Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Inexplicável

Inexplicável


A beleza da vida e o mistério que une corações, enquanto outros se afastam, esta no fato de, por mais “andanças” que você tenha, por mais “vida” que você tenha bem vivido, algumas pessoas sempre lhe deixarão alguma marca, sempre serão “inéditas” para seu coração, por mais indivíduos que você tenha conhecido, conversado, convivido ou, até mesmo, se relacionado.
O romance, a paixão, aqueles sentimentos que palpitam seu coração e agitam sua alma, mas iluminam seus sonhos e dias, não têm receita para surgir, não se trata de um cálculo matemático, tampouco de uma canção cujas notas você toca em seu violão, nem um prato gastronômico ou uma sobremesa saborosa cujo “modo de fazer” você lê em seu caderninho: não depende de ingredientes especiais, não depende de “treino” e nem requer seu esmero, não para aparecer em sua vida, é claro.
A sensação de se envolver por alguém não surge por motivos explicados pela lógica ou transmutável em “receita”, um relacionamento, por sua vez, depende da junção de alguns ingredientes, como paciência, confiança, bem querer, amor, afeto e carinho para dar certo, mas nada de racional e lógico explica a “química” entre duas pessoas. Quem consegue explicar “isso” com racionalidade ou naturalidade é mais frio do que ou nunca sentiu o calor no coração causado por um “bem-querer” que surge inesperada ou despretensiosamente.
Eis que a graça no nascer das relações, independente se elas irão durar “para sempre”, “por muito tempo”, ou “o tempo suficiente para se tornarem inesquecíveis”, é cada olhar, cada toque, cada beijo, cada abraço, cada sorriso, cada carinho, feito com o ímpeto de sua alma, quando você não sabe porque seu coração esta batendo mais forte ou porque suas pernas tremem, quando você não se importa com “porquês” e deseja, apenas, viver o bem estar de todas as sensações que lhe invadem e, nada mais quer, do que deixar que elas lhe dominem e iluminem com outras cores a sua vida.
Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 01 de outubro de 2011.

Afinidades e admiração

Afinidades e admiração


Você não precisa se relacionar com pessoas semelhantes a você, no que diz respeito a cultura e princípios, apenas porque serão dois fatores a menos para causar brigas, mas, pelo contrário: não existe amor sem admiração e, de regra, ninguém admira o que desconhece ou não valoriza, eis a importância de tais afinidades.
O sujeito pode se apaixonar porque você é bem humorada, bonita, e carinhosa, mas, cedo ou tarde, ele irá lhe decepcionar porque, o que ele valoriza em você, é muito pouco em relação ao que você realmente é, ou seja, uma mulher inteligente, batalhadora, culta, boa leitora, enfim, uma pessoa que gosta das mais variadas espécies de arte e que não acha “Matrix” um clássico cinematográfico.
As semelhanças unem as pessoas, as afinidades verdadeiras são terreno fértil para relacionamentos alegres, baseados na sinceridade, na parceria, e, principalmente, no prazer de estar ao lado de alguém que se interessa pelo que você fala, pensa, lê ou escreve.
Atração física? Importante, sem ela nenhuma relação se “consuma”, mas “sozinha” não mantém nenhum relacionamento saudável, tranqüilo, alegre e feliz. É preciso convergência de princípios, de culturas, de visões de mundo, para que o convívio seja mais fácil, mais simples, mais natural e mais feliz.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 30 de setembro de 2011.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Sério

Sério




Eu gosto de coisas sérias, de amizades sérias, de relacionamentos sérios. Bom humor, brincadeiras, sarcasmo? Adoro, mas existem momentos apropriados para eles. Uma relação baseada na seriedade me deixa segura e à vontade para demonstrar em atos todo o meu carinho e amor. Definitivamente eu nasci, porém não sou, em essência, da era do “ficar” ou “amizade colorida”.
Quando a pessoa que pretende ter algo com você, seja sexo ou mera companhia, ela muda de idéia, lhe valoriza e assume uma relação baseada na seriedade, no respeito a sua individualidade e liberdade. Frise-se que, sem esses dois, nenhuma relação que se entabule traz paz, alegria e felicidade.
Ter um monte de amigos para beber com você e, seguidamente, por “sua conta”, ter alguém que quer apenas transar e dormir com você, não me serve para nada, é vazio, vazio demais para mim.
Estamos na era em que uns assumem compromisso de forma demasiado rápida e, outros, ignoram a existência do amor e do bem que ele pode lhe trazer, logo, essas pessoas “ficam”, por medo de se apaixonar, de se entregar.
Não adianta, meio termo não é comigo, até mesmo porque, com a experiência que tenho, posso afirmar que deixo quem eu amo livre, para voltar e ficar ao meu lado apenas se quiser, caso isso não ocorra eu choro, sofro, aprendo, mas não morro! É através da liberdade, do respeito a individualidade do outro e da confiança nele que se configura o maior sinal de amor que pode existir. Nem mesmo um belo colar de brilhantes se compara a isso.
É nas atitudes de quem amamos que devemos reconhecer seu amor, presentes demais, flores demais, viagens demais, me levam a crer em culpa, em consciência pesada. Quem lhe ama, lhe respeita e lhe leva a sério, não precisa bajular-lhe com presentes materiais, basta que esteja ao seu lado nos bons e nos maus momentos, basta que lhe admire, que seja fiel e lhe respeite, nada mais que isso.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 27 de setembro de 2011.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Um sonho

Um sonho


Às vezes eu sonho que Deus me deu a oportunidade de voltar atrás, de ser no passado a mulher que eu queria ser, que eu pretensiosamente achava que era, mas que me tornei apenas hoje, a custa de algum sofrimento.
Neste sonho eu ajo com justiça, eu não perdôo quem, hoje eu sei, jamais mereceu meu perdão, eu ouço quem, por covardia, egoísmo e medo de me arriscar, deixei falando sozinho, e me entrego apenas a quem me ama de forma sincera e nobre.
Voltando no tempo, através deste sonho, eu ignoro pessoas que eu jamais deveria ter chamado de “amigas”, “queridas” ou “amadas”. Eu não me incomodo tanto e nem me estresso com as pessoas que não gostam de mim e me criticam, afinal, voltando no tempo com a maturidade que tenho hoje, eu sei que ninguém jamais vai agradar a todo mundo e que o desejo de ser estimado por todos é absurdo vez que denota presunção e orgulho, coisas tipicamente “juvenis”.
No meu sonho eu não magôo quem me ama, eu sou compreensiva e me coloco no lugar das pessoas, mas não sou mais tola e “iludível”, ao perceber uma mentira, pequena ou não, eu não dou mais ouvidos a quem quis me enganar, afinal, quem mente uma vez, mente sempre.
Neste doce sonho eu não quero mudar ninguém, eu aceito as pessoas boas e suas imperfeições, repúdio as mentirosas e sua falsidade, eu aceito o mundo como ele é e eu como sou: imperfeita, errante, mas com muita fé no amor e na vida.
Todavia, de repente eu acordo assustada e vejo que tive um lindo sonho e que, na verdade, eu não pude voltar no tempo e agir de forma matura e franca, porque foram meus erros e enganos do passado que me tornaram uma pessoa justa, ainda imperfeita, mas muito melhor do que fora outrora. Então eu volto a dormir, em paz.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 26 de setembro de 2011.

A dor e a delícia de ser o que é.

A dor e a delícia de ser o que é.


Caetano estava certo quando escreveu que “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”, lamentável, por outro lado, é ver pessoas amargas e infelizes querendo ver o sofrimento alheio e a dor na vida dos outros, para poderem se sentir “aliviadas”, e, apenas assim, enxergarem beleza, doçura e encanto em sua existência nublada, descontente e falsa.
É irritantemente triste e digno de pena ver uma pessoa procurando problemas e sofrimento na vida de quem não esta “nem ai” para ela, apenas para se auto-afirmar, para se sentir melhor. É lamentável precisar da dor, da desgraça, do sofrimento e da frustração alheia para se sentir “realmente bem” no mundo.
“A vida da fulana não é fácil, mas ela escolheu”, “a sicrana é pobre”, “ainda bem que eu não fiz como a fulaninha e estou bem melhor assim”, “me falaram que é difícil ter êxito nesse trabalho, o sicrano me garantiu, vamos ver como será a luta da fulana”, e segue. Infelizmente segue o rol desta espécie abjeta de “torcida” pela desgraça alheia com boa dose de projeção, certamente.
A pessoa descontente consigo e com a vida que possui “projeta” nos outros o seu descontentamento, a sua infelicidade e irresignação, para não ter que admitir que acha a sua vida difícil, dura e cheia de inconvenientes, tais indivíduos projetam “isso” (e muito mais) na vida dos outros para sentirem-se mais contentes, mais tranqüilos. Impossível, no entanto, existirem amizades leais e sinceras quando uma pessoa, no silêncio de sua alma, precisa depreciar as demais para se sentir bem ou “melhor”.
A amizade nasce da pureza, da aceitação do outro, do respeito, do carinho, da decência e do bom caráter, apenas “falsos amigos” precisam criticar os “seus” para se sentirem melhores, para se sentirem bem. Amizade não é competição de quem é mais bonito, mais rico, mais alegre ou mais bem casado, amizade é doação e cumplicidade, apesar de todos os pesares que todo ser humano e relação humana possuem.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 26 de setembro de 2011.

domingo, 25 de setembro de 2011

Pense, não fale!

Pense, não fale!




Um dos sinais sutis de saúde mental, emocional, psíquica se chama “inibição”, ela é a capacidade das pessoas “guardarem” para pensamentos e idéias que não agregam em nada aos seus ouvintes por não lhes dizer respeito ou por ser demasiado grosseiro, tolo e ofensivo.
Com o passar do tempo e na medida em que convivemos com as pessoas chegamos à óbvia conclusão de que algumas coisas não devem ser faladas, ditas, embora possam ser pensadas. O pensamento é o único campo de domínio único e livre do individuo, a partir do momento que ele expõe o que pensa, arrisca-se a ser “analisado” e, inclusive, tido como doente mental ou como uma pessoa carente e infeliz, que se fantasia de bem amada e bem sucedida para sair exibindo “sorrisos” mundo a fora.
Você pode ter medo de espíritos, de assombrações e de demônios, mas poucas coisas podem ser mais assustadoras do que a expressão humana de pensamentos fúteis, estapafúrdios, egoístas, orgulhosos, egocêntricos e de plena “auto-afirmação”. Nada é tão assustador quanto ouvir, pela boca de um ser humano, palavras e afirmativas que ele deveria levar para o túmulo consigo.
Se você acha seu corpo lindíssimo, seu rosto perfeito, seu futuro magnífico, porque será herdeiro de um grande patrimônio, se você nutre a certeza de que todas as pessoas se apaixonam por você, que você vai casar com um “lord” riquíssimo, que você é o melhor na cama, na cozinha, na mesa e no saldo bancário, pense, não fale!
Não dê às pessoas a certeza de que você é um pobre moço rico e imbecil, siga meu conselho: não fale o que você pensa, viva com o “beneficio” da dúvida antes de falar e dar aos demais a certeza de sua frivolidade, superficialidade e idiotice.
A futilidade, a arrogância, o materialismo excessivo, o “interesseirismo”, a inveja, a vontade das pessoas frustradas, problemáticas e infelizes de seu auto-afirmarem me anoja e assusta. Se você tem dinheiro e energia suficiente para falar para o mundo as imundícias que pensa, procure um psicanalista, ele é a pessoa ideal para lhe aturar, até mesmo porque, cobra para lhe ouvir. Benditos sejam tais profissionais!
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 26 de setembro de 2011.

sábado, 24 de setembro de 2011

Não durma com estranhos.

Não durma com estranhos.



Se eu pudesse dar um conselho às mulheres que ainda são um pouco românticas e sentimentais eu lhes diria: “Não durma com estranhos. Transe com um homem, apenas quando você sentir que o conhece razoavelmente bem, que possuem afinidades morais, e que você o admira pela forma com que age”.
O sexo deixou de ser tabu há muito tempo, mas do jeito que anda a nossa vida, é sempre bom poupar a pele e a beleza de alguns enganos desnecessários. Ora, você é uma mulher e não uma cadela, se esta excitada, masturbe-se, mas não durma com qualquer idiota, antes que você se torne uma perfeita idiota de tanto “errar sabendo”. Valorize-se antes de “gostar” de “qualquer coisa” ou pessoa.
Saia com o sujeito, jante com ele, almoce com ele, vá ao cinema, converse sobre trabalho, relacionamentos, morte, família, tente vê-lo sóbrio o máximo de vezes possível, não tenha pressa, se ele gostar de você não vai fugir em “reprimenda” ao seu auto-respeito excessivo (nos moldes atuais) e, então, se após a “atração” inicial (que após o primeiro beijo se confunde com a “excitação” inicial) você ainda sentir vontade de dormir com o privilegiado, vá em frente.
Pode ser que você tenha transado com estranhos e estabelecido um bom relacionamento com eles, mas isso é exceção, logo, é sempre melhor garantir sua saúde psíquica e emocional. Sexo seguro existe, estamos na era das camisinhas e contraceptivos pós-modernos, mas “envolvimento afetivo ou sexual emocionalmente seguro” não se compra em farmácia, aliás, ele não existe, a menos, que você o “fabrique”. Logo, tudo depende da sua vontade e atitude.
A regra é que, se você vai para a cama com o sujeito sem conhecê-lo bem, o fator “afinidade sexual” pode turvar a sua visão, e você pode terminar se casando com o ignorante que mente sobre tudo, ou desapontada com o cara que parecia ser “autoconfiante”. Sim, meu querido, tesão emburrece: porque você e sua lady se dão magnificamente bem na cama, você começa olvidar do fato dela ser insegura, grosseira, fútil, maliciosa, dependente ou materialista, da mesma forma a senhorita, começa a relevar a incompetência profissional do sujeito, a forma objetiva e irritante com que ele marca compromissos com você, a falta de seriedade, sensibilidade e franqueza com que leva a vida e o pouco valor que dá a seus familiares, por exemplo.
Aliás, existe outra possibilidade infeliz: você vai para cama com o cidadão, por um motivo ou outro não “gosta” (talvez ainda estivesse pensando naquele seu ex, no seu “amor bandido) e resolve se evadir da vida do moço. Deixa, pois de conhecer uma pessoa calma, honesta, batalhadora, fiel, leal e que, estava apaixonado por você, mas como você resolveu se “aligeirar” terminou tomando decisões antes da hora e não deu o devido valor a uma boa pessoa. Pessoa que você nem se deu a oportunidade de conhecer melhor.
Enfim, não transar com estranhos é uma medida de segurança emocional, uma medida de proteção aos seus sentimentos e coração. Claro, estou esquecendo aqueles e aquelas que querem transar por transar, é que isso passa longe da minha realidade atual, afinal propugno a “auto-realização sexual” e não a promiscuidade: satisfaça-se você mesma, mas não durma com qualquer um, muito menos se você tiver bebido!
Enfim, vá para a cama com quem você quiser, mas nunca esqueça que, quanto mais você puder conhecer a pessoa, melhor será para você, afinal, poderá mudar de idéia ou ter mais convicção do que deseja, e nada pode ser melhor do que decisões tomadas com firmeza, para tanto, pense bem e aja quando você estiver sóbria, porque, do contrário, nenhuma decisão pode ser considerada racional. Os animais não bebem, mas os atos dos homens quando bêbados são extremamente “animalescos” (para não dizer “grotescos” e irracionais, mas nenhum pouco “meigos”).
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 24 de setembro de 2011.

A "Faculdade" da vida

A “Faculdade” da vida


Você pode estudar e conquistar todos os títulos possíveis na sua área de atuação profissional, sem que, concomitante a tal “evolução”, você se gradue na “Faculdade da vida”, afinal ela não requer tanta leitura, mas carece de empenho e destemor para que suas lições sejam aprendidas.
Ninguém se forma na “Faculdade da vida” se é covarde, se não se arrisca, se, por medo de sofrer ou fracassar, queda-se silente em seu “casulo de auto-proteção” que serve, apenas, para deixá-lo mais frágil, para mantê-lo tolo e inexperiente, ou seja, para impedi-lo de crescer, de aprender, ainda que à custa de várias lágrimas.
Existem duas disciplinas fundamentais na Escola da vida: a primeira se chama “observação” e a segunda se chama “sofrimento”. De regra as pessoas mais observadoras e atentas tendem a se magoar e a sofrer menos porque elas fazem escolhas melhores. A observação quando bem “utilizada” é um “dom”.
Todavia, quem não obtém conhecimento para ser aprovado da disciplina da “Observação” precisa cursar a do “Sofrimento” cuja aprovação é uma espécie de “pré-requisito” para o futuro êxito na matéria da “Observação”. Depois de sofrer, de se frustrar e derramar muitas lágrimas, o homem aprende, passa a ser mais atento no que tange a quem merece ou não o seu apreço, seu carinho, sua confiança.
Após passar pelo “sofrimento” e ter aprendido com ele, o homem se torna mais observador. A dor ensina àqueles que desejam aprender, logo, não se pode ter medo de viver, de sofrer, de chorar ou de se frustrar. Só se diploma na vida quem é destemido, corajoso e humilde o suficiente para saber que sempre terá o que aprender e o que melhorar para se tornar um ser humano mais sábio, mais tranqüilo, mais equilibrado e mais feliz.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 24 de setembro de 2011.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Complicado demais? Fuja rápido!



Complicado demais? Fuja rápido!





Algumas coisas e algumas pessoas possuem “graça” e nos interessam justamente porque não conseguimos lhes compreender. O que não é compreendido pode nos atrair, pode até ser realmente interessante, mas se nos deixarmos envolver pelo que não entendemos, estaremos colocando nosso coração em risco, e isso nunca vale a pena. É preciso muita maturidade para lidar com quem você não compreende e, por isso, lhe interessa, sem se envolver por tal individuo e pelo “charme” de seus “mistérios”.
O que vale a pena ser provado e experimentado se abre para você. O que deve ser objeto de seu desejo não faz muitos mistérios, é franco e transparente sem precisar ser previsível, afinal tudo que é demasiado óbvio se torna desinteressante para boa parte dos seres humanos.
Um pouco de mistério é bom, mas muitos mistérios é chateação, um pouco de dúvida é atraente, cria suspense, muitas dúvidas geram terror, tudo o que é demais sobra e não faz bem, principalmente no que tange a relacionamentos humanos, sejam amizades ou romances. Pessoas não são “casos” de polícia e relacionamentos não são “investigações criminais”, tudo é bom quando não há nada a ser descoberto e “solucionado”, se você pensa diferente pare de assistir seriados e filmes policiais.
Não duvide das pessoas quando elas dizem que são “complicadas”, “difíceis” e que suas vidas são “muito complicadas”, não se relacione intimamente com quem você espera fazer “mudar”, “ajudar”, “compreender” e fazer ser, pelos outros, “compreendido”.
Deus deu a vida a cada pessoa para cada uma cuidar da sua, se você quiser “ajudar” alguém, há uma grande probabilidade de você sair ferido, extenuado, triste e, o que é pior, sem conseguir “resultado” algum. As pessoas fazem o que bem entendem de suas vidas: se você conhece alguém que “precisa” ser ajudado, ou esta pessoa agiu de forma errada quase sempre e necessita de um “segundo pai” ou, por pior que seja sua vida, tal pessoa não reconhece que “precisa” de alguém, logo você estará se arriscando em vão ao assumir uma “missão” dispensável, que dispensa você.
As pessoas não mentem quando falam de seus defeitos ou da “complicação” que suas vidas são, então, se você quer ser feliz, fuja de complicações, existe um mar de oportunidades lhe esperando. Oportunidades descomplicadas, simples como uma onda que chega à areia da praia numa manhã ensolarada de verão.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 22 de setembro de 2011.

Sonhos, metas e idéias.

Sonhos, metas e idéias.


Assim como é verdade que você não pode ouvir quem diga que seus sonhos e planos “nunca” irão “dar certo”, que você “nunca” conseguirá realizá-los é preciso ter muito cuidado quando você recebe “incentivo” para tentar realizar algo que você quis deixar “guardado”, em sua mente, numa gavetinha denominada “para recordar e sonhar”.
Você deve ambicionar e batalhar para realizar seus sonhos, todavia, se teve algo em sua vida que você preferiu guardar para si e que lhe faz companhia nos seus momentos de solidão e romantismo, você deve saber o porquê de ter “arquivado” tal circunstância para vivenciá-la apenas em mente.
Aliás, muitos desejos e até mesmo “sonhos” jamais devem ser realizados novamente, sob pena de voltarem a se chamar “pesadelos”. Sim, eu disse “voltarem”, porque ninguém armazena na caixinha “para recordar e sonhar” algo que tenha vivido na realidade e que tenha lhe feito bem, que tenha valido a pena.
Mais pessoal do que a sua relação com seus planos e metas, é a sua relação com o que já foi real e que você prefere deixar apenas em sua mente para sonhar com as partes boas do que você viveu. Nunca deixe que ninguém se meta em sua vida pessoal, os sonhos, os ideais, as metas e as idéias são exclusivamente suas porque cabe apenas a você cuidar delas.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 22 de setembro de 2011.

domingo, 18 de setembro de 2011

Êxito

Êxito



Entre “destino” e escolhas eu prefiro acreditar nestas. Não acredito que existam pessoas perdedoras ou fracassadas, eu acredito que existam pessoas fracas e desistentes neste mundo. Nem toda pessoa que desiste de seus planos é fraca, mas quase toda pessoa fraca faz opções erradas e não prospera, ainda que não desista por opção, desiste, ao final, porque se coloca em situações que lhe levam a derrocada total.
Se você não é bom em determinado negócio mude de ramo ou se torne bom. Desistir de determinado plano não é sinal de fraqueza, mas de inteligência. Sinal de fraqueza é teimar e ter que desistir no final, porque se esgotaram as chances, as possibilidades.
Desistir de uma batalha para se aventurar noutra não indica fragilidade moral, mas insistir nela até ter a prova de que não deveria ter “teimado”, porque precisou abdicar da guerra, é lamentável. Enquanto existem possibilidades elas devem ser exploradas, porque, ou você prospera ou desiste com a consciência tranqüila de que foi, tentou, lutou, mas não conseguiu então você decide se é um perdedor, um lutador, um fracassado ou um mal “predestinado”.
Vá atrás de seus sonhos, lute e não aceite que lhe digam que não vai dar certo. Se você obterá ou não êxito, não diz respeito a ninguém, o que você nunca deve fazer é deixar o seu “papel”, nesta trajetória em que o protagonista é você, de lado, afinal, ou você “conquista” uma alma tranqüila por ter cumprido seu dever, ou você realiza seus sonhos e se considera uma pessoa realizada. O risco sempre compensa.
É preciso saber sonhar, saber lutar, mas, antes de tudo é preciso ter sonhos e metas, sem eles ninguém chega a lugar algum, seja ele bom ou ruim. Sem sonhos o homem não trafega na vida, ele estagna, morre no mesmo lugar como um legitimo “covarde”. Nada pode ser pior do que remoer suas perdas sabendo que você não fez o mínimo que lhe cabia: batalhar pelo seu êxito.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 18 de setembro de 2011.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Antipática



Antipática





Eu não sou simpática, eu era simpática antes dos 25 anos de idade, antes de aprender que as pessoas mentem e manipulam até mesmo quem elas dizem que amam, antes de ver que os “simpáticos” são seres frustrados que precisam da “aprovação social” de seu jeito de ser. São pessoas que não merecem admiração e nem são valorizadas. Eu não sou simpática, eu fui simpática.
Se você me acha simpática das duas uma: ou eu tenho motivos para ir com a sua cara, como por exemplo, saber ou achar que você é uma pessoa decente, humilde e valorosa, ou eu estava sorrindo para a vida e você achou que era para você. Enganos acontecem. Há uma terceira hipótese, caso você tenha me encontrado num bar depois das 22h, ou seja, eu posso ter bebido, mas isso é muito raro hoje em dia e você vai ver que eu estava rindo e sorrindo com minhas amigas, não era para você, e caso seja, é porque eu tenho motivos para simpatizar com você, apenas isso.
Não simpatizo mais com muitas coisas na vida, não simpatizo com álcool, nem com quem não tem limites para ingeri-lo, não simpatizo com quem mente a idade, ainda que seja um ou dois anos, não vou com a cara de homem muito “agradável” e que me elogia demais. Opa, com estes eu nunca simpatizei. Aliás, eu não simpatizo com elogios vindos de quem me acha bonita, eu não confio na opinião de quem se sente atraído por mim, não sou nenhuma “bella senz’anima”, mas não sou nenhuma menina bobinha há muito tempo.
Não simpatizo com pessoas que se fazem de vítima e tenho pena, apenas de quem não tem pena de si mesmo, quem se acha coitado não tem a minha concordância ou apoio. Tenho ojeriza a autopiedade, a falsidade e a mentiras. Odeio pessoas mentirosas. Se você me mentiu uma vez jamais terá minha simpatia de volta. Jamais e “ponto final”, com a minha idade e experiência de vida a gente não usa mais “mas” e nem muitas vírgulas.
Eu não sou popular, nunca fui. As pessoas me amam ou me odeiam, dentre as do segundo grupo estão as que me invejam e aquelas para quem eu não fui sempre simpática, muito provavelmente porque elas não foram leais ou justas comigo ou porque acharam que eu era mais boba do que eu sou, ou porque elas mentiram para mim: não tenho receios de dividir o veneno com quem quer me matar.
Aliás, de regra quem me acha “simpática” acha que eu sou tola, enfim não me conhece e nem chega a conhecer. As pessoas não sabem diferenciar educação de falsidade, eu sou bem educada e até cordial, mas não sou falsa e nem simpática com quem eu não gosto, não vou com a cara ou, simplesmente, não quero.
O cara simpático demais é “palhaço”. Ninguém admira uma pessoa muito simpática, todos adoram beber ao seu lado, fazer festa com ele e rir do que ele fala, mas não lhe admiram. Os simpáticos, via de regra, são falsos e ninguém lhes dá valor, eles acham que são valorizados, mas não são; eles são usados.
Eu sou simpática com quem eu realmente “simpatizo”, com quem eu acho interessante e sério, com quem não se excede e nem passa do “ponto”, com quem se valoriza, mas não é prepotente e nem se “acha” mais do que é, porque eu não sou melhor do que ninguém e não simpatizo em nada com quem se acha mais do que os outros, pelo contrário, eu fujo!
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 16 de setembro de 2011.

Quase dementes

Quase dementes


O egoísmo de algumas pessoas lhes faz parecer doentes mentais. É impossível não ter que “rir para não chorar” do que falam os homens que se sentem superiores aos outros, que acham que tudo que lhes diga respeito é mais importante do que aquilo que se refere aos demais.
Essas pessoas não toleram ouvir as outras, são incapazes de se colocar no lugar alheio, têm a plena e doentia certeza de que são mais “sofridas” e “infelizes” que as outras e, portanto, não se importam com elas, de uma forma ou de outra juram que a razão esta de seu lado.
Mentem sem perceber que estão mentindo, enganam sem notar que estão enganadas, juram falsas verdades com a convicção de um esquizofrênico que conversa com sua própria sombra. Essas pessoas me assustam e me anojam ao mesmo tempo, pensar nelas e em seus atos é como me imaginar afogada no Rio Tietê, me dá agonia, pavor, medo e asco.
Toda pessoa persuasiva que tem pena de si mesma é perigosa. Ela pode maltratar você, fazer pouco caso de sua dor, lhe ferir e desapontar, mas, ainda assim podem lhe convencer de que as vitimas são elas e, o que é igualmente amedrontador: elas podem convencer quem esta ao seu lado de que elas são quem realmente padeceu. Cuidado com esse tipo de gente, elas não mudam e sempre vão fazer mal a quem nelas confiar.
Tais seres abjetos parecem ser dementes, mas não são, e ai reside o seu perigo: por tal motivo elas conseguem o que desejam, ou seja, são julgadas com mais “doçura”, como se fossem o que passam longe de ser. Elas são astutas, espertas e maldosas, são quase dementes e o que é “quase qualquer coisa” não é coisa alguma, enfim, elas são tão sãs psiquicamente quanto você, todavia são mais perigosas e pérfidas, apenas isso.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 16 de setembro de 2011.

Ciclos

Ciclos


A vida é um eterno oceano onde as ondas que batem nuns se afasta de outros. Enquanto uns aprendem outros querem deixar de lado o que sabem, enquanto uns querem chegar, outros desejam partir, onde uns começam a crer no que outros já não acreditam mais.
A arte do convívio e do respeito às diferenças é o único bem que todos os homens deveriam possuir para que a sociedade evolua e funcione de forma saudável, justa e aprazível. No entanto, cada pessoa prefere crer que sabe mais que a outra, que esta numa fase melhor ou de mais “sabedoria” em relação às demais e faz pouco caso daquilo que não diga respeito a sua vida e que, com a boca cheia, chama de “problemas”.
Aliás, é algo muito interessante e tragicômico alguns episódios que “assistimos” ou “participamos” em nossa existência, em especial aqueles onde as pessoas brigam, não apenas para demonstrarem o que pretensamente chamam de “razão”, mas para atestar que são mais “sofridas”, mais “injustiçadas” e que possuem o “fardo” mais pesado para carregar. O egoísmo e o orgulho estão aniquilando a denominada “racionalidade humana”.
Enquanto na época de Jesus ninguém lhe ajudou a carregar sua cruz, hoje em dia as pessoas querem medir o tamanho das suas e, por incrível que pareça aos olhos das poucas pessoas sensatas que existem no mundo, querem que as suas sejam mais pesadas, porque crêem que é uma boa forma de serem admiradas: atrair a piedade alheia para demonstrar que são “fortes” e “superiores”.
Não há dúvida de que vivemos em tempos de epidemia da hipocrisia, em tempos estranhos onde as pessoas perderam-se por completo dos valores morais e do que seja o real sentido da palavra compaixão e do verbo “compadecer”, onde o pronome “eu” é o mais “necessário” e popularmente conhecido.
Se uma pessoa deixa de acreditar em certas coisas é porque teve motivos para tanto, se outra passa a crer é porque precisa disso em sua vida, todavia se as pessoas respeitassem verdadeiramente a opinião umas das outras poderiam crescer ouvindo ao outro e o que lhe fez mudar de opiniões e, assim, evitariam sofrimentos futuros, aprenderiam e evoluiriam mais, mas, para tanto, seria necessário ouvir e se importar com o próximo, e, no fundo, quase ninguém se importa com o que não diga respeito estritamente a sua vida. O conceito de “próximo” esta cada vez mais distante dos indivíduos que só se importam consigo mesmos.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 16 de setembro de 2011.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O pior vício

O pior vício


As pessoas se habituam ao que gostam e viciam no que lhes faz bem sem que precisem fazer esforço, sem que precisem refletir, se dedicar, ter compaixão ou pensar nas conseqüências. O vício pressupõe três coisas: o ato de “experimentar”, o gostar, e a repetição que gera o hábito.
Não falo de vícios em produtos químicos lícitos ou não, me refiro mais especialmente ao vicio em certas atitudes, em atos desonestos, tolos, falsos, egoístas, mas que “satisfazem” seu “autor” que consegue o que deseja e olvida do efeito de suas ações na vida ou na alma das outras pessoas.
De todas as atitudes malévolas e “viciantes” a mentira é a mais perigosa, a mais letal, não tanto para quem a comete, mas para suas “vítimas”. O sujeito só se habitua e, conseqüentemente, se vicia em mentir porque ele consegue o que quer enganando os outros, porque a sua mentira “dá certo”.
Todavia, roubar, dar calotes (estelionato) e, até mesmo, matar pode “dar certo”, mas além de atos imorais, são ilícitos. Nem tudo o que satisfaz ou dá resultado “fácil” é bom, pelo contrário, em longo prazo é ruim para quem age e para quem é vitimado por suas atitudes. No final, nem o crime, nem a mentira compensam.
O fato triste em questão é que, uma vez que a pessoa se torna mentirosa, ou seja, mente uma, duas, três ou mais vezes e se sente bem com o “resultado” de seu agir, ela nunca mais perderá este hábito. A mentira é um vício que não se larga.
Todas as pessoas mentem, mas quando passam a mentir “sempre” e com a intenção de obterem lucro ou prazer à custa dos corações alheios e de sua boa-fé, elas nunca param, obviamente, irão mentir que jamais vão lhe enganar, mas se você lhes der ouvidos, elas já estarão lhe enganando. Acredite, mentirosos não mudam! Dificilmente uma pessoa muda, mas os mentirosos não mudam nem na hora do desencarne: morrem mentindo, assim como viveram.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 14 de setembro de 2011.

Eu, House e a dor.



Eu, House e a dor.





Não é novidade para ninguém que me conhece ou que lê o que escrevo a minha simpatia pelo seriado da “Universal Channel” chamado House, cujo protagonista é um médico manco, “viciado” em analgésicos e comumente franco, muito franco. O Dr. Gregory House adora afirmar que “não se importa”, assim como usa a sinceridade como uma forma de se “defender”, de impor ao mundo que não precisa de ninguém e que não deseja ser admirado pelo que “não é”, afinal ele “não se importa” por ser criticado ou mal quisto desde que não haja com falsidade.
Talvez o Dr. House não se importe com a opinião alheia a seu respeito, talvez não goste de ouvir as pessoas, mas quase ninguém é sincero quando diz que “gosta” de ouvir os outros, afinal os seres humanos podem ser muito irritantes, egoístas, maldosos, e ignorantes o que não faz bem a ninguém, muito menos para alguém que sinta fortes dores físicas e valorize o seu tempo. Creio, portanto que o personagem se importa muito com o cumprimento de seu dever, ele pode não gostar das pessoas e de suas atitudes, mas não quer e, tampouco aceita agir de forma a colocar a vida de seus pacientes em risco, ao menos que seja para conseguir salvá-los quando a morte é iminente.
Então, será que ele realmente “não se importa” ou apenas “não se importa” com o que a maioria das pessoas se importa? Em ser simpático, bem quisto, admirado, mimado pelo paciente e seus familiares, em ser considerado “bondoso”, afável e competente? Ele cumpre seu dever sem exigir ou querer “condecorações” por isso ele diz que não se importa, mas coloca sua carreira em risco para salvar a vida de pacientes que, não raras vezes, nem deseja conversar, tampouco conhecer.
Desde os 22 anos de idade eu descobri que minha saúde não é “das” melhores, pois tenho uma doença degenerativa dos discos que ficam entre as vértebras de minha coluna lombar, problemas de tireóide e sérias “tendências” a desenvolver doenças cardíacas graves.
Apenas a dor aguda na coluna lombar me faz ficar introspectiva, me faz pensar na vida, porque a dor muda a sua forma de viver, de ver o mundo, de agir e de encarar a sua existência. A dor constante, a dor que não melhora quase nunca, apenas tende piorar em determinados momentos, não lhe deixa ser uma pessoa plenamente normal. Você se esforça, trabalha, estuda, faz o que ama, mas, ali esta ela (a dor) a lhe chamar para a realidade da imperfeição da sua vida, da imperfeição da vida humana. O que quase ninguém quer ver ou admitir, não sem se sentir ou se fazer de “vítima” do “universo” para obter “vantagens” com isso.
Quando você convive com a dor, ou melhor, aprende a viver com ela, você deixa de se importar com muitas coisas, em especial com que o que os outros vão pensar a seu respeito, porque você vive dentre eles sofrendo, gemendo, sem que eles se importem com a sua dor, afinal eles não a sentem, eles não sabem como é tal agrura, logo, é mais fácil falarem que você toma remédios demais, que você fica estranho “se” e “quando” bebe, que você é muito sincero e “espontâneo” sem saberem que você procura e precisa encontrar alívio em analgésicos, relaxantes musculares fortes, antiinflamatórios e tudo que possa lhe fazer “sentir bem”, ainda que por poucas horas, o que inclui falar o que pensa e agir sem se importar com o julgamento alheio.
A dor faz você ver que, por mais que você seja amado ou odiado, isso não muda muita coisa: você chorou pela primeira vez ao vir ao mundo de olhos fechados, teoricamente sozinho, numa sala ou quarto que, ainda que estivessem cheios de pessoas, ninguém podia lhe entender, de forma que cada fisgada, cada gemido, cada “ai” que você diz ou murmura faz você reviver o fato de que, querendo ou não, continua sozinho em sua vida, porque as pessoas que não são doentes ou não sentem dores, costumam “inventar” enfermidades e problemas para fugirem da realidade, para não terem que admitir que seus fardos são mais leves do que os de muitos seres humanos, com os quais elas não se importam, apenas fingem que dão importância para serem consideradas “legais”, “boas” e “virtuosas”.
Então, assim como o personagem magnificamente criado, eu não tenho medo do julgamento alheio, eu “não me importo” desde que eu faça o meu papel, que talvez se resuma a não magoar quem me ama, não intencionalmente, não por querer. Eu “não me importo” desde que eu faça o que eu desejo, apenas quando desejo de coração e mente, eu “não me importo” desde que eu me contente e não fira ninguém. Logo, se você acha que o Dr. Greg “não se importa”, você não entende o personagem. Ele criou o seu mundo, com sua dor, sua muleta, seu único amigo e remédios e eu o meu, com meu trabalho, minhas palavras, minha dor, minhas crenças e descrenças.




Se você pensa que eu escrevo porque eu “sei” escrever, você se engana, porque eu não sei! Não sou mestra em língua portuguesa e não me importo com quem me critica e não gosta do que eu penso ou como me expresso, eu escrevo porque me faz bem, se isso agrada alguém, ótimo, eu fico contente, se não agrada, não me interessa, eu não preciso agradar, eu preciso escrever, desabafar porque isso alivia a minha alma. Faz parte do meu mundo, eu não preciso que faça parte do mundo alheio, o que advier de bom disso, ou seja, se houverem pessoas que simpatizam com o que penso é um acaso feliz, não uma meta.
O sarcasmo do Dr. House se tornou sua “graça”, ainda que muitos achem um sinal de “rabugice”, sua sinceridade é sua defesa, porque ele não quer se entregar para a hipocrisia, para falsos sorrisos e para uma falsa forma de ser e de viver. Ele sabe que ninguém ou quase ninguém se importa com sua vida ou lhe compreende, então é mais fácil viver na “defensiva”, salvar vidas, se entregar ao trabalho a ter que admitir que possui uma forma peculiar (e talvez “especial”) de dar importância à vida, mas, para que admitir isso se a dor ensinou ele a ser solitário e a não confiar nas pessoas que, em sua maioria, não quer saber de quase nada que não seja de seu agrado?
House se “entope” de analgésicos, enquanto o mundo se afoga em hipocrisia. Eu o entendo, porque nos maus momentos da minha vida, nos momentos em que a dor me enfraqueceu, ninguém tentou me animar dizendo que eu estava sendo “forte” por estar de pé, todos sempre querem mais, esperam mais, para poder criticar e “mal julgar” mais. É a vida, é a realidade e saber disso talvez seja realmente doído e, o que é pior, totalmente irremediável, não é algo que piore a cada dia como a degeneração dos meus discos intravertebrais, é algo que estragado “desde sempre” e jamais irá melhorar ou mudar. Lamento admitir, mas citando o personagem: “Para que não o magoem, o melhor é fechar-se num calabouço e engolir a chave.”
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 14 de setembro de 2011.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Os homens, seu órgão sexual e outras disputas tolas.

Os homens, seu órgão sexual e outras disputas tolas.





Eu que, normalmente, sou julgada como machista venho expor idéias de pouco decoro, mas em prol das mulheres. Os homens, de regra, têm seu ego satisfeito ou pelo valor que possuem em cofres e contas bancárias, ou pelo alto rendimento que aferem mensalmente, ou pelos carros que ostentam sua condição financeira, ou por suas casas confortáveis e chiques, ou pelo seu status ou, finalmente, pelo tamanho de seu órgão sexual!
Pode ser um tanto inconveniente menstruar todos os meses e se desdobrar em mil para dar conta de profissão, filhos, marido, saúde, corpo, além de averiguar as tarefas designadas para uma doméstica (sim, eu nem cogito o fato de uma mulher moderna fazer toda a função doméstica em sua casa). Todavia, mais inconveniente do que isso é ter que usar calção na praia, é não poder esconder quando se excita e nem quando “brocha” ou não goza, é não ter desculpa para o mau humor (eles não podem dizer que estão com TPM!), da mesma forma que deve ser terrível a sensação de “competição” com os membros da mesma raça (masculina). Ademais, os "orgasmos múltiplos" pertencem a quem, quem? As abençoadas mulheres, que de "sexo frágil" não têm nada!
De forma imatura, infantil e praticamente tragicômica, (aos olhos femininos), os homens competem, tacitamente, entre si: um quer mostrar para o outro que casou com a mulher mais linda, ou mais rica, ou mais inteligente, ou mais “tarada”, que é mais bem sucedido, que, apesar da idade, esta em “melhor forma”, que tem o melhor salário, a melhor casa, o melhor carro e que, ainda “abala corações” juvenis. O mundo da futilidade masculina é mais cruel do que o das mulheres.
Ademais, os homens, em sua maioria, subestimam ou superestimam as mulheres, é difícil para eles encontrar o “meio termo” saudável ao julgar uma dama. Eles pensam que as mulheres não falam de seu desempenho na cama para as amigas, mas elas falam, o que gera, dentre eles, mais um “nível” de competição: quem é o melhor na cama, o mais dedicado, o mais “garanhão”, o mais “abastado” (além de financeira) sexualmente. Haja infantilidade!
Pois bem, confesso que é bastante irritante ver homens muito mais velhos ou mais deselegantes e feios do que as mulheres, por exemplo, exigirem perfeição psíquica e física daquelas por quem se interessam, quando, na verdade, não é novidade dentre elas que o sujeito é ruim de cama ou tem o pênis pequeno (ou ambos, não raras vezes espessura é documento). Cheguei, pois, a conclusão de que o grau de dificuldade, exigência e "chatice" de um homem, para escolher uma parceira e se apaixonar, é inversamente proporcional ao tamanho de seu órgão sexual e diretamente proporcional ao seu poder aquisitivo. O que "fala" mais "alto"? O primeiro fato, embora o homem lute e batalhe por dinheiro, sempre o que ele não pode comprar o fascina mais, afinal, é de maior "raridade".
Como conclui isso? Com certeza não foi transando com um monte de homens em caráter “experimental” ou com “cunho de pesquisa cientifica” (se você é homem e pensou isso, acabou de mostrar que subestima as mulheres e as julga por você!), mas através do que ouvi em muitas conversas em mesas de bar, jantares e festas com conhecidas que, tímida ou abertamente, contaram como o fulano ou sicrano “é”.
Logo, eu que não sou boba, vendo que ele não dá certo com mulher alguma, que não desperta paixão em nenhuma senhorita decente, não materialista ou interesseira, conclui que o sujeito que "luta" para mostrar para os demais a “ficante”, a namorada ou a esposa mais bonita ou "especial" é o que tem o pênis menor ou o que se sente inferior aos outros pela carência de um ou mais dos “itens” constante na “lista de disputas” inerente as relações masculinas. Alguns homens podem crescer, mas, em muitos casos, assim como seu pênis a sua maturidade jamais se torna avantajada: isso é triste, muito triste, tristíssimo!
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 13 de setembro de 2011.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Olhando para os lados.

Olhando para os lados.


Eu só conheço uma espécie de gente burra, fraca e irritante: a que não olha para os lados nem para trás, a que entra em depressão por não valorizar quem é e nem a vida e oportunidades que tem ou já teve, a que não consegue abdicar do egoísmo nem mesmo em prol de sua felicidade.
A felicidade é o caminho, a chegada é uma contingência, mas os homens preferem andar em círculos, lastimando o “ilastimável”, sentindo-se vítimas da vida, desejando que tudo seja perfeito e aconteça no momento em que querem, como se eles fossem Deus, como se seus intentos fossem os mais urgentes e necessários no mundo.
Eu não pugno pelo comodismo, leniência e falta de perseverança, o ser humano precisa de sonhos e metas para viver, a esperança é a mais leal companhia do homem até seu desencarne, ela precisa existir. Eu faço ode, isto sim, à humildade de espírito que ajuda o homem a olhar quem esta na sua frente com admiração, com respeito e vê-lo como um exemplo daquilo que ele deseja ser ou ter, mas, para não esquecer-se de que seu presente não é tão infeliz, é preciso olhar para trás e para os lados, para quem esta em situação pior, portanto.
Acredite, você não é o único no mundo que sofre, você não é e nem vai ser a última pessoa que deseja ver chuva num dia de sol porque as nuvens carregadas se afinam mais com seu estado de espírito. Dias de tristeza e melancolia todos têm, eles são necessários como teste de sua força de espírito, eles são saudáveis para a reflexão, afinal, só não se mantém melancólico e triste quem persevera e analisa a sua vida, olha para os lados, se enxerga no espelho, sorri e muda de humor porque reconhece que não é o único que tem problemas e agruras no planeta.
Nada pode ser mais infame e grotesco do que a autopiedade, do que o “coitadismo” de certas pessoas que sempre se sentem em “desvantagem” em relação ao mundo e aos outros; se você não deseja que eles tenham pena de você, não tenha você mesmo! Ser considerado um infeliz ou coitado pelo povo (que adora uma fofoca maldosa) é ruim, mas se considerar um pobre coitado é mais abjeto e vil, é o cúmulo da degradação e da falta de respeito do homem para consigo.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 12 de setembro de 2011.

domingo, 11 de setembro de 2011

Intransigência afetiva

Intransigência afetiva


Algumas coisas seriam realmente cômicas se não fossem lamentáveis e tristes, porque tolas e vazias de sentido. Existem pessoas tão intolerantes que são incapazes de começar um relacionamento porque elas querem ser compreendidas sem compreender, tem uma visão unilateral de tudo o que ocorre, logo, se vêem sempre com a (maldita) “razão”.
Sim, “maldita” porque crer que se tem “razão” e “brigar” por ela é típico de seres primários, de pessoas imaturas e menos experientes e sábias do que acham que são, aliás, bom seria se as pessoas fossem boas em 50% em relação ao que acreditam ser.
Certo estava o Renato Russo quando cantou e afirmou que “todos têm suas próprias razões”. Cada ser humano abriga em si um mundo de experiências, de frustrações, de receios, de desejos e expectativas, ninguém está errado porque pensa de forma diversa da sua, não existe superioridade entre as pessoas, existem apenas diferenças.
Há quem espere demais, há quem deseje de menos e há quem não consiga compreender as expectativas alheias por serem diversas das suas e, assim, julgam o outro como “errado” ou inferior a eles. As pessoas são complexas, é preciso muito convívio, afeto, braços dados, separados, embates, discussões (civilizadas, claro), encontros e desencontros, para, enfim, podermos dizer que “conhecemos” alguém, e, ainda assim, jamais conheceremos todos os espaços e cantinhos de sua alma.
Todavia, as pessoas intransigentes e afetivamente intolerantes mal entabulam uma relação e querem ser “conhecidas”, decifradas, compreendidas, ao mesmo tempo em que superestimam o outro sem conhecer seus medos, suas fraquezas, suas necessidades básicas de carinho e atenção. Desistem fácil porque não tem compaixão e não tentam entender o que a outra pessoa sente, tendo em vista seu jeito de ser e pensar diverso do seu, para dizer o mínimo.
Tais pessoas complicam tudo do alto de seu orgulho, não compreendem, não relevam; talvez porque sejam realmente duras de coração, talvez porque não reconheçam sua imperfeição e esperem a perfeição alheia, talvez porque sejam incapazes de amar e se entregar de coração a um relacionamento, porque quem não consegue se colocar no lugar do outro e, ao menos, tentar compreende-lo, jamais conseguirá amar realmente alguém.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 11 de setembro de 2011.

sábado, 10 de setembro de 2011

Arrependidos



Arrependidos





Eu não acredito em purgatório, umbral ou coisas assemelhadas, eu acredito em arrependimento, eu acredito na tristeza do homem que chora e roga aos céus: “Deus, me perdoe, porque eu não consigo.”
Nada pode ser pior do que isso para uma pessoa, nada pode ser mais doído do que olhar para o passado e lembrar as decisões erradas e de efeito moral avassalador e deprimente para com uma pessoa bondosa, que lhe devotou seu amor, sua dedicação.
É certo que de nada adianta remoer lembranças, todavia quem se arrepende do que fez ou deixou de fazer não consegue viver sem dar uma “olhadela” no seu passado, o arrependimento lhe impede de seguir olhando apenas para o amanha.
Não à toa eu afirmo que é preferível ser magoado a magoar, só Deus sabe a tristeza que aquele que lhe feriu guarda num cantinho trincado de seu coração. Se você é ferido, demora, mas você se recupera, consegue até perdoar o outro, se você feriu, talvez nunca consiga se perdoar.
A vida de nenhuma pessoa é a mesma depois de ter sido injusta e ter magoado quem não merecia, aliás, ninguém merece ter seus sentimentos legados ao desprezo. Se a pessoa que erra e lhe magoa não é psicopata ela terá uma longa trajetória de vida sentindo o gosto amargo e quase venenoso do arrependimento.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 10 de setembro de 2011.

Meninos e homens

Meninos e homens



A diferença entre homens e meninos não esta apenas na faixa etária em que eles estão, mas nas atitudes que eles tomam, na forma como eles vivem e nos valores nos quais pautam seus atos.
Homens sabem reconhecer mulheres, sabem diferenciar aquelas que merecem seu apreço das que não merecem e, portanto, sabem tratar bem àquelas que se caracterizam como exceções as regras. Homens não têm vergonha de demonstrar sentimentos, eles têm auto-estima e são bem resolvidos, meninos são inseguros: ou lhe enganam ou escondem o que sentem.
Homens não se ofendem por pouco, não se fazem de vítimas, homens compreendem e não agem como crianças birrentas: “Se não for assim como eu imaginei, eu não brinco mais!”. Meninos agem de tal forma. Eles podem tudo, você não pode quase nada, eles são espertos, você não é, ou então eles acham que você é a pessoa mais esperta do mundo e deve compreender seus “disparates”, são extremistas como crianças mimadas.
Homens telefonam para saber como você esta, homens dizem que gostam de sua companhia, homens arranjam um tempo no seu dia corrido para devotar-lhe um pouco de sua atenção, meninos não sabem agir quando estão assoberbados ou preocupados, meninos travam e agem como se tivessem lhe esquecido, mas querem que você lhes compreenda, tal quais suas mães.
Homens também mandam mensagens, homens fazem o que podem para mostrar para a você quão importante você é ou esta se tornando em suas vidas. Meninos mandam mensagem quando tem segundas intenções ou quando querem saber onde você está e o que esta fazendo, homens mandam mensagens no estilo: “Vamos jantar hoje às 20h? Passo te buscar!”, ou então “adorei a companhia ontem, mal espero para reencontrá-la”.
Homens agem com destemor, meninos agem com orgulho, ou melhor, homens agem, meninos atuam, interpretam o tão almejado papel de “gente madura” e “crescida” quando não passam de jovens tolos que acham que sabem muito mais do que realmente conhecem acerca da vida e das mulheres. A notícia boa, no entanto, é que existem ótimos homens no mundo, a ruim é que os meninos, na sua grande maioria, levam cerca de quarenta anos para tornarem-se bons homens.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 10 de setembro de 2011.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Demonstração de carinho?Sim!

Demonstração de carinho? Sim!


Não nego a veracidade do fato de que muitas mulheres esperam demais dos homens, exigem perfeição e por isso são consideradas “complicadas” ou chatas e, não raras vezes, quedam-se sozinhas com sua lista imensa de virtudes a serem encontradas num homem.
Exigências demasiadas não condizem com o realismo que é o melhor amigo da felicidade, todavia, ausência total de expectativas condiz com desistência da felicidade ou com parca auto-estima.
Existem homens que, de forma inexplicavelmente auto-ilusória, esperam virtudes que não condizem com as mulheres que gostam deles. Toda mulher quando se interessa por um homem espera dele o mínimo de atenção, de gestos de carinho, de demonstrações de que ele esta pensando nela ou de que ela lhe faz “falta”.
Enfim, no inicio de qualquer relacionamento, homens e mulheres, por mais assoberbados que sejam, precisam de um mínimo de atenção, de “bom trato”, uma mensagem via celular desejando “boa noite”, dizendo que a “companhia foi boa”, que se “deseja que o tempo passe para um reencontro”, uma ligação após o trabalho ou num momento de folga, um e-mail, um recado on-line, qualquer coisa do tipo satisfaz e cativa.
Agora, um sujeito que acha que porque marcou um encontro para 4 dias depois e que neste ínterim não deve se manifestar não merece o apreço de uma dama carinhosa. Homens que gostam de mulheres frias e distantes normalmente se dão bem com aquelas que querem, apenas, passar seu tempo com eles, sem bem desejar-lhes de verdade, porque toda mulher quando gosta de alguém quer carinho e atenção, assim como deseja lhes dar.
Tolo o homem incapaz de compreender tal fato se torna incapaz de conquistar e conviver com qualquer tipo de mulher que se ame e queira ser bem amada além da cama, além do sexo.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 10 de setembro de 2011.

Projeção

Projeção


O problema de todo relacionamento, desde aqueles que nascem fadados à desgraça até os que se tornam “desgraçados” após um bom tempo, é a projeção, um dos mecanismos de defesa do ego que o Freud descrevia e ocorre, por exemplo, quando um parceiro projeta no outro as “virtudes” que ele crê possuir e lhe são estimadas e valorizadas além das dos outros, que nem são vistas por quem “projeta”. Existe a projeção de defeitos também, mas aqui apenas a das pseudovirtudes será comentada, porque nada pode ser tão defeituoso quanto um homem que se acha demasiado “virtuoso”.
O parceiro projeta no outro sua objetividade, sua forma simplista ou materialista de ver a vida, sua forma de ser fria e calculista, sua “super-maturidade” (que só ele acha que existe e que é “super”), sua “sabedoria”, enfim, seu jeito de ser, até que, lá pelas tantas, ele se depara com a realidade e, contrariado em seu orgulho, afirma para o outro que ele lhe desapontou, lhe decepcionou.
Aliás, quase todo relacionamento passa por esta fase, apenas as pessoas que, por amor e através de dialogo conseguem superá-la, se mantêm unidas e, de tal momento em diante constituem um relacionamento equilibrado e saudável. Sei por experiência própria: meus relacionamentos que deram certo por bastante tempo e que foram felizes superaram a fase das projeções.
Todavia, existem pessoas que não conseguem superá-la, quer por orgulho, quer por egocentrismo, por acharem que são “bons demais” e que o outro, que não é “bom” a sua altura, não merece seu apreço, nem respeito a sua individualidade que torna as pessoas “docemente diferentes” uma das outras, mas não melhores ou piores. “Eu me enganei muito sobre você” é nisso que o “projetor” acredita e afirma com aquela dose de “coitadismo” na fala.
Ocorre que o “eu me enganei” é mais literal do que o individuo pensa: ele realmente “se” enganou, “se” iludiu por se achar “melhor” que os demais e por projetar no pobre do outro indivíduo as suas “virtudes” reais e inventadas, que, após não serem constatadas, lhe faz taxar o outro como alguém cheio de defeitos e inferior a ele que, sequer parou para pensar que as diferenças podem ser construtivas quando há humildade e quando um deseja aprender e se tornar uma pessoa melhor junto com o outro, afinal, sempre há o que ensinar, assim como sempre há o que aprender. Seria engraçado, não fosse triste!
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 10 de setembro de 2011.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Game over, darling!

Game over, darling!



É, demorou, mas adquiri a convicção de que sou uma mulher para poucos e raros homens, não por ser especial ou ter qualquer coisa de “extraordinário”, mas, simplesmente, porque são poucos os homens capazes de me entender, por mais espontânea e sincera que eu seja.
A maioria dos homens hoje em dia, sejam eles jovens ou velhos, se acostumou a ter seu ego inflado pelas madames, habituou-se a mulheres que, antes de iniciar um relacionamento sério, correm atrás, ligam, mandam mensagens, vão aos locais em que o sujeito que lhe interessa costuma ir, etc.
Eu não sou assim, talvez porque eu seja realmente transparente e “conte” com a inteligência do sujeito que tem algum interesse válido e sério em mim, afinal desprezo ignorância e burrice. Ora, penso eu, se eu fiquei horas conversando, se retribui o beijo e fui carinhosa não é óbvio o fato de que eu gostei ou gosto do sujeito e tenho vontade de ficar ao seu lado? Então, porque eu irei telefonar, mandar mensagens, recados em sites, MSN e assemelhados se ele tem meu telefone e até endereço? Não, eu não faço isso, me recuso a tomar tais atitudes desesperadas.
Se o cara não é nenhum asno inseguro ele sente que eu gostei dele e age! Neste ponto, dentre outros de minha personalidade, eu sou machista: óbvio ficou meu interesse, lógico fica, a meu ver, o fato de que cabe ao homem dar os demais passos, do contrário eu me recolho e desisto: apago número de celular, endereço eletrônico, MSN, e fico na minha, esperando alguém com brio, afetuosidade e inteligência surgir, afinal, sou emocional e financeiramente independente a ponto de saber ser feliz sozinha.
Não telefono, não mando mais mensagens, não mendigo atenção e nem apreço depois que a amizade ou a interação fez “surgir” beijos e carinhos. Meus atos falam por mim de forma que, um homem seguro e inteligente, saberá interpretá-los e, se realmente ele estiver interessado em mim, vai vir atrás, vai ligar e dar seqüência ao momento da conversa, risos e beijos, porque percebeu que eu também desejo isso, caso não haja desta forma, ou é porque é burro demais para compreender uma mulher decente e com amor-próprio ou, simplesmente, porque ele não quer nada sério com uma lady que despreza relações superficiais. Game over, darling!
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 09 de setembro de 2011.

Siga adiante!

Siga adiante!


Algumas pessoas não se importam, entenda isso. Algumas pessoas são incapazes de pensar em você, nos seus pesares, na sua dor, nos seus sentimentos, elas não tem compaixão, pensam como se apenas elas fossem humanas, logo capazes de sorrir e chorar. Você e o resto do mundo não lhes importam, apenas quando lhes convém.
Mentirosos são mentirosos, eles não mudam. Quem lhe enganou uma vez, quem fez você esquecer-se de si mesmo e de sua racionalidade em prol dele fará isso novamente, com outra pessoa ou com você mesma, se você permitir, é claro. Eles são persuasivos, dominam a arte asquerosa do engano, da mentira. Você se magoa e sofre, eles não, você vê amor, realização de sonhos, eles não. Você tem uma mente e um coração, eles têm interesses, são doentes.
Não seja bobo, eu sei que você pode lhes dar uma segunda, terceira ou quarta chances, mas eu sei que a possibilidade de você se frustrar e se machucar em todas elas é muito maior do que a daquilo que sempre deu errado vir a dar certo. Tente, ao menos, ser realista: confie mais em si mesmo, se o problema da relação era você, talvez tudo possa mudar, afinal você sabe o que quer e se conhece, mas se o problema era o outro, por favor, não coloque seu coração a prova, não confie e nem se entregue tanto.
Quem enganou uma vez costumeiramente enganará de novo, não seja tão otimista, acredite se quiser, mas poupe suas energias e esperança, afinal, quanto maior a expectativa e a elevação de ânimo, maior a queda, maior a decepção. Todo homem pode mentir, o que muda são os motivos, todos mentem, esta é a verdade, mas nem todo mundo é mentiroso contumaz, nem todo mundo é mestre na arte de iludir corações e enganar as pessoas sem sentir culpa nem compaixão, anime-se, nem todos são psicopatas ou “estelionatários afetivos”!
Eu sei que é triste desistir de qualquer decisão tomada, principalmente das afetivas. O homem de bom coração não se conforma por ter feito uma escolha tão errada, tão torta e insiste em optar pela mesma escolha na esperança de um dia poder respirar com alivio e dizer para si mesmo: “Eu não fui tão tola, no fundo ele sempre foi bom. Eu sabia!”. Eis um misto de orgulho, imaturidade e desejos comuns em “paixões bandidas”. Todavia, errar é humano, teimar no erro é estupidez. Resigne-se, seque as lágrimas e mude de energia, se aceite só e desista de quem apenas soube lhe mentir, trapacear e enganar, abra mão de quem jogou com seu coração. É impossível acertar sempre, entretanto, como disse o filósofo Friedrich Nietzsche, o que não serve para nos matar, nos fortalece. Siga adiante com a maturidade obtida e não olhe para trás, porque é no futuro que você vai passar a sua vida (como disse alguém que não me recordo quem ou “o que” tenha sido).
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 09 de setembro de 2011.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Não exija demais.

Não exija demais.



Não exija demais da vida, não fique esperando que tudo seja perfeito, que você conheça sua alma gêmea na esquina de sua casa e, rapidamente, surja uma paixão avassaladora. Não espere que seus “amigos”, que adoram ir à sua casa para encher a cara por sua conta, lhe estendam a mão ou lhe dêem um abraço forte e sincero quando você precisa.
As pessoas erram e suas escolhas condizem com tal fato. Não deixe que suas crenças infantis atrapalhem sua vida, não fantasie com nada que não seja real. Não existem pessoas “certas”, não as espere, enquanto você faz isso se dispersa e não percebe que uma ótima pessoa esta batendo à sua porta.
Não espere o “momento certo”, a hora certa é escolhida por você, é, nada mais nada menos, do que aquele momento em que você agiu com coragem e fez o que, na hora, desejava fazer. A hora certa é o momento em que você se livra das amarras e dos medos e vai à luta, agindo com destemor.
Quem espera a pessoa certa, o momento certo, a vida justa jamais poderá ser feliz. Existem pessoas que querem acreditar que os desonestos e maldosos, por exemplo, não dormem em paz e bem a noite, ora, ledo engano! O ego possui seus mecanismos de defesa e as pessoas injustas, fúteis e “bandidas” são as que melhor sabem usá-lo, logo, é mais fácil você não adormecer por alguma “pontadinha” na sua consciência, do que o individuo que você julga ser um marginal diplomado ou não.
Não fantasie e nem julgue a vida e quem lhe cerca como se você fosse Deus e apenas seus simplórios e ilusórios pontos de vista certos e justos. Você comanda o seu destino, a sua vida, a vida alheia não lhe diz respeito, afinal, se existe um Ser que rege tudo no universo, sinto informar, mas Este ser não é você.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 08 de setembro de 2011.

Ciúme indigesto

Ciúme indigesto




O ciúme nunca foi nem nunca será o tempero do amor, pelo contrário, ele é a estricnina jogada no molho suave do bem querer: ou você confia no outro e em si mesmo (em primeiro lugar) ou esteja preparado para transformar duas vidas num inferno!
Não cerceie nunca a liberdade de quem você ama, seus contatos com amigos e amigas, seus momentos (necessários) de solidão, do contrário você não saberá se ele lhe ama, simplesmente porque você o prende, o sufoca e nunca poderá saber se seu coração é seu por autenticidade ou porque você "força a barra".
O ciúme em pequenas doses (mas pequenas mesmo) demonstra afeto, afinal ninguém quer perder quem ama, e a compreensão de tal fato é privilegio das pessoas maduras: ninguém quer ouvir a parceira dizendo que o fulano ou o cicrano é “gostoso e sexy”, enquanto não lhe elogia. Existem algumas premissas de um bom relacionamento uma delas é a de que namorado ou marido não é sua mãe nem seu melhor amigo para saber tudo o que se passa em sua fantasiosa cabeça, logo ser parceiro e amigo é uma coisa, ser idiota é outra, bem diferente.
Pessoas demasiado ciumentas são aquelas que, assim que tiverem uma oportunidade, vão encher sua cabeça de “galhos”. Os bons, honestos, fiéis, sinceros e transparentes presumem o mesmo de quem com eles se relacionam, os mentirosos, desleais e traidores, também, logo, abra o olho: ciúme esta mais para sinal de “sou traidor e infiel” do que para “tempero” de qualquer coisa que não seja abjeta e indigesta.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 08 de setembro de 2011.



Estranho

Estranho


Existem coisas muito estranhas no mundo, na mente e nas atitudes das pessoas, fruto, obviamente de inerentes diferenças e forma de ser e de ver a vida, afinal, o que é normal para um pode ser uma aberração para outro.
Estranho para mim é ver as pessoas não medindo palavras, atos e mentiras para conquistar a confiança alheia e obter do outro o que desejam, estranho para mim é sentir o calor de um coração num dia e a frieza no outro. Estranho para mim é ver pessoas confiando em quem maldosamente critica aos outros e sua vida sem conhecer seu coração, sua alma, sua essência. Estranho é essa superficialidade maldosa e doentia.
Estranho é ver algumas pessoas superestimarem sua inteligência ou sabedoria pela idade que você possui, é estranho ver que algumas pessoas não sabem que bondade, pureza e afetividade não se relacionam com a idade do individuo, mas com sua alma.
Existem mulheres e homens jovens que não valorizam o outro e nem a si mesmos, que enganam, que iludem, que acham que os outros são objetos ou adornos em suas vidas, todavia, não é porque uma pessoa cresce e sua idade aumenta que ela vai “angariar” para si este tipo de “malandragem infame”: Algumas pessoas amadurecem, mas se mantém puras e bondosas, outras nascem podres e assim continuam: confundindo amadurecimento com depreciação, com apodrecimento interior.
Eu estranho a mentira, eu curto mesmo é a verdade, a sinceridade, a franqueza. “Eu desejo você por isso e para isso”, “eu não quero mais isso ou nada, além disso”, “eu não concordo, mas respeito sua opinião”. Franqueza educada ou até mesmo ácida, enfim, qualquer coisa vale mais do que o engodo, e qualquer ser miserável e infeliz vale mais do que um mentiroso que se acha esperto enquanto maltrata corações e ilude pessoas de alma bondosa e inocente.
Estanho é ver pessoas querendo despertar bons sentimentos nos corações alheios, querendo que estes se entreguem, sem que tenham a mínima intenção de compreendê-los, amá-los e ter-lhes ao seu lado, enganam e iludem apenas para poder difundir para seu mundo frívolo ou seu ego estúpido que fizeram mais uma “conquista”, afinal se esquecem que pessoas inteligentes “sentem” isso através da intuição, da observação dos atos e da “nova atitude” do sujeito, logo elas não voltam atrás, desistem, se iludem, mas se desiludem e o enganador será a última pessoa que elas desejarão ter por perto em suas vidas. Elas sabem que foi ele quem perdeu, porque soube lhe conquistar uma ou duas vezes, mas não teve brio, afetuosidade e coragem par amar e se entregar a ponto de conquistar-lhe diariamente, e, para você, é esta a única “conquista” que importa.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 08 de setembro de 2011.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Homens e mulheres, sexo e paixão.

Homens e mulheres, sexo e paixão.


Mulheres e homens se unem por “amor” (ou por “acharem” que amam ou que estão apaixonados o que, na prática, não faz diferença alguma!), mas não começam a “amar” ou se “apaixonam” por alguém pelos mesmos motivos, ou melhor, o que justifica a escolha de uma mulher por seu parceiro não é a mesma justificativa da escolha de um homem em relação a “sua lady”. Embora, ambos possam mentir para deixar a verdade mais “bonitinha” aos olhos dos “preconizadores” da hipocrisia na sociedade.
Mulheres, em geral, querem homens românticos, atenciosos, com uma vida estável, independentes, cavalheiros, bem humorados, gentis, cordiais, etc. (a lista é longa, muito longa!). Raramente elas sopesam os quesitos “química” e “sexo ótimo” ao optar por um noivado, união estável ou pelo famoso “sim” em frente a padre, amigos e familiares.
As mulheres são tidas como “complicadas”, porque desejam, esperam e sonham demais. Confesso que algo no meu cérebro não funciona igual ao da maioria feminina, o que não me torna superior nem inferior a ela, se assim fosse os homens, com os quais me assemelho mais, jamais sofreriam.
Ver um relacionamento com uma pessoa com a qual você se afina 100% na cama terminar por motivos “não previstos” é bastante triste. Ah, tais motivos podem “ocorrer” mesmo que você esteja com o sujeito pela sua beleza, charme, simpatia, afetuosidade, companheirismo, amizade, intelecto, romantismo ou conta bancária!
Eis que, os homens, geralmente, usam o critério “sexo” como “desempate”. Eles vão se apaixonar ferozmente pela mulher por quem, além de sentirem forte atração, lhes satisfazerem plenamente na cama. Eles não querem uma vadia que transa cada dia com um, que vive de festa em festa atrás deles, mas uma mulher que realmente goste da entrega, do sexo e se sinta atraída por eles, pelo seu corpo, masculinidade e não pelo que eles possuem, aliás, para quem menospreza a “intuição masculina” convém saber que eles “sentem” isso, na cama inclusive.
Entre uma mulher linda, culta, educada, bem sucedida, com um grande patrimônio a ser herdado, mas “fraca na cama” e uma mulher bonita, um pouco culta, razoavelmente inteligente, com uma carreira que lhe sustenta, e quase sem nada a herdar, mas fogosa, carinhosa e que lhe realize totalmente entre quatro paredes, os homens de brio (dos quais se excluem os golpistas e “gigolôs”) irão escolher a segunda. Os sem-vergonha podem escolher a primeira, mas serão infiéis, cedo ou tarde, irão traí-la.
Ah, mas a mulherada se enraivece com isso! Dizem que os homens “só pensam em sexo”, dentre outras asneiras impensadas, haja vista que não percebem que seus motivos não são mais nobres, pelo contrário, são mais “ilusórios” e às vezes mais vis e fúteis que os deles. Não são poucas as damas que querem apenas um homem que tenha dinheiro, independente de seu órgão sexual ser “satisfatório” (diga-se, aliás, que “ele” deve ser julgado “extraordinário” pela parceira) e a química explosiva (o que é sumamente importante!).
Se você quer dinheiro, trabalhe, estude, batalhe, ou de um golpe no Banco em que tenha conta corrente. Se você quer um amigo, faça amizade com um homossexual, compre um cão ou um gato persa (eu recomendo), se você quer dar risada se reúna com as amigas, vá ao teatro, loque uma comédia, vá ao cinema ou alugue todas as temporadas do House, se você quer um bom ouvinte, procure um psicanalista, um psicólogo ou vá conversar com sua mãe, se você quer alguém que lhe entenda, vire lésbica!
Deixe de complicar as coisas, amizade é relevante, cumplicidade também, mas você nem sequer vai transar com um homem com quem você antipatize ou ache que seja tolo ou ignorante (ao menos que você não valorize em nada seu corpinho) então, minha cara, seja realista: os homens têm razão. De nada adianta romance, vinhos caros, viagens ao exterior e orgasmo zero ou forjado (deixe isso para as prostitutas, elas recebem para fingir). Se você pensa diferente lamento, minha cara, mas procure um sexólogo ou psicólogo, o problema é você e seus valores materialistas e frios, ou melhor, gélidos!
Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 06 de setembro de 2011.

Humilhada?Ferida?Jamais!

Humilhada? Ferida? Jamais!


Você só sente humilhado, desvalorizado ou desprezado se quiser amargar a tristeza emanada destes sentimentos e “sensações”. Assim como é fato que acidentes acontecem sem que exista a responsabilidade de ninguém, é verdade que as pessoas podem cometer gafes e lhe magoar sem que desejem, logo, você só se sentirá aviltado porque quer.
Claro que, você “bebê gigante” não admite que nada ocorra de forma imprevista! Você nunca se equivoca, logo não admite equívocos e, quando eles ocorrem, por mais acidentais e involuntários que tenham sido, você veste sua máscara de “vítima” e grita, ofende e tenta humilhar o outro como se ele tivesse cometido uma gafe por sua livre e deliberada vontade.
Você no auge de sua infantilidade se sentiu humilhado e não perdoou porque é orgulhoso e intransigente, todavia, a pessoa que você pretendeu pisar e humilhar ao tentar se “sair melhor” da situação, só irá cultivar o amargo sabor da mágoa se for tolo como você, se ela achar que é o “supra-sumo” do Universo e que ninguém pode se equivocar ou agir injustamente com ela, assim como você pensa, enquanto tenta afirmar ao mundo que é “humilde” e tem “personalidade forte”.
Por outro lado, se ela for uma pessoa tranqüila, que reconhece que errou, ainda que involuntariamente, e que você, imerso em cólera e orgulho quis revidar, ela pode chorar na hora, de arrependimento ou raiva, mas nunca irá lhe desprezar e nem se sentir humilhada. Quanto mais fraca a auto-estima, mais frágil a personalidade e menor a tolerância a erros.
Existe uma verdade na vida: podem as pessoas querer lhe ferir, lhe usar, lhe magoar e lhe humilhar, você só vai ser usado, humilhado e ferido se quiser amargar tais sentimentos, do contrário basta entender a ignorância humana e relevar, esquecer o que não deve e nem merece ser lembrado. Coitados dos que agem voluntariamente para pisar em alguém, coitados daqueles que não conseguem se colocar no lugar do outro e pensam que são imunes a erros!
Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 06 de setembro de 2011.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Evolução e novos valores das "não novas" mulheres.

Evolução e novos valores das “não novas” mulheres.



Nenhuma mulher com quase 30 anos, que colecione algum sofrimento afetivo, um ou mais divórcios, que seja exigente o suficiente para preferir ficar só a estar “não muito bem acompanhada” (sim, a seletividade aumenta e mulheres maduras e bem resolvidas nem cogitam do “mal acompanhadas”), é plenamente inocente ou tola.
Claro, a gente pode conservar aquela “mania” de confiar nas pessoas, afinal todo ser humano julga os outros por si mesmo, todavia, não desejamos mais conquistar amores e companhias por sermos “quase-virgens”, recatadas e abstêmias como éramos dos 19 ou 25 anos. Com a maturidade a gente quer uma companhia que se encante pela nossa personalidade forte, pelas nossas atitudes e pelo destemor que temos de fazer o que bem entendemos quando desejamos, é claro.
Antes de casar você acha que os homens devem valorizar a sua fama de “boa moça”, de mulher recatada, o que não é de todo ruim, já que você sempre se valorizou, todavia, depois de alguma dor, separações, muito aprendizado, alguns porres e outras mancadas, a sua visão de mundo muda e a sua auto-estima alavanca e sobe ou declina e some.
Ademais, após casar com um homem maduro você vai ver que ele nunca ligou para a sua bela fama de “quase Deusa”, mas para sua inteligência, forma humorada e decidida de ser, bem como no que você representou para ele, e, sinto informar às frigidas: no que você era dentre quatro paredes, o que, é claro, ninguém precisa saber fora delas.
Mulheres podem se casar por interesse financeiro, homens inteligentes casam, nove em dez vezes, por interesse em “bom trato” sexual, os que não optam por isso, são infiéis e infelizes, quase tanto como são as mulheres interesseiras que acham que marido é banco. A vida ensina que quase todos afirmam que casam por “amor”, mas homens e mulheres não amam pelas mesmas razões.
Eu sempre preferi o que sobe e evolui ao que decresce e piora. Como cantou a nobre Rita Lee “não sou freira, nem sou puta”. Com quase 30 anos e alguns sofrimentos vividos você não precisa ser ou “fazer-se” de santa, tampouco precisa degradar-se e agir como uma vagabunda, transando com desconhecidos sem pensar antes de agir, sem sentir fortes afinidades, simpatia, atração. Com tal idade você tem que possuir personalidade suficiente para não querer trapacear no jogo da vida: você é quem você é, nem melhor, nem pior e quem quiser amar-lhe vai lhe valorizar por ser você o resultado de suas experiências, sejam elas boas ou ruins, alegres ou tristes, realizadas ou frustradas, mas, certamente, aprendidas por alguém que adquiriu mais conteúdo, amor próprio e sabedoria em sua trajetória de vida.
Cláudia de Marchi


Passo Fundo, 06 de setembro de 2011.

domingo, 4 de setembro de 2011

O "cortejo da insanidade" nada insana.

O “cortejo da insanidade" nada insana.


Alguns gestos, palavras e pensamentos ficam muito bonitos em poemas, em músicas, em rimas, mas no mundo real são absurdos e, até mesmo, perigosos. Cantou a Legião em sua bela letra chamada “Sereníssima” a frase que caiu lindamente na letra: “Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade (...)” e segue, a letra é bastante profunda e agradável, todavia esta atitude é um tanto maléfica no mundo real.
Ok. A questão é que as pessoas que pretendem sentirem-se mais equilibradas ou melhores cortejando o desequilíbrio alheio, os atos equivocados ou até mesmo as atitudes demasiado espontâneas dos outros para, assim, se sentirem melhores e superiores a eles são falsas, traidoras e psiquicamente fracas.
Eu conheço pessoas assim, todos devem conhecer alguém que age de forma hipócrita e asquerosa. Para elas os atos alheios são sempre mais vis, desprezíveis, errôneos, insanos e piores do que os delas, então, para sentirem-se bem consigo mesmas, elas fomentam tais atos, elas dão força para eles ao mesmo tempo em que criticam quem agiu para mostrarem quão “superiores, decentes e corretas” elas são.
Você é aquele que faz loucuras, que segue seus instintos, que age com espontaneidade e transparência, você é aquela pessoa que não precisa “se fazer de santa” para ter amor-próprio, você se respeita, sabe que erra, aprende com seus erros e não se arrepende do que fez desde que tenha tido prazer com a decisão e atitudes que tomou.
Sim, fazer loucuras e seguir instintos não faz de você uma pessoa louca, mas autoconfiante e espontânea, todavia, aqueles coitados que querem se sentir bem erigindo seus atos e pensamentos a categoria de “insanos e imorais” fazem disso um prato cheio para conseguirem obter certo equilíbrio, enquanto acham que “cortejam” a sua insanidade e “imoralidade”.
Miseráveis, coitados! Insanos são eles que não sabem quem realmente são nesta vida, que se perdem entre um moralismo caótico, porque “herdado” e seus instintos animalescos, humanos, porém recalcados. Insanos são eles que querem parecer sobre humanos, superiores, enquanto cometem erros mais graves que os seus, enquanto fazem escolhas mais vis, mais abjetas, mas, para não admitir que são errantes, serão as suas atitudes, confusões, erros e atos instintivos que elas criticarão para, apenas assim, conseguirem se sentir melhores, envaidecidas e fortes. (Povero diavolo che pena mi fa!).
Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 04 de setembro de 2011.

Verdade, omissões e o julgamento alheio.

Verdade, omissões e o julgamento alheio.


Dentre suas frases de efeito e mega sinceras o personagem Greg House afirmou que “quando se quer saber a verdade sobre alguém, esta deve ser a última pessoa a ser consultada”, não nego que esta frase tenha um fundo de verdade, quem já caiu na “lábia” de pessoas mentirosas sabe disso: boa parte dos indivíduos, em especial os que têm um passado “suspeito” ou atos dos quais não se orgulha na sua trajetória, gosta de omitir ou mascarar algumas verdades a seu respeito, ou, ao menos, a respeito do que já viveu, do que já vivenciou e sobre quem realmente habita embaixo da máscara de “bom sujeito”.
Por outro lado, quem já foi vitima de fofocas, de mentiras, da inveja e da maldade alheias sabe que elas são capazes de destruir a moral de qualquer individuo perante nossa (hipócrita) sociedade, sabe, catedraticamente, que naquilo que sai da “boca do povo”, não se deve colocar muita fé.
Aliás, existem pessoas que agem sem espontaneidade alguma, que limitam seus atos e palavras ao que julgam ser agradável e “bem julgado” pelos demais. São pessoas, no fundo, infelizes e inseguras, mas que aprenderam a “manha” do jogo social: quanto menos espontâneo e autêntico você for, quanto mais direcionar suas atitudes visando à admiração alheia, melhor julgado e “definido” você será pelos outros.
A inveja, a maldade, o ciúme e a ignorância humana foram capazes de liquidar com a moral de Jesus Cristo, que nada mais queria se não o bem para todos, logo, as pessoas podem depreciar você, seus amigos, seus parentes, seus colegas, seus conhecidos, seus “pretensos” amores ou parceiros. A “voz do povo” jamais foi a “voz de Deus”, sendo, isto sim, uma arma letal contra a moral e o “bom nome”de pessoas autênticas, bondosas, sinceras, transparentes e inocentes.
Logo, ouvir, observar, analisar e tirar conclusões independentes do que se ouve pelas bocas alheias é a melhor forma de tomar decisões, viver e não se arrepender do que se faz e das opções feitas, ao contrário disso é o que resulta do ato tolo de ouvir o que o povo fala sem duvidar de suas palavras e, assim, terminar por menosprezar e malbaratar a moral de quem não precisa e nem merece ser injustiçado.
Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 04 de setembro de 2011.

sábado, 3 de setembro de 2011

Intolerância a mentiras.

Intolerância a mentiras.


Com o passar do tempo e na medida em que passamos a conhecer melhor os seres humanos nos tornamos menos tolerantes em relação a certas características, atos ou caráter. O que outrora levávamos tempo para perceber ou notar, passa a ser observado mais cedo, em certos casos, instantaneamente, o que antes relevávamos, agora não aceitamos, não digerimos, não assimilamos.
Eu me tornei intolerante a mentiras. Não aceito, embora finja que não me importo com mentirinhas singelas, como as que se referem a idade, por exemplo: Se você tem 29 anos, diga que é 29, nem 30, nem 28! Tem 43 anos? Diga que é 43, nem 45, nem 40! Eu não digo para as pessoas que não tolero nem tal espécie imbecil de mentira para não parecer uma criatura demasiado franca ou louca, mas eu sou. Ou melhor, eu sou demasiado franca, a loucura eu deixo para os seres que se acostumaram com a falsidade, com a hipocrisia, com mentiras desnecessárias, tolas e incabíveis.
Você pode se arrepender de tudo na vida, menos de ser sincero e falar a verdade. Não proponho a sinceridade grosseira ou estúpida, mas a necessária, a que tolera afeto e palavras brandas, sem anuir com falácias, com engodos, com enganos sérios que possam criar falsas expectativas e crenças na mente e no coração alheio.
Dizer para a namorada que a macarronada dela estava “ótima” pode ser conveniente se você não quiser se casar com ela. Cedo ou tarde você vai ter que dizer que o creme de leite e o queijo do molho lhe causam indigestão ou que o excesso de tomate lhe dá dor de estômago.
A menos que você pretenda comer uma vez ou outra sua comida, o que significa ausência total de planos futuros, então: para que namorar? Deixe a moça livre para ela conhecer um sujeito que goste do tempero de sua comida e dela, mais do que você, com certeza. Não faça ninguém perder tempo ao seu lado quando você não deseja, de coração, “ter” aquilo que faz a pessoa crer, através de atos ou omissões, que você quer.
Nenhuma mentira é interessante quando você pensa no amanha e no trabalho que terá para sustentá-la, para mantê-la. É por essas e outras tantas razões que a verdade é sempre mais conveniente, mais justa. Ela não tem várias faces, ela não requer mais invenções, desculpas e toda espécie de falsidade e atos vis que um homem é capaz de ter.
A verdade condiz com dignidade, a mentira, por outro lado, é típica dos indignos e é indignante. Há sempre uma forma saudável de expor a verdade, há sempre uma forma bonita de não fazer ao outro o que você não deseja que ele lhe faça, há sempre uma forma espontânea de ação que não permite que você iluda quem não precisa e nem deve ser iludido, simplesmente porque merece respeito, por ser humano, por ter alma e coração, assim como você.
Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 03 de setembro de 2011.

Artificialismos e aparências

Artificialismos e aparências


Não tem seios fartos como a moça da revista? Coloque silicone! Não tem lábios carnudos como a Angelina Jolie? Faça preenchimento labial ou algo do tipo. Não tem os cabelos longos como a atriz da “moda”? Mega hair nas melenas, já! Não tem cílios longos, curvados e pretos? Coloque postiços, faça “permanente” (sim, existe isso!) e fique parecendo a viúva Porcina, a Sandy, a Juliana Paes ou a Paula Fernandes cantando em dia de gravação de DVD!
O mundo esta favorecendo de forma tão acirrada o artificialismo em prol da beleza e das aparências que, não raras vezes, me pego assustada com as pessoas e sua superficialidade. O conteúdo, o que é verdadeiro, real e dificilmente “mutável” foi legado ao segundo plano pela maioria dos seres humanos.
Não importa mais o que “se é”, mas o que “se aparenta ser”, não importa o que “se sente”, mas o que “se aparenta sentir”, tudo pode ser falso, desde que aparente ser bonito, conveniente ou interessante aos olhos do “julgador” cuja essência é tão superficial quanto a daquele que julga (se é que a possui!).
Não importa quem o sujeito é se o carro dele é caro e moderno, não importa como a moça vive e nem o que pensa se o glúteo for avantajado, os seios fartos e o cabelo longo, não importam o coração e a alma se o individuo for rico e ganhar muito dinheiro por mês, não importa o que ele faz, como vive e nem o amor que ele tem ou pode lhe dar, desde que tenha a carteira cheia, não há relevância se a mente é vazia.
Este mundo de artificialismo, de superficialidades, de futilidade imperante esta se tornando infame, desprezível, vazio e triste. É impossível fugir da solidão quando você se sente perdido no mundo, aliás, a solidão se torna um refugio, um lugar seguro, palpável, verdadeiro, onde, ao menos, você tem a certeza de que não será iludido, enganado e malbaratado por quem acha que ser “esperto”, belo, “bom” ou “poderoso” é ter virtudes meramente “aparentes”.
Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 03 de setembro de 2011.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Carência de realismo

Carência de realismo


Num mundo que vangloria o misticismo e toda espécie de justificativa “espiritual” para os erros que geraram fracassos na vida humana o realismo, ou seja, a noção nua e crua da realidade se tornou uma raridade necessária e quase “milagreira” para o homem viver bem.
As pessoas não apenas iludem umas as outras como iludem a si mesmas, o que não é nenhuma novidade, Freud e todos os bons psicanalistas que vieram depois dele explicaram os mecanismos de defesa dos quais o ego se utiliza para não entrar em “pane total”.
A negação e a projeção me chamam a atenção. Os homens preferem culpar a qualquer coisa ou qualquer pessoa pelas suas agruras, equívocos, frustrações, sofrimento ou derrocada. As pessoas querem acreditar que os outros lhes fazem mal e passam a crer nisso, querem ser amadas por alguém e passam a “ver” amor onde ele nunca esteve, por exemplo.
Se não encontram um “bode expiatório” para tranqüilizar suas mentes, passam a “viver de seu passado”, ou seja, de uma época que lhes aprazia, simplesmente porque elas não achavam que fossem sofrer e que a vida lhes faria pagar pela irresponsabilidade tida perante ela e durante o decurso de seu tempo.
É fácil se enganar, se iludir, inventar toda espécie de absurdo para não assumir que se é falível, humano e capaz de errar. O triste é que, quanto mais afastado do realismo o homem vive, mais ele se separa da possibilidade de aprender com seus erros, de crescer e de tornar-se uma pessoa melhor nos únicos momentos que deveria lhes importar: o presente, o hoje e o futuro.
A vida é feita de escolhas e a tristeza ou felicidade do ser humano depende unicamente delas, das opções que faz. Ninguém deve ser ou é culpado por suas frustrações, você teve liberdade para agir certo ou não, e agiu, ainda que “achando” estar correto, quando não estava. Ademais, você paga um preço por isso que, convém dizer, ninguém pagará em seu lugar posto que a vida não permite aval e nem fiança no que tange a escolhas pessoais.
Não é, pois, mais saudável e útil fazer o mea culpa e seguir a vida com a certeza de que ninguém, nem nada, podem ser responsabilizados pelo que lhe acontece ou ocorreu? A vida é e sempre foi sua, demais ninguém, bem como a responsabilidade e oportunidades, usufruídas ou desprezadas. É preciso ser realista para se ter uma mente, uma alma e uma existência saudável que rume ao progresso, à melhora e ao aprimoramento.
Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 02 de setembro de 2011.