Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Raiva


Raiva

Tenha certeza de que, quanto maior for a teimosia de sua paciência em se manter forte, maior será a necessidade de que ela não esmoreça: respire fundo, reflita e tente mantê-la intacta, afinal, a sua sanidade depende disso!
 Seguidamente você vai sentir aquela vontade imensa de levantar o tom de voz, de gritar com o outro, de mandá-lo para locais inimagináveis, de mandá-lo tomar em qualquer local onde não verta água potável. Às vezes a raiva vai ruborizar sua face, fazê-lo tremer e sentir sensações péssimas!
Mas, do que adianta se entregar a essa imensa vontade de mandar tudo para o alto? Nada! Quando você se acalmar e voltar a ver a situação com a clareza da racionalidade, verá como foi estúpido, tolo e vil, deixando-se levar por um sentimento tão baixo.
Afinal, raiva, ira e revolta passam, mas os efeitos dos atos que você toma guiado por elas podem ser indeléveis, em especial na alma de quem vai lhe ouvir, no coração de quem, talvez inocentemente, irá ver a sua “cena” iracunda e, porque não dizer, patética. A raiva lhe aproxima da insanidade.
Quanto mais você tem vontade de perder a paciência e a calma com alguém, mais necessário será manter o equilíbrio, porque são nessas situações que você tem muito a perder; Aliás, guiado pela raiva irracional, nenhum homem ganha nada, apenas o desprezo e o desgosto alheio e perde aquilo que busca: a razão.

Passo Fundo, 30 de maio de 2012.

Cláudia de Marchi

Coração e amor


Coração e amor
O amor só existe de verdade quando você não consegue explicá-lo, ele prescinde de explicações. Não é o carinho do outro, não é a inteligência, a força, a beleza, o carisma, não é a conta bancária, não é o carro bom, não são os seios fartos ou o sorriso aberto, não é a doçura, o respeito e a devoção.
Você não ama, porque o outro lhe ama, você não ama, porque o outro faz o possível e o impossível por você, você não ama, porque resolve “amar” alguém, porque a pessoa é boa, honesta e pacienciosa.
Infelizmente, no amor você não tem opções. Você pode escolher com quem você vai sair jantar, com quem você quer transar, quem será um bom ouvinte ou um parceiro legal para um pileque, mas a quem amar você não poderá escolher.
Seria fácil se você pudesse mandar no coração e dizer: “Eu vou amar essa pessoa, ela me ama, me admira, me adora, então eu vou amá-la!” As escolhas que mais lhe afetam, os sentimentos que mais tocam a sua alma, não são escolhidos racionalmente, é como se eles, simplesmente, “acontecessem” em seu interior sem que o seu arbítrio tenha, realmente, força e efeito.
O sentimento que mais afeta o seu íntimo, que lhe anima, que lhe leva às nuvens, não depende de sua vontade para acontecer. Você pode escolher quem beijar, para quem você vai desenhar um coraçãozinho num papel, mas nunca conseguirá escolher quem irá se apoderar de parte de seu coração;
Você ama quando não consegue explicar os motivos do amor, se você os explica, é porque você gosta, afinal quando você amar de verdade, não encontrará palavras para traduzir os seus sentimentos. Sim, meu amigo, existe, realmente, um pouco de loucura no amor, mas, quem disse que não vale a pena ser louco de vez em quando? 
Passo Fundo, 30 de maio de 2012.
Cláudia de Marchi

Normal


Normal

Eu gostaria de saber a definição prática da palavra "normal", porque têm dias nos quais, definitivamente, eu chego à conclusão que, por exclusão, normal é tudo o que não me cerca, tudo o que não é tangível ao meu toque, tudo o que esta distante de mim, tudo o que eu não vivi, mas, ao mesmo tempo, é tudo o que eu queria para mim.
Eu não quero demais, não quero o melhor do mundo, as maiores riquezas, os melhores elogios ou amantes, não quero perfeição, mas desejo a sinceridade, a espontaneidade, o equilíbrio psíquico. Eu só quero que o normal, um dia, me encontre, me cerque e fique ao meu lado. E se um dia eu achá-lo, lhe abraço e não largo mais!
Quando falo em normal, me refiro a pessoas seguras de si, mentalmente sãs, bem resolvidas, sinceras, honestas, alegres, bondosas, pessoas que não se perdem em ambição, frivolidade ou desejos tolos, que não são grosseiras, que não são violentas verbal ou fisicamente com ninguém.
Pessoas que não perderam a empatia e a capacidade de se colocar no lugar do outro. Falo de pessoas moralmente justas, batalhadoras, comuns, normais. Compreendo que o normal, hoje em dia, possa ser anômalo, mas me refiro à necessidade da existência do mínimo de saúde psíquica e mental, o que ouso chamar de "normalidade".
Por exemplo, o normal, para mim, é ter saúde física e mental, isso é o comum, é o "ordinário", adoecer é anormal, sendo assim, considero-me "normal" e procuro uma pessoa normal, um meio de viver com pessoas equilibradas e normais.
 Não me refiro aqui, ao fato de que ser vulgar, fútil, malicioso e desonesto esta virando algo comum, banal e "normal" nos dias de hoje, me refiro à normalidade enquanto indício de saúde espiritual, psíquica, mental e moral.
Sou uma pessoa normal, falo de sentimentos e relacionamentos normais e dos incomuns também, é claro, todavia, o anormal, o estúpido, o vazio de sentimentos, respeito e afeto, o que emerge do desequilíbrio eu chamo de anormal, mas me inspira mesmo assim. Uma coisa é algo anormal, outra coisa é o normal, porém especial, e é disso que carece o mundo.

Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 30 de maio de 2012.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Renda-se!


Renda-se!

Não se contente com o que não lhe faz plenamente feliz, não espere que as coisas mudem, não exija novas atitudes, não tenha esperanças, apenas goste, curta e se encante pelo que você sente e vê, pelo que balança o seu pilar interior.
Sentimentos devem surgir, eles não devem e nem merecem “remendos”. Não adianta tentar demais, uma vez afundado nenhum navio mantém a mesma beleza, não adianta você tentar consertá-lo.
Procure novos encantos, se encante com o novo, não tenha medo de desvelar os seus mistérios, de despir-se de seus preconceitos, de seus receios vãos, de suas amarras inúteis.
Quando você achar que deve, quando seu coração bater forte, quando sua alma arder, quando seus olhos brilharem, quando seus braços quiserem abraçar, faça-o, renda-se a seus instintos, você não irá se arrepender.
Você pode economizar tudo, menos vida. E vive bem, vive melhor, quem se expõe a mais emoções, vive mais feliz, quem não tem medo de se entregar ao novo, ao inesperado, àquelas surpresas que lhe causam calafrios e sentimentos surpreendentemente bons.
Não adianta insistir ou tentar, algumas coisas nunca serão, alguns sentimentos nunca irão nascer e outros jamais vão se manter, por sua vez, existem alguns que não morrem depois que despertam, não adianta tentar fugir da sua "incidência", é preciso bem vivê-los, é preciso aproveitá-los e bem gozá-los.

Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 28 de maio de 2012.

sábado, 26 de maio de 2012

Panela sem tampa



Panela sem tampa.

Excessos são perigosos. Ambição desmedida, orgulho excessivo e arrogância demasiada fazem os homens agir de forma estúpida: eles perdem a noção de seus limites, devaneiam, passam a agir como insanos, inventando suas próprias leis e se sentindo acima de qualquer risco e perigo.
Nada pode ser mais patético do quem uma pessoa que perde a noção de seus limites em prol da fantasiosa vontade de que seus desejos se realizem, olvidando dos limites e princípios morais que devem limitá-los.
A desonestidade é fruto dessa ambição sem limites, e, na minha modesta concepção, pessoas desonestas e ambiciosas demais são psicopatas: elas me assustam!
Todavia, em não raros casos, tais indivíduos, embriagados pela própria ambição e tontos com as intenções pérfidas que ela lhes fazem criar, demonstram certa (temível) burrice: menosprezando a inteligência alheia eles passam a crer que conseguirão tudo o que desejam sem que sejam “descobertos”.
Ocorre que, quem age de forma errada, deixa rastros, corre riscos desnecessários, tende a perder na mesma medida em que crê que irá ganhar. Essas criaturas que, de tão pobres que são só ambicionam ter dinheiro, contradizem a astúcia e inteligência que têm em criar “manobras” para aferirem lucros, quando passam a crer que são superiores àqueles que tentam ludibriar. É meu amigo, bem se diz que o capeta faz a panela, mas se esquece da tampa!

Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 26 de maio de 2012.