tensão muscular. 6. Dificuldade para adormecer ou sono insatisfatório. Por fim, um critério presente em todos transtornos mentais é o prejuízo no funcionamento pessoal ou marcante sofrimento. Não podemos considerar os sintomas como suficientes para dar o diagnóstico caso o paciente não tenha seu desempenho pessoal, social e familiar afetados.” (http://www.psicosite.com.br/tra/ans/ansgeneralizada.htm)
 A respeito da depressão temos que existe uma série de evidências que mostram alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina), substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. 
“Outros processos que ocorrem dentro das células nervosas também estão envolvidos. Ao contrário do que normalmente se pensa, os fatores psicológicos e sociais muitas vezes são consequência e não causa da depressão. Vale ressaltar que o estresse pode precipitar a depressão em pessoas com predisposição, que provavelmente é genética. A prevalência (número de casos numa população) da depressão é estimada em 19%, o que significa que aproximadamente uma em cada cinco pessoas no mundo apresentam o problema em algum momento da vida.” (http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/76depressao.html)
Todavia, como se vê os fatores psicológicos, ambientais e sociais são consequência e não molas propulsoras do estado de animo deprimido. Quanto à origem da doença, nada mais lógico ser a genética aliada ao estresse, a mesma do câncer, de problemas cardíacos, de diabetes, enfim, de inúmeros problemas de saúde e outras benesses, como um par de olhos azuis, um bumbum empinado e quadris largos! 
Enfim, proponho que os pacientes psiquiátricos sejam tratados da mesma forma que todos os doentes são tratados, sem estigmas, sem que a eles sejam atribuída à culpa pelo mal do qual padecem, porque, acredite, ser humano algum quer sofrer o que eles sofrem e só quem já sofreu ou viu alguém sofrer sabe o que isto significa. 
Doença psiquiátrica não é mote para ficar dormindo, drogado numa cama, num hospital ou em casa, quem é que deseja vegetar de tal forma enquanto a vida pulsa lá fora? Ninguém deseja, mas vegeta e vegeta por estar doente, apenas isso, nada além. 
Portanto, antes de pretender chegar a um paciente psiquiátrico com um chavão da era pré-freudiana dizendo para ele reagir, que a sua cura depende da sua vontade, relembre-se: você está diante de um doente e em nenhum lugar do mundo, existe a cura, pela mera vontade. Logo, uma vez pensado, cale-se e resigne-se a sua impotência (como em qualquer caso de problemas de saúde, seus ou alheios). 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 16 de setembro de 2013.