Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

domingo, 31 de julho de 2011

Depois de sofrer por amor.

Depois de sofrer por amor.


A sua vida nunca será a mesma depois de você viver um grande, intenso e profundo amor ou “achar” que viveu. Não existe nenhuma diferença, no que tange a sentimentos, entre o que você sente ou “acha” que sente ou sentiu. Vem (ou veio) do seu coração e mente? Então é ou foi uma verdade, ao menos para você.
Sempre achei que eu fosse uma mulher romântica, mas não era, descobri isso após viver “o maior dos meus casos”, como canta o Roberto. A partir dele fiquei ciente de que eu não era romântica, todavia a decepção afetiva acabara de me tornar o que eu acreditei ser durante bom tempo.
Por falar em Roberto Carlos, quem nunca amou não entende suas letras, debocha e da risada como eu fazia quando criança. O mesmo com as canções do Erasmo, do Vinicius, do Tom Jobim, do Ivan Lins, do Zezé di Camargo, dentre outros, que conseguiram cada qual da sua maneira, falar de amor e do sofrimento gerado pelo rompimento de uma relação, com assertividade.
Ninguém volta a ser o que era após uma desilusão amorosa, independente da causa que gerou o rompimento ou a frustração, quem amou e por amor sofreu não volta, jamais a ser o que era antes. Se a mudança é para melhor? Não sei, mas desde que o homem busque o aprendizado ao secar suas lágrimas, surge o indício de que iniciou um bom caminho.
Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 31 de julho de 2011.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Acostumar, por quê?

Acostumar, por quê?


Eu não consigo me acostumar com algumas coisas. Aliás, eu não sou o tipo de pessoa que se “acostuma”, assim como não sou o tipo de mulher que crê que o apreço por alguém possa “vir com o tempo”. Sou muito intensa para tais atos, que exigem demasiada frieza e frivolidade da alma.
Não sou imediatista, mas acho que a necessidade de se acostumar com algo ou de esperar o tempo passar para amar alguém é característica de pessoas perdidas e carentes. Acredito na simpatia imediata, na atração e na vontade inexplicável de ficar com alguém sem que seja preciso contar com o decurso do tempo para que isso ocorra.
Se você precisa se acostumar, aturar ou tolerar algo é porque este “algo” não é bom, do contrário você gostaria dele e não necessitaria se acostumar. A gente só se acostuma com o que nos descontenta, o que nos agrada, é bom, é interessante, agradável, nos faz feliz e ponto final.
Se você conta com o decurso do tempo para que surjam em seu coração sentimentos nobres por determinada pessoa é porque ela não lhe encantou, não lhe fascinou e nem se mostrou “apaixonável”, mas por medo de ficar só, você se agarra a ela como se fosse uma âncora e espera que, um dia, você venha a amá-la.
Não me acostumo com a falsidade, não me acostumo com a superficialidade de certos indivíduos, com a futilidade de algumas pessoas e com a deslealdade e desonestidade de outras.
Não me acostumo com os “querida”, “amada” e “amiga” que ouço de bocas que, quando eu viro as costas, falam mal de mim, inventam coisas, aumentam a realidade de outras, apenas para se sentirem melhores e superiores, vez que não são, pois se fossem não seriam maldosas ou invejosas.
Eu acredito na espontaneidade, eu acredito no querer bem, no gostar, no admirar, no se encantar e se apaixonar, não no se “acostumar” que, para mim, subentende uma aceitação forçada de algo não aprazível. Por tais motivos, não creio também que o amor surja com o tempo, ao menos não o amor genuíno, que creio ser saudável.
É lógico que quanto mais o tempo passa, se não nos frustrarmos, tendemos a amar mais quem esta ao nosso lado porque nos tornamos mais íntimos de tal pessoa, mas daí a não gostar desde o inicio e esperar que o tempo conluie a favor de seu anseio de “querer bem” o ser humano que gosta de você é triste, é nojento, é sinal de desespero, de falta de amor próprio e respeito ao outro e a si mesmo.


Cláudia de Marchi


Passo Fundo, 29 de julho de 2011.

Imperfeito

Imperfeito


Coitado de você se for julgado com a mesma severidade com que julga! Você não tolera a mínima imperfeição, não tolera que as coisas ocorram de forma diversa da que imaginou, não aceita falhas, mas não tem gratidão pelos acertos de quem lhe cerca.
Você debocha, faz pouco caso da dor e dos sentimentos alheios porque partem de um ser humano cheio de imperfeições, mas e você, é perfeito? Quem se encaixa nos seus ideais de perfeição? Ninguém, nem você mesmo.
Você exige demais do mundo, você espera demais da vida, você espera demais dos homens que, nada mais são do que seus companheiros no planeta terra, onde, se algum dia existiu um ser humano perfeito foi aquele que perdoou até quem mal lhe julgou e, por fim, injustamente lhe matou.
A sua vida não é perfeita porque você tem dinheiro, mas não tem a quem amar, a quem abraçar antes de dormir. A sua vida é imperfeita porque você não tem com o que preencher seu tempo, a única “coisa” que lhe alegra é saber que tem um ombro para dormir ou um filho para criar. Você se sente inútil, mas ama, ou você tem tudo que o dinheiro pode comprar, mas não tem uma pessoa especial, não tem a quem amar ou não tem equilíbrio psíquico.
Você, pois, não aceita que é impossível ter tudo na vida porque ela é como você: imperfeita e nem sempre plena, completa e iluminada, aliás, ela só é assim quando você quer, quando você se sente assim, mas como julga tudo com severidade, você nunca se sente realmente contente.
É meu caro, a sua vida realmente não é perfeita. E nem deveria ser. A perfeição é enfadonha e não foi feita para uma pessoa imperfeita como você. Você não tolera assumir que tem sorte e que deve ser grato por ela, você não aceita admitir que, mesmo sendo imperfeito e vivendo na imperfeição, é possível ser feliz, mas não é porque você gosta de fazer-se de “coitado”.
Ser feliz é um ato de muita responsabilidade, você diz que quer ser, mas não quer, do contrário bastaria sorrir e seguir a vida, porque a sua vida é muito boa, só você não reconhece este fato, assim como não enxerga as suas imperfeições no momento em que julga quem não é pior e nem melhor do que você.


Cláudia de Marchi




Passo Fundo, 29 de julho de 2011.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Afetivamente aleijados

Afetivamente aleijados


De todas as deficiências que o corpo e a mente humana possam ter, nenhuma supera a afetiva e psíquica: existem pessoas aleijadas no que diz respeito a sentimentos, amor, respeito e afeto. Elas mentem, iludem, se aproveitam da inocência alheia egoística e desnecessariamente.
Existem pessoas que só tem o coração enquanto órgão, mas que não se liga a nenhum sentimento, independente dele ser bom ou ruim. Elas ignoram o outro e seus sentimentos, suas atitudes benévolas, sabem, apenas criticar e malbaratar a moral alheia, como se todos devessem anuir com sua forma de pensar e viver.
Os deficientes afetivamente não sabem tratar quem lhes ama, não sabem retribuir o respeito e carinho que ganham. Saliente-se que tais pessoas desejam ser “bem cuidadas” e amadas, mas sem a mínima intenção de agir com reciprocidade.
O que não falta hoje em dia são pessoas com tais características, pessoas aleijadas afetiva e emocionalmente, que, simplesmente, passam por cima de todos os valores morais para conseguirem o que desejam, por mais banal que seja seu desejo. Elas não pensam em ninguém, apenas nelas mesmas, dos outros querem tudo, para eles nada dão.

Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 27 de julho de 2011.

Devemos

Esta é antiga, escrita em 2004:


Devemos

Devemos aprender que as pessoas são diferentes uma da outras e que, por mais virtudes e defeitos que possuam em comum, é o conjunto deles e da vivencia particular de cada uma que sua personalidade se forma, logo ninguém terá um conjunto igual. O valioso respeito consiste em aceitar as diferenças com mansuetude.
Devemos aprender que o trabalho não apenas enobrece o homem e possibilita-lhe a aferição de dinheiro para seu sustento, mas é um remédio contra os maus pensamentos que o silêncio da inércia pode trazer.
Devemos aprender que ter metas e objetivos na vida é um dos segredos para fortificar nossa auto-estima, para que sejamos felizes, pois quem não sabe o que quer não vê o que encontra, e quem não "vê" o que encontra perde suas valiosas conquistas, perde diamantes quando os coloca fora confundindo-os com vidro.
Devemos saber que "aproveitar a vida" pode ser interpretado de formas diversas, pois o que, para um, significa aproveitar o tempo, para outro equivale a desperdiçá-lo, afinal cada pessoa possui seus valores e ética particulares na forma de conduzir sua vida, na forma de trabalhar, na forma de amar, na forma de usufruir o lazer, enfim na forma de construir os pequenos e os grandes pilares de sua existência que, se forem frágeis, o decurso do tempo mostrará, pois muitos "aproveitam" seu tempo como se o amanhã não existisse, e outros vivem como se tivessem todo o tempo do mundo para agir, como se fossem eternos.
Devemos crer que amigos fiéis e sinceros são aqueles que estão ao nosso lado quando estamos passando por períodos difíceis ou quando estamos no ápice de nossa vida, enquanto eles estão em posição menos privilegiada, quer seja no aspecto financeiro, profissional, psíquico ou afetivo. A amizade verdadeira suporta o brilho do outro, sua alegria e sorriso mesmo quando se esta com o coração triste, se sentindo fracassado: o relacionamento entre amigos verdadeiros desconhece a inveja.
Devemos estar cientes de que a tal inveja é um sentimento dos pobres de espírito, daqueles que não querem que o outro possua o brilho que possui, daquelas pessoas inseguras e infelizes que temem o sucesso alheio e que, com tal receio, se sentem em posição inferior.
Devemos saber que ciúme não significa amor, mas insegurança e medo. Tal sentimento existe independente do amor na mente de pessoas possessivas, porém quem ama e zela pelo ser amado, quase sempre possuirá um pouco de ciúme, afinal, quem encontrou o que deseja não quer perder, todavia a autoconfiança e a confiança na reciprocidade de sentimentos devem imperar sempre.
Devemos aprender a explicitar nossos sentimentos, pois a vida é como um rio: a água não pára de correr, trazendo possibilidades, oportunidades e levando outras. Se ficarmos inertes o rumo pode mudar e a oportunidade de pescarmos nosso alimento ser perdida; portanto devemos lançar o anzol antes que o trajeto do rio mude ou ele transborde e nos coloque em risco de afogamento.
Devemos aprender que desde o momento em que choramos ao nascer, até o momento em que nossos olhos serão fechados para sempre temos oportunidade de crescer: o sentimento mais nobre que podemos ter consiste na humildade de saber que todo aprendizado é grande, mas nunca será o suficiente para sabermos tudo, e que, se um dia exprimirmos a afirmativa de que “somos completos e sobre tudo sabemos” estamos afirmando, nas entrelinhas e sem perceber, que nada sabemos, pois quem é grandioso de alma e sábio, sabe que nunca terá aprendido tudo.
Sabe que é forte e que pode superar as barreiras da vida, que aprendeu muito, mas que o “muito” jamais será tudo, e o “tudo” é humanamente impossível de ser conquistado, sendo assim, finalmente, devemos aprender que é bom ser humano, é bom sentir, é bom se apaixonar, é bom ter instintos, é bom amar, é bom lutar, é bom aprender com a derrota, é bom sorrir com a vitória, é bom viver e saber que a perfeição nos é inatingível, mas a possibilidade de aprendermos e evoluirmos é constante, logo todo individuo tem algo para ensinar e muito para aprender.

Cláudia de Marchi

25/04/2004

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Não procure o sentido da vida.

Não procure o sentido da vida.


Não procure o sentido das coisas: elas perdem o seu real sentido quando você corre atrás dele. A vida não é um roteiro novelesco ou cinematográfico. Quem busca o seu significado, afasta-se de uma existência contente e feliz. A existência humana é um lugar onde os homens buscam a felicidade, exigem demais dos outros, menos de si, mas, no final das contas devem se aprimorar até a morte lhes chamar.
“Ora, então a vida não tem sentido?”- Pergunta-me você, ter ela tem, e ele é sagrado, divino, pendente para o amor, para a evolução, a questão é que, quando a pessoa precisa procurar um sentido para sua vida, surge, infelizmente, o óbvio: para ela sua vida não possui sentido, razão de existir ou valor algum, do contrário teria paz e tranquilidade, sem precisar “encontrar” um sentido para viver.
Só procura quem não encontra, logo, pessoas com tendência a vícios em geral e a auto-piedade, por exemplo, são infelizes e por mais que possuam saúde, dinheiro e pessoas que lhes amam, não conseguem ser felizes, do contrário valorizariam a sua vida, porque ela tem sentido! É uma dádiva, não vale mais do que a de ninguém, mas ela aumenta em valor na medida em que é bem vivida, curtida e admirada.
Nada é em vão nesta vida, o Arquiteto do Universo é sábio, cabe a nós viver da melhor forma possível, nos alegrando pelas nossas conquistas, sendo felizes na simplicidade, respeitando o outro e, principalmente, valorizando a vida que nos foi dada para que dela saiamos melhores do que quando entramos.


Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 26 de julho de 2011.

Amy, dinheiro e felicidade.

Amy, dinheiro e felicidade.


Ter dinheiro é bom, saber usá-lo também, mas controlá-lo sem ser por ele escravizado é ótimo, e raro, em especial no mundo das celebridades, dos compositores, dos artistas, eis, pois que Amy Winehouse se foi. Lamento dizer, mas era previsto: a letra de “Rehab” deixa claro que a passagem da cantora por esta existência seria curta.
Aos 27 anos Amy falece, o que faz a sociedade lembrar de todos os seus compositores de mente criativa que se perderam, como Amy, na novidade de um mundo rico cheio de holofotes. Pessoas de alma imatura, que não conseguiram gerir sua vida sem se afundar em vícios letais como as drogas e o álcool.
Será que os compositores e artistas talentosos e milionários que partiram cedo em função do abuso de drogas licitas e ilícitas, eram felizes? Quem é feliz precisa se entorpecer para se animar, para mudar de personalidade e sentir-se “bem” a todo instante?
Às vezes parece que a dupla “fama e dinheiro” pode ser amiga do carinha lá debaixo, que alguns chamam de “Capeta”, afinal são poucos os que têm e não perdem a noção de limites, porque a dupla causa solidão: o artista não se sente uma pessoa normal, se sente estranho ao mundo, e foge usando drogas. Se ele é feliz? Talvez, às vezes, se ele fosse realmente feliz e tivesse paz interior, teria outro escape para seus medos e frustrações e não algo que lhe altera os sentidos por completo.
Dinheiro só é bom, realmente, para pessoas que já estão de bem consigo mesmas, porque se ele comprasse felicidade não teríamos tantos compositores que morreram ou passaram suas vidas dependentes das drogas que lhes faziam “viajar”.
Uma pessoa de bem consigo mesma que se vê crescer na carreira artística e suas contas bancárias ficarem fartas, não vai se socorrer nas drogas para se sentir melhor por ser ficado rica e mudado sua realidade, viagem para esta pessoa é conhecer o mundo, e não se entorpecer. Logo, se dinheiro trouxesse felicidade não haveria riquinhos e artistas emocionalmente desequilibrados enriquecendo traficantes e contribuindo para o aumento da criminalidade no País.
Esta com depressão, baixa auto-estima, estresse? Simples, vá a um médico que lhe dará uma droga licita para lhe ajudar e faça análise, pronto! O mundo inteiro sabe que as drogas são um caminho, de regra, sem volta, quem nele entra é porque se sente muito mal no mundo e consigo mesmo. Fato é que todo o homem se sente assim, ao menos uma vez na vida, e precisa de um vicio para se “desestressar”.
Atividade física, leitura, brigadeiro, trabalho, bombom, balas, pizza, até fumar pode ser um vício que salva o homem quando esta triste, mas sem lhe entorpecer os sentidos, sem lhe alterar o estado psíquico. Portanto, as drogas só matam os desequilibrados e infelizes, homens felizes não se drogam e nem perdem a noção de limite quando bebem.
Cláudia de Marchi


Passo Fundo, 25 de julho de 2011.

domingo, 24 de julho de 2011

A vulgarização dos elogios.

A vulgarização dos elogios


A humanidade chegou ao ápice da hipocrisia e da falsidade: hoje em dia até elogios se tornaram vazios e comuns, porque são utilizados sem o “critério” de respeito ao outro consubstanciado no sentimento verdadeiro e seriedade, o que eu desprezo, claro.
A sociedade esta se tornando vulgar, o mundo virado de cabeça para baixo: quem “aparece” e ganha “fama” não tem nada “intelectual” para agregar ao mundo, quem enriquece de forma rápida, na maioria das vezes, agiu ilicitamente. Não se admira mais o conteúdo e a essência da alma alheia, mas a aparência, o dinheiro e tudo mais que o tempo e a tolice podem fazer terminar ou ladrões roubarem.
Perdeu-se a noção de respeito ao outro, de amor ao próximo, de franqueza e boa educação. Afinal, não raras vezes, certas pessoas agem de forma totalmente dissimulada, mascarando uma “criação” catastrófica, passando por “muito bem educadas”, quando só querem estar próximo de você por algum motivo vil, sem olvidar em lhe ferir ou usar. Eis que, em meio a isso tudo esta a vulgarização do elogio.
“Amiga”, “querida”, “amada”, “linda”, “princesa”, “especial”, “angelical”, “maravilhosa”, dentre outras palavras saem da boca humana sem que o coração tenha sentido e o cérebro reconhecido a verdade do sentimento. A falsidade anda imperando por ai, tornando os carentes presas fáceis de seres astutos e as relações humanas cada vez mais superficiais.
Eu não tenho nada contra elogios, pelo contrário, adoro, todavia eles só tocam meu coração quando eu percebo a sinceridade com que são ditos, afinal o que mais existe hoje em dia é gente querendo passar por “boazinha”, por amável, quando na verdade lhe invejam, lhe odeiam porque não “são” você. Parece narração de filme de suspense de quinta, mas o vizinho encantador, o colega de trabalho ou o amigo sempre “bem disposto” podem ser psicopatas de primeira qualidade. Palavras não dizem nada, atitudes, convívio e intimidade dizem muito, mas só Deus pode dizer “tudo”. Resigne-se.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 25 de junho de 2011.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Casamento e objetivos vis.

Casamento e objetivos vis.


Ora, por favor! A situação deve estar critica para a mulherada em geral, não raras vezes me perguntam: “Como a gente faz para um cara querer casar com a gente?”. Céus! Primeiramente, casamento não é prêmio nem loteria, em segundo lugar, não deve ser “objetivo de vida”, ao menos, para as pessoas consideradas “normais” e psicologicamente sãs.
Não existe receita para fazer uma pessoa gostar de você, e esta é a base do desejo de casar: o amor, amar muito para superar uma série de diferenças educacionais, psicológicas e, até mesmo, culturais, que surgem no dia a dia.
As pessoas se apaixonam pelo que elas esperam do outro, logo, quem espera “demais”, custa a se apaixonar. Eu que já casei estou em tal fase: a solidão não me importuna nenhum pouco, se e quando for o momento para amar alguém, “acontecerá” se não, grande coisa, homem não é emprego, nem salário! Embora, para muitas hoje em dia, eles sejam oxigênio, água e analgésico!
É triste ser mulher e ter que afirmar que as minhas companheiras de “classificação sexual” estão ficando desesperadas. Ora, mas por quê? Carência, medo de solidão, vontade de sair de casa, interesse em homens abastados, enfim, nenhum motivo que eu considere nobre, pelo contrário, acho todos vis, patéticos e dignos de piedade.
Desde que nascemos até a hora em que somos daqui levados muitas coisas podem acontecer em nossas vidas, coisas boas ou ruins. Namorar, noivar e casar são algumas dessas coisas, que, inclusive, podem começar bem e terminar mal, mas não devem ser metas nem objetivos. Amar e respeitar a si mesmo, ser pacífico, ser tranqüilo, leve, rico em virtudes, sim, devem ser objetivos humanos.
Amar verdadeiramente alguém também pode ser objetivado, mas as pessoas que estão preparadas para o amor não planejam, não projetam. Conhecem-se, se amam e vão vivendo, um dia irão conhecer alguém, ou não: para quem esta de bem consigo mesmo “nada” faz muita diferença desde que exista paz de espírito.
Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 23 de junho de 2011.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Provações

Provações
Existem momentos na vida da gente onde nossa força, nossa fé, nossa esperança, nosso humor, nossa paciência são colocadas a prova, como se estivéssemos passando sob a ponte Rio - Niterói nos segurando com cada mão em uma corda e pisando em pedaços de madeira podres, que a qualquer momento podem sucumbir ao nosso peso.
De nada adiantam as provações ou purgações da vida se não tentarmos aprender algo com elas, ou, simplesmente, tais quais os irresponsáveis ou mentecaptos: rirmos do que nos ocorre, ainda que seja para não chorarmos e nos reerguermos com um sorriso amarelo para continuar nossa jornada sem desistência, sem assinarmos um “atestado de covardia”.
Se reclamar, chorar, se deprimir, se entregar ao medo, a dor e a desilusão, adiantasse, tudo seria mais fácil. Bastaria se trancar num quarto escuro e dele não sair. Todos possuem problemas, alguns têm solução, outros não, então, do que adianta se preocupar em demasia? É preciso confiar, é preciso saber a “arte do improviso”: acreditar em si e, no momento certo, agir com tranqüilidade, com firmeza.
A tristeza, a irritação e o medo só atrapalham, em nada ajudam. É a vida, em tais momentos, testando nosso equilíbrio, mas, uma vez mantido e superadas as barreiras, jamais seremos os mesmos, ainda que diante da humildade da nossa vida e de nossos anseios: seremos e nos sentiremos grandes vitoriosos.
É como cruzar a ponte sob o mar, lembra? Seguremo-nos firme com as mãos nas cordas, porque não sabemos se a próxima tábua não poderá se partir: o equilíbrio vem de cima, vem da mente e, no caso, dos braços, enquanto eles tiverem força, haverá esperança e não uma queda fatal.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 19 de julho de 2011.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Paixão

Paixão


Eu não vou esquecer aquela época, eu nunca vou esquecer a felicidade, a emoção, a realização. Jamais sairá de mim aquela sensação de ter encontrado o que eu “buscava”, de ter encontrado um “tesouro”.
Não esquecerei também que o que reluzia não era ouro, nem brilhante, era lata. Mas eu já estava encantada com ela, e quando o nosso encanto é grande acreditamos que podemos transformar vidro em cristal, bijuteria em jóia. Achamos que somos “alquimistas abençoados”.
A paixão não cega, ela deturpa os sentidos: você vê e ouve, mas “adapta” tudo ao seu sentimento, coloca tudo o que é visto, ouvido e sentido a favor de sua intenção, de seu intuito: amar e ser feliz, ser de quem lhe encanta e lhe ter.
Só quem já se perdeu na estrada enganosa da paixão sabe como é cair e contentar-se, sabe o que é depender do afeto alheio como um drogado de um entorpecente. Se isso é ruim? Se fosse ninguém se drogaria, mas se valesse a pena não lhe escravizaria, não lhe faria dependente.
É bom, é profundo, é intenso, é maravilhoso, mas também é perigoso, é inesquecível, mas deixa cicatrizes. E não existe cicatriz que não seja resultado de dor, logo, é válido, mas é sofrido. É marcante porque conjuga o ponto alto da felicidade com a mais profunda tristeza: isso se chama paixão.


Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 18 de julho de 2011.

sábado, 16 de julho de 2011

Desistências

Desistências
Às vezes a vida me parece um decurso manso de empolgações, desânimo, ânimo, entusiasmo, crenças, frustrações, descrenças, decepções: um eterno tentar que depende de um constante “desistir” para se sentir o sabor agridoce de realidade.
O homem confunde seus anseios, pois sua carência é o remo do barco de seus desejos, que, muitas vezes, realizados, não se mostram aprazíveis ou fortes o suficiente para fazê-lo desistir de navegar.
De regra não magoamos a ninguém sem quem sejamos magoados, não há dor causada que não implique, nos bons corações, em uma dor sofrida. Mas, a vida não é tão simples e nada é encantadoramente perfeito como desejamos e, como, em certas ocasiões, acreditamos em algo ou em algum sentimento, até darmos de cara com a realidade e seus argumentos incontestáveis.
Ninguém erra querendo errar, ninguém fere querendo ferir e ninguém tenta pensando em desistir, mas, às vezes, por motivos plausíveis e coerentes, é preciso abortar alguns sonhos, porque, se realizados forem, podem causar dor e sofrimento, mais intensos e em mais corações, quando, por alguma razão, eles morrerem.
Cláudia de Marchi



Passo Fundo, 17 de julho de 2011.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Novos anseios

Novos anseios


De repente você acorda para novos anseios, de repente você quer deixar para trás todas as suas más “tendências”, tudo aquilo que, mesmo sendo inerente a você, juntamente com sua imaturidade, lhe arrastou para o sofrimento, para a desilusão.
Num belo dia você desperta consciente de que vai sorrir para a vida mesmo quando ela se fechar para seus sonhos, você decide tomar as rédeas de seu coração, de seus sentimentos, então você muda seus paradigmas, conceitos e preconceitos.
Você decide que merece o melhor, você decide que merece boas novas, boas surpresas, bombons, rosas, carinho, atenção, afeto e que nada pode ser tão bom do que cuidar e ser cuidado, nem mais valioso do que o ouro que poucos seres humanos possuem no coração.
Depois de tempos sendo a mão que balança o berço para outro ser descansar e repousar, você vê que também precisa de uma mão, de uma cantiga, de um abraço, e de toda ternura que lhe faça sentir-se bem, todo o carinho que você dá, você percebe que merece receber. É a vida: troca de boas energias, sem cobrança, mas sem débitos.
Você aprende a valorizar o que merece ser valorizado, a amar e admirar o que merece ser admirado, você passa a avaliar a alma, a bondade, e nada além do que, na medida em que é correspondido, possa construir uma relação tranqüila, madura e plenamente feliz.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 15 de julho de 2011.

domingo, 10 de julho de 2011

Quem fala mal II

Quem fala mal II



Com o passar do tempo e com os tropeços que damos na vida a gente aprende a descobrir quem é maldoso e falso dentro dos “círculos de amizade” que a gente tem, ou melhor, acha que tem.
Existe uma verdade inexorável: Quem fala mal de outra pessoa, com a qual convive ou chama de “amiga”, para você, fala mal de você (que confia no sujeito falso, como se amigo verdadeiro fosse) para aquela pessoa que criticou e desdenhou aos seus ouvidos para semear discórdia e desconfiança.
A maior prova da falsidade de certos indivíduos é vê-los criticando os outros para os quais sorriem, criticando quem mal conhecem, aumentando os defeitos alheios para colocarem-se num “patamar” de moralidade superior. “Patamar”, este invisível às boas pessoas, e visto apenas pelo causador de intrigas que, não raras vezes, projeta (mecanismo de defesa do ego referido por Freud) seus defeitos nos outros através das criticas que faz deles. Afinal, se o defeito esta no “outro” não esta nele, então ele é “muito virtuoso”!
Uma boa lição, aferida à custa de muitas decepções, mas facilmente explicável é a seguinte: Ouça mais e fale menos, espere o tempo (muito tempo!) passar para conhecer profundamente quem você vai chamar de “amigo”, afinal a inveja é um veneno letal que certos indivíduos expelem pela língua, pela boca, pelo que falam e inventam por malicia, por maldade, por falta de ter coisa melhor para fazer a não ser tentar destruir a moral alheia.
Cuidado, pois com as pessoas que falam mal das outras pessoas, que mentem para os pais, namorado e amigos com talento. Você é humano, como a pessoa criticada ou enganada, não pense que estará isento de ser vitima da maldade alheia. Quem fala mal dos outros para você, certamente fala mal de você para os outros. Não seja tolo: a vida é boa e curta demais para você se incomodar envolvendo-se com pessoas ignorantes, fúteis e invejosas.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 11 de julho de 2011.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Imediatismo e orgulho

Imediatismo e orgulho


É incrível e um pouco assustador o hábito que algumas pessoas possuem de achar que o mundo “gira” em torno delas. São impacientes, orgulhosas, prepotentes e humildade, para elas, é uma virtude que desconhecem até o nome.
Sabe aquelas pessoas que querem tudo para “ontem”? Que quando saem de casa se olham mais de cem vezes no espelho e quando entram no teu carro pedem “será que não estou muito assim ou assado”? Sabe as pessoas tímidas que tem medo de falar em publico e tudo o mais?
Pois é, a timidez é um disfarce “chique” do orgulho. O tímido, na verdade, se superestima, ele tem medo de ser criticado e julgado porque, na verdade, ele acha que tem que ser “imbatível”. Seu medo de falhar revela o seu orgulho, a sua arrogância interior: se ele é bom, tem que ser julgado, sempre, de tal forma, quando teme que não seja “bem” caracterizado se retrai e todos o chamam de “tímido”. Fica até “meigo” o disfarce!
Assim são algumas pessoas em relação a males de saúde ou outros, jurídicos, por exemplo. O Judiciário brasileiro anda de forma tão leniente que às vezes eu me pergunto se ele “anda” mesmo ou se tal pensamento é ilusão dos jurisdicionados. Pois então, em meio a milhares de processos e pedidos liminares, há um ou dois clientes que se desesperam com a demora de 20 dias para o despacho judicial.
Desesperam-se, querem mudar de advogado, como se a culpa fosse deles. Talvez eles não saibam que advogados cumprem prazo, juízes não. E estes têm centenas de processos em sua mesa.
Para viver bem, no mundo real, é preciso, apenas uma característica: realismo. Saber como funciona a vida e suas contingências, ter humildade para compreender que o mundo não vai parar para realizar seus intentos, e que, no fundo só quem supervaloriza seus problemas é você mesmo. Os outros não se importam, não como você deseja que se importem.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 08 de julho de 2011.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Vingança?

Vingança?


A vingança, filha única da ira e do orgulho, não faz mal apenas ao vingado: quem ingere o veneno é a pessoa vingativa, que, com um beijo traiçoeiro tenta contaminar quem lhe fez mal, mas não consegue, não sem morrer junto. A revolta não leva a lugar algum, ao menos a nenhum lugar pacifico e tranqüilo, a nenhum lugar que você queira ir, certamente.
Eu não vou apregoar perfeição. Sei de um filósofo, um profeta antecessor de todos os psicólogos e mestres do mundo que fazia isso com maestria: o nome dele é Jesus, embora seja meu mestre, eu não sou Ele. Então não vou falar em retribuir o mal com o bem, nem em oferecer a outra face ao seu agressor.
Falo, simples e modestamente, em não retribuir o tapa, porque a cada agressão respondida com agressão, seja física ou verbal, os ferimentos se avolumam, ambos se machucam em demasia: o agressor e o, outrora “agredido” se confundem, ao final da briga, na dor de sua vileza e estupidez.
Tente perdoar quem lhe fez mal, tente relevar, ou, se não conseguir, se afaste. A distância é sempre um elixir para quem exercita o perdão. Se “o que não é visto não é lembrado”, afirmo que o que não é visto é mais facilmente perdoado, porque esquecido. O esquecimento e o perdão andam juntos na maior parte do tempo neste mundo de provações e purgações, imperfeito, portanto.
Não crie um ciclo iracundo, saia da ação e reação na mesma ou semelhante proporção. Se você for machucar sempre que for ferido estará agindo como seu algoz, a ele se equiparando e, lamentavelmente, essa situação só se encerra quando um dos dois (ou ambos) cair, entregue, exausto, ferido, quase ou totalmente destruído.
Não vale a pena se vingar. Não existem “Condes de Monte Cristo” neste mundo, em nosso dia a dia. O ódio gera ódio, a raiva gera raiva, a agressividade gera agressividade e o ciclo só se encerra com a sensatez de quem ignora o ódio, a raiva e a agressividade, recolhe suas coisas e segue sua vida longe de quem lhe despertou tais sentimentos. Pronto: final da história, não é cinematográfica ou “novelesca”, mas é real, é a sua vida e não vale à pena arriscar-se, porque nela não há ensaios e nem aquele “final feliz” garantido pelo “script”.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 07 de julho de 2011.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Quem não vale nada.

Quem não vale nada.


Eu sei que não se trata de nenhuma afirmativa positiva ou que pretenda fazer você crer que o mundo pode ser algo “maravilhoso”, com pessoas maravilhosas, mas a verdade é que existem pessoas que não valem nada, não valem o que defecam.
Logo, você pode achar o “seu” mundo maravilhoso. Pode e deve ser contente com o que você tem com quem você foi e, conseqüentemente, com quem você se tornou, ou seja, com quem você é, mas pensar que as pessoas podem ser definidas desta forma “maravilhosa” é um engano para lá de infeliz.
Tem gente muito perigosa neste mundo. Pessoas recalcadas, problemáticas, que querem tudo o que não possuem, por mais que tenham até mais do que os outros: numa espécie de “fetiche” elas desejam ser o que você é, ter o que você tem, e pensar como você pensa, ou, ao menos, desejam deixar você “para trás”, nem que para isso lhe façam capotar e morrer. Elas se “encostam” em você e passam a desejar tudo o que você deseja ou desejou ter na vida.
Além deste tipo de ser humano invejoso e perigoso como um aracnídeo que sobe silente por suas cobertas e lhe morde, lhe envenena, existem os mentirosos, aqueles que querem obter alguma vantagem, custe o que custar, e, assim, passam por cima de qualquer pessoa, de qualquer sentimento. A vantagem pode ser, para eles, unicamente a de lhe difamar, de fazer os outros crerem que você é o que, na verdade, eles são: falsos, fúteis, interesseiros, tolos, volúveis, etc,
Existem também aqueles que lhe “sugam” a sua energia, o seu astral, o seu bom humor, o seu equilíbrio. Cansam-lhe até você achar que vai explodir. Tais são as pessoas maldosas ou ignorantes, não é preciso diferenciá-las, porque, como diria o Renato Russo, “a ignorância é vizinha da maldade”, e elas não possuem valor algum para que seu tempo seja desperdiçado na tentativa de “caracterizá-las”.
Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 05 de julho de 2011.

sábado, 2 de julho de 2011

Melhor que nada.

Melhor que nada.


É preferível não ter ninguém no coração a ter amor por quem não merece seu apreço. É preferível viver só a ter que “suportar” alguém só para poder chamá-lo de “seu”, como cantava o Erasmo.
“Sofrimento é melhor que nada”. Isso é um fato e mais uma afirmativa do Dr. House com a qual eu concordo e assino embaixo. Enquanto você sente dor na perna, no pé, no braço, é porque sua circulação esta funcionando e você não teve nenhuma paralisia.
Todavia um coração “vazio” não é nada, ele esta cheio de bons sentimentos, de paz e de tranqüilidade, mas não esta “pulsando” mais forte por ninguém, apenas por você e pelo seu bem estar. Isso não é ruim, quem não convive com a solidão e não se valoriza é incapaz de amar outra pessoa.
Logo, um coração nunca esta vazio, ele sempre tem a quem amar, mesmo que não seja a mulher dos seus sonhos, existem irmãos, familiares, amigos, bichinhos, enfim, uma vida para ser amada, valorizada e bem vivida!
Triste mesmo é ver gente “amando” alguém por interesses financeiros, ou, o que é pior, amando uma pessoa farsante, uma pessoa astuta e mentirosa, que faz um inocente “construir” castelos em sua mente que vêm a baixo e lhe sufocam o peito quando a o vendaval da verdade os destrói.
Triste, pois é sofrer decepções, é ser enganado, ludibriado e sentir o coração arder por isso. Todavia, sofrimento é melhor que nada, mas um homem sábio não troca a dor pelo vazio, pelo “nada”, pelo contrário, a substitui por aprendizado, maturidade e evolução. O nada é, portanto, sinônimo de frieza, de ausência de sentimentos, de lembranças e de emoções, não é sinônimo de “não ter a quem amar”.


Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 02 de julho de 2011.

A gente morre e não vê tudo.

A gente morre e não vê tudo.


É impossível ser uma pessoa razoavelmente inteligente e não se apavorar com o agir da própria “raça”, dos seres humanos, pois. Por mais que desejemos, morreremos e não veremos, nem ouviremos, nem leremos “tudo” sobre todos os absurdos que existem neste mundo. Criados pelo homem, frise-se bem.
Sendo mais otimista, posso afirmar que não veremos nem o tudo de ruim, nem o tudo de bom que o homem é capaz de fazer, certo é que experiência nunca é demais, e cada lágrima representa um ensinamento da vida para quem a derrama.
As características humanas, assim como o espírito do homem, requerem equilíbrio, e gente equilibrada e mentalmente sã é o que menos se vê hoje em dia: é um tal de egocentrismo e narcisismo onde deveria haver amor próprio, é uma tal desatenção onde deveria haver zelo, é um tal de enrolar e mentir onde deveria haver franqueza, é um tal de beber em demasia, se drogar e fugir da realidade, onde deveria haver maturidade e auto-estima, é uma tal de ambição e “segundos interesses” onde deveria haver vontade de amar, que só “vendo” para crer!
Nada é em vão e nem ocorre por acaso. Por mais espiritualistas que possamos ser, devemos ter as seguintes idéias lógicas em mente: o que nos faz bem não deve ser dispensado, o nosso tempo não deve ser desperdiçado com quem não nos estima, nada é tão bom que não possa melhorar, nem tão ruim que não possa piorar e nunca encontraremos a “pessoa certa” no momento errado.
Se não valorizamos é porque a pessoa não era “tão” certa e nem o momento “tão” errado. Aliás, quem deve “fazer” o momento é nossa vontade e sentimentos. Nada é perfeito tendo em vista que a vida não é um conto de fadas, uma peça teatral, uma novela ou um filminho romântico com a Meg Ryan.
Quem quer luta, quem quer batalha, quem quer desabafa, quem quer age, quem quer é bondoso, quem quer recolhe o orgulho, quem quer age com humildade, quem quer se importa, pensa e reflete. Deseje quem deseja você, admire quem lhe admira, ame quem lhe ama e, sobretudo, quem lhe respeita, quem lhe é leal e fiel, quem gosta de você sem ter justificativas para tal sentimento
. O verdadeiro bem querer não pode e nem precisa ser explicado, ele se traduz no olhar, no abraço, nos beijos. Errar sabendo é chorar querendo, é nutrir a dor, é ser masoquista, além de ignorante e tolo, afinal se repete o erro é porque não teve capacidade de aprender.
Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 02 de julho de 2011.