Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Memória boa e paixão ruim.

Memória boa e paixão ruim.


Eu consegui entender alguns dilemas da minha vida ao ler a reportagem da edição 300 da revista “Super Interessante”, de janeiro de 2012, sobre memória, percebi, pois que inúmeras vezes eu fui traída pelas minhas lembranças.
Nossa mente não se importa com a duração de nossos sentimentos, mas com a intensidade deles, por isso alguns segundos extasiantes podem marcar mais do que dias e horas mornas, sem “nada demais”.
Tal fato aliado a um sentimento forte que podemos sentir por alguém que não nos merece e estará feito o estrago: certa pessoa pode nos magoar, mas, em vista de nossa paixão, um agrado feito em um segundo pode ser mais marcante do que horas de indiferença, por exemplo.
Logo, não é você que é tolo, mas a sua memória aliada a paixão nutrida pela pessoa “errada” podem ser fatais para seu coração. Você supervalorizará os momentos de prazer, de alegria, de êxtase, de romance e, facilmente, esquecerá as horas de desalento. Logo, poderá “voltar” a ficar com quem lhe magoou olvidando dos maus momentos.
O negócio é amadurecer e se manter longe de quem lhe fere, por mais que existam segundos prazerosos ao seu lado. Valorize o todo e não a parte, por mais que sua mente guarde os momentos de maior intensidade. Às vezes é preciso vencer instintos e a si mesmo para manter sua paz de espírito e ser feliz.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 31 de dezembro de 2011.

Silêncio

Silêncio


Sabem aquela frase cristã famosa: “Não faça para aos outros o que não deseja que eles lhe façam”?! Pois é, o termo “cristão” não a antecede em vão. Se todos seguissem tal preceito o mundo seria melhor.
Não diga a outrem o que você não gostaria de ouvir, não faça o que não quer que lhe façam, ou seja, não se intrometa na vida alheia, não traia, não minta, não fale sem pensar, não magoe, não humilhe, não pise.
Se você não tem nada de bom para falar ou fazer, fique quieto, não faça nada. O que é apenas pensado não tem efeitos diretos, não magoa, o que é dito sim. Acredite: o silêncio quase sempre vale à pena. Ele pode ser sagrado!
Se o que você pensa pode agradar, pode enternecer, pode ajudar e animar, fale, se não, se cale. Você não precisa ser sincero quanto ao que pensa se ninguém quer saber a sua idéia sobre determinado assunto, logo, calar-se é um sinal de maturidade, de respeito ao outro ser humano.
Se lhe perguntarem, seja sincero, seja franco, se você pensa algo que, se dito, pode magoar, pense mil vezes antes de falar e prefira o silêncio se ninguém lhe indagar. Você não costuma se arrepender do que pensa se você não conta para ninguém.
Diferencie grosseria de sinceridade, falsidade de educação, idiotice de brincadeira. Cresça e valorize o silêncio, afinal, a palavra falada não volta atrás. O silêncio magoa menos, não faz inimigos e nem prova aos outros que você é estúpido.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 30 de dezembro de 2011.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Felicidade virtual

Felicidade virtual


Essa falsa felicidade virtual me dá náusea. A maioria das pessoas usa os sites de relacionamentos para pintar a imagem da vida perfeita: elas são as mais apaixonadas, as que possuem os relacionamentos mais harmônicos, as famílias mais felizes e unidas, as férias inesquecíveis, o melhor emprego, as melhores amizades e os mais sólidos relacionamentos. Quase ninguém tem defeito, quase ninguém é feio, tem problemas ou mal humor.
É “um tal” de “adorar” que não termina nunca. Todas as pessoas tentam de forma desvairada mostrar que “adoram” a si mesmas, as suas vidas, as suas profissões, as suas escolhas, a todos os seus parentes, amigos e conhecidos. Quase todos são poços sem fundo de amor.
Às vezes elas odeiam, mas não dizem nomes, criticam e desprezam, inclusive alguns dos que estão em suas listas de “amigos”, o que deixa claro o quanto a falsidade se prolifera no mundo virtual e real, logicamente. Todavia, ninguém pára na rua para dizer para um “amigo” que ele é egocêntrico, mal amado ou grosseiro, mas fazem isso para os amigos no mundo virtual, que, diga-se, nove em dez vezes, não cumprimentam na rua.
Na nua e crua realidade o “virtual” demonstra quão acentuada é a frivolidade e falsidade de boa parte dos indivíduos. Lá quase todos são felizes, quase todos sabem o que é amor verdadeiro, quase todos possuem os melhores cônjuges do mundo, quase todos possuem a família bem estruturada, típica de comercial de margarina, quase todos os lares são felizes, quase todos são bonitos, elegantes, bem amados e de bem com a vida, lá, inclusive existem amizades que desconhecem um mero “oi” no mundo real diante de um “esbarrão” na rua.
Enquanto estes disparates existirem eu não irei “confiar” na maioria dos “fatos” virtuais que meus olhos vêem, afinal, o que é visto quase nunca é real tendo em vista que, o que as pessoas mostram, na maioria das vezes, não condiz com a sua realidade. Uma coisa é o que é visto, outra coisa é o que realmente é e outra, ainda, é o que a gente pensa a respeito do que vê. A verdade tem mil faces, em especial no mundo atual onde o real e o virtual dividem espaço na vida humana. Logo, o melhor é cuidar da própria vida já que boa parte dos outros não vive, atua.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 30 de dezembro de 2011.

Imutáveis

Imutáveis


Você deve aprender a pensar antes de agir e, assim, não voltar atrás nas decisões que toma. Decisões bem pensadas não carecem de “reparos”, de “adendos”, de reformas.
O “nunca” é dispensável em boa parte de suas afirmativas, mas às vezes ele é necessário: as melhores decisões são aquelas que você toma ciente de que “nunca” irá se arrepender de ter lhes tomado.
Não busque dizer “nunca”, não diga tal palavra quando sua mente diz algo e seu coração intui de forma diversa. Aprenda a usar a racionalidade, o homem se diferencia dos demais animais da natureza por possuí-la, então faça (bom) uso dela.
Se, em dado momento de um relacionamento você resolve desistir dele, quer porque o outro tenha lhe magoado com alguma palavra ou ato, quer por ele ser diferente do que você deseja, pense agir para que, posteriormente, você não caia na tentação de voltar atrás. De regra são os mesmos motivos que lhe fizeram desistir a primeira vez que lhe farão desistir uma segunda, terceira, quarta ou milésima vez.
As pessoas não mudam, não tome nenhuma decisão pensando o oposto deste fato, do contrário você irá, apenas, perder seu precioso e bendito tempo. Aprenda a tomar decisões inteligentes, sopese sua intuição, razão e sentimentos, reflita muito e, então, tome uma atitude sem temer voltar atrás, sem precisar voltar atrás, efetivamente.
A diferença básica entre uma pessoa madura e uma pessoa imatura é a segurança com que elas tomam decisões nas mais variadas esferas de suas existências. O sujeito maduro pensa e age sem ter medo de mudar de idéia, o imaturo muda de idéias até aprender, até amadurecer, enfim.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 30 de dezembro de 2011.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Supere-se

Supere-se


Lamento por quem se compara com o que é pouco, pequeno, infeliz e pouco inteligente, o ato de comparar-se é uma ferramenta vã e infantil que algumas pessoas usam para sentirem-se superiores a quem não é virtuoso. Como se “isso” fosse difícil!
Tais indivíduos olvidam do fato de que ser melhor do que aquilo que é pouco e ruim não significa nada demais. “Mãe, eu tirei 65, mas o fulano tirou 50!”. Ora, por favor! Adolescentes e crianças se socorrerem de tal subterfúgio (fraco) para se sentirem melhores é aceitável, adultos fazerem o mesmo, em outros aspectos da vida, é grotesco.
Não se nivele por baixo, não aceite ficar contente porque a maioria é inferior a você, tome por base o que é excelente, o que é mais sábio, o que é melhor. Ser adulto é aceitar que ninguém é perfeito em tudo, mas que você deve se comparar ao melhor que pode ser e não com pessoas piores.
Você pode de “consolar” por saber que existem pessoas inferiores a você, mas, só se contenta com “consolos” quem não merece nada além deles. Pense que você pode ser melhor do que é, não repare, não critique e, principalmente, não se compare com quem é pior do que você.
Diante do inferior você sempre será superior, todavia, nunca será alguém realmente bom se viver se comparando com pessoas piores do que você. Pense grande, respeite seus limites, mas não se conforme com o que é pouco, tente ser melhor do que você, não tente superar aos outros. Supere a si mesmo.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 26 de dezembro de 2011.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Sem orgulho

Sem orgulho


Não existe superioridade entre o povo do Brasil. Se engana e se ilude quem acha que os "sulistas" são melhores do que os membros dos demais estados. Não existe superioridade sem coragem, nem coragem no silêncio.
Se tal população fosse melhor em relação às "demais", se manifestaria, reclamaria e não iria quedar-se inerte diante das leis injustas, da impunidade, da desigualdade social, dos atos estapafúrdios do Governo que arrecada na região sul para dar "bolsas" nas regiões mais pobres da Nação.
Lamento, mas sou carente do tal "bairrismo" e patriotismo. Sou muito realista para me dar ao luxo de "tê-los". As diferenças entre o povo da região sul e da região norte e nordeste são definidas pela cultura, clima, educação, dentre outros fatores sócio-culturais, não existe, pois superioridade entre eles, apenas distinções.
Na verdade inexiste superioridade entre a raça humana, mas, a meu ver, se aproxima da inferioridade o povo que se acha melhor, que se acha superior ao outro. Virtudes se mostram em atitudes, não em idéias egocêntricas e narcisistas de si mesmo.
É preciso coragem, atitude, é preciso que o silêncio se torne a exceção e não a regra. O povo brasileiro precisa se unir, reclamar, reivindicar mudanças e a concretização de seus direitos já existentes. Quando nossa população começar a reclamar e a se mobilizar, passarei a admirá-la um pouco mais.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 26 de dezembro de 2011.

Paixão: glória e dor.

Paixão: glória e dor.


A paixão é o inferno do coração dos homens. Ela representa a dor, a ausência de atitude mesmo diante do que a razão não contesta: não devemos ficar, não devemos voltar, não devemos ceder, mas ficamos, voltamos e cedemos.
Diante de uma paixão arrebatadora a racionalidade não significa nada, ou melhor, ela perde sua serventia. O apaixonado sabe que não deve querer, sabe que não esta agindo corretamente quando cede ao seu instinto, sabe que deve ser mais forte, mas não consegue e, portanto, se entrega.
A paixão não existe para ser explicada e, por tal motivo, não merece ser sentida, não é uma experiência que deva ser almejada ou querida. Ela é um infortúnio na vida de uma pessoa boa, um acidente, um incidente, de regra, mais infeliz do que feliz.
Como todo percalço, como toda dificuldade, o ato de viver uma paixão dá a pessoa emoções fortes, experiências intensas, momentos raros, êxtase, felicidade momentânea, assim como uma droga, na medida em que ela anima, ela mata, ao mesmo tempo em que entusiasma, pisa no equilíbrio emocional do apaixonado que é, diante dela, um refém desarmado que vivencia grandes emoções mesmo quando não possui arbítrio nenhum sobre seu destino, sobre sua vida.
Como toda doença, como todo vicio, como todo mau momento a paixão oferece horas amenas, porém quando o homem consegue se fortalecer e vencê-la, quando suporta a abstinência do que, com o tempo, tornou-se um vício, ele adquire sabedoria que nenhuma pessoa, que não tenha passado por seus momentos de glória e dor, possa ter.
Enfim, mais sábio, mais maduro e mais forte o homem não volta a adoecer de paixão, com sua experiência ele aprende a se amar mais e, dos outros, só passa a aceitar o que for verdadeiro, o que for inteiramente bom, o que significa respeito, bom trato, entrega, transparência e amor. Mais puro e verdadeiro amor, o resto, para ele, é apenas o resto, sinônimo de nada. Nada mais.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 25 de dezembro de 2011.

De repente 30!

De repente 30!


De repente 30! Não é de um dia para o outro que chegamos a esta idade, mas, com certeza é muito mais rápido do que podemos imaginar que será quando completamos simplórios 15 anos de vida.
Quando chegamos perto dos 30 anos a gente percebe que a vida não é tão fácil quanto pensávamos, nem tão complicada quanto pode parecer àqueles que não são dotados de muito humor e otimismo.
De repente a gente percebe que, não sem esforço, obviamente, podemos realizar o que queremos e, se na pior das hipóteses, desistirmos, nos tornamos mais fortes e sábios para inventar novos ideais e seguirmos em busca de sua realização.
O amor não é algo tão perfeito quanto pensávamos nos primeiros quinze ou vinte anos de nossa vida, ele não basta para fazer um relacionamento dar certo. É preciso afinidades, coragem, sinceridade, paciência, respeito e vontade de ficar ao lado de determinada pessoa.
Com 30 anos a gente sabe que a paixão não é saudável, é mais letal e perigosa do que muitas drogas. É sinônimo de dor, de ausência de equilíbrio, de doença, de tristeza, é aquilo que “é” quando não “deveria ser”. Ela gera mais dor e problemas, na vida emocional do ser humano, do que qualquer outro sentimento.
Aos 30 anos a gente pode não ter chegado aonde queria, mas há a certeza do que se quer e do que não se deseja mais, do que jamais será desejado novamente em nossas vidas. Com tal idade ainda temos esperança e fé, mas experiência suficiente para sermos mais fortes, para, pois, lutarmos por aquilo que queremos e iremos realizar até os 60 anos, afinal muita vida nos espera. Estamos recém começando, com mais sabedoria, com mais maturidade.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 25 de dezembro de 2011.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Realizar

Realizar

Não precisamos de mais leis, precisamos encontrar mecanismos para que elas sejam cumpridas sem que existam mil “motes” para abrandar sua efetividade e rigidez. Da mesma forma, não é preciso sonhar mais ou “diferente”, é preciso encontrar uma forma de realizar os sonhos que se tem, que sempre existirão, mas não foram realizados.
Entre o que você deseja e o que consegue realizar existe um abismo, logo, não é sem esforço que você vai conseguir ultrapassá-lo. A vida é boa e justa, ninguém disse que ela é fácil. Se fosse, ninguém iria valorizá-la.
O ser humano precisa de desafios, precisa ultrapassar barreiras e obstáculos para se sentir bem, para que suas vitórias tenham um gosto mais saboroso, para que exista mais empolgação e ânimo.
Sendo assim, não é preciso estabelecer mil metas e planos a cada mudança de ano, basta que você se comprometa a fazer o necessário para cumprir os planos antigos e não realizados que, você sabe, são necessários, irão lhe fazer bem e tornar-lhe uma pessoa mais realizada e feliz.
A questão não é entabular uma lista de desejos novos, mas, isto sim, estabelecer uma forma de realizar aqueles desejos que não foram realizados. Pense em como agir para alcançar seus objetivos, não é preciso mudá-los, mas fazer com que eles se tornem reais.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 24 de dezembro de 2011.

Seu perdão

Seu perdão

Você começa a valorizar a palavra perdão e seu significado quando precisa obtê-lo. Quando a sua consciência pesa, quando você reconhece seus erros e se arrepende de ter lhes cometido.
Quando você precisa perdoar não existe pressa, nem agonia. Você se “dá” tempo e acha mil justificativas para a vileza do outro, para manter-se inerte e ignorá-lo. O outro fez por “merecer” o seu desdém, a sua indiferença, logo, não há porque ser “tão” indulgente.
Isso é o que você pensa quando alguém lhe magoou e lhe pede perdão. Tudo muda, porém, quando você erra, quando você magoa e pede desculpas pela sua mancada. Quando é você quem precisa ser perdoado, você reza para que o outro seja indulgente com seus defeitos e atos “atrapalhados”.
Não existe nenhum ser humano no mundo que seja imune a necessidade de obter perdão, logo, todos deveriam saber perdoar e compreender mais do que criticar. Se a confiança se abala, se depois de maculada não volta a ser a mesma, isso depende de cada pessoa.
Perdoar é uma coisa, voltar a confiar é outra bem diferente. A sua confiança poucas pessoas merecem, de seu perdão todos são merecedores, ao menos que você não queira ser perdoado nunca, ao menos que você seja “perfeito”, mas, sinto informar, a pessoa mais perfeita que o planeta já teve morreu apregoando o perdão e o amor, pelas mãos de algozes ignorantes que não sabiam o significado desta palavra.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 24 de dezembro de 2011.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Meu sonho

Meu sonho

Eu sonhei que eu vivia no Brasil, mas tudo era diferente. No País do meu sonho os professores eram muito bem remunerados, afinal, ninguém consegue crescer na vida sem aprender as lições que eles passam. Com sua boa renda eles tinham mais incentivo para levantarem cedo e irem às escolas diariamente, bem como para fazer cursos de aperfeiçoamento.
No Brasil do meu sonho os policiais de todas as áreas ganhavam bem, tinham o mesmo salário dos magistrados, defensores e promotores públicos, os bombeiros, por sua vez, tinham gratificações “polpudas” a cada final de ano. Todos iam trabalhar e expor suas vidas com alegria, entusiasmo e tranqüilidade.
Apresentadores de televisão, jogadores de futebol, modelos e atrizes ganhavam menos do que qualquer profissional bem graduado na sua área. Aliás, em meu sonho as modelos tinham curvas e curso superior, não exibiam uma silhueta anoréxica, assim elas inspiravam as adolescentes a se alimentarem bem, malharem e estudarem.
Em meu sonho as pessoas eram valorizadas pelo que eram, não pelo que possuíam. Não existiam pessoas arrogantes nem falsas, apregoando virtudes aos quatro ventos. Havia poucas promessas, poucas palavras, mas muitas atitudes nobres.
As pessoas se respeitavam, ninguém inventava nada para conquistar a confiança alheia e, depois, malbaratá-la. Havia compaixão no coração de todos os homens, havia amor em todos os relacionamentos. Nenhum ser humano tirava a vida de outro, não havia guerra, as pessoas se entendiam dialogando, sem intolerância, sem preconceito, sem desrespeito. Todos, ricos e pobres, se tratavam com igualdade, em meu sonho imperava a fraternidade.
Nenhuma mãe engravidava sem querer, não havia necessidade de vidas serem abortadas, as pessoas agiam com responsabilidade e respeito ao próximo, ninguém fazia ao outro o que não desejava que este lhes fizesse e, assim, o Natal não era uma data de consumismo desenfreado, todos se lembravam do nascimento do ser humano mais humilde, simples e sábio do universo, porque as pessoas valorizavam a sapiência e não a beleza e a riqueza. Fiquei triste quando acordei, eu queria muito que este meu sonho se tornasse realidade.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 23 de dezembro de 2011.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Reencontro

Reencontro

2011 não foi o ano em que cheguei aonde eu queria, não nos aspectos materiais da minha vida, todavia foi o ano das superações, o ano em que remi toda forma de culpa e dor que sentia, o ano em que mais me equivoquei com as pessoas, mas, apesar de algumas batalhas perdidas, a guerra foi ganha.
Eu venci o que me limitava, superei os empecilhos emocionais que tinha. Enganei-me, sofri, chorei, mas, depois de anos sem tranqüilidade na vida afetiva eu voltei a ser quem eu era antes de conhecer o bendito amor e, com sua frustração, o pior tipo de sofrimento que um ser humano com saúde física pode ter.
De tudo o que foi passado, de todas as desventuras que tive, este foi o ano das soluções, da organização, o ano em que tudo voltou ao lugar de onde não deveria ter saído, mas saiu e, agora, após sofrimento e aprendizado, resta mais forte, mais firme.
O que a gente aprende depois da dor ou aquilo que reconquistamos após um “desmoronamento”, tem mais brilho, tem mais graça. Não foi herdado, não foi conquistado com risos, mas com lágrimas e suor, logo, não é algo que possamos colocar a perder novamente. Enfim, termina o ano em que me reencontrei, em que voltei a ser a moça autoconfiante e feliz de anos atrás e me tornei uma mulher decidida, franca e com tranqüilidade interior.
Uma mulher que é feliz sozinha, que tem paz, que superou a crise “adolescente extemporânea”, que a afastou de si mesma e da crença há pouco recuperada de que não é preciso estar em festas, estar na companhia de “amigos” e de barulho para ser feliz. A alegria de viver esta com quem consegue sorrir a sós, independente do que acontece no mundo que existe fora de sua alma.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 22 de dezembro de 2011.

Sem meio-termo

Sem meio-termo

Eu não sou uma pessoa de meio termo. Quem gosta de mim, gosta, quem não gosta, odeia. Não sou o tipo de pessoa que faça algo para agradar aos outros, se agrado sendo como sou, feliz acaso, feliz coincidência, se não agrado, não vou me esforçar apenas para ser “querida”.
Ou sou “querida” sendo como sou, ou sou mal quista. Não me importo. Eu não gosto do que é “meio bom”, do que é razoável ou “bonzinho”, eu gosto do que é genuíno, autêntico, ótimo por ser sincero e transparente, sem intencionar sê-lo, sem ter um motivo para ser excelente. Gosto do que “é”, não do que tenta ser ou do que aparenta ser.
Sou intensa em todas as formas e o decurso do tempo acentuou em mim tal característica. Não aceito nenhum relacionamento que não seja completamente bom e que não me faça plenamente feliz. O que é comum, morno, bom, eu não quero, não aceito o “lugar” oferecido, ou cedo o meu. Não fico, não aceito, sou muito feliz sozinha para ser “mais ou menos” feliz com alguém.
Hoje eu não abro a minha vida, nem as portas da minha casa para o que não me agrade por completo. Não aceito amizades razoáveis, não preciso de parcerias. Só aceito no meu coração, na minha vida e na minha casa pessoas que conquistaram a minha confiança, o meu afeto, o meu respeito e o meu prezar.
Aprendi a ser feliz comigo mesma, me tornei demasiado independente e segura de mim. Não preciso conviver com o que é falso, fugaz, fútil, tolo ou imaturo, não preciso ter quantidade de pessoas por perto, gosto de poucas e boas companhias, do contrário fico comigo mesma, é mais seguro, é mais tranqüilo. Não meço nada pela quantidade, mas pela intensidade, pela qualidade.
Não trarei para o meu convívio pessoas que vão me decepcionar, que não irão me respeitar ou compreender e, apesar de tudo, irão achar razões para me criticar e tripudiar. Não preciso de nada que aparente ser bom e não seja, hoje eu acredito apenas no que constato com o convívio, palavras não me cativam, nem conquistam. Todas as pessoas falsas e pouco confiáveis dizem que são verdadeiras e confiáveis: o que a boca diz só tem valor se as atitudes confirmarem.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 22 de dezembro de 2011.

Sonho de Natal

Sonho de Natal

Eu adoro a época de Natal, não pelos presentes, nem pelas luzinhas, nem pelo brilho ou pelo tradicional espetáculo do Roberto Carlos na Rede Globo. Eu gosto do sentido da data, do seu real protagonista e de todos seus ensinamentos.
É uma época de reflexão onde eu sopeso minha evolução, defeitos, atos dos quais me orgulho e outros tantos dos quais não gosto de me lembrar, mas, nesta época, eu recordo para me analisar e ver o quanto eu preciso melhorar. Todavia, eu queria que todas as pessoas parassem, como eu, para pensar em seus atos e na quantidade de amor que possuem no coração ou, por outro lado, no pouco amor que nele têm.
Eu desejo que as pessoas se analisem, mas se perdoem, se aceitem, desejo que saibam que nunca é tarde para pedir perdão, para reconhecer erros e iniciar uma série de novos acertos. Não existe “tarde demais” para quem esta vivo.
Desejo que as pessoas compreendam a si mesmas e que sejam, para os outros, tão indulgentes quanto são consigo, desejo que antes de apontar as falhas alheias o homem pare para pensar nas suas e, principalmente, que antes de amar aos conhecidos, o individuo dê amor a quem lhe cerca, a seus irmãos, pais, esposa e filhos.
Não aceito ver as pessoas tolerarem as sandices alheias e não suportarem ouvir quem tem seu sangue, não suporto ver pessoas pacientes e educadas com os amigos e grosseiras com seus pais e irmãos.
O meu sonho de Natal é ver harmonia entre as pessoas a começar pelas suas famílias, é ver perdão onde há arrogância, humildade onde há soberba e petulância, compaixão onde há egoísmo, carinho onde há rispidez, sinceridade onde impera a falsidade e amor onde há rancor e indiferença.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 22 de dezembro de 2011.

Assunto sério

Assunto sério

O amor é algo sério, para ser levado a sério, assim como todos os corações, todas as pessoas. Eu não me envolvo sem ter, no mínimo, a idéia de que algo afetivamente bom e maduro surgirá. Sim, meu caro, eu levo a vida a sério, levo tudo a sério.
Não sou leviana em aspecto algum, se algum dia eu fui, hoje não sou, em absolutamente nada. O decurso do tempo acentuou as características que eu sempre tive e hoje, mais do que ontem, eu não faço nada por “fazer”, não “entro” em nada que não permita a entrega do corpo e da alma, juntos.
Não sou uma pessoa de meios termos. Ou é, ou não é. Ou eu entro de cabeça, ou não entro. A vida me ensinou que a solidão é segura, eu sei o que quero, faço o que quero, não sou responsável por fazer bem a ninguém, logo, também não corro o risco de magoar pessoa alguma.
A gente se torna responsável por todos cujo coração encantamos, por toda pessoa que cativamos, é por isso que a solidão é saudável, é boa, é segura. Se não for para fazer o outro feliz eu não digo que gosto, que “adoro”, que quero junto a mim. Se não for de coração eu não me envolvo. É, amigo, eu fale que levo tudo a sério, em especial o fato de não fazer aos outros o que não desejo que me façam.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 21 de dezembro de 2011.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Evasão

Evasão


Confesso que as vezes eu sou covarde, confesso que tenho medo de magoar quem gosta de mim, confesso que ajo de forma infantil, nem sempre falo, nem sempre converso, prefiro me evadir da vida alheia a deixar o outro com palavras cortantes.
Essa covardia infantil me poupa sofrimento e me dá a ilusão de estar poupando o outro. Por que a gente precisa dizer o que sente mesmo quando isso vai magoar alguém? Por que não acreditar que o outro irá nos compreender, irá decifrar nossa evasão silenciosa?
Provavelmente, porque ele nunca compreende. As pessoas vêem o que querem ver, se elas “achassem” e presumissem menos, se tivessem uma visão realista do que acontece ao seu redor, não precisaríamos fugir de seu contato, ou, ainda que fugíssemos, elas entenderiam que não tivemos coragem para desabafar e frustrar suas expectativas.
Eu quero conseguir não ter pena de quem gosta de mim, quero, um dia, conseguir dizer para alguém que “não gosto” dele como ele de mim, que não vou amá-lo ou me apaixonar. De tudo o que quero e sei que preciso mudar, a habilidade de falar olhando nos olhos de alguém que não lhe quero por perto é essencial, é para ser adquirida “para ontem”.
Eu gostaria que as pessoas compreendessem minhas “meias palavras”, meu retraimento, meu silêncio, ainda que covarde, gostaria que aferissem minha “má vontade” em me envolver com elas, sem que eu precisasse ser taxativa e falar o que penso, mas isso não “funciona”, não acontece. Elas não entendem e se magoam com minha fuga. Lamento por mim, lamento por elas.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 20 de dezembro de 2011.

Animais e homens

Animais e homens


Enquanto os animais forem mais sensíveis e menos cruéis do que o ser humano, este não merece ser chamado de “racional”. É inconcebível um mundo onde os homens são menos bondosos do que os animais, onde alguns bichos são mais “gente” do que muita gente.
A palavra “racional” se tornou um elogio não merecido pela maioria das pessoas. Animais agem por instinto, mas agem melhor do que as pessoas que usam sua capacidade de pensar para fazer mal aos outros de forma astuta e “pensada”.
Os animais se mostram ferozes quando provocados, o homem provoca o outro, conquista sua confiança e depois lhe trai, lhe engana, lhe fere, lhe ofende e despreza.
O ser humano é a única espécie em toda a natureza que usa sua razão para elaborar formas de iludir e usar o outro. Os bichos não lhe usam, não lhe amam por interesse, eles só querem carinho em troca da devoção que lhe dão.
Eis que, de tanto conhecer pessoas eu passei a amar ainda mais os animais. De tanto ouvir palavras falsas, pessoas traiçoeiras, mentirosas, maldosas e interesseiras eu resolvi dar amor ao meu gato e a quem eu tenho certeza que me ama, o resto, para mim, é só o resto: um canil vale mais.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 19 de dezembro de 2011.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Alimentos da alma

Alimentos da alma


O corpo humano precisa da energia dos alimentos para viver, para se fortalecer, enquanto a alma carece de esperança e de fé para alimentar sua coragem e seus planos.
Um homem que deixa de acreditar em seus sonhos e na realização de seus planos perde a confiança em si mesmo e, com ela, o brio, o amor pela vida e por si mesmo.
Mais um ano finda, mais planos, anseios e esperança invadem o coração da pessoa bem resolvida, aquela que faz um “balanço” emocional de sua vida e afere o que precisa melhorar, modificar, o que precisa deixar para trás, superar e o que vai buscar no ano que chega.
A fé em uma divindade é inócua para aqueles que, por terem perdido alguém querido ou passado algum “trauma”, desprezam as festas de final de ano. Se o cidadão acredita em Deus, por que não se resignar? Por que não perceber que a maioria dos fatos da vida independe de sua vontade? Por que não saber que a cada lágrima que cai, existem mais sorrisos para serem dados?
Sonhe, pense positivo, se entusiasme, olhe para os lados e para quem esta atrás de você e veja que a vida de ninguém é “fácil”, logo, chegando a tal conclusão, perceba que ter ela em mente você irá facilitar a sua vida e compreensão de mundo.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 19 de dezembro de 2011.

Realismo, contentamento e felicidade.

Realismo, contentamento e felicidade


O realismo é a principal via de acesso ao contentamento que, por sua vez, leva à felicidade. Compreender que é impossível ter tudo o que se pode sonhar é essencial para o homem viver bem e em paz consigo mesmo.
Não conheço nenhuma pessoa que tenha o corpo esplêndido, o rosto lindo, o cabelo perfeito, a conta bancária farta, a mente equilibrada, o espírito evoluído, o marido lindo, carinhoso, bem sucedido, inteligente e fiel, nem a família bem estruturada e quase perfeita dos comerciais de margarina. Retifico: não conheço ninguém que tenha tudo isso ao mesmo tempo.
Logo, creio que inexista no mundo um ser humano que tenha tudo o que sonhou, até mesmo porque, o descontentamento é o que impulsiona a maioria das pessoas. Ainda que elas conquistem 100% de suas metas, criarão outras para terem que “correr atrás” e, assim, sentirem-se vivas, sentirem-se bem.
Não à toa poucas pessoas são felizes com a vida que possuem. A maioria mais sonha do que vive, mais espera do que constrói, mais deseja do que realiza, mais lamenta do que aceita e, mesmo tendo mais motivos para agradecer à vida, faz de seus momentos íntimos orações, nas quais pede ao seu Deus mais do que possui.
A felicidade requer uma dose de conformismo e de aceitação. É feliz o homem que aceita suas limitações e o fato da vida não permitir-lhe ter tudo o que sua mente pode desejar. É, pois, feliz o sujeito contente e realista, os demais passam a vida procurando algo que, não raras vezes, nunca irão encontrar. Correm atrás da felicidade como um felino em busca do próprio rabo. Isso seria trágico, se não fosse cômico.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 18 de dezembro de 2011.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Atitude e fracasso

Atitude e fracasso


Você pode tentar e fracassar, mas se você nunca tentar será sempre um fracassado. Não é o êxito que diferencia os perdedores dos vencedores, mas a coragem para lutar por seus sonhos e metas.
De nada adianta ter vontades, anseios, desejos e sonhos se eles não saem de seu imaginário, de sua mente. De nada adianta a fé se você não tenta, não age, não enfrenta a vida e não cria suas oportunidades.
Sim, eu falei em “criar oportunidades”: nada que é bom cai do céu diante do seu nariz, se você não se arriscar não logrará êxito em nada. Se você for à luta confiando em si mesmo terminará criando as oportunidades que, outrora, você imaginava que iriam “surgir” mesmo com sua inação.
É válido ter fé, é válido ter esperança o que é inútil, para não dizer infame, é viver dela, é viver esperando o bem sem agir bem, sem lutar, sem buscá-lo. Esperar não é atitude, é demonstração de covardia. Quem não age, não ganha, não realiza, não constrói nada, absolutamente nada.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 17 de dezembro de 2011.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Ignore

Ignore

Ignore as críticas alheias, não dê atenção para o que as pessoas que lhe menosprezam e pouco lhe conhecem falam. Seja mais você e se importe apenas com quem lhe ama, porque a maioria das pessoas não sabe e nem se interessa por suas agruras e percalços.
Quem lhe ama e lhe quer bem não deprecia, não ofende pelas costas, não menospreza, não fere, ainda que sem querer. Quem lhe ama lhe conhece, portanto lhe aceita, lhe entende, lhe compreende.
A maldade humana é inominável e imensurável. Não convém, portanto sequer querer saber o que aqueles que falam mal de você pensam a seu respeito. Se importe em ser justo e feliz, cuide da sua vida bem, ninguém pode fazê-lo por você, os outros julgam, não ajudam, não incentivam e nem choram em seu lugar.
Se você depende de seu pai e sua mãe, lhes ouça, apenas eles têm o direito de lhe criticar, apenas eles fazem isso pensando no seu bem, sem a mínima intenção de lhe ferir. Eles lhe amam da forma deles.
Os outros? Que se danem! Eles não sabem quase nada de sua vida e o fato de lhe criticarem deixa claro que não merecem conhecer-lhe melhor. Seja justo, ame quem lhe ama, ouça quem se importa com você e ignore os demais, eles não merecem seu apreço.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 15 de dezembro de 2011.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Perdoe-se II

Perdoe-se II

Você deve compreender seus equívocos do passado, você deve se perdoar porque ontem não sabia o que sabe hoje, afinal, guardar rancor de si mesmo não serve para nada, apenas para minar a sua paz e auto-estima.
Todavia, é preciso ser racional. É preciso pensar de forma sadia sobre seus atos sem imiscuir-se do reconhecimento de erros, de culpa, mas, sem, no entanto, cair em arrependimento e, conseqüentemente, num estado depressivo diante da realidade nua e crua na qual você jamais vai poder voltar atrás, voltar no tempo.
Arrepender-se é se mutilar emocionalmente, é cavar a cova da própria alma: não existe serventia alguma para quem se arrepende nem para quem lhe cerca. O arrependimento é uma forma inútil e infame de matar-se lentamente.
Compreenda-se, admita que você é imperfeito, que nem sempre foi sapiente, mas que, quando agiu, agia na crença de estar fazendo o que era justo e correto, mas, assimile o fato de que, por mais que você tenha consciência, no momento presente, de que podia ter agido de forma diversa e “melhor” não existe como voltar atrás. Isso jamais será possível.
Logo, apenas a racionalidade pode lhe ajudar. Perdoar-se sim, compreender-se também, mas sem arrependimento, afinal, ele não leva a nada e, por mais que você queira e pense que seria bom fazer tudo diferente, isso é impossível. Então se perdoe e não se martirize, não vai adiantar nada mesmo.

Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 14 de dezembro de 2011.

Perdoe-se

Perdoe-se

Você não precisa apenas ser indulgente e perdoar aos outros para ser feliz, para ter paz, é preciso, sobretudo, se compreender, se perdoar, entender porque, outrora, você agiu desta ou daquela forma. Para isso é preciso tempo e reflexão.
Nada muda se você não pensar a respeito, se não fizer mea culpa, mas, também, certa racionalização de seus atos. Não, não! Não falo da racionalização dos psicopatas que usam tal mecanismo de defesa do ego para justificarem atos atrozes.
Não acho que você deva se sentir vitima do mundo e dos atos alheios para, apenas assim conseguir justificar para si mesmo o seu agir. Refiro-me a uma auto-análise bem medida, equilibrada, sem excessiva rigidez, mas sem demasiada mansuetude.
Analise seus atos, veja que no passado você não era quem é no momento presente, não sabia o que aprendeu com suas experiências e sofrimento, você errou? Talvez, mas foi tentando fazer o seu melhor, foi em prol de algum ideal, de alguma idéia que, você achava serem corretos, justos e certos, do contrário não teria agido.
Se você consegue perdoar aos outros é imprescindível que perdoe a si próprio e, ciente de que nunca foi perfeito, compreenda as razões que teve no passado para agir como agiu. Você não precisa ter orgulho de si mesmo e de seus atos do ontem, mas precisa entender, apenas, que quando agiu você tinha orgulho de pensar como pensava. Se hoje você pensa e age de forma diversa ou “melhor” é porque você aprendeu com seus erros. Agradeça o que você “é”, ao que você “foi”, por menos bonito que “isso” lhe pareça.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 14 de dezembro de 2011.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Coragem e escolhas

Coragem e escolhas


A vida é feita de escolhas, meu amigo. Em determinado momento, em certa circunstância ou você vira "X9" ou vira bandido, vira cúmplice, compactua com o crime e o apóia com teu silêncio. É o silêncio dos bons que fomenta a maldade dos maus.
Sempre a falta de atitude das pessoas de bem irá patrocinar a maldade dos maus, a menos que a coragem se torne uma virtude essencial para que um individuo possa ser julgado como bondoso. É preciso coragem e audácia ou nada mudará no mundo.
Enquanto as pessoas que usurpam as outras continuarem contando com o silêncio dos individuos justos nada irá mudar, enquanto os justos forem covardes seu bom caráter não servirá para nada, nem para ninguém.
É preciso escolher aonde se quer ficar, é preciso pensar a respeito das decisões que se toma, é preciso ter coragem para contrbuir positivamente para a humanidade. Palavras na boca de uma pessoa de coração bondoso não valem nada sem atitude e coragem.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 12 de dezembro de 2011.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Virtudes pessoais, defeitos alheios.

Virtudes pessoais, defeitos alheios.



O mundo não precisa de pessoas que apontem os erros alheios, mas de pessoas que não cometam tantos erros. Não basta criticar o sujeito mau caráter, basta ser bom.
De pessoas que criticam a conduta alheia, que inventam mentiras para se enaltecerem, que menosprezam o outro para se elevarem, que vêem e apregoam as falhas alheias para se mostrarem “superiores” o mundo esta cheio, mas de pessoas realmente virtuosas, não. Eu quero ver virtudes!
Quem tem virtude mais cala do que critica, quem tem virtude não apregoa as suas e nem faz propaganda dos defeitos alheios. Quem precisa usar as fraquezas dos outros como degraus para subir no “conceito” dos “desavisados” não tem o elevador das virtudes e do bom caráter na alma.
Nenhuma pessoa decente e com consciência de si mesma tem o direito de julgar os outros e nem malbaratá-los. Quanto mais rígida a pessoa for enquanto “juiz” da vida alheia, pior ela será como “autora” de seu “processo” de desenvolvimento e crescimento no mundo. Existência “improcedente” a delas.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 08 de dezembro de 2011.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

"Gente boa"

“Gente boa”


Ora, seja cauteloso, seja esperto! Não saia dizendo que este ou aquele sujeito é “gente boa” se você o conhece superficialmente, se você não conviveu com ele, se você não viveu a seu lado, se você nunca ouviu quem esteve ao seu lado por mais tempo que você.
O sujeito pode ser ótimo profissional, mas péssimo amigo, pode ser ótimo amigo, mas péssimo marido, pode ser ótimo marido, mas péssimo pai, pode ser ótimo pai, mas péssimo profissional, enfim, não julgue as pessoas com base no pouco que conhece delas.
A pessoa realmente boa é aquela que é bondosa, pacienciosa e agradável com os seus, é aquela que respeita as diferenças dentro da própria família, afinal, é fácil conviver e ser bom com quem não se conhece, com quem não lhe conhece bem, com quem não passou a vida perto de você.
Ser agradável, afável e doce para os clientes, para os amigos, não faz com que a pessoa tenha doçura no coração, então meu caro, aprenda a não julgar o todo pela parte. Se você não tem intimidade real com alguém não pode julgar seu caráter.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 06 de dezembro de 2011.

Covardes

Covardes

Se as pessoas falassem na sua frente o que falam por trás de você, se elas falassem para você o que pensam a seu respeito mais da metade das suas pseudo-amizades e “simpatias” seria desfeita.
O ser humano é cruel e, principalmente, tende a ter medo de falar verdades para quem deve ouvi-las, mas não teme falar pelas suas costas onde “tudo” é livre, inclusive as mentiras que podem inventar, afinal você não pode desmenti-los, tampouco se defender.
Como saber que uma pessoa é falsa? Quando ela convive com uma pessoa, lhe chama de amigo, mas fala que ele é “retardado” ou qualquer adjetivo do tipo, longe dele, é claro.
A verdade e a sinceridade são os remédios dos fortes e o desespero dos fracos. Sim, meu caro, ou você acha que o sujeito que lhe critica longe de seus olhos é “forte”, tem brio ou é “corajoso”? É fraco, estúpido e covarde, do contrário se calaria ou falaria o que pensa a seu respeito para você, não para os outros.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 06 de dezembro de 2011.

"Invasão de privacidade" e relacionamentos na era moderna.

“Invasão de privacidade” e relacionamentos na era moderna.


Algumas coisas são realmente muito estranhas. Eu nunca vi uma pessoa fiel, leal e sincera alegar “invasão de privacidade” para o namorado que leu mensagens suspeitas, da mesma forma que, os únicos “quase cornos” que conheci ficaram sabendo das “quase traições” através das mensagens da esposa.
Fato é que tecnologia favorece as pessoas fofoqueiras e infelizes que precisam menosprezar os outros para se sentirem felizes ou que precisam trair, literalmente, para se sentirem “superiores”. É, meu caro, tem de tudo neste mundo!
Se você é leal e sincero porque você vai ficar bravo com seu namorado porque ele leu mensagens no seu telefone ou e-mail? Se você não esconde nada ele nem vai reclamar e você nem ficará sabendo! Então, o problema cerne esta na falta de transparência de seu relacionamento e não na “invasão de privacidade”.
Quem não tem o que esconder, quem não tem duas caras, quem não é falso, jamais fica sabendo que o parceiro ou o amigo leu e-mail, mensagem, sites de redes sociais e “assemelhados”. Até porque, ninguém tem acesso a isso sem que, ainda que involuntariamente, você não tenha dado alguma “mancada”, deixando sua senha à mostra, por exemplo. As pessoas são errantes, é preciso ser muito hipócrita para achar que a curiosidade não lhes vence.
O problema das pessoas falsas é que elas inventam coisas, mascaram a verdade, enfim, elas têm mil caras e não conseguem sustentar todas elas, este é seu problema. Certo é que, pessoas transparentes jamais irão alegar que você invadiu sua privacidade porque você viu o que, para elas, “não devia”. Elas não têm nada a esconder.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 06 de dezembro de 2011.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Faces

Faces


Quantas faces uma pessoa possui? Sinto informar, mas eu não sei. Lamento que, em minha vida, eu tenha cruzado com muitas pessoas cujas palavras não podem ser anotadas, tampouco “acreditadas”.
Você diz que sente uma coisa pela sua namorada para ela, diz que sente outra para seu amigo de “reuniões festivas”, diz que sente outra coisa para sua irmã, diz que sente outra coisa para seu amigo intimo, diz que sente outra coisa para aquela amiga que você já “ficou”, diz que sente outra coisa para o colega, diz que sente outra coisa para o recém conhecido.
Leia-se “coisa” como o nome do sentimento e “para” significando pela sua namorada, mas dito para “determinada pessoa”. Enfim, como você acha que seria a sua vida se você ouvisse o que falam pelas suas costas? O que, por exemplo, sua namorada fala de você para o amigo bonitão e etc.?
Se você acha que seria um pouco (ou muito) triste é porque, como eu, você teve a má sorte de conhecer muitas pessoas falsas na vida, pessoas que querem parecer melhores, mais fortes, mais sensíveis, mais insensíveis, enfim, que querem aparentar diferentes formas de ser para diferentes pessoas. Seres de personalidade e caráter fracos ou inexistentes.
A vida seria mais fácil se o homem tivesse apenas uma face, se falasse sempre o que sente e o que deixa de sentir, se fosse transparente e não tivesse medo do julgamento alheio. Se fosse assim, seria fácil confiar no que sai de dentre os lábios das pessoas, mas não é.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 06 de dezembro de 2011.

"Algo"

“Algo”


Existe algo em você que sempre sabe as respostas. Alguns chamam de intuição outros de instinto e outros de nomes que não convém enumerar, eu não me importo com o nome, mas sim com a atenção que esta voz, que nos fala até o que não queremos ouvir, merece ter.
Quem não esta com você na sua intimidade pode dizer que determinada pessoa lhe ama e outra não. Não dê atenção! As pessoas julgam os sentimentos alheios com base no que elas vêem e, lamento, mas o que é visto pode ser forjado pela falsidade de quem age pensando em parecer mais nobre do que é ou ter sentimentos maiores e melhores do que possui.
Então, siga esta voz que diz “ela te ama” ou “ela não te ama”, que capta as entrelinhas dos diálogos, que repara aquele momento de total desatenção e desapego, assim como capta aquele olhar cheio de amor mesmo que a boca esteja calada.
Confie em si mesmo. Algumas coisas acerca da sua vida e dos sentimentos de quem lhe cerca, apenas você mesmo é capaz de saber por força desta intuição, sexto sentido, instinto, consciência ou “seja o que for”. Cada um chama como lhe apraz, todavia o resultado de tal dádiva chama=se esperteza, inteligência emocional, e são sumamente necessárias em sua trajetória de vida.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 05 de dezembro de 2011.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Desagradável II

Desagradável II


Com base na indigesta verdade de que é impossível ser agradável a todos surge outra, mais lamentável: quanto maior o número de “conhecidos” que você tem mais pessoas existirão para lhe depreciar, lhe criticar e, enfim, falar mal de você longe de seus olhos.
Se você pensa que ter bastante conhecidos é bom, você esta enganado ou nunca deu motivos, sendo sincero, espontâneo ou autêntico, para que alguém se incomodasse com sua existência. Na hora em que você precisa de ajuda eles lhe viram a cara e quando você esta “muito bem”, lhe invejam. Amigos de verdade são raros, pessoas nas quais você pode confiar não se somam numa mão.
Pessoas para criticar e falar mal de você existem muitas, para lhe elogiar e enaltecer são poucas e para lhe superar nenhuma, ao menos dentre as que desperdiçam seu tempo julgando seus atos e pensamentos, sem terem tido a oportunidade de lhe conhecer profunda e realmente.
É um fato triste o de que a maldade impera dentre as pessoas e que ser franco, espontâneo e sincero, neste mundo, é sinal de rara coragem. A maioria das pessoas prefere fingir que gosta dos outros, prefere abraços e cumprimentos sem sentimento, prefere adjetivos doces, ainda que falsos, a um “oi” na corrida ou a uma pessoa que se retrai em sua rotina para cuidar de sua vida e se afasta do convívio social. Quem “patrocina” a falsidade humana são os indivíduos que a toleram.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 05 de dezembro de 2011.

Desagradável

Desagradável

Quando eu aprendi que ser sincera na vida, que falar a verdade para as pessoas ou que, simplesmente, sair da vida de quem não me agradava fazia com que eu fosse desprezada eu desisti de ser “normal”, mas não de ser sincera.
Naquele momento em que eu assimilei que não podia ser bem quista se “jogasse limpo” eu pensei que, para minha alma, era melhor ser desagradável ou mal quista a ser falsa. Desde então a opinião alheia a meu respeito deixou de merecer minha atenção, por menor que ela sempre tenha sido.
É praticamente impossível ser você mesma, fazer suas escolhas, conviver unicamente com quem lhe faz bem, ser franca e sincera e, ainda assim, ser “querida” ou “amada” por todos.
Fato é que as pessoas não aceitam sua sinceridade, não toleram o fato de você excluí-las de suas vidas, ou melhor, de seu convívio, e passam a inventar coisas a seu respeito ou, simplesmente, a falar mal de você sem razão, com base em mentiras, em fatos que não ocorreram ou que foram deturpados por sua criatividade maléfica.
Enfim, não é possível ser feliz, sincero e agradável a todos. Homem algum irá satisfazer a expectativa de todas as pessoas sobre ele. Porém, a vida, o decurso do tempo e as lições que ele dá mostram, unicamente para quem quer ver, quem é quem no mundo.
A questão infame é que são pouquíssimos os que “querem ver” assim como são raros os que se importam apenas com a sua vida, com seus problemas, forma de ser e evolução e não com o que não lhes diz respeito por se tratar da vida alheia.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 05 de dezembro de 2011.

Elogios

Elogios


Sabe aqueles momentos da vida em que a gente resolve pedir licença para nossas convicções para dar “chance” a alguma coisa ou pessoa que, inicialmente não nos parece plenamente “confiável”? Pois é, estes momentos constituem seus futuros arrependimentos.
Nunca deixe de lado as suas crenças, a sua intuição, elas não estão com você em vão. Servem ou servirão para algo, do contrário não seriam seus, nem lhe fariam companhia durante boa parte de sua vida.
Não desafie sua razão em prol de qualquer sentimento, simpatia ou atração. Se você nunca acreditou em pessoas que “falam” e “elogiam” demais, continue não acreditando, não dê confiança para quem tem muito mel nos lábios.
Quem elogia você, quem diz que lhe adora, que lhe ama ou lhe admira sem lhe conhecer muito não diz isso apenas para você, diz para todas as pessoas que recém conhece, para conseguir sua confiança e afeto. Não seja tolo, não se ache melhor do que os outros. Tem gente que veio ao mundo para falar o que os demais querem ouvir e para usurpar seus sentimentos, logo, o que para você são afirmações para eles são armadilhas, são armas.
É geralmente pelo seu “ego” que as pessoas falsas lhe traem a confiança, é com palavras elogiosas que os indivíduos que nada sentem, só falam, entram em sua vida e lhe enganam, lhe traem a confiança, portanto, não deixe de desconfiar de quem “fala” demais porque você ouviu o que quis.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 04 de dezembro de 2011.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Abismo

Abismo


Você não se entristece com a realidade da sua vida, mas sim pelo que há no abismo entre ela e entre o que você esperava que ela fosse. Logo, a melhor maneira de não se frustrar e, portanto, evitar a dor, é, antes de tudo, ser realista.
Não me refiro a ser negativo nem a cultuar as piores esperanças em relação aos outros indivíduos, mas, simplesmente, em não esperar demais deles sem que o conhecimento de seus atos possa lhe demonstrar o caráter de tal pessoa, o que, sinto informar, não é aferido pelo que os outros dizem a respeito dela, mas sim pelo que você vivencia ao seu lado.
Não fantasie demais quando você conhecer alguém, a maioria das pessoas mostra o seu lado mais terno e mais belo no inicio de qualquer relação, para conquistar sua confiança e, então, o seu coração, logo, não é necessário “fantasiar”, mas observar.
Espere as atitudes demonstrarem o que não é necessário ser dito, mas, infelizmente, 90% dizem e apenas 10% cumprem, ou melhor, agem de acordo com o que falam e sentem. Cautela não faz mal a ninguém, principalmente no mundo de hipocrisia em que vivemos.
As pessoas não sabem manter um relacionamento pelo simples fato de não serem sinceras e verdadeiras. Quem fala o que pensa e apenas o que sente não vai lhe desapontar, porque você vai encontrar coerência entre suas ações e suas palavras, o que não ocorre com quem sabe, unicamente, falar e “prometer”.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 03 de dezembro de 2011.

Ojeriza a mentiras

Ojeriza a mentiras


Quem aprende as lições que toma da vida, muda no seu decurso. Quem aprende não é hoje o mesmo que foi ontem, é, certamente, alguém um pouco melhor, mais sapiente, mais humilde.
Sinceridade e franqueza nunca me faltaram. Nunca disse o que eu não senti, nunca iludi ninguém, além de meu coração, todavia, com o passar do tempo me tornei, ainda mais, incapaz de mentir, de mascarar ou “enfeitar” a verdade.
Nunca fui falsa, mas já acreditei que faltar com a verdade por educação poderia ser bom para quem convive comigo, hoje, nem querendo eu consigo pensar ou agir desta forma.
Tenho ojeriza à mentira, eu já fui enganada demais, já me enganei demais, não consigo conceber a possibilidade de ser iludida novamente, assim como não concebo a idéia de iludir, ainda que por minutos ou horas. Se eu senti e pensei a respeito, não consigo esconder, não consigo dizer algo diferente, se for necessário falar.
Quem quer se aproximar de mim deve ser suficientemente forte para agüentar verdades. Nem todos as toleram, a maioria diz que gosta, mas prefere doces mentiras, eu não. A pessoa que sou hoje não mente para ninguém, nem para si mesma.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 03 de dezembro de 2011.

Basta ser bom.

Basta ser bom.

Meu amigo, basta ser bom, não é preciso falar dos ruins, não é preciso usar os defeitos alheios ou o que você julga ser “falho” nos outros como degraus para se colocar num pedestal.
Basta ser “mais você”, basta se amar, basta se respeitar, basta ter virtudes, basta ser virtuoso, basta ser bondoso, o mundo não precisa de mais um individuo que critica e não dá exemplo, que deprecia, mas não demonstra que é “elevado”.
Quanto mais o homem critica os demais, quanto mais ele aponta seus defeitos, problemas ou inconvenientes de suas vidas, mais ele demonstra sua vileza. Sim, eu concordo com você: o mundo esta cheio de gente vil, mas, e daí? Você vai ser mais um que reconhece este fato ou vai ser a exceção a ele?
Se você for uma das exceções às regras não irá menosprezar ninguém, não irá criticar ou inferiorizar quem lhe cerca ou quem você conhece para se enaltecer. Quem é bom, quem é especial não precisa disso, age, não fala.
Então, meu caro, não venha falar mal da vida alheia para mim, não chegue falando dos outros e de seus defeitos ou fraquezas, se elas realmente me afetarem ou me “importarem” eu saberei delas sem precisar de sua fofoca tosca.
Se você quer mostrar que você é diferente, que você é mais você me faça um pequeno favor: Demonstre em atos, não fale, a vida me ensinou a não confiar em palavras, menos ainda se elas são “auto elogiosas” ou visam, através da critica negativa aos atos alheios, vangloriar o seu caráter. Aliás, pessoas de bom caráter não falam mal dos outros nem bem de si mesmas, apenas vivem suas vidas.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 03 de dezembro de 2011.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Opinião alheia

Opinião alheia

A importância que o individuo dá a opinião que os outros tem a seu respeito é inversamente proporcional a sua auto-estima, a visão, pois, que ele tem de si próprio.
Quanto mais o homem se preocupa em parecer, aos outros, “virtuoso”, menos virtudes ele possui. O homem de caráter bom dificilmente desperdiça seu tempo pensando na imagem que os outros fazem dele, porque sabe que “imagens” se constroem e se deturpam, caráter não.
Caráter não se muda nem se adquire. Quem tem, sempre teve, quem não tem, nunca terá. Quem tem não pensa na opinião alheia, quem não tem se preocupa com ela, tem necessidade de ser “bem julgado”, pois sabe que não é merecedor da credibilidade alheia, sabe que não é bom e por isso quer que os outros pensem o contrário.
Cuidado com o sujeito que fala demais na opinião alheia, cuidado com o cara que quer sempre agradar aos outros, cuidado com a pessoa que perde a autenticidade diante da sociedade. De regra esta pessoa não merece o seu apreço, mas é isso que ela busca, afinal, é mais fácil enganar aquele cuja confiança foi conquistada.
Por outro lado existem as pessoas de baixa auto-estima, mas de bom caráter. Tais quais os desvirtuados que se preocupam em parecer “virtuosos”. estas pessoas vivem pensando no “julgamento” alheio. Elas se esquecem de si mesmas para conquistar um “elogio”. São infelizes.
Se as de caráter ruim lhe magoam, estas lhe irritam. As pessoas devem ter virtudes e saber que as possui, a opinião dos outros não deve lhes importar a ponto de pautar suas atitudes, de extinguir sua espontaneidade.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 02 de dezembro de 2011.

Pouco ou muito.

Pouco ou muito.


Se valorize, você recebe dos outros o valor que se dá. Quem se contenta com pouco, nunca terá muito, então analise bem o que você tem, o que você quer para, então, ter certeza de que não é o comodismo que esta guiando a sua vontade e atitudes.
Seguidamente as pessoas se entregam ao comodismo. Mantêm um relacionamento que não lhes faz feliz, trabalham sem prazer, concordam com os outros para não terem o trabalho de conversar, de entabular uma discussão, ainda que saudável.
O ser humano tem tamanha vocação para a “inação”, ou seja, para não agir e conformar-se que confunde comodismo com amor, com bem querer. Entre homens e mulheres, eles são mais acomodados nos relacionamentos e elas no trabalho, salvo exceções.
Perder a capacidade de sonhar, de querer o melhor que a vida pode oferecer é o primeiro sinal que a alma começou a envelhecer, a se “entregar”. Aliás, envelhecer o corpo não é problema, mas o espírito é. É triste contentar-se com pouco por medo de ir à luta e conquistar o que é realmente bom.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 2 de dezembro de 2011.

Mentirosos

Mentirosos


Você começa a ter certeza de que o mundo esta realmente “torto” quando se depara fingindo que acredita nas mentiras que lhe contam. Claro, você esta patrocinando a lorota, mas isso é menos inconveniente do que viver desmentindo os mentirosos: eles são muitos!
A verdade é sempre mais prática do que a mentira, ela poupa trabalho e criatividade vã. Para a verdade existe apenas uma versão imutável, para a mentira existem milhares, todas “mutantes”.
O mentiroso menospreza a inteligência alheia, enquanto o outro lhe desvaloriza a ponto de “fazer de conta” que crê no que ouve, pelo simples fato de achar que não vale a pena falar o que pensa para um ser humano sem “credibilidade”.
Aliás, quanto mais costumeiras e tolas são as mentiras, menor a credibilidade do mentiroso. Mentir para não magoar? Ora, por favor, isso não existe. Por trás de cada lorota, justificada ou não, há sempre um som sutil que diz “idiota” para quem esta ouvindo. Logo, para não ferir ninguém a verdade é sempre a solução.
Por outro lado, por trás de cada concordância com o que, sabe-se, é inverídico, existe um som que diz “mau caráter”. O mentiroso subestima seu interlocutor, que, por sua vez, não lhe estima em nada. Quem mente sempre perde.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 1º de dezembro de 2011.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Avareza

Avareza



Não ter dinheiro, ser pobre, não é defeito, ser avarento é. Quem adquire o hábito de economizar demais, acaba por poupar racionalidade, sensibilidade e atitudes nobres, mas não vê, enquanto se distrai contando seu dinheiro.
Para tudo existe limite, inclusive para o hábito de poupar. O cidadão que economiza demais, que nunca pensa em dividir ou diminuir, ou seja, agraciar alguém com “algo”, acaba por desvalorizar a qualidade de vida, inclusive a de seus relacionamentos.
Todo homem que procura dinheiro, antes de amor, que visa ao salário e não as demais virtudes de uma mulher, por exemplo, se desvirtua. Deixa de ser generoso, gentil, cavalheiro, educado e romântico, passa a ser apenas mais um cidadão com dinheiro na conta e com o coração vazio, sem saber o “motivo”.
O avarento vive na pobreza, ou melhor, a avareza é filha da pobreza da alma. Se você não quer gastar, não se relacione com ninguém, não queira uma companhia com auto-estima, lazer ou nada assemelhado. Fique sozinho, nada é mais econômico do que ser solitário. O convívio social e afetivo implica em gastos, implica num certo desapego do que é material.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 28 de novembro de 2011.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A maneira nobre de enlouquecer

A maneira nobre de enlouquecer


A maneira mais nobre de perder a sanidade mental é, por amar alguém, desejar a sua felicidade e, diante da realidade da vida, não poder fazê-lo feliz. A felicidade alheia, de nossos pais, irmãos, cônjuges ou quem quer que seja, jamais dependerá de nossa vontade.
Ame, admire, adore, torça, ore por quem você quer bem, mas, resigne-se, você não poderá curar-lhe as feridas, tranqüilizar sua alma, apagar suas más lembranças, tirar de seu peito a dor pelas frustrações que teve em seu viver.
Amar é um ato de abdicação, inclusive do próprio orgulho. Saber amar é um dom, uma dádiva, nem todos possuem, nem todos sabem deixar o outro livre, nem todos sabem que é impossível, pelo simples fato de amar, conseguir completar o coração alheio, fazê-lo pleno e feliz.
É triste ver a tristeza de quem amamos, é triste a sensação de impotência que temos, mas, nos resta oferecer nossa mão, nosso ombro, nosso apoio, compreensão e carinho e, no silêncio de nossa alma, rogar aos céus para que nos faça resignados diante do que não depende de nossa vontade, do contrário, além de insanos, quem ficará infeliz, seremos nós.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 28 de novembro de 2011.

Saudades

Saudades


Eu tenho saudades da paciência que me faltou quando eu deveria tê-la, tenho saudades da tranqüilidade de espírito que eu não tive diante das piores ofensas que um homem pode sofrer, tenho saudade do equilíbrio que eu deixei para trás.
Tenho saudade da confiança que eu tinha nas pessoas, inclusive quando elas não eram confiáveis. Sinto falta daquela “habilidade” de confiar no ser humano como se todos fossem bem intencionados e sinceros.
Sinto falta da simplicidade com que eu vivia e era feliz, sinto saudade das excelentes companhias nas quais eu pisei, porque achava que era superior, mais sábia, mais digna, mais “evoluída”. Hoje eu tenho convicção de que não sou “nada mais” do que nenhuma outra pessoa no mundo. De tal soberba eu não sinto saudade, mas tenho vergonha.
Por outro lado eu tenho saudades daquela sensação de “aqui esta um porto seguro”, hoje em dia nada me parece “porto”, menos ainda “seguro”, tenho saudades da ilusão romântica, tenho saudades da pessoa que eu queria ser, mas me tornei a custa de muito sofrimento e arrependimentos.
Sinto saudade dos Natais, sinto saudade da época em que eu achava minha família linda e sonhava em ter a minha. Hoje minha família é pequena, dividida, cada um com sua solidão e frustrações, hoje eu não sonho em ter filhos, eu penso demais para sonhar com isso e tenho que remendar o que sobrou do meu coração diante de tudo que ele já sofreu.
Todavia, tudo o que eu queria era uma segunda chance da vida, era que o Papai Noel me oportunizasse fazer as coisas de forma diferente, da forma que, hoje, eu tenho certeza, é mais justa e correta, mas (...). Eu tenho muitas saudades da época em que eu acreditava em milagres, em que eu acreditava no “Papai Noel”!
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 28 de novembro de 2011.

Frustrações e fracassos

Frustrações e fracassos

Por que você não consegue aceitar seus erros do passado, seus equívocos do presente, seus empreendimentos fracassados, sua frustração e sentimentos afins sem se martirizar, sem ficar melancólico e com pena de si mesmo?
Do que adianta você ficar ai, sentindo dó de si, blasfemando, reclamando o que aconteceu, o que poderia ter acontecido e o que você acha que teria ocorrido, se a vida já deu lhe deu o seu “recado”? Por que você não aprende com seus erros sem cavar uma fossa e entrar dentro?
Já que não é possível ser infalível, tente agir com sabedoria, ficar com pena de si mesmo não ajuda em nada, e, o que é mais grave, não lhe dá incentivo para mudar, para crescer, para se aprimorar como pessoa. Enquanto você se achar “vítima” de algo, você não fará mea culpa e, conseqüentemente, não vai aprender nada, de forma que todo sofrimento terá sido em vão.
Analise o que passou, aprenda a lidar com suas fraquezas, decepções e frustrações, aprenda a encarar o seu fracasso como algo que lhe deixou ensinamentos, acredite que você não vai cometer mais os mesmos erros nem fracassar nos mesmos empreendimentos, levante a cabeça e siga adiante. Se você continuar a nutrir pena de si próprio e a se rebaixar para a vida ela mandará o caminhão da tristeza passar por cima de você, sem piedade alguma!
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 28 de novembro de 2011.

Eu quero...

Eu quero...


Eu não gosto e nem quero o que é comum, o que é ordinário, o que todos querem, o que todos fazem sem, nem mesmo, saber por que. Eu quero mais sentimento, mais ternura, mais fraternidade, mais esperança, mais respeito, mais amor em tudo o que vejo, em tudo que construo, em tudo que almejo, entre todos com quem convivo.
Não me basta saber que todos agem da mesma forma, que tudo é “sempre assim ou assado”, eu quero aquilo que vai além do vão, do que as pessoas chamam de “normal” e eu chamo de insosso, sem graça, sem brilho, sem sentimento.
Eu quero ver as pessoas tentando superar os seus limites morais, não os intelectuais, unicamente. Eu quero ver pessoas trabalhando, eu quero que a ambição desmedida, que a mesquinharia e a pequenez de espírito cedam lugar ao brio, a coragem, a honestidade, a racionalidade e ao bem viver.
Eu quero que as pessoas se aprimorem, eu quero que elas cresçam psiquicamente e não financeiramente, apenas. Eu quero ver as pessoas aprendendo a amar e a respeitar seu próximo sem orgulho. Quero ver paz entre irmãos, entre famílias, quero ver o respeito entre eles e a aceitação de que ninguém é igual a ninguém, nem superior, nem inferior, apenas diferente.
Eu quero que o nervosismo, que a agitação interior e que a ansiedade dêem espaço para a humildade de espírito do homem, para a vontade de melhorar, de abandonar tais venenos da alma para poder viver em paz, para que possa aproveitar os bons momentos da vida e o seu encanto, sem pressa, sem correria, sem medo, sem receios.
Eu quero ver as pessoas olharem para os lados antes de reclamar sobre suas agruras, eu quero ver as pessoas contentes com o que possuem e realizadas com quem elas são, eu quero pessoas bem resolvidas, quero pessoas que tenham esperança de um amanha melhor e, principalmente, quero pessoas que saibam que podem fazer um futuro diferente e melhor desde que se tornem seres melhores.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 28 de novembro de 2011.

De quem você se cerca?

De quem você se cerca?


Cuidado na hora que você escolhe com quem você quer conviver, quem você quer admirar, de quem você quer se cercar, de regra o seu crescimento e aprimoramento, nos mais variados aspectos, depende disso.
É fácil você se cercar de pessoas inferiores a você num ou mais aspectos (financeiro, psíquico, emocional, afetivo, social, intelectual, cultural, etc.). Você sempre se sentirá bem perto de pessoas tolas, perto de pessoas que possam “precisar” de você, de seu auxilio financeiro ou moral, perto de indivíduos cuja vida não é tão bem “elaborada” quanto a sua. Difícil é conviver com pessoas que podem lhe auxiliar com conselhos, que tenham mais dinheiro e uma vida com mais realizações no aspecto econômico e emocional.
Para aqueles que são piores que você num ou noutro dos aspectos citados você sempre será alguém a ser invejado e admirado e o ser humano tende a se sentir melhor diante de tais pessoas do que perto daquelas que possam lhe despertar admiração e certa inveja por terem construído uma vida profissional, familiar, financeira e emocional mais firme, melhor embasada, enfim.
Difícil não é ser o rei de uma floresta de asnos, mas aceitar ser súdito diante de quem tem mais brilho, mais sucesso, mais dinheiro, mais equilíbrio, mais amor, mais orgulho, mais força de vontade. Na verdade, ser súdito ou ser “igual” não é tão bom para o ego de boa parte das pessoas do que ser o “melhor” ou, até mesmo, o “menos pior” dentre os “membros” de determinado “grupo”.
Então meu caro, analise sua vida, olhe para os lados, para frente, para trás, veja o que você quer da vida e aonde você quer chegar, e, enfim conclua se você esta se cercando de pessoas que lhe incentivam a crescer ou se apenas o fato de conviver com elas faz você se sentir mais feliz porque elas vivem ou são, em algum aspecto, inferiores a você.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 28 de novembro de 2011.

domingo, 27 de novembro de 2011

Distração

Distração

Existem dias em que a distração parece constituir nossos momentos de felicidade, em certa fase de nossa vida o encontro com a solidão nos faz cair do alto de nossa alegria infeliz, então nos sentimos mal em nossa própria pele.
A vida é feita de fases, ela nunca pára. Se sua vida não muda, se as fases parecem ser sempre as mesmas é porque você chegou aonde desejava, em todos os aspectos ou, simplesmente, porque você desistiu de viver, de ir atrás, de buscar o melhor para si mesmo.
Em dados momentos é quando você sai de sua rotina diária, quando você levanta os pés do chão de sua realidade que você se sente contente, em outros, é quando você esta imerso nela que você se sente feliz, tudo depende do que esta lhe fazendo bem ou não em tal período.
Às vezes a distração lhe impede de valorizar o que você tem, a sua realidade, a sua vida, o seu dia a dia, às vezes ela ameniza suas dores, suas frustrações, seu sofrimento. E assim a vida segue: aquilo que num momento é desnecessário e, até mesmo, ruim, noutro é necessário, é bom, é o que lhe salva por alguns instantes.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 27 de novembro de 2011.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Viva e deixe viver

Viva e deixe viver


Se conviver com determinados indivíduos não lhe faz bem e se seu amor não basta para suportá-las, se você não consegue compreender que elas são como são e não o que você quer que elas sejam, evite o convívio antes de perder o respeito e a razão.
A única forma de seguir o preceito de Cristo e “amar ao próximo como a si mesmo” é respeitar. O respeito é a maior, se não a única, forma de demonstrar amor ao outro diante das diferenças e divergências na forma de ser e pensar que existe entre os seres.
Amar ao outro não é achar que ele é perfeito, que ele é “como você”, que ele age de forma correta e justa, aliás, “amar” quem é semelhante a você é fácil, é normal, difícil é amar o seu oposto, quem é muito diferente de você, mas nem por isso inferior, afinal ninguém é superior a ninguém neste mundo onde as pessoas são, apenas e tão somente, diferentes uma das outras.
Amar ao próximo é respeitá-lo, é não querer que ele mude por você ou porque você acha que esta “mais correto” do que ele, amar é aceitar o outro com suas virtudes e defeitos. Como diz a bendita Oração da Serenidade: "Concedei-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria para distinguir umas das outras".
O que você pode mudar? Apenas a si mesmo, a sua forma imperfeita de ser e pensar, é preciso ter coragem para recolher seu orgulho, suas “convicções” e, assim, descomplicar o que você complica por medo, aos outros você não pode mudar e, na verdade, quanto maior for tal desejo em seu coração, maior será a necessidade de você mudar a si mesmo e aprender a viver. Viver e deixar viver.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 25 de novembro de 2011.

As piores pessoas

As piores pessoas

Você não terá problemas com aquelas pessoas que você sabe que possuem pouco caráter, que são maldosas e invejosas, delas você se “previne”, evita, se afasta. As pessoas ruins, enfim, não fazem tanto mal quanto as falsas, aquelas que você pensa que são boas, mas não são.
Aquelas em quem você confia, conta coisas intimas, coisas “do coração”, aquelas que você crê que possuem afinidades com você, mas nada mais são além de “personagens” cujo mote é lhe cativar, conquistar sua confiança para poder ter a sua bondade ao seu dispor, tais indivíduos sim, são realmente perigosos.
Quando você sabe que “certa” pessoa não tem bom caráter, é fútil, vil, traiçoeira, desleal, infiel e volúvel você não entabula nenhum relacionamento intimo e profundo com ela, você esta “avisado” sobre seu jeito pérfido de ser e, assim, cria uma “barreira” psíquica contra suas palavras e argumentos.
Todavia, você não cria tal barreira contra aquelas pessoas que você crê que são boas, honestas, francas, doces e leais, nestas você confia, cria laços, cria intimidade, até que, num ato de traição ou de maldade elas lhe mostram quem são, então você se pergunta: “Como eu não previ isso antes?”. A resposta existente é uma só: porque você confiou, foi enganado e se equivocou, confiou em quem não devia sem saber que “não devia”.
Logo não convém nutrir arrependimentos, é impossível saber tudo, mas, uma vez iludido o ser humano passa a prestar mais atenção nas entrelinhas das conversas e daquilo que as pessoas querem mostrar que são. Depois de uma traição e decepção nenhuma pessoa “razoavelmente inteligente” continua sendo facilmente “iludível”.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 25 de novembro de 2011.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

"Floresta pegando fogo."

“Floresta pegando fogo.”


O sofrimento é um ótimo professor, não tem piedade, não permite repetência, afinal, quem chegou até ele esgotou todas as possibilidades de êxito isento de dor que um dia possuiu.
Em determinado período, de extrema fragilidade e dor no meu não “leve” passado, eu ouvi uma pergunta feita por alguém que me conhecia muito bem, que sabia o que eu já havia passado até então e o que eu estava passando, ou melhor, me dispus a passar novamente. A pergunta que, até hoje, eu não sabia responder é a seguinte: “Por que você correu para uma floresta pegando fogo?”, pois, finalmente, acho que descobri a resposta.
Ninguém entra numa “floresta pegando fogo” sem ter muita esperança, sem pensar que pode salvar “alguma coisa”, sem achar que pode, ao menos, salvar alguns animais e, ainda assim, conseguir sair de lá vivo para poder viver feliz e ciente de que conseguiu o que queria, de que sua coragem foi válida.
Seria uma espécie do que, agora, chamo de “complexo de salva-vidas”? Talvez, fato é que requer certa dose de orgulho e outra, maior ainda, de otimismo, de carinho, de vontade de conseguir o que ninguém conseguiu por não ter tentado, achando, obviamente, que o risco a ser enfrentado trará alguns louros.
Mas, e as probabilidades? Quem entra na floresta não analisa, não pensa, não reflete, age por impulso, age comandado pelas emoções, se não se quedaria inerte e deixaria a “atitude” para quem deve intervir, para bombeiros ou quem quer que seja. Há sempre “alguém” habilitado que, se não age, é por boas razões.
Então, da dor e do aprendizado restou uma lição: as emoções, o impulso e o otimismo não dão bons conselhos sem o aval da razão, da análise lógica das “probabilidades”. Eu sai da floresta respirando, mas, com certeza, deixei uma parte de mim lá dentro. O desgaste, o risco e os perigos não valeram à pena, afinal não salvei a floresta e quase terminei com a minha vida.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 24 de novembro de 2011.

Quem não se "suporta".

Quem não se “suporta”.

Você pode passar por fases difíceis, por momentos ruins, de desânimo, frustração ou tristeza, a vida é feita de fases, nem sempre as coisas acontecerão como você espera que elas aconteçam e quase ninguém tem preparo para reagir bem a tal fato sem sofrer um pouco (ou muito, é claro).
Fundamental, no entanto, é aprender a viver só, é aprender a recolher a ansiedade ou a vontade de fugir de si mesmo, da reflexão necessária sobre a vida, sobre suas atitudes, sobre sua capacidade de enfrentar os problemas e de conviver com as pessoas que lhe são próximas e lhe amam. É preciso saber respirar fundo, sentar-se, fechar os olhos e encontrar, ao menos, um “ponto” de tranqüilização em sua mente, é preciso saber o que fazer para acalmá-la sem precisar fugir dos próprios pensamentos.
Não é saudável ser demasiado ansioso, não é saudável não conseguir respirar fundo e relaxar, não é nada saudável não encontrar paz no silêncio de sua casa, de seu quarto ou de qualquer local em que você fique longe da correria, longe do trabalho, da agitação das rodas de amigos e de suas ocupações habituais.
Quem não tem preparo para “suportar-se” sozinho não tem preparo algum para amar uma companhia, um companheiro, alguém com quem possa conviver diariamente. É fácil mudar de companhias, sair o tempo todo, mas quem não encontra paz, sozinho, em seu lar, jamais conseguirá ser feliz compartilhando-o com alguém.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 24 de novembro de 2011.

Relações "bate e volta"

Relações “bate e volta”


Não confunda relações “ioiô” com o que chamo de relações “bate e volta”. Ambas são formas doentes de relacionamento afetivo, todavia, nas primeiras, nem sempre há abuso emocional ou físico, nas segundas há.
Sabe quando você é criança e, na falta de companhia, “joga” vôlei batendo a bola contra uma parede qualquer? Você imprime força, a bola bate na parede e volta para você. Os relacionamentos “bate e volta” são assim: um dos “amantes” é a bola e o outro é a mão que bate nela.
Um abusa da boa vontade do outro, de sua boa-fé, paciência, abusa de seu amor, de sua indulgência, fere sua auto-estima, sua alma, mas pede perdão, vai atrás correndo quando ele resolve sair de sua esfera de contato. E, por paixão, carência ou pela falsa esperança na mudança do outro, ele volta, achando que as “coisas” serão diferentes.
Mas, com o tempo ele vê que nada muda e escapa novamente. O outro vai atrás, persuasivo, usando todas suas lágrimas e palavras doces que, sabe, tocam o coração de quem lhe adora, de quem é apaixonado por ele e, abusando disso, insiste e o convence a regressar.
Assim os relacionamentos “bate e volta” se mantém, desta forma doentia, cheia de paixão, de esquecimento, por parte de um dos indivíduos, de si mesmo. Mas, chega o dia em que esta pessoa vai e não volta mais, e o outro fica sem compreender como ele conseguiu romper a parede, como ele conseguiu se libertar.
Nem sempre o sujeito egoísta compreende tal fato, afinal se acostumou com o perdão do outro, se esqueceu que, se é possível vencer as “convicções” alheias cansando-lhe, um dia o sofrimento também cansa e, neste dia, meu amigo, tudo muda e nem um milagre pode fazer aquele que, enfim se libertou e achou outro caminho, voltar atrás.

Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 24 de novembro de 2011.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Fera

Fera


Eu não sei se é “mal de TPM” (que nunca tive), se são os calos que a alma da gente ganha com o tempo, se é o excesso de simplicidade na forma de viver e de ser que se choca com as complicações de quem tenta me policiar ou se é um descontentamento com o que é muito tolo, que anda me irritando ultimamente.
Eu não estou agüentando muitas coisas, mas tento suportá-las. A vida é uma só, para que complicá-la? Para que colocar óbices, vírgulas e travas ao invés de aproveitar a liberdade, sorrir, gargalhar, amar e ser feliz? Por que tanta seriedade, porque tantos pudores inúteis, porque cercear a própria boca se não temos mais nossos pais a nos cercear a liberdade?
Eu posso não estar realizada, posso não estar plenamente feliz com a minha vida após passar por momentos mais que difíceis e tristes, todavia, força e coragem nunca me faltaram, assim como bom humor, liberdade de espírito e alegria de viver. Então, é por isso que tudo o que condiz com cerceamento de pensamento, com a possibilidade de o meu jeito ser “podado” me irrita, me fere.
Eu sou como um animal selvagem que vive na simplicidade de seu habitat, come, dorme, faz o que deseja e gosta disso, mas vira fera quando alguém vem cutucá-lo e mais raivoso ainda quando alguém quer aprisioná-lo. Minha boca existe para sorrir e falar o que deseja, eu não sigo os ditames alheios, mas respeito às leis, sou o que sou e não mudo. Não por alguém, apenas se eu achar que convém mudar por mim mesma, afinal, eu não sou apenas uma fera, mas uma fera que já foi ferida. Ferida demais.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 23 de novembro de 2011.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Onde eu deixei?

Onde eu deixei?

Dentre tantas coisas certas e erradas que eu fiz, dentre os caminhos que trilhei eu deixei uma parte de mim, então, agora eu me pergunto: O que eu faço para reencontrá-la, o que eu faço para recuperá-la, o que eu posso fazer para ter a minha vida de volta?
Cadê a fé, o equilíbrio? Onde foi parar a habilidade de confiar plenamente no que ouço? Onde eu deixei a capacidade de acreditar nas palavras alheias? Onde ficou a capacidade de criar castelos de ilusões românticas?
Perderam-se aos poucos, ficaram com os pedaços do meu coração no meu passado e, francamente, não sei se serão recuperadas um dia. Eu preciso me acostumar a ser quem eu me tornei, porque eu sinto saudade de quem eu fui, eu sinto falta da jovialidade romântica e apaixonada.
Eu era feliz sendo uma mulher que acreditava nas pessoas e no que elas diziam, eu era feliz quando eu conseguia ouvir palavras ternas e crer que era a única a ouvi-las, hoje eu sorrio, finjo que elas me tocam, mas não tocam. O romantismo cedeu lugar a um jeito “São Tomé” de crer, de se relacionar e de gostar.
Eu só acredito no que ouço hoje se o amanha existir como prova, do contrário, eu não coloco o que sobrou do meu coração a prova. A frieza não me dominou, pelo contrário, eu preciso proteger o que restou de mim e a sensibilidade que, no fundo, existe exacerbada.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 22 de novembro de 2011.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Razão!

Razão!


Para os que estão começando a escolher caminhos e a dar passos importantes na vida eu digo: escolha bem a estrada que você vai seguir, avalie o caminho a tomar, na maioria, senão em todas elas, pode ser muito difícil retornar, fazer a volta e novas escolhas.
Pode ser que você consiga voltar atrás para escolher um novo caminho sem muito sofrimento, a dor de verdade você enfrenta ao chegar ao “marco zero”, quando você vê de perto que poderia ter escolhido outra estrada se tivesse refletido mais e melhor.
Com a dor você tem o bônus do aprendizado, obviamente, mas, digo outra coisa: pense antes e tente ser esperto, tente aprender sem errar, sem sofrer, sem fazer seu coração sangrar, seja prudente, é melhor fazer boas escolhas do que aprender com as ruins.
Tenha cautela, cuide de seu coração. Pensar a respeito de suas decisões nunca é demais, agir sem pensar, sem refletir é sempre pouco, é sempre ruim e pouco inteligente, logo, pouco aconselhável. Seguir seu coração? Não sem pensar, as suas emoções não devem basilar suas escolhas, a razão sim, ao menos que você não tenha medo de nadar, nadar, se extenuar e morrer na praia.
Não deixe que sua paixão ou qualquer sentimento lhe aconselhe. Nunca, nem na melhor das hipóteses que sua mente possa imaginar as emoções devem ditar suas decisões. Pense, reflita, sopese prós e contras, reflita novamente, então decida, ao menos assim, se um dia você enfrentar maus momentos em seu caminho você não vai se culpar por não ter escolhido outro que pudesse ser melhor. Evite o arrependimento e o sofrimento desnecessários, eles nunca valem à pena, quem diz o contrário quer se consolar para poder seguir em frente sem se entregar, sem desistir, sem sofrer ainda mais, apenas isso.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 21 de novembro de 2011.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Palavras não "dizem" nada.



Palavras não “dizem” nada.



Ser mudo é triste, então valorize suas cordas vocais e a benesse de poder falar e conversar facilmente com todos, mas não valorize as palavras, não estime o que você ouve e sim as atitudes que você vê. Em matéria de sentimentos as palavras não “dizem” nada, os atos sim.
Dizer “eu te amo” até ursinho de R$ 1,99 “diz”, aliás, “eu te amo”, “eu te adoro” são as afirmações mais corriqueiras do mundo, difícil mesmo é amar e encontrar alguém que ame de verdade, do fundo da alma e do coração.
Mentir acerca do que se sente é lamentável, tanto para quem ouve e acredita, como para a pessoa insegura que fala porque precisa se “sustentar” em palavras, sabendo que seus atos são vãos.
Quem lhe “ama” ou “adora” gosta da sua companhia, não se torna dependente de você, mas não precisa ficar longe de você para sentir graça na sua presença, ao menos que a pessoa seja masoquista. Eu já amei, já convivi 24horas por dia com uma pessoa e nunca precisei de sua ausência para valorizá-la. Eu amei, eis a questão: a palavra amor, quando se torna sentimento real, muda tudo!
Quem não lhe ama, não “suporta” ficar muito tempo ao seu lado e troca você por qualquer programa idiota para espairecer e se empolgar mais em lhe ver e dormir com você, portanto, meu caro, repare nas atitudes, porque palavras não são nada, absolutamente nada. Quem busca a saudade para “encontrar” você não lhe adora, nem lhe ama, mal e parcamente “gosta” um pouco de você.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 16 de novembro de 2011.

Falar não ajuda!

Falar não ajuda!


As pessoas dizem que você deve falar para quem lhe magoa, ainda que sem querer, como você se sente e o que você pensa, porque, segundo elas isso é “o melhor a fazer”. Bobagem, besteira! As pessoas são o que são e pensam como pensam, nada do que você fale vai apagar os atos ou palavras que lhe magoaram e, menos ainda, mudar alguém ou seu “ponto de vista”.
Falar não adianta, observar e analisar sim. Se alguém lhe surpreendeu negativamente pela imbecilidade, negligência, egoísmo ou tolice em algum ato, lamente, reclame sozinho, chore, mas não desabafe com ela, não vai ajudar em nada e o máximo que você vai criar é um embate inútil.
Passe a observar se existem afinidades reais, se o convívio é saudável para você, se é possível amar ou se o desgosto se tornará contumaz. Não fale sobre a existência ou ausência de afinidades, não se desgaste, apenas analise com o passar dos dias se elas existem ou não.
Falar não muda nada, atitudes sim, tanto do outro em relação a você como de você em relação a ele. Não se preocupe quando alguém lhe decepciona ou age de forma tragicômica e "alguém" aconselha você a desabafar com ela e contar o que você sente, eu lhe garanto: isso não vai adiantar nada!
Silencie, analise e pense, o que é “adequado” para você não precisa de muitos reparos e nem de conversas inúteis, flui, acontece, dá certo, converge para a mesma energia porque existem afinidades na forma de ser e de pensar sobre o amor e a vida a dois. Se não constatar isso, cale-se. Enfim, se você quiser desabafar acerca de atos alheios que lhe frustram procure um psicanalista, sai mais caro, mas você economiza sofrimento e desperdiça menos energia.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 16 de novembro de 2011.

domingo, 13 de novembro de 2011

Quanto tempo leva?

Quanto tempo leva?


Quanto tempo leva para a gente curar nossas feridas mais profundas, para esquecer traumas, “estranhamentos” e tudo o que nos causa repugnância e asco? Quanto tempo leva para tornarmos nossa mente uma lousa em branco onde podemos, enfim escrever uma nova história?
Eu gostaria mais do que qualquer pessoa de ter as respostas para estas perguntas, mas não tenho. Talvez um antidepressivo lhe de a sensação de que esta tudo “bem” e que você esta “pronto” para um recomeço ou algo assim, mas suspendendo o seu uso você verá seus enganos, se as lágrimas que cairão de seus olhos ao se deparar com a realidade, permitirem, é claro.
Não podemos mensurar o tempo que levaremos para voltarmos a ser o que éramos, porque isso pode nunca acontecer, todavia, não podemos, igualmente, medir o tempo que levaremos para esquecer ofensas, experiências traumáticas e tristes, podemos ter a vontade de relevar, de colocar uma pedra em cima do livro aberto de nossas lembranças amargas, mas nem sempre ela será pesada o suficiente para fechá-lo diante da onda forte do mar das recordações que vem a lhe bater.
Certo é que precisamos ter superado nosso passado, precisamos ter superado nossos traumas, nossas frustrações e decepções para podermos recomeçar, para podermos escrever uma nova história para nossa vida, todavia, difícil mesmo é conseguir rasgar as páginas da história triste de nosso passado, sem ferir nossa fé no amor, paciência e confiança nas pessoas que dizem que nos “querem bem”.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 13 de novembro de 2011.