Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Razão e silêncio

Razão e silêncio


Os ignorantes querem ter razão, os sábios querem ter paz. Os tolos insistem numa briga quando existem pontos de vista colidentes, os sábios desistem da discussão e silenciam.
Calar não é sinônimo de anuir, muito menos de “perder”, é, isto sim, sinônimo de sabedoria, de tranqüilidade e de personalidade forte, mas os tolos não pensam assim, pelo contrário eles acham que precisam brigar por seus pontos de vista para demonstrar que são fortes e inteligentes.
A força, a sabedoria, a inteligência e a personalidade forte estão do lado do homem que tem amor próprio, auto-estima e auto-respeito, pessoas assim não precisam “ganhar” uma discussão para se sentirem bem, elas sabem que não existem verdades inexoráveis e que, por mais convicções que possuam acerca de suas idéias, não vale a pena “criar caso”, discussões e colocar a sua paz e tranqüilidade em risco por conta delas.
Afinal, com o tempo e o amadurecimento as idéias tidas como certas em dado momento podem passar a ser julgadas como erradas ou tolas. Então, para que brigar por idéias que podem vir a ser mudadas de acordo com suas experiências e vivências?
O homem sábio interage, ouve, cala e, muitas vezes, quando instigado e “cutucado” para uma discussão concorda da “boca para fora”, simplesmente por saber que teimar com pessoas teimosas, que se acham “donas da verdade” é dar murros em ponta de faca: não adiantam para nada, apenas para sofrer em vão.
Quando duas pessoas brigam para ter “razão”, ambas perdem a própria. Envolvem-se, gritam, deixam a ira falar mais alto, se ferem e, no final, o motivo que deu ensejo a discussão é esquecido e, em seu lugar, restam uma série de novas e desnecessárias mágoas e feridas a serem cicatrizadas, apenas porque um dos indivíduos não teve sabedoria o suficiente para se calar, para pensar e deixar o outro pensar o que lhe convém.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 26 de agosto de 2011.

Fase de fases

Fase de fases



Há vários meses atrás eu acreditava que estar cercada de gente, confraternizando (imotivadamente), bebendo, dando risada, saindo, viajando, beijando e fazendo novos contatos era uma boa forma de esquecer o que eu passei, senti e os amores que tive e vivi.
Não adianta, fugir nunca ajuda. Você pode tomar um porre, você pode misturar Rivotril com vinho, você pode misturar Tylex (que contém codeína) com Tylenol e licor de chocolate, você pode tomar overdoses de Dramin e Fenergan, nada vai ajudar você a superar as lembranças boas ou ruins do seu passado.
Você pode tentar se apegar a um sujeito “aparentemente” legal, você pode tentar ir para a cama com um “lord” mega carinhoso e educado, não, nada ajuda. O efeito das drogas passa, o efeito da bebedeira passa e o dia seguido a noite repleta de erros em busca de acertos amanhece, e com ele uma dor de cabeça e uma amarga revolta consigo mesmo. A fuga é e sempre será o pior caminho, porque inútil: por mais loucuras que você faça é impossível fugir do que você sente.
Você só vai curar seu coração quando admitir que algumas pessoas e alguns relacionamentos foram e sempre serão inesquecíveis para você. Você amou, foi feliz e, no fundo, uma parte da sua alma ainda ama, mas existe muita diferença entre amar e dar certo com alguém, porque no meio disso tudo estão seus sonhos, seus planos e suas metas que nem sempre permitem que você fique ao lado de quem lhe ama.
Você estará bem quando não precisar mais sair de casa para se sentir bem, quando não precisar mais da companhia de amigos que nem sequer se importam com você, quando não precisar mais sentir que atrai pessoas, que elas lhe ligam e desejam a sua companhia.
Você estará bem quando conseguir viver sozinho, solitário, trabalhando, estudando, assistindo filmes, seriados, malhando e fazendo tudo o que lhe apraz sem ter que beber ou se drogar para fugir da angústia, sem ter que beijar bocas erradas para fugir do desejo de voltar ao passado, você estará bem quando se arrepender de ter dado o número de seu celular para alguém que você sabe que não vai querer atender. E não vai atender.
Você só vai estar realmente bem quando desistir de procurar o que, bem no fundo, você desistiu de encontrar porque criou novos objetivos, mas, de repente, tudo pode acontecer, porque a vida tem este mistério: as melhores coisas ocorrem quando você se distrai em sua própria paz de espírito e tranqüilidade. É meu caro, basta viver para aprender.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 26 de agosto de 2011.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Intrometidos

Intrometidos


Por que será que as pessoas projetam em você seus anseios, suas idéias e suas carências? Por que será que todo mundo que deseja encontrar um amor, fazer sucesso, casar, enriquecer, constituir uma linda família acha que você quer o mesmo?
Talvez tais inconvenientes, chatas e irritantes projeções sejam uma demonstração da óbvia limitação intelectual que estas pessoas possuem: elas não conseguem enxergar, nem perceber nada além de suas próprias expectativas, de tal forma que as generalizam, para sua infelicidade, é claro, afinal você pode não ser uma pessoa limitada a convenções sociais ou ao que os indivíduos limitados e “intrometidos” julgam ser “legal”, “saudável” e “normal”.
“Nossa, tão linda e inteligente e solteira há tantos meses?”, “namorando há anos, o casório é para quando?”, “e agora casal, quando vem o rebento?”, “e, ai estudando muito, fazendo horas extras?”, “bah, viajando tanto a trabalho, porque não se estabiliza numa cidade?” O que dizer dessas e de outras tantas perguntas que, ao menos uma vez na vida, você irá ouvir sem precisar ou querer?
Ou você dá aquele “sorriso amarelo” e lança uma breve resposta, ou então diz um taxativo e não hipócrita: “Porque eu quero” ou “porque eu não quero”, mas, sem sombra de dúvidas, referidas perguntas, assim como toda e qualquer “pretensa” ou real ingerência alheia em sua vida lhe irrita, vindo ela daqueles que dizem lhe amar, sendo seus amigos, parentes ou desconhecidos metidos que acham que lhe conhecem mais do que você a si próprio.
É meu caro, tem louco para tudo neste mundo, e o problema é que falta espaço em sanatórios para eles, ademais eles se acham normais, se acham saudáveis, enquanto importunam sua vida, sua paz, sua tranqüilidade com perguntas invasivas, idiotas e desnecessárias, afinal a vida é sua e sobre ela você não precisa falar ou relatar nada, apenas quando e se quiser, sem que precise ser indagado.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 25 de agosto de 2011.

sábado, 27 de agosto de 2011

Perguntas, coincidências e respostas.

Perguntas, coincidências e respostas.


Existem momentos na vida da gente em que colocamos em dúvida nossas certezas, em que nos fizemos muitas perguntas, sem obter resposta alguma. No auge de nossa descrença, nossas dúvidas nos traem porque nos afastam da fé e da esperança.
Assisti há alguns dias atrás ao filme, que recomendo, chamado “O retorno da fé”, uma bela história sobre um pastor que deixa sua fé de lado num momento de dúvidas, de insegurança. Ele passa a “requerer” respostas de Cristo, o que, obviamente não ouve, não obtém. Seu desânimo é tanto que ele perde a fé na vida, nas pessoas, até que, quando reencontra a fé no homem, reencontra sua fé em Deus.
Deus, Jesus Cristo ou qualquer “força” poderosa na qual você possa crer nunca irá “falar” com você! A forma de a vida lhe responder é com aquilo que, seguidamente, você chama de “acasos” ou “coincidências”. É através delas que a vida, que Deus ou “seja quem for lá de cima” lhe responde.
A dúvida leva à desesperança, a depressão, a falta de indulgência, a revolta, ao complexo de inferioridade e ao cultivo da asquerosa “pena de si mesmo”. Se você não tem forças para crer, se não tem forças e nem esta preparado para as respostas e nem para esperar o momento que elas devem surgir (o que não condiz com o momento que você quer que elas surjam!), simplesmente pare de fazer perguntas.
Silencie a sua alma, se acalme e tenha paciência, com o passar dos dias tudo se ajeita e você soluciona seus questionamentos, ou, ao menos, acha coisa mais interessante para fazer ou pensar do que colocar a prova sua esperança, seus sonhos, suas metas, sua sanidade e suas crenças.
Como diria o personagem do seriado internacional mais visto dos últimos anos, Dr. Greg House, “se você fala com Deus, você é religioso. Se Deus fala com você, você é psicótico”. É um fato: se você quer “se dar ao luxo” de crer em Deus, em Jesus, em anjos e santos, não queira que Eles “se dêem o desprazer” de lhe responder. Eles não interagem, se você ouvir-lhes corra para um sanatório: Você esta louco, esquizofrênico, psicótico, qualquer coisa, menos normal!
A fé é uma doação imotivada que funciona para muitas pessoas, que revoluciona vidas, é a única “coisa” capaz de fazer uma pessoa mudar para melhor. Todavia, crer não é sinônimo de ser ignorante. Aceite o fato de que você nunca terá explicações para tudo, aceite o fato de, por mais perguntas que você faça menos respostas você pode ter.
Acreditar na vida é dar a ela sua esperança, seus planos, seus sonhos, é fazer o seu melhor, sem ser egoísta a ponto de desejar algo em “troca”. Fé e “crenças” não são objetos de escambo, de negócios, você deve acreditar no que lhe convém, mas sem esperar uma contrapartida, uma resposta.
Fique atento as coincidências, mas não espere ouvir a voz de Deus, do contrário se interne, procure um psiquiatra, uma psicólogo, enfim, só não vale ficar ai parado achando que você esta bem, porque se isso ocorrer, definitivamente você estará mal, muito mal!
Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 25 de agosto de 2011.

Parentes, respeito e amor.

Parentes, respeito e amor.



Como você sabe que é amado e respeitado por seus parentes, sejam eles irmãos, tios, pais, avós, cônjuge e, até mesmo, primos? Quando eles aceitam suas idéias, seus planos, seus sonhos, sem criticar-lhe, sem menosprezar-lhe, sem querer que você fique quando você precisa “ir” para realizar algo.
Infelizmente é fácil dizer “você é meu irmão e eu lhe amo”, ou “meu filho, você é minha vida”, enquanto você age como se a pessoa fosse sua propriedade e, como tal, devesse se adequar ao que você tem como “certo” e não aos seus pensamentos, anseios e convicções pessoais.
Quem lhe ama não apenas respeita seus planos e sonhos como, age de forma não egoísta, lhe incentivando a realizá-los, ainda que tenham que encarar a dor da saudade ou a ausência de sua “serventia”. Aliás, quando você é demasiado servil e prestativo, as pessoas, de regra os íntimos, os parentes, tendem a abusar de sua boa-fé e forma de ser: passam a ficar dependentes de você e desejam que você deles dependa para, num ciclo doente, aumentar o apego e o convívio.
Quem ama, seja a um namorado, seja ao marido, seja aos irmãos, filhos ou netos respeita suas opções, incentiva seus sonhos ainda que eles não vão ao encontro de seus planos. Amar é dar liberdade, amar é silenciar quando se deseja prender, amar é respeitar, aceitar e apoiar ainda que em detrimento dos próprios instintos de apego e egoísmo.
É triste, mas o fato é que, em algumas famílias, o amor não é genuíno e nem gratuito, ele se condiciona a sua presteza, a sua dedicação, ao seu empenho, se você decide cuidar de sua vida vê as portas se fecharem e ouve murmúrios de criticas, injustas e maldosas, através delas. Assim no seio familiar como no mundo: o egoísmo aniquila até mesmo com a verdade e nobreza do sentimento chamado “amor”.
Cláudia de Marchi


Passo Fundo, 25 de agosto de 2011.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Bom ou ruim?

Bom ou ruim?


Por que as pessoas só consideram válido, bom ou agradável o que é literalmente agradável, bom ou válido? Por que elas não conseguem ver o mundo e o que lhes acontece sob uma perspectiva mais otimista, mais entusiasmante e menos “vitimista”?
A vida não seria tão boa e mágica se tudo o que nos acontecesse fosse julgado “perfeito” por nós, o que não impede de os acontecimentos serem perfeitos para nós, ou seja, para nosso aprendizado, evolução e melhora enquanto seres humanos.
Há sempre validade e utilidade em todas nossas experiências, positivas ou negativas, e é isso que me faz questionar as pessoas que se dizem “religiosas” e “cheias de fé”: como compatibilizar a fé com o egoísmo, com o orgulho, com a ignorância psíquica de desejar apenas o que lhes convém, o que é indubitavelmente bom?
De todos os males se extrai alguma lição, algum aprendizado, algo que possa nos tornar melhores nos mais variados aspectos de nossa vida. Por trás de toda “perda” existe um mar de possibilidades, um mar de “ganhos” que só são aferidos por quem consegue perceber a vida por trás da superficialidade do “bom ou ruim”.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 25 de agosto de 2011.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Decisões

Decisões


Nove em dez vezes o homem não toma as decisões corretas, quer por agir impulsionado por emoções, positivas ou negativas, sem reflexão, quer por agir por entusiasmo, volúpia, instinto, todavia não se dá conta disso porque quer acreditar que suas decisões foram acertadas. E passam a crer nisso como se verdade fosse.
Ninguém consegue ter paz quando se arrepende de alguma decisão que tomou ou de uma omissão que lhe rendeu algum prejuízo afetivo, moral ou financeiro, mas a crença, baseada na ilusão, de que a decisão tomada foi a melhor dentre as possíveis ameniza qualquer ansiedade e, o que é melhor, envaidece a mente dos irrealistas e covardes.
A maioria das pessoas não tem a vida que deseja ter, não por impossibilidade financeira, mas por pouca auto-estima, por falta de audácia, de coragem e de humildade para admitir para si mesmo que é possível brecar o carro, fazer a volta e escolher outra estrada sem que isso signifique fragilidade ou fraqueza.
É triste saber que boa parte das pessoas não vive a vida que gostaria de viver, não age espontaneamente e nem é o que gostaria de ser, apenas para ser bem julgado, para menosprezar os oponentes, concorrentes ou, mesmo, parceiros. Tomam para si a idéia de que suas decisões são sempre sensatas e corretas, assim não sofrem, mas também não aprendem e nunca serão verdadeiramente felizes.
Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 25 de agosto de 2011.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Distância

Distância


Algumas frases, alguns “ditados” são tão simples e verdadeiros que acabamos fazendo “pouco caso” de seu significado, de seu sentido e das lições que deles emergem, na verdade, nem paramos para analisar o seu real sentido.
Uma destas afirmações “prontas” é aquela que diz que, “não havendo nada de bom para falar, convém calar-se”, existem outras com sentido interessante, mas esta leva a conclusão de que: na ausência de bons sentimentos e desejos para com o outro é preferível não sentirmos nada, apenas nos distanciarmos.
Desejar o mal para alguém nunca é bom, por pior que seja o mal que esta pessoa nos tenha feito, o mesmo vale para a tentativa de vingar a maldade alheia. Ninguém se vinga e nem deseja o mal para outrem sem se intoxicar com a maldade, sem beber da mesma água que o maldoso, ou seja, sem que se iguale a ele.
Quando somos imaturos, pouco vividos ou convencidos de que somos superiores aos outros desejamos que os outros “paguem” o mal que nos fizeram através de atos, palavras, fofocas, traições, intrigas, descaso, humilhações, ofensas de toda espécie, etc. Desejamos, pois o mal do outro na exata medida em que ele nos “judiou” como se fossemos “Deus”.
A vida, o sofrimento e a maturidade nos ensinam a não desejarmos o mal aos nossos “malfeitores”, a quem nos inveja, a quem nos traiu a confiança e a lealdade, a quem criticou e tripudiou injustamente de nossos sentimentos e atos, a quem agiu com falsidade e com intenções sórdidas de abuso de confiança, e, sim, a desejar apenas a distância, a falta completa de contato com tal pessoa: o não ver, o não olhar, o não conversar, o não encontrar, o não dialogar, nem por telefone, nem pessoal ou “virtualmente”.
De tudo o que é ruim o homem inteligente e maduro deve desejar o afastamento, apenas assim ele viverá feliz e em paz longe de quem, por ser maldoso, fútil, invejoso, ignorante, intolerante, mal intencionado, tolo ou egoísta lhe magoou, enganou e lhe fez sofrer. Distância: este é um desejo saudável e conveniente em relação a quem não merece nenhum apreço de nossa parte.
Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 24 de agosto de 2011.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Os erros e as convicções.

Os erros e as convicções.


A vida não precisa ser compreendida ou entendida, você, sim, precisa se compreender, se entender e se analisar. Quem lhe cerca também não precisa ser desmistificado, você tem que se desmistificar sob pena de conviver com pessoas excelentes e não notar, vez que imerso em arrogância, você julga sem se auto-analisar.
O tempo passa e de repente você nota que errou, que tomou decisões equivocadas baseadas num orgulho tolo ou numa falsa noção de si mesmo: você se achava superior a tudo, você se achava acima de todos e, quando menos espera, se depara com a realidade de que nunca foi melhor do que ninguém. Todavia, ninguém nunca foi melhor do que você.
Todos são aprendizes na vida, ninguém é tão ignorante ou tolo que não possa lhe ensinar algo e nem você tão sábio que não tenha o que aprender. Se você se acha sábio e é jovem ou teve pouca experiência recolha seu sorriso: meu caro, ninguém é sapiente sem vivência, sem ter tido amores, frustrações, sem ter arriscado, errado, se arrependido, chorado e aprendido. Finalmente, aprendido!
Não menospreze ninguém, mas nunca se superestime. Os maiores erros de um homem são feitos quando ele esta imerso na certeza de que tem “razão”. Aliás, eis algo perigoso: tentar ter e demonstrar que esta com a razão. Guerras foram criadas, estados divididos, pessoas assassinadas e corações foram partidos em nome das convicções de alguns indivíduos intolerantes.
A razão esta na mente de cada ser pensante. Todos, inclusive os corruptos, ladrões, assassinos, traidores e psicopatas acham que estão certos, então, cuidado com seus pensamentos, cuidado com suas certezas e com tudo que lhe faça ser intolerante com os demais. Um dia, quando menos espera, você vai ver que sua mente e idéias mudaram, que você mudou e é hoje melhor do que acreditava ser ontem.
Você vai perceber que o que outrora era uma certeza, não passara de uma vã idéia ou “ideologia” que, talvez você se arrependa de ter tido, porque em nome dela você feriu corações, terminou relações, magoou pessoas e se manteve silente e afastado, afinal você “tinha certeza” que estava certo.
Todos têm esta certeza e, comumente, estão errados, mas percebem isso quando vêem que não podem voltar atrás e demonstrar a humildade que a vida e o sofrimento lhes deu àqueles que feriram por ter “convicção” de que suas idéias eram melhores, mais sábias e mais inteligentes.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 19 de agosto de 2011.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Ou você ajuda a melhorar ou você piora.

Ou você ajuda a melhorar ou você piora.


Cuidado com as atitudes das pessoas com as quais você convive, das pessoas que você ama, cuidado com a forma de pensar e de viver que tal pessoa tem. O amor depende da admiração, mas seguidamente, a paixão turva os olhos e faz o homem admirar o que não é digno de sê-lo. O convívio assemelha as pessoas, seja, pois alguém que faz as pessoas se tornarem melhores, não seja aquele que se torna pior.
Cuidado com a ira, cuidado com atos impensados, cuidado com a forma com que direciona sua raiva em relação a você mesmo e aos outros, cuidado com o que você critica e acha feio na pessoa que você ama, existe 50% de chance de você se igualar a ela.
Não é voluntário e talvez nem seja consciente. Se você costuma ser magoado ou criticar a pessoa que escolheu para viver com você, corre o sério risco de se igualar a ela: para se proteger você não pensa, não raciocina, e termina agindo de forma vil, vingativa e tola, da mesma forma com que tal pessoa agiu ou age com você. É sempre mais fácil perder o controle do que manter o equilíbrio e ajudar o outro a se equilibrar.
É preciso ter muita maturidade e autoconfiança para construir um relacionamento maduro e duradouro, é preciso se focar nas virtudes apesar das diferenças e conseqüentes “embates”. Raciocine antes de agir e pense se você quer ter um parceiro melhor ou quer se tornar uma pessoa pior.
Se preferir a primeira opção aprenda a ser mais racional e menos “emocional”. É graças a passionalidade que pessoas matam ou cometem atos dos quais se arrependem durante muito tempo, a emoção só torna livros e filmes mais interessantes, o sucesso pessoal, afetivo e profissional é dos racionais, dos inteligentes, dos que pensam antes de falar ou agir. Simples assim, ou não.
Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 17 de agosto de 2011.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Culpa

Culpa


Ninguém consegue ser feliz quando sente culpa por alguma coisa, quando culpa a Deus ou aos demais seres humanos pelos infortúnios que lhe ocorrem ao longo da vida. Quando não consegue aceitar a dor, o sofrimento ou quais quer outras mazelas.
Ter fé em si mesmo, em Deus e na vida significa aceitar os acontecimentos, bons ou ruins, sem deles se sentir vítima, sem precisar atribuir a si, ao “além” ou a outrem a culpa pelo que lhe ocorreu.
Se algo aconteceu é porque tinha que acontecer, se você sofreu e se machucou é porque, por algum motivo precisava disso. Quem tem fé acredita na nobreza da razão pela qual os fatos inconvenientes ou aprazíveis ocorrem: para fazê-lo crescer, para torná-lo mais forte, mais seguro, mais sábio.
Quem não aceita o que a vida lhe apresenta ou é demasiado orgulhoso, ou muito egoísta ou praticamente “esquizofrênico”: as “vozes”, os seres “imaginários”, os “espíritos”, os inimigos que lhe “invejam” e “perseguem”, as pessoas que lhe desprezam foram as culpadas pelo seu insucesso. Sim, tudo isso é sinal de falta de fé, compaixão e irracionalidade.
Cada pessoa é responsável pelos seus atos, embora alguns fatos em sua vida aconteçam em detrimento de sua boa vontade. Faz parte da vida humana os tropeços e as quedas. Não somos Deus, se fossemos, teríamos sabedoria suficiente para sermos resignados, para não blasfemarmos e para ver o lado bom por trás de tudo que nos ocorre.
Ninguém tem culpa por nada que lhe acontece, porém todos possuem responsabilidade pelas opções que tomam, por seus atos, pelo que falam e pelo que pensam. É sempre importante, pois, ao invés de tentar colocar a culpa pelo seu infortúnio em Deus, no “capeta” ou nos outros, analisar bem quais foram seus pensamentos, seus atos e palavras, apenas assim o homem vê que ele é responsável por quase tudo que lhe ocorre. Apenas assim os homens de pouca fé e negativismo na forma de sentir podem começar a pensar de forma diversa e mudar suas vidas, para melhor é claro.
Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 15 de agosto de 2011.

domingo, 14 de agosto de 2011

A medida da coragem

A medida da coragem


A coragem do homem é medida pelo que ele é capaz de fazer para melhorar sua vida, para conquistar seus objetivos e para realizar seus planos quando a vida não lhe favorece. A maioria, pois, é covarde, é acomodada e, conseqüentemente, frustrada e triste.
Nos momentos difíceis da vida é que os corajosos se destacam, são os que correm mais rápido em busca de sua realização. Não trapaceiam e nem derrubam ninguém no caminho, não precisam agir errado vez que dão o melhor de si mesmos em prol de suas metas.
Os covardes não tentam e criam sua própria infelicidade por medo e por falta de confiança em si mesmos, carecem de fé na vida. Tudo os assusta, tudo os apavora e a possibilidade de errar lhes aterroriza, fazendo com que ajam de forma “errada”.
Se temer, se trapacear, se querer o mal dos outros ou difamá-los nos trouxesse a realização que desejamos a vida seria um jogo onde os maldosos, os covardes e os infames ganhariam, o que não é. Benzadeus!
O mundo é dos inteligentes, dos corajosos não necessariamente dos “espertos”. A esperteza é uma das características que os tolos e burros gostam de dizer que possuem. O homem inteligente não se gaba por sê-lo, pelo contrário, silencia e luta calado e honestamente.
Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 14 de agosto de 2011.

Medo de temer

Medo de temer


O comodismo e a covardia me assustam, inclusive em mim mesma. Em algum aspecto de nossa vida, um dia, nos “pegaremos” sendo acomodados ou covardes.
Deixamos o duvidoso pelo que é por nós conhecido, mesmo que não pareça ser verdadeiramente “certo”. Temos medo de mudar, de tentar e de fracassar, temos medo de revolucionar nossa vida e, por tal motivo, perdemos tempo, felicidade e paz. E, o que é pior, deixamos os outros desperdiçarem seu tempo conosco.
Nada mais triste do que se arrepender de não tentar, nada é mais vil e fraco do que o comodismo, o medo do novo, o medo da mudança. Nada mais tolo do que deixar de viajar por medo das curvas, por medo dos buracos, por medo dos outros.
Quem deixa de viajar por medo, deixa de ser feliz, deixa de conhecer a vida, deixa de conhecer locais melhores, mais belos, mais cômodos, mais “haver” com seus anseios e sonhos. Deixa de crescer, de aprender e se aprimorar na vida.
Eu aprendi a ter medo de temer, medo de me acomodar, medo de não experimentar o duvidoso e ser mais uma pessoa frustrada e hipócrita no mundo, mais uma pessoa que deixou a vida e as oportunidades passarem e, após anos, remói sua covardia, seu comodismo e seu fracasso.
Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 14 de agosto de 2011.

Normalmente ordinário.

Normalmente ordinário.


As pessoas não gostam de serem chamadas de “ordinárias”, mas encaram bem serem tidas como “normais”. Todavia, ao meu ver, o normal é o ordinário, é o comum, o “não raro”.
O que falta no mundo não são virtudes extraordinárias, mas, isto sim, pessoas que se apoderem delas, pessoas virtuosas, pessoas “fora do comum”. Nada contra a normalidade, mas por ela ter se tornada ordinária demais perdeu o encanto, a graça e o brilho.
A maioria das pessoas pensa de forma assemelhada e age de tal forma, a maioria não tem piedade, nem medo ou receio de agir errado, mas tem tais sentimentos em relação ao conhecimento público de suas ações.
Ou seja, vivemos num País onde a maioria é corrupta, corruptível, desonesta, desleal e infiel, tais características, porém, são desprezadas no que tange ao que “se deseja que os outros saibam”.
Ninguém quer ser julgado como infiel, desleal, impiedoso ou desonesto, embora não tema agir de forma errada e sem pensar no outro. Os indivíduos agem de forma egoísta, todavia não querem que seus atos vis sejam conhecidos pelos outros e a eles atribuídos.
“Isso” seria a tal da hipocrisia? Sim, com certeza. Ela tornou as pessoas ordinárias demais, sem graça, sem brilho, afinal ela é irmã da falsidade, filha da deslealdade e da desonestidade.
Faltam pessoas sinceras, francas e diretas no mundo, mas sobram pessoas falsas, mentirosas e desonestas querendo ser bem julgadas, bem quistas e admiradas pelos outros. Pessoas que viraram fantoches de si mesmas, sem autenticidade, sem personalidade, sem brio, que querem ser tidas como “normais”, sem perceber que, normalmente, o "normal" é ordinário.


Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 14 de agosto de 2011.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

"Eu"

“Eu”


Demorei 29 anos para aprender que a palavra mais feia do mundo é o pronome pessoal “eu”. Quem muito fala “eu”, de regra é egoísta, orgulhoso, impiedoso, narcisista, egocêntrico e desconhece o significado da outra palavra, a mais bela, chamada “compaixão”.
Quem sente compaixão, quem, enfim, se compadece com as agruras alheias não costuma usar muito a palavra “eu”, costuma ser melhor ouvinte, costuma se colocar no lugar dos outros e não erige os seus problemas a categoria de “catástrofes universais”.
Ninguém tolera uma pessoa narcisista ou egocêntrica por muito tempo, não sem perder o equilíbrio, a paciência e um pouquinho da sanidade mental. Para viver bem o homem tem que olhar para os lados, ver que cada um tem seus problemas, que vida nenhuma é perfeita, mas muitos de seus inconvenientes são causados por sua própria imprudência, desatenção e desrespeito para consigo próprio ou para com os outros, logo, reclamar é ridículo, um ato praticamente hediondo.
Aquele que diz “eu” o tempo todo não enxerga os problemas alheios e nem se apieda, ao contrário de Cristo que disse na cruz: “Pais, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”, o egoísta diz para si mesmo “o que eu fiz para merecer isso?”, “porque coisas ruins acontecem comigo que sou tão bondoso?”, “ah, meu amigo, imagine se você tivesse os meus problemas!”. Enfim, é a vítima inocente da vida.
Ninguém é inocente no mundo, ninguém é santo e nem puro, em algum ponto da vida todos tendem a usar em demasia o pronome “eu”, mas apenas as pessoas moralmente enfermas não notam nunca que só pensam em si mesmas, enquanto erguem a bandeira do “coitadismo”: “Eu sou um coitado”. Que Deus livre à todos deste tipo de gente!
Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 12 de agosto de 2011.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Inocente

Inocente


Quando eu era inocente eu achava que todo mundo que amava sabia valorizar, respeitar e admirar o ser amado. Quando eu era inocente eu acreditava que o amor poderia tornar as pessoas melhores e mudar suas vidas, seus destinos.
O que realmente me surpreende é que quando eu era inocente eu achava que era sábia, que era madura, que era corajosa, que eu era uma “grande jovem mulher”, todavia hoje eu sei que não há aprendizado sem disciplina ou dor, hoje eu sei que estou longe de ser sábia, ainda que contabilize mais experiências de vida. Eu era apenas uma jovem tola que achava que era o que sou agora, momento em que reconheço que falta muito para eu me tornar quem desejo ser.
Quando eu era inocente eu também achava que as pessoas que não mudavam pelo amor, evoluíam pela dor. Hoje eu sei que algumas pessoas nunca mudam, primeiramente porque elas não param pára analisar suas falhas e defeitos. Elas preferem colocarem-se na posição de “vítimas” da vida ou das pessoas, em segundo lugar, porque elas fogem se embriagando, tomando psicotrópicos ou qualquer espécie de drogas lícitas ou ilícitas.
Quando eu era inocente eu não sabia que as pessoas procuram anestesiar seu coração, e, com isso, bloqueiam sua evolução, seu aprendizado. Elas “sofrem, sem sofrer”, então, as que não aprenderam pelo amor, dificilmente irão aprender pela dor. Hoje eu sei que algumas pessoas não mudam, e quem foi infiel, falso, desleal ou ingrato com outrem, será com você também, sem titubear.
Quando eu era inocente eu achava que agressões físicas eram graves, eram maus tratos. Hoje eu sei que agressão doída de verdade é a verbal, a psíquica, aquela que atinge nosso ego, nosso coração, nossos mais verdadeiros e profundos sentimentos. A carne cicatriza mais fácil do que a alma, mas quando eu era inocente eu não sabia disso.
Quando eu era inocente eu achava que as pessoas nasciam loucas ou demonstravam sinais de esquizofrenia ou outras doenças durante a vida. Eu achava que a loucura era uma falha neurológica, psiquiátrica e até mesmo genética.
Hoje eu sei que o amor desprezado, que a atenção tripudiada e a doação emocional vilipendiada podem fazer as pessoas ficarem emocionalmente insanas. Hoje eu sei que arrependimento não mata, mas leva a autodestruição, à depressão e a tristeza profunda. Sei também que é preciso que exista equilíbrio até para as melhores virtudes, porque onde sobra algo, surgem anormalidades.
Quando eu era inocente eu acreditava que as pessoas tinham palavra e não faziam promessas vãs. Eu achava que o homem poderia mudar e ser sincero. Hoje eu sei que o homem usa as palavras como artifício para conquistar o que deseja, sem que realmente valorize e demonstre amor por tal objeto. É meu caro, eu tenho uma tremenda saudade da minha inocência.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 11 de agosto de 2011.

O egoísmo, a ingratidão e seus efeitos.

O egoísmo, a ingratidão e seus efeitos.


O egoísmo é o veneno que mata as relações humanas. As pessoas egoístas são, via de regra, ingratas. Não valorizam o esforço dos pais, não valorizam as oportunidades que tiveram e nem a vida que possuem. Acham-se miseráveis, coitadas e vítimas dos outros, olvidando do fato que todo mundo se torna aquilo que acredita ser.
Quem é ingrato para com quem tudo lhe deu é ingrato para com todo mundo e, coincidentemente, a maioria que “ganha” demais tende a não valorizar nada, absolutamente nada. Nunca se sentem contentes porque os defeitos e as falhas alheias valem mais, ao seu julgar, do que suas virtudes e empenho.
Eles passam a vida focados nos erros alheios, assim, se sentem vítimas, e desta forma, tentam crer que são melhores do que os outros, que são bons e puros: eles podem ofender, eles podem ter ataques de ira, eles podem lhe prejudicar afetiva e financeiramente, eles podem fazer pouco caso de você, de seu trabalho, eles podem malbaratar seu esforço, vilipendiar seu amor, mas eles nunca aceitam o revide, se ele acontece o injusto é você. Eles não fazem mea culpa nunca, sequer conhecem seu significado.
Apenas eles sofrem, apenas eles passam por dificuldades. Eles não pensam em você e, no fundo, só dizem o “nós” quando pensam que irão lucrar com seus atos, com seu amor, com sua inocência, com sua doação e com sua dedicação.
Quando, por algum motivo você faz o que eles sempre fazem, por exemplo, quando você age sem pensar, movido pela tristeza que aguça sua revolta, eles não aceitam. Acreditam no que inventam para si mesmos, acreditam que são inocentes e você é o algoz, tomam para si a certeza de que você e toda sua doação afetiva e emocional de nada valem porque você não foi “perfeito”.
Eles nunca irão lhe agradecer e nunca irão perceber suas boas ações, eles querem ver apenas o mal, e é ele que eles vêem, ao mesmo tempo, que é ele que eles atraem, afinal ninguém pode ser injusto na vida sem que a vida seja injusta com ele. O retorno sempre ocorre, dele ninguém pode fugir, por mais superior que deseje ser.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 11 de agosto de 2011.

domingo, 7 de agosto de 2011

O homem e seus sonhos.

O homem e seus sonhos.


O que é feito do homem se podarem seus sonhos? Ou se ele desistir de sonhar? O homem precisa de sonhos, de planos e objetivos para viver. O “nada ansiar” combina com a morte, com o fim da vida.
É apenas no momento da morte que os sonhos perdem a razão de ser e existir. Você sabe que, com o fim de sua vida, terminam seus planos, seus sonhos, que levados ao túmulo, perecerão como a sua carne.
Não é preciso ser ansioso, a vida segue numa cadencia divina, para tudo existe o momento certo, todavia, é imprudente ser preguiçoso ou acomodado: é preciso mudar o que for preciso, batalhar o quanto for necessário, para concretizar suas metas, seus sonhos.
Pior do que levar os sonhos para o túmulo é passar a vida com frustrações advindas do fato de não tê-los realizado, de não ter aproveitado as oportunidades, a juventude, a fé e a força de vontade quando elas existiam, quando tudo era possível se você agisse com determinação.
Na vida você pode precisar desistir de amores, de relacionamentos que lhe fazem feliz, de pessoas que lhe amam, para tocar o barco da sua existência e realizar sonhos que são apenas seus, sem os quais você se frustra, se entristece e se sente indigno. Às vezes é preciso desistir de pessoas para encarar o mundo e realizar seus sonhos: sem coragem e brio, ninguém realiza nada e ninguém se torna plenamente realizado.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 07 de agosto de 2011.

sábado, 6 de agosto de 2011

Homens: uma análise resumida.

Homens: uma análise resumida.


Ao menos que você seja muito tola, volúvel ou carente não é necessário ir para cama com todos os homens que flertam com você para aprender a conhecer e distinguir os tipos menos “virtuosos” da classe masculina.
Existem algumas premissas que, via de regra, não falham. Ou melhor, vou chamar as tais “premissas” de “pistas” acerca da personalidade do homem. Uma delas: Ele mal lhe conhece e lhe trata com muito carinho, tenta colocar romantismo e delicadeza em todos os seus atos para lhe agradar. É um “lord” que faz você se sentir especial.
Eis a verdade: o gentleman amável e romântico é assim. Sim, qual o problema? Ele é assim! Logo, ele age como se estivesse apaixonado com todas, pois ele é educado, gentil, carinhoso, independente de querer ter algo sério com você, independente, enfim, dele gostar, adorar ou amar você: é da índole do sujeito ser gentil, doce e querido com todas. Digamos que seja uma espécie de “psicopata do amor”, ele lhe engana com maestria.
Existem os homens gentis por “culpa”. O sujeito passa o dia teclando com outras na frente do computador, vai às casas noturnas de prostituição, flerta com a secretária, colega ou caixa do banco e, com dor na consciência, à noite lhe leva flores, bombons, lhe leva jantar no melhor restaurante da cidade e, podendo, lhe leva para uma super viajem ou lhe enche de presentes, isso, claro se ele chegar a transar com outra: seu “carinho”, “afeto” e “benevolência” aumentam na medida de sua culpa.
Ah, não tenho como esquecer os ciumentos e possessivos. Quem diz que ama e não confia esta projetando o seu caráter e índole duvidosa na outra pessoa, logo, quanto mais ciumento o seu pretendente for, maiores são as chances de ele lhe trair. Homens confiáveis, confiam, homens larápios, duvidam, desconfiam. É novamente a tal da culpa abrindo suas “asas”.
Outro tipo de homem é aquele “mal acostumado”, o tipo imaturo, que acha que é endinheirado ou que seu dinheiro compra “bem querer”, enfim é o imbecil que acha que vive na “terra das mulheres desesperadas”: ele quer que você ligue, ele quer que você mande mensagens, quer que você o chame para conversar no MSN, e, se bobear ele quer que você o convide para ir a um motel, sem nenhuma jantinha romântica antes. Ele quer sexo e ponto final, o infeliz acha que dinheiro compra tudo, e esquece que mulher que se interessa por conta bancária costuma usar o corpinho como objeto de trabalho, são as “bitches”. Todavia, o cara foi acostumado desta forma pela maioria das mulheres volúveis e desesperadas que existem no mundo.
E, obviamente, há aquele outro tipinho tosco de homem: os que acham que são espertos. Eles lhe procuram quando querem algo, lhe paparicam e somem, de repente, lhe ligam, como se tivessem sido “abduzidos”, como se nada tivesse acontecido, ou melhor, como se ele não tivesse se afastado, e você, que não é nenhuma imbecil, já não estivesse “noutra”. Esses otários devem ser dispensados ou enganados da mesma forma que pensam que enganam. Por favor, caros homens, mulher para ser iludida hoje em dia tem que ter menos de 15 anos ou mais do que tal idade desde que recém saída de um convento!
É engraçado e até divertido fingir que você agredida nas histórias que houve dos homens. Em geral, eles precisam ter seu ego alimentado e inflado, basta fingir que você acredita no que eles dizem, se fazer de inocente, usá-los e fazê-los acreditar que são eles que a usam e dispensar o tolo que se acha esperto. Depois você se reúne com suas amigas mais intimas numa mesa de bar ou numa jantinha regada a um bom vinho ou espumante onde eles se tornam a “piada da noite”. Risadas não vão faltar, com certeza.
Todavia, homem que merece atenção é aquele que pouco elogia e paparica. Aquele que começa devagar e vai se soltando, se entregando aos poucos, na medida em que se envolve e se apaixona por você, É aquele que olha no fundo dos seus olhos, que ri das suas piadas, que age com sutileza, que se interessa pelos seus planos e sonhos, que lhe liga e demonstra interesse em um relacionamento verdadeiro e sério.
Este tipo de homem não é “agradabilíssimo” como os cavalheiros que citei nos primeiros parágrafos, mas ele é sério e gentil, e caso se apaixone por você o olhar dele estará sempre lhe dizendo: “Você é especial para mim e eu te amo”, sem que ele precise falar isso a todo o momento.
Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 06 de agosto de 2011.

Ensimesmada

Ensimesmada


Eu não tenho vontade de conversar. Não telefono para ninguém, não entro no MSN, e não abro o “chat” do Facebook. Eu não tenho vontade de falar de mim, de meus planos e da minha vida com quase ninguém. Eu abortei temporariamente a minha vida social e coloquei num cofre lacrado minha vida afetiva.
Não quero beijos, não quero carinho, não quero sexo, não quero amor. Não quero nada disso e nem preciso. Sou auto-suficiente nos mais variados aspectos. Quero manter a minha vida do jeito que esta, não quero, tampouco preciso, assinar o divórcio (afinal, não me requisitam), não quero casar, não quero companhia. Separada judicialmente? Ótimo! Tenho muitos planos para realizar antes de amar e casar-me novamente.
Me nego a ir a qualquer Igreja ou praticar qualquer religião. Não, eu não estou deprimida, aliás, há muitos meses eu não me sentia tão feliz, contente e com tanta fé. Não preciso praticar nenhuma religião para ter paz de espírito.
Por que, afinal, as pessoas acham que você tem que estar nas baladas para ser feliz? Ou com um namorado a tiracolo? Será que a maioria dos seres humanos é tão co-dependente assim? Como alguém pode se considerar feliz se esta sempre correndo atrás de algum objetivo financeiro, precisa de um drink todos os dias e ter alguém na cama para chamar de “seu”? Como alguém pode ser feliz se nunca se contenta com a vida que escolheu levar e não consegue ficar sozinho?
Ou seja, o sujeito não se sente contente com o que tem, nem consigo mesmo, precisa de álcool ou outras drogas para se animar ou se acalmar, e não consegue ser feliz sem companhia, mas se sente no direito de julgar aos outros. Ora, por favor, que gente infame! Eu estou noutra fase, bastante ensimesmada, mas muito feliz. Contente com a minha vida e com planos maravilhosos que dizem respeito apenas a mim.
Talvez, seja por isso minha falta de vontade de interagir, ou talvez porque, finalmente, de tanto me decepcionar com pessoas falsas, eu aprendi a não confiar em praticamente ninguém. Como diria o Renato Russo: “Se você quiser alguém em quem confiar, confie em si mesmo. Quem acredita sempre alcança.” Esta afirmação define minha vida no atual momento.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 06 de agosto de 2011.

Companheiros do perigo

Companheiros do perigo


Existem pessoas que acham que são “Deuses”. Elas vivem abusando da sorte e proteção que possuem, não valorizam amigos e ninguém que lhes estenda a mão. São egoístas e egocêntricas: elas acham que é “dever” de quem lhes cerca ajudarem-nas, e por isso são ingratas.
Elas não ouvem bons conselhos, ignoram-lhes e seguem suas vidas como se nada fosse lhes atingir. Como se elas pairassem acima de qualquer mal, de qualquer lógica, acima da lei dos homens, acima das leis divinas.
Muitas destas pessoas, não todas, são autodestrutivas, porque “brincam” com suas vidas, não se impondo limite algum: no transito correm demais, bebem e dirigem, bebem em demasia sem limite algum, recorrem a tudo que seja perigoso, misturam remédios e qualquer espécie de droga que todos sabem quão perigosas são.
Essas pessoas são companheiras do perigo. Elas precisam do risco para sentirem-se vivas e superiores aos outros. Em algum aspecto de suas vidas elas precisam se arriscar, seja no âmbito profissional, seja em relação a própria saúde e existência. Elas preferem passar a vida buscando a felicidade, tal qual um cão correndo atrás de seu rabo, do que assumir que podem ter paz e ser felizes como são e com o que possuem.
Elas brincam de ser “Deus” durante a vida, nunca ficam contentes, tentam se destruir aos poucos. Nem bem desejam viver, nem bem querem morrer. No fundo são covardes que têm medo de aproveitar a sorte, a proteção divina e a vida boa que podem levar, são viventes que não sabem viver. Coitados!
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 06 de agosto de 2011.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Destino e escolhas

Destino e escolhas



Existem fases na vida da gente em que repensamos nossas escolhas, analisamos se estamos no caminho correto para realizar nossos sonhos e, de repente, tudo o que tínhamos como certo pode nos assustar, porque precisamos mudar completamente nossa vida e a mudança nos assusta.
Nós queremos mudar, mas não por covardia e sim por orgulho, por medo de tentarmos e fracassarmos, nos sentimos inseguros, um pouco preocupados e introspectivos pensando se vamos obter êxito em nossas “empreitadas”.
Isso é natural, todo mundo passa por períodos de dúvidas e incertezas. Eis que, das centenas de livros que tenho, peguei um da prateleira há uma semana com o intuito de ler. “Descubra seu destino” é o nome do “dito cujo”. Não me recordo o nome do autor, não o abri e nem me animei a lê-lo.
Eu olhei para aquele livro, cujo nome já explicita aonde ele pode levar o leitor e desisti. Eu não quero saber sobre o meu destino, porque sei que ele esta em minhas mãos e depende, apenas, das minhas escolhas, apenas de mim.
Cheguei num ponto em que tive vontade de recolher minhas ambições e voltar para a rotina cômoda, mas tranqüila e feliz que eu tinha. Todavia, eu não quero, não posso desistir de minhas metas, dos meus sonhos, dos meus objetivos. Eu escolhi a mim e nenhuma vida pode ser mais importante do que a minha, com tantos desejos e metas a serem concretizadas.
Então, com o livro na cabeceira há dias, resolvi guardá-lo e lhe disse: Eu não quero descobrir o meu destino, eu vou fazer o meu futuro da forma que eu quiser, como eu quiser. Não preciso de livros e nem de cartilhas, preciso ser responsável e corajosa para mudar por completo a minha vida, e, como diz certa pessoa: “Coragem nunca me faltou”. E nunca irá faltar.
Assumi as rédeas da minha vida e vou ter o destino e o futuro que eu escolher, livro nenhum vai me ajudar, porque eu já sei muito bem o que desejo para a minha vida, sei que preciso de mudanças homéricas e assumi o risco de encará-las e fazê-las.
Eu não sei o que a vida me reserva com suas surpresas, mas eu sei o rumo que quero tomar para chegar ao destino que eu escolhi, tal qual um viajante ao comprar uma passagem para viajar: ele não sabe o que acontecerá no trajeto, mas sabe, ao menos, aonde quer chegar, aonde vai chegar, enfim.




Cláudia de Marchi




Passo Fundo, 03 de agosto de 2011.

"Com licença, eu preciso viver!"

“Com licença, eu preciso viver!”


É impossível ter tudo o que se deseja na vida, infelizmente é uma tendência humana querer sempre algo mais. Você pode conseguir tudo o que quer, mas, no mesmo instante cria novas necessidades, novas metas, e o que você "quer" passa a ser o que você "queria". Ou então, você pode ser um felizardo e aprender a ser contente com o que tem, mas irá conviver com pessoas descontentes, o que vai macular a sua paz e felicidade.
Nem todo mundo precisa pedir “licença” para cuidar da sua própria vida, mas algumas pessoas precisam. De regra é quem convive com que lhe “requer” demais: precisa de muita atenção, precisa de ajuda, de força, de dedicação. Muitas pessoas são assim, possuem uma vida complicada, o que não lhe impede de amá-las e não faz delas seres inferiores a nenhum outro.
Quando se convive com alguém assim, você sabe que, para fazer sua história e realizar seus sonhos, é preciso sair da vida dela. “Live and let live”, você precisa recolher seus planos, a alegria, a felicidade e o sorriso que estampa no rosto quando esta ao lado deste alguém, para trafegar sozinho na estrada da vida. Da sua vida.
Vida que fica em segundo plano quando você esta com esta pessoa, vida que não é bem vivida quando você se dedica ao seu amor, ao seu bem querer. Você, mesmo feliz, mesmo contente admite para si mesmo que é preciso sair, cuidar de si, realizar seus sonhos, que, enfim, é preciso viver, ainda que longe de seu amor. Viver e deixá-lo viver.
Você tem sonhos e, sobretudo, se ama, logo, não consegue deixar de lado seu futuro, seus planos e suas metas, que estiveram em sua mente e coração muito antes de você amar alguém. É preciso, pois, desistir de tal pessoa em prol de si mesmo, e, não sem dor, afirmar: “Amor, com licença, eu preciso viver!”.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 03 de agosto de 2011.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

As pessoas, o egoísmo e o mundo.

As pessoas, o egoísmo e o mundo.
O mundo nunca será melhor enquanto as pessoas desejarem, para sim, a felicidade, a realização, a união e o amor e, para os outros, a discórdia, a tristeza, a frustração e a separação.
É impossível termos um mundo melhor se as pessoas forem falsas e egoístas. Quem faz a vida e constrói o mundo são os seres humanos, logo, se eles não se tornarem bons e caridosos, o mundo jamais será verdadeiramente bom e justo.
Avalie os conselhos que você ganha quando esta com algum problema no relacionamento, por exemplo? A maioria não fortalece a sua revolta ao invés de tentar lhe alentar e acalmar? Boa parte dos indivíduos gosta de ver o circo pegar fogo, na vida alheia, é claro, enquanto eles, de longe e salvos vêem o seu mundo desabar e “respiram aliviados” ao ver que não são os únicos a sofrer na vida.
Poucos são os que semeiam a união, a alegria entre as pessoas, o crescimento e aprimoramento profissional, a mantença e não a dissolução de um casamento, a maioria, quer ser feliz e se sente um pouco mais contente ao ver que sua vida também não é perfeita e que você está tão ou mais frustrado que ela. Portanto, esse tipo de pessoa vil, egoísta e maldosa se sente mais feliz se os outros forem menos felizes do que ela.
Eu sei que isso não é bonito, mas é, infelizmente, assim que a maioria das pessoas pensa e vive, não é em vão que hoje confio menos nas pessoas e criei um círculo de relacionamento ínfimo, mais seleto. Eu já fui tola, já confiei demais, já ouvi maus conselhos, falo, pois com conhecimento de causa, lamentavelmente: é preciso ter cuidado com quem lhe aconselha e diz ser seu “amigo”, nem todo mundo é bondoso e puro, não julgue o mundo por você. Vai demorar, mas um dia você aprende.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 1º de agosto de 2011.