Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

domingo, 30 de setembro de 2012

Falar

Falar 

 Ora, mas por que eu "devo ter" vergonha de admitir minhas fraquezas, meus males e as limitações que a vida me impôs, contrariando o meu arbítrio, das pessoas que me cercam? 
 Terei que ser uma pessoa orgulhosa e arrogante, além de hipócrita e medrosa, para sair escondendo dos outros a verdade a respeito dos males que me afligem? 
 Tudo bem, eu concordo que não preciso anunciá-los na rádio mais popular da cidade, mas também não preciso fazer segredo. Ninguém paga minhas contas, as consultas ao meu psicanalista, meus remédios, minha comida, nem nada assemelhado. 
Não devo nada a ninguém, logo, falo o que quero, para quem me aprouver falar, afinal, posso ser tudo, menos burra. Sei muito bem quem vai me criticar, quem vai fazer pouco caso do que vou contar, quem vai dar outra conotação as minhas palavras, quem vai sair espalhando o que ouviu com “adendos” mentirosos visando macular a minha moral, enfim, eu conheço a maldade humana. 
Eu posso ter algum probleminha psíquico, mas não sou mentecapta, muito pelo contrário, no que tange a inteligência os meus recursos mentais são super ligeiros e bem dotados. Logo, eu também sei que o silencio é muito interessante, mas o desabafo é uma terapia natural e gratuita. 
Quando você compartilha algo, tira um fardo de seus ombros, independente de quem seja o seu interlocutor. A vida ensina que às vezes o remédio esta em, simplesmente, falar. 
 Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 1º de outubro de 2012.

sábado, 29 de setembro de 2012

Capacidade de errar

Capacidade de errar 

Você é capaz de muito mais coisas boas e más do que consegue mensurar, portanto eu lhe digo: uma coisa é o que você julga a primeira vista, que consegue fazer, outra coisa é aquilo que você, efetivamente, pode fazer diante de circunstancias “emergenciais”. 
Você diz que é incapaz de matar, de roubar, de trair, etc., mas não é. Você é capaz das piores vilezas, sabe por quê? Você é humano, então não me venha com papo de perfeição, porque comigo não cola. 
Em dadas circunstancias, dependendo do seu estado emocional, dependendo de “várias variáveis variantes” tudo pode acontecer, o errado pode virar certo ou, no mínimo, aceitável, sem que a sua consciência “apite” com nenhuma dorzinha! 
Acredite meu amigo, pessoas boas podem fazer coisas ruins, sem que se tornem más. Um erro não define o caráter de ninguém, errar é humano, permanecer no erro, no entanto, é preocupante, ou melhor, já é indício de maldade “estabelecida”. 
Quem erra sempre se corrompe, deixa a bondade de lado, logo, deixa de ser bom, vende a alma e as virtudes que nela habitam. O cerne, enfim, é que todo o ser humano é capaz de errar, de cometer gafes, de magoar quem ama, de se enganar, de se iludir, de trocar os pés pelas mãos, de agir de forma errônea, de agir sem pensar, enfim, ninguém esta imune a erros. 
 Todos são capazes de errar feio, inclusive, mas errado mesmo é habituar-se ao erro, é manter-se em erro, é achar normal pisar na bola, trair a confiança alheia, agir por interesse, viver em futilidade, fazer pouco caso da dor alheia, ser egoísta, vil e egocêntrico. Ser capaz de errar é normal, viver errando é algo bem diferente. 
 Cláudia de Marchi
 Passo Fundo, 30 setembro de 2012.

Desocupados maldosos

Desocupados maldosos 

Sabe o que todas as pessoas fofoqueiras têm em comum? Desocupação, falta de ter o que fazer! Elas não são uteis sequer para pegar um bom livro e distrair-se com a leitura, preferem destilar fel em comentários sobre a vida alheia. 
Enquanto você vive a sua vida sossegadamente existem pessoas que tentam lhe depreciar para fazer com que a sua existência (infame) tenha maior significância do que a sua. 
 Tentam, através de intrigas, mentiras e fofocas usar você como degrau moral para se enaltecerem, já que carecem de virtudes para serem "elogiados". São normalmente desocupados e inúteis no seu dia a dia e se prestam mais para falar do que para agir em prol de algo que preste para o bem.
 Pobres ignorantes que não sabem que nenhuma vida vale mais do que a outra! Todavia, confirma-se a sua baixeza moral, porque querem diminuir o outro lhe criticando através de fofocas e mentiras mesquinhas e toscas. 
Não sabem nada sobre as agruras alheias, julgam pelo que vêem e inventam outro “tanto”, maliciam mais ainda e saem falando o que bem entendem sobre os outros, isso quando não armam joguinhos para colocar uma pessoa contra a outra. 
Pessoas desocupadas se tornam perigosas, mentes desocupadas são macabras. O homem foi feito para se politizar, para batalhar dia a dia, para trabalhar ou, no mínimo, para estudar, para crescer, para aprimorar seus conhecimentos, sua cultura, seu espírito. 
Uma pessoa que se afasta do saber e do trabalho atrofia a mente e se torna um idiota e pessoas idiotas aos poucos se tornam maliciosas, toscas e, por fim, maldosas, porque nada fazem além de se entreter analisando e criticando a forma com que os outros pensam, agem e vivem. 
 Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 29 setembro de 2012.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Inveja e mesquinharia

Inveja e mesquinharia 

Eu não tenho medo de alma penada, de macumba, de bicho feio, de rato, cobra, ou barata. Eu tenho medo é de aranha e de gente invejosa e mesquinha, na verdade, vou tratá-las como se fossem a mesma coisa. 
Todo invejoso é mesquinho e por isso inveja ao outro, sente-se na sua sombra, na sua margem.
 Gente mesquinha é asquerosa, faz intriga, fala asneira e acha que nunca é descoberta, gente mesquinha é pobre de espírito, é digna de pena. “Ai, o fulano fez tal coisa!”, “ai, porque tu viste a foto dela, que indecente?!”, “tu viu que cara de pau dele escrever aquilo?!”, “que coragem dela né?! Só pode ser louca!”, e assim segue o leque de criticas da vida e dos atos alheios, todos permeados por certo rancor, ou melhor, inveja, porque o outro fez algo que eles são incapazes de fazer, quer por inaptidão, quer por falta de talento, coragem, beleza, brio, capacidade, enfim. 
 Mesquinharia, intrigas, fofocas, tudo fruto da inveja, esse defeito que transforma seres humanos em repteis rastejantes e venenosos, figuras de baixo valor moral, figuras perigosas, sem graça, sem noção do perigo que representam toda vez que abrem a boca para destilar seu fel por ai, esquecendo-se que tudo que vai, um dia volta, com a mesma dose de maldade, mas por outras bocas, porque nenhuma pessoa de classe se vinga na mesma moeda deste tipo de gentalha desocupada que se presta a falar mal da vida alheia em horário comercial. 
Cláudia de Marchi
 Passo Fundo, 29 setembro de 2012.

Falando com a vida

Falando com a vida 

Então vida, fechamos nosso pacto: eu não sou perfeita, você também nunca me apresentou a perfeição, logo eu desisto de desejá-la e você para de me colocar a prova! 
Cansei de ser testada, cansei de suas provações, quero pedir água e sentar-me um pouquinho na sombra, você andou judiando demais de mim nos últimos tempos, foram difíceis, foram duros, foram demais para uma mulher sem preparo aguentar.
Confesso que sou uma pessoa que não foi preparada para enfrentar dificuldades. Sim, uma mulher que teve sempre tudo o que pediu, que não teve irmãos, que teve um pai afável e provedor, uma mãe protetora e tias mimadoras e adoráveis. 
 Enfim, em matéria de carinho e afeto, tive todo o amor do mundo. Uma pessoa que foi criada para ser amada, não para ser contrariada, magoada, ferida e judiada. Não para sofrer e enfrentar o que eu já enfrentei por qualquer vão motivo, afinal, “motivos” não importam, os resultados e o efeito deles em nossa alma é que têm importância. 
 Eu sei, eu sei vida, você quis me testar, bater de frente comigo, cá entre nós, eu até que não me sai tão mal, pelo menos eu sobrevivi, ou melhor, como diria o Roberto Carlos, no mínimo, “emoções eu vivi”, disso eu tenho certeza, se lhe agradei ou não, isso é outra história, um dia, certamente, acertaremos nossas contas, daí você me explica tudo, por enquanto quede-se silente que para mim já esta bom. 
 É, o silencio é sempre uma boa resposta, você me ensinou isso, aliás, com todas as suas provações aprendi que calar a boca é ótimo! As pessoas deturpam o que a gente não fala, mais ainda o que a gente diz! Tem muita gente maquiavélica nesse mundo, eis outra de suas lições. É vida, você me ensinou tanta coisa que é impossível listar, bem, vou me calar, no dia daquele nosso acerto tête à tête a gente coloca as cartas na mesa! 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 29 setembro de 2012.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Vícios

Vícios 
De vícios você não se liberta, você simplesmente se afasta e, a cada dia que finda, mentalmente você comemora e sorri por ter superado seus instintos e se mantido longe dos seus instintos de procurar seu objeto de prazer imediato. 
Aos poucos você compreende que recuperar o comando de si mesmo tem um sabor mais gratificante do que o de ceder a seus vícios, sejam eles em qualquer coisa ou pessoa. 
O primeiro, se não o único, passo para você superar um vicio é reconhecer a sua própria vulnerabilidade diante do objeto “viciante” e se afastar fisicamente dele. 
A distancia, ou melhor, o distanciamento, lhe traz lucidez, faz você ver com mais clareza aquilo que, perto, você ignora por estar imerso em ilusão, em paixão, enfim. 
 Acredite, a distancia e o decurso do tempo operam milagres para quem deseja mudar de rumo e deixar o que não lhe faz bem, o que, enfim, acaba por lhe dominar e lhe tomar as forças, para trás. 
Ninguém duvida que você possa resistir a tentações pelas quais você é fissurado quando elas estão expostas em sua frente, mas, por que dificultar as coisas para si mesmo? Você pode optar pelo caminho mais fácil e menos doloroso, menos perigoso na verdade. 
Não tenha vergonha, no fundo todo mundo tem um vício, alguns em drogas licitas, outros em ilícitas, alguns em amores, outros em pessoas, alguns em alimentos, outros em atividades, enfim, ignore as outras pessoas e suas opiniões hipócritas e pense em você! 
 Na busca pela superação não se envergonhe de nada e fuja do objeto de seu vício de forma que, se acaso ele entrar pela porta dos fundos, saia correndo pela porta da frente e deixe seus amigos sentados, afinal, se você sabe o fim da historia nem tente reescrevê-la, procure, isto sim, uma nova folha, um novo lápis, e, principalmente, novos planos! 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 27 setembro de 2012.

Drogados

Drogados 

Junto com a modernidade veio a correria, o estresse, a falta de tempo até para piscar os olhos. Mal e parcamente o homem consegue sentir o gosto do que come, sim, porque ele não mastiga, ele engole os alimentos. 
Logo, neste quadro trágico eu afirmo: o ser humano é um animal drogado. Se não é uma droga, o homem usa outra, se não é “outra”, é “uma”, quer ver? 
Vamos lá: o sujeito chega em casa todos os dias exausto e toma duas taças de vinho ou uma lata de cerveja, de repente o fígado “pede água” e ele tem que parar, dai vai ao médico. O “doutor” sente a ansiedade do paciente e, faz o que? Receita-lhe um ansiolítico! 
O que aconteceu? Pulou de droga lícita para droga lícita, mas ambas são drogas, claro, não estou aqui para discutir qual é pior, mais maléfica ou benéfica que a outra, mas para dizer que todo o homem em algum período da vida vai usar algum tipo de droga licita ou ilícita! 
Pode ser que mude o nome e a categoria, o que não muda muito é a finalidade: o homem quer mesmo é fugir do que não gosta e, olhe, olhe, veja só: ele não gosta da vida que ele mesmo construiu, do que ele criou para si! 
Ele se tornou refém da própria obra, da própria vida e, para remediar tal fato, se esconde atrás de toda e qualquer espécie de drogas, do álcool aos antidepressivos, até a cocaína, heroína, crack e toda espécie de droga capaz de fazer-lhe fugir da realidade que ele abomina. (Meu Deus, que tristeza! Tenha piedade, eles realmente não devem saber o que fazem!) Cláudia de Marchi Passo Fundo, 27 setembro de 2012.

Disciplina

Disciplina 

Disciplina é quase tudo na vida de um ser humano. Pessoas desorganizadas dificilmente alcançam os seus objetivos, todavia, não convém confundir disciplina com obediência cega, aquela que o individuo cumpre sem saber o que o leva a cumpri-la. 
Um homem organizado, ou melhor, um homem disciplinado, sabe administrar as intempéries da sua vida sem buscar refugio onde não deve, como por exemplo, em quaisquer espécies de drogas, licitas ou ilícitas, ou compulsão de qualquer ordem. 
Um homem disciplinado é racional: pensa, depois age, tem o cérebro “treinado” para seguir o caminho melhor, na questão da obediência, vê-se que é capaz de seguir ordens sem titubear, mas sabe questionar comandos com educação e inteligência. 
Afinal, em algum momento todo ser humano precisará ceder, deixar o orgulho de lado e admitir que não é dono da razão e que errar faz parte da trajetória da vida. 
 Logo, a disciplina é uma virtude que deve ser cultivada, mantida e valorizada posto que é a mãe de muitas outras virtudes humanas e leva o homem a alcançar vários de seus objetivos de vida. 
 Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 27 setembro de 2012.

Eu, eu, eu!

Eu, eu, eu 

Eu desisti de saber se sou normal, adequada, simples ou complexa. Contento-me em saber que sou inteira, que sou chama, que sou ardente, mas sou doce, que sou iluminada, sem ter a pretensão de ofuscar a luz alheia. 
Eu sou como eu sou no sentido mais puro e simplório do termo, não nasci para agradar a todos, porém existo para a felicidade de muitos e é isso que me importa, que me alegra e me faz sorrir alegremente. 
Se eu for me preocupar com o que os outros pensam a meu respeito, com o que eu realmente sou e com o que eu gostaria de ser terei que trancar-me num sanatório e dele nunca mais sair, logo, fiz uma opção: importa-me o que sou, apenas isso. 
O que eu gostaria de ser é algo que vive entre meu passado e meu futuro, ou seja, num “tempo” inexistente, intocável e, portanto, irreal e perigoso, logo, ensandecedor. 
 Resta-me enfrentar-me no presente, resta-me ser feliz com o que a vida me oferece hoje, resta-me gozar o “agora”, basta deletar as más lembranças e deixar a mente aberta para construir um amanha pleno de belas histórias.
 Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 27 setembro de 2012.

Conhecido "pastor"

Conhecido “pastor” 

Todo mundo tem um conhecido “pastor”. Sabe aquele tipo que senta do seu lado com uma gama de conselhos para despejar em cima de você? Pois é, conhecido “pastor” só é legal quando é “alemão”, daí é raça de cão bonito e bem parceiro que, diga-se de passagem, só late, não fala! 
Ninguém suporta uma pessoa que, sem que você autorize, quer se meter na sua vida dando conselhos não solicitados, especulando o que você não quer contar nem para o espelho, respondendo a perguntas que você nem perguntou! 
Ademais, se você quisesse um moralista lhe dando lições de moral e puxões de orelha correria para a Igreja mais próxima ou atrás de um pastor de verdade e não de um sujeito chato que se acha dono da verdade. 
 Quando você senta com amigos em mesa de bar quer dar risada, desabafar, falar besteira, ser compreendido, ou melhor, ser respeitado, e não criticado ou “debochado”. 
 Fato é que a única forma de se livrar de um conhecido “pastor” é dar um “tapinha de luva” de primeira classe no inicio de seu discurso, interrompe-lo e evitar incômodos futuros. Essa é a melhor forma de mandá-lo a... bem, seria fazer pouco caso de sua criatividade dizer, mas você sabe aonde. 
 Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 27 setembro de 2012.

Estelionatários afetivos

Estelionatários afetivos
 Quando você conhecer alguém repare se esta pessoa possui a sutil capacidade de sentir a dor do outro, de compreender as outras pessoas e ser indulgente com elas. 
 Repare se esta pessoa não é um ser humano egoísta que se faz passar por “gentil”, mas é incapaz de ter empatia, afinal, se ela não for compreensiva, indulgente, parcimoniosa, sincera e bondosa com os outros, não será com você que ela vai ser!
 Esta espécie de ser humano pode fingir que possui um bom caráter por algum tempo, mas um dia haverá os gritos, a rispidez, a brutalidade, a grosseria, as injustiças, a ingratidão dolorida, o egoísmo aberrante, a frieza, enfim, você irá conhecer a real face de quem se fazia passar por bondoso. 
 Não acredite tanto em palavras doces e melosas, acredite no tempo, o eterno senhor da razão, acredite no convívio, no dia a dia, acredite também, pelo menos um pouco, nos brocardos populares: “onde há fumaça, há fogo”. Nenhuma pessoa afasta de si as outras em vão, algo de insuportável ela possui! 
 Pessoa alguma vai procurar um namorado no outro lado do País se pode conhecer alguém na própria cidade, se não tem nada para omitir-lhe, se não quer lhe enganar em nada. Radicalismo? Falta de romantismo? Ignorância? Dependendo do caso sim, mas para os que eu vi, não. O que eu cansei de ver foi “171” afetivo! 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 27 setembro de 2012.

Coragem, mudanças e felicidade

Coragem, mudanças e felicidade 

Você não carece de fazer muita coisa para se sentir bem, você precisa mesmo é se encontrar, se redescobrir e fazer de tudo o que for necessário para desvendar este mistério se chama “eu”. 
Se for preciso buscar ajuda, busque, existem médicos, psicólogos, psicoterapeutas e uma gama de profissionais que podem lhe ajudar, até mesmo uma boa caminhada em silencio lhe coloca um pouco mais em contato consigo mesmo. Tudo ajuda o que não vale é ficar reclamando ou sentado chorando! 
Aja da forma que for necessária, mas fuja do fundo do poço, porque quanto mais você fundo você vai na dor, mais difícil fica o resgate. Faça o necessário para que o dia de amanha seja diferente! 
Creia que dias melhores virão, aposte que haverão dias lindos nascendo felizes para você, mas, antes tudo, aceite o ônus: tudo depende da sua ação, da sua coragem, do seu brio, dos seus atos. 
Corra atrás da mudança que ela ocorrerá, do contrário, mantenha-se sentado e chore calado, porque ninguém gosta do choro e das lamúrias dos covardes. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 27 setembro de 2012.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Ops, surtei!

Ops, surtei! 

Caramba, eu surtei! De repente, não mais que de repente, de um dia para o outro, minha mente entrou em colapso, (não se preocupe caro leitor, estou relatando fatos pretéritos) e tudo parecia estar fora do eixo. E estava! 
Um surto nada mais é do que uma profunda crise de dor na alma. Pessoas frias dificilmente “surtam”, porque elas não sentem dor, não se arrependem de nada, não se colocam no lugar dos outros, não se sensibilizam nunca, apenas fingem. 
 Enfim, pessoas frias não se abalam. É preciso sentir e, portanto sofrer para se “afetar” a ponto de abalar o equilíbrio da própria alma com os cutucões que a vida nos dá. Tem quem sinta demais, tem quem sinta menos, tem quem não sinta nada. 
Felizes os que vivem no meio termo, todavia, se for para escolher entre sofrer um pouco ou ser uma pessoa de coração gélido, com licença, mas depois do Prozac, ninguém morre de tristeza neste mundo!  
Antes ter um colapso porque coração e alma não compreendem as dores do mundo do que se vender barato a frivolidade, a desumanidade, a futilidade, a falsidade e a forma tosca com que boa parte das pessoas vive: usando umas as outras como se fossem moedas de troca e não seres humanos. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 26 setembro de 2012.

Loucos?

Loucos? 

Você pensa que os loucos estão trancados em suas casas com medo de sair em publico, você pensa que os insanos estão internados em instituições psiquiátricas para tratar os seus problemas mentais e psicológicos, mas você esta enganado. 
Os loucos estão ai, do seu lado. Estão andando de cabeça erguida, estão contando mentiras, se envaidecendo, contando vantagens, sãos os estelionatários afetivos, são os criminosos que a policia não prende. 
Os loucos que estão em sanatórios podem até ter algum distúrbio, mas eles buscam um tratamento, ao contrário do psicopata mentiroso que lhe engana na maior cara de pau, que faz promessas que sabe que não pode cumprir sem o mínimo de culpa e senso do ridículo. 
Sabe o que distingue um homem são de um insano? A capacidade de ter vergonha na cara, de se importar com os sentimentos do outro, a capacidade de ser franco, de ser sincero, enfim, a sutilíssima, porém relevante habilidade de se colocar no lugar do outro. 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 26 setembro de 2012.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Simplesmente eu

Simplesmente eu 

 Eu posso ser atrapalhada, a lei de Murphy pode ter sido feita em minha homenagem, eu posso ser super cômica, bastante distraída, estranhamente tímida, ainda mais "estranhamente" extrovertida, mas sou sempre bem humorada, sempre sincera, não minto, não engano e nem iludo ninguém. 
 Sou louca? Não, mas também não sou normal. Mas, ora essa, o que é "normal"? Se adequar ao que todo mundo espera de mim? Não, não! Isso eu não sou e nem pretendo ser, nem hoje, nem nunca! Eu quero ser sempre autêntica, bom caráter e franca. 
Sou feliz sendo simples, me contento sendo assim, simplesmente eu mesma, contente-se quem quiser, não estou no mundo para fazer ninguém (com minha exceção) feliz! Sou cômica, sou sincera, às vezes pareço intrometida, às vezes pareço inconveniente, noutras pareço esquisita, em outras me calo além da conta, em não raras vezes, falo muito mais do que devo, mas sobre mim, não sobre os outros.
 Da vida alheia eu evito falar, da minha eu estou aprendendo a calar, porque estou, a cada dia que passa, aprendendo a confiar num menor numero de pessoas. Estou criando uma proteção e me esconderei atrás dela, porque não quero ser, novamente, traída por confiar em quem não merece meu apreço. 
 Passo Fundo, 04 de setembro de 2012. 
 Cláudia de Marchi

A perfeita vida virtual

A perfeita vida virtual 

Ando assustada com algumas coisas nesse mundo. Além da violência crescente, da criminalidade que aumenta de forma aberrante, do aumento da drogadição e alcoolismo dentre jovens, da impunidade que começa grande nas classes altas e diminui em grau quando os possíveis “apenados” são pobres (mas que existe e não deveria existir em dimensão alguma) é a vontade humana de se mostrar e exibir-se que me assusta. 
Na era de blogs, Twitter, Facebook e outras formas de auto-exposição, sem ser as atitudes averiguadas no mundo real, fica evidenciada a vontade que algumas pessoas possuem de apregoar para as outras que são extremamente felizes, bem amadas e realizadas, que seu viver, enfim, é um imenso quadro cor de rosa. A vida me ensinou, dentre tantas lições, a desconfiar do exagero. 
Das declarações de amor públicas, das frases afirmativas de realização, de vida perfeita e amores perfeitos, onde não existe a necessidade de complacência porque ambos são “idênticos”, onde não existem briguinhas, desentendimentos, nem lembranças incomodativas. Perfeito! Amores perfeitos, pessoas perfeitas, sábias, inteligentes e realizadas, será verdade tanta “perfeição”, ou melhor, toda esta “aparência” dela? 
Declarações de amor puras são as ditas no silêncio dos olhares, a dois, sem que ninguém precise ver ou ouvir. Demonstração de amor verdadeira é a demonstrada nas atitudes, no respeito, na fidelidade silenciosamente “psíquica”. Quem deseja demonstrar demais algo evidencia que tem, em si, latente algum recalque ou a vontade implícita de que aquilo que deseja aparentar fosse verdadeiro em seu âmago e real na sua “vida real” e não em sua existência virtual e narrada. 
E não é, se fosse o individuo viveria, enfrentaria seus problemas diariamente, e, entre risos, lágrimas, euforia e tédio, passaria sua vida com normalidade sem desejar fazer dela uma imensa “tela” onde pinta - para os outros verem, - de cores vivas e vibrantes o que é, na verdade, às vezes cinza, às vezes azul escuro, às vezes negro, ou , simplesmente, “normal” sem nada de muito extraordinário e perfeito, porque a vida e a graça dela esta na imperfeição. (Tudo o que é muito ajustado, correto, certo ou perfeito morre ou mata de tédio quem lhe tem. Se é que existe algo tão perfeito assim.) 
Cláudia de Marchi 
Concórdia, 04 de junho de 2007.

A ficção do "tarde demais"

A ficção do "tarde demais" 

 O decurso do tempo que faz uma fruta perecer, faz o sabor do vinho se acentuar. O mesmo tempo que trás rugas na face dos pais chega aos filhos, trazendo maturidade e novas responsabilidades. O tempo que relativiza a beleza jovial engrandece e enobrece a alma do individuo que amadurece. Na vida humana não existe o "tarde". 
Nunca é tarde para mudar, nunca é tarde para pedir perdão, nunca é tarde para amar e para entregar o coração que se manteve em silêncio quando o "tarde" era cedo, ou era, simplesmente o "momento inadequado". Realmente as oportunidades passam, as oportunidades não voltam. Mas, esta no livre arbítrio do homem a busca para concertar os lapsos do passado, distante ou próximo e criar novas chances, novas oportunidades. 
Como na culinária, na vida humana nada se perde porque o tempo transcorreu. É possível engrossar o molho, é possível suavizar o sabor salgado da comida, é possível fazer omelete dos ovos, é possível fazer geléia com as uvas maduras, rabanadas com o pão envelhecido, basta certa inteligência e criatividade. Para o homem bastará sensibilidade e coragem para agir e mudar a situação que, possivelmente tenha criado. 
O que é inaceitável é a afirmação de que não se pode fazer nada para mudar as circunstâncias, ou a si mesmo, afirmando, ao tratar de seu gênio, por exemplo, que "sempre fui assim, este é meu jeito". Se a pessoa justifica sua forma de agir é porque possui ciência que pode ser diferente e, quiçá, melhor, o problema é que a tarefa de evoluir requer que responsabilidades sejam assumidas e muita coragem para correr riscos. 
O homem é "Deus" para sua vida, as chances lhes são dadas, depende dele mudar, agir e assumir a imensa responsabilidade que tem pela sua felicidade. Nunca é tarde para ser feliz, o tarde não existe, é apenas mais uma barreira que o negativista impõe-se: "Tarde demais", por que, na vida, é muito mais fácil cruzar os braços, chorar e se conformar do que ir adiante, agir, forçar a cicatrização de feridas enquanto se tenta recuperar o que foi "perdido". A situação implica em não lamuriar pelo leite derramado, mas em limpar a sujeira sem reclamações inúteis. 
Com garra e vontade nada jamais será perdido. Abaixo do céu e acima da terra sempre haverá formas de conseguir o que se deseja. A impossibilidade só existe para o corpo sem vida, para o qual não há mais possibilidade de amar, de perdoar e de ser perdoado. Se o "tarde demais" existe é ele ocorre apenas uma vez na vida humana e se dá no momento pelo qual, quem sentiu e passou jamais pôde contar - a morte.
Passo Fundo, 04 de setembro de 2012.
Cláudia de Marchi

Humano II

Humano II

 O sorriso, às vezes, nada mais é do que o disfarce daquele que tem o coração triste e a ausência de alguém para compartilhar a sua dor. Nem sempre as pessoas são fortes, a vida lhes obriga a fazer de conta que são para seguir adiante. 
Vivemos na época em que “Tudo bem?” se tornou uma pergunta retórica, porque todos fingem que estão bem, ninguém quer desperdiçar seu tempo ouvindo os lamentos dos outros, afinal, não encontra nenhum ombro para poder soltar as suas lágrimas. 
As pessoas não são elas mesmas nem com quem elas dizem amar. Elas não conseguem confessar todas as suas fraquezas, os seus sentimentos de medo, de tristeza, de solidão, de frustração, de indecisão, apesar de tudo aparentar que sua vida é excelente. 
Então elas vestem o capuz da “excelência” e saem distribuindo sorrisos como se estivessem convencidas de que sua vida é aquilo tudo que elas desejavam que ela fosse. Ninguém tem vontade de chorar agarrado no travesseiro, ninguém gostaria de ter escolhido outro caminho, ninguém se arrepende de nada, ninguém gostaria de mudar algo em sua vida, todos são indulgentes, pacíficos e cheios de esperança, todos são realizados e felizes. 
Todos são, na verdade, disfarçados, muito bem disfarçados. Ninguém quer transparecer as olheiras que tem, a ansiedade das noites mal dormidas, a consciência agitada, as preocupações, as frustrações. Pode parecer redundante, mas a maior dificuldade do ser humano é, simplesmente, a de admitir que é humano e, portanto, errante. 
 Passo Fundo, 04 de setembro de 2012. 
 Cláudia de Marchi

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Discordâncias e concordâncias?

Discordâncias e concordâncias? 

O que lhe incomoda, entristece ou frustra não é aquilo que lhe é dito, mas a forma com que este "algo" lhe é falado. A maneira com que as pessoas se expressam é tão importante quanto o que elas dizem. Saber se expressar bem e de forma coerente com seus sentimentos é uma dádiva! 
 Você não precisa esperar que as pessoas sejam dóceis, delicadas e afáveis, você não precisa esperar um mundo cor de rosa cheio de pessoas bem humoradas, bem resolvidas e contentes.
 Você não precisa esperar respostas bem colocadas, inteligentes, ao mesmo tempo em que simples e cômicas. O que você precisa esperar, ou melhor, o que você deve escutar, são respostas respeitosas, que não agridam a sua inteligência, a sua paciência e aos seus ouvidos. 
Respostas sem gritos, respostas sem estardalhaços, respostas simples, respostas sem aspecto de briga ou discussão. Pessoas querem ser tratadas como gente, nem cães merecem ouvir gritos como respostas ou comando, então a questão é essa: diga o que quiser, mas saiba dizer. 
Já disse o filósofo: “Na maior parte das vezes que não aceitamos uma opinião, isso acontece por causa do tom que ela foi manifestada.” A arrogância, a grosseria, a empáfia, a frieza, tudo influencia na forma com que “recebemos” uma opinião.
 Logo, não é por acaso que às vezes discordamos de alguém e, em outro momento, noutra situação e em um mesmo assunto, concordamos com outra pessoa. Depende da energia que esta no ambiente, da forma de expressão da pessoa, porque a forma com que o individuo se expressa nada mais é do que um indicio do que emana de sua alma. 
 Passo Fundo, 03 de setembro de 2012.
 Cláudia de Marchi

Esperança

Esperança 

Se não for possível ter força, se não for possível ter garra, se você fraquejar e sentir-se fraco, tente pelo menos ter fé, tente pelo menos ter esperança, porque, com certeza, mantendo-as firme em seu coração, um dia você se sentirá, novamente mais forte. 
A vida transcorre como as batidas do seu coração: ela tem altos e baixos, só estagna quando a morte lhe leva. É preciso, pois, não apenas ser forte para enfrentar os momentos variáveis, mas ter leveza de alma, para não deixar-se derrotar por eles, para não cair nas dificuldades e não conseguir levantar-se por medo de cair novamente. 
O que torna um homem forte é a fé que ele possui, é a esperança de que amanha pode ser melhor, é a esperança de que o futuro poderá ser melhor do que hoje, de que nem todos os dias precisam ser difíceis e de que ele não merece um fardo difícil, simplesmente, porque teve que sofrer algum tempo. Sofreu? Sim, mas tornou-se mais forte, mais sábio, mais esperto! 
Não aceitar a dor é o primeiro passo para não imergir-se nela, afinal, é saudável o homem que aceita que sua vida é constituída de bons e maus momentos. Ao contrário quando ele toma uma postura de “tudo ou nada”, “oito ou oitenta”, enfim, quando passa a radicalizar seus sentimentos e vivencias negativas, diminuindo o peso das positivas, e termina dando um passo fundo rumo a desesperança e a depressão. 
É preciso aceitar que tudo passa, que o que é bom passa, que o que é ruim também passa. Nada é constante, nada é eterno, nada é para sempre e, dentre toda esta inconstância, é preciso encontrar uma forma de viver equilibrada e saudável ou “medicadamente” equilibrada, mas, sempre da forma mais tranqüila possível.
 Passo Fundo, 03 de setembro de 2012. 
 Cláudia de Marchi