Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Meus bons amigos, onde estão?

Meus bons amigos, onde estão?

Onde foi que deixei minhas amizades do passado, onde foi que meus amigos me deixaram? Foi porque eu não agi como eles queriam, foi porque me julgaram vil, foi porque não suportaram meu mau momento e nem ver a minha face errante e difícil?
Onde foi que o valor da amizade foi substituído pelo valor do egoísmo? Desde quando uma pessoa deixa de merecer apreço porque ela não tem a força que queremos que tenha e toma decisões contrárias as que ela mesmo chegou a querer e as que nós desejamos que tomasse?
Porque será que o que parecia ser verdadeiro tornou-se frio, vazio? Quando foi que os amigos deixaram de priorizar a nossa companhia, ou, na verdade, deixaram de querer nos fazer o mínimo de companhia? Foi porque estávamos frágeis, foi porque estávamos tristes, confusos e enfraquecidos? Mas, então, ora essa, nós tínhamos amigos?
O que é verdadeiro permanece mesmo durante ou após as adversidades, o que é verdadeiro condiz com amor e quem ama respeita, liberta, compreende. Hoje eu sei que me enganei uma vida toda acerca de muitas coisas. Eu me enganei, mas ao menos aprendi isso, e, sobretudo, sei quem realmente merece minha confiança, meu apreço, meu amor, minha amizade e lealdade.
Nunca fui perfeita, sempre fui mais louca do que sã, mais impulso que ponderação, mais fogo do que ar, mais agitada que serena, mais instinto que razão, mais emoção que reflexão, mas nunca trai a confiança de amigo algum, talvez isso devesse lhes importar, mas não importou. Eles se importaram com a pessoa que eu queria ou deveria ser aos seus olhos e se esqueceram literalmente da pessoa que eu sou. Todavia, tenho certeza que quem perdeu não fui apenas eu.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 28 de julho de 2010.

Amor verdadeiro

Amor verdadeiro

Sabe o que nos torna superiores aos olhos físicos e afetivos de quem amamos? A verdade e a sinceridade de nossos sentimentos. Quando amamos de verdade, ninguém ama como a gente. Somos pares na relação, mas ímpares na forma de amar.
Podem as diferenças, as nossas fraquezas, podem os outros, as fofocas, a maldade, podem as mazelas, a impaciência ou até mesmo um outro alguém nos afastar de quem amamos, no fundo ele sabe, como nós, a magnitude e a intensidade de nosso sentimento.
A gente não é especial para quem amamos pela nossa beleza, belo sorriso, corpo rígido, bom humor, cultura, inteligência, apetite e bom desempenho sexual, a gente supera os outros aos olhos de quem nos ama ou amou de verdade pela intensidade e veracidade de nosso sentimento, pela pureza singela de nosso olhar, pela nossa entrega, pela nossa delicadeza até mesmo no rancor, na ira, na revolta.
Amor de verdade não ocorre duas vezes na vida de ninguém, amor puro, amor real e intenso, amor que supera deslizes, ofensas, mal entendidos, amor pleno na sanidade e na loucura, amor que preenche no vazio e transborda na alegria é raro, é marcante, mesmo que o tempo passe, mesmo que haja a distância, um amor verdadeiro é eterno, é para sempre.


Cláudia de Marchi

Wonderland, 28 de julho de 2010.

E lá se foi a esperteza...


E lá se foi a esperteza...

Ora, por favor, onde foi parar a razoabilidade das pessoas, aquela delicada esperteza que as impede de entrar em barcos furados? Seria pedir-lhes demais um pouco de racionalidade e uso mínimo da inteligência que, presumo ainda, Deus tenha lhes dado?
Que bando de gente sem noção de auto respeito, decoro e vergonha na cara anda solta por ai! Confesso que a cada conversa com a ala masculina que me cerca mais me apavoro com a pouca auto-estima da maioria das mulheres que se dão mais fácil do que aquelas que vivem do corpo e de seu desempenho sexual.
Já escrevi certa vez que do jeito que anda a mulherada não vai tardar para as prostitutas falirem. Conseguir sexo hoje em dia esta cada vez mais fácil, basta uma boa fala suave, algumas lorotas, certo investimento financeiro e deu: “Nosso amor é tão bonito, você finge que me ama e eu finjo que acredito”. Ou melhor, esta era a frase dos bons tempos em que metade dos neurônios femininos era usada, hoje em dia o fato é que “o nosso amor é muito lindo você mente que me ama e eu acredito realmente”.
Confesso que não são apenas as mulheres que estão agindo como bestas, alguns homens também andam esquecendo de usar a razão. Ao que me parece algumas pessoas precisam que hajamos com bastante empenho em abusarmos da verdade, ou, mais especificamente, algumas pessoas para entender nossas intenções ou ausência delas precisam que sejamos grosseiros, letais nas afirmativas.
É, infelizmente, “lá se foi a esperteza das pessoas” (para onde eu não sei, quem souber publique um livro para ajudar essas pessoas desamparadas). Não quero e nem aprovo pessoas maliciosas, pessoas frias e astutas ao extremo, mas um pouquinho de esperteza é um bom escudo contra dores desnecessárias, contra “dores de amores inexistentes”, contra ilusões criadas no vácuo de mentiras ou, simplesmente, na ausência de verdades notórias que só não vê quem, realmente, não quer ver. Meu amigo, invista em realismo para não desperdiçar sentimentos, perder seu tempo e terminar com um grande déficit de afetividade e amor próprio por quem não quer saber de você e de suas boas intenções.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 28 de julho de 2010.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A projeção, a sombra humana e outros assuntos complexos e complexantes.

A projeção, a sombra humana e outros assuntos complexos e complexantes.

Você pode tentar, mas não vai conseguir viver projetando, ou seja, colocando nos outros defeitos e atributos, de regra negativos, que tem em si mesmo. É claro, eu não nego: Se o inimigo esta lá, esta no outro, ele não representa um perigo para você diretamente, se a maldade esta lá, esta longe, ninguém ao seu redor irá correr riscos, mas, e se ela está ai, e se ela esta em você mesmo?
Como é triste saber que toda aquela malícia que você vê no outro, que toda a desconfiança acerca de seus atos e palavras volta e aponta a culpa da consciência justamente para quem julga: Você.
Se você desconfia demais, se você tem ciúmes demais, se você se sente ludibriado constantemente e crê que o outro lhe engana para lograr algum êxito, lamento dizer, mas em 1% dos casos isso se chama intuição e em 99% deles isso se chama “projeção”.
Quem, na verdade costuma enganar, quem na verdade agiu de forma a ter pouco mérito é você, apenas você, o outro é apenas uma vítima da sua projeção, o outro é a sua alma num espelho ambulante e falante a quem você atribui a sua parte negra, a sua sombra negativa que você não quer ver, não quer admitir que possui.
Mas, fique tranqüilo, todos possuem a sombra, não é apenas você, corajosos, porém os que conseguem vê-la, se auto analisar mais e projetar menos. Todo ser humano tem seu lado bom e seu lado ruim, a questão é admitir os defeitos e batalhar para superá-los, defeitos projetados se tornam males incuráveis, daí, meu irmão, azar o seu, a ignorância é toda sua, ainda que tente projetá-la.
Não tenha medo da sua sombra, do seu lado obscuro, enfrente-o, apenas assim conseguirá domina-lo. Evite criar discussões acerca de fatos que você sabe que terá que mentir, ou, ao menos, socorrer-se em “meias verdades”, passado amoroso, por exemplo, é um assunto no qual nove entre dez pessoas mentem sobre o que sentiram, fizeram, e pensaram para não magoar o atual parceiro.
Faz parte de um código social e psíquico interno e íntimo de mentiras saudáveis, nenhuma mulher, por exemplo, vai dizer para o atual companheiro a verdade quando ele perguntar se o ex era bom de cama, digamos. A resposta costumeira será sempre “você é melhor”, todavia esta nem sempre é verdade. O outro podia ser um arraso, do tipo insaciável, despudorado, um amante perfeito, mas, é justo contar a verdade para aquele que esta a seu lado? Não, não é, o mesmo vale para os homens.
Logo, além de tudo, é preciso ter maturidade para saber que algumas perguntas (por demais tolas, é verdade) jamais devem ser feitas, ou, se o forem, tenha a máxima certeza de que terás que dar um belo sorriso ao ouvires a resposta. Que será uma mentira, obviamente.
Tudo isso vale para homens e mulheres, a questão “passado amoroso” deve ser enfrentada sem questionamentos, sem detalhes, de regra haverão mentiras, muitas mentiras, todas, é claro com bons intuitos: Tanto a trova doce e melosa do “você é a mais gostosa amante que tive” ou a respostinha sem noção do “esquece, você é bem melhor que ele” podem ser inquinadas de grande falsidade, mas para o bem é claro, afinal falar a verdade em certas situações pode ser a abertura de um porta aberta para um precipício. E na vida o que tem importância é quem está ao nosso lado no momento presente, o que foi já era, e o que vale é cuidar da própria alma e daqueles a quem amamos mesmo que às vezes precisemos enfeitar as verdades para não feri-los.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 26 de julho de 2010.
Você pode tentar, mas não vai conseguir viver projetando, ou seja, colocando nos outros defeitos e atributos, de regra negativos, que tem em si mesmo. É claro, eu não nego: Se o inimigo esta lá, esta no outro, ele não representa um perigo para você diretamente, se a maldade esta lá, esta longe, ninguém ao seu redor irá correr riscos, mas, e se ela está ai, e se ela esta em você mesmo?
Como é triste saber que toda aquela malícia que você vê no outro, que toda a desconfiança acerca de seus atos e palavras volta e aponta a culpa da consciência justamente para quem julga: Você.
Se você desconfia demais, se você tem ciúmes demais, se você se sente ludibriado constantemente e crê que o outro lhe engana para lograr algum êxito, lamento dizer, mas em 1% dos casos isso se chama intuição e em 99% deles isso se chama “projeção”.
Quem, na verdade costuma enganar, quem na verdade agiu de forma a ter pouco mérito é você, apenas você, o outro é apenas uma vítima da sua projeção, o outro é a sua alma num espelho ambulante e falante a quem você atribui a sua parte negra, a sua sombra negativa que você não quer ver, não quer admitir que possui.
Mas, fique tranqüilo, todos possuem a sombra, não é apenas você, corajosos, porém os que conseguem vê-la, se auto analisar mais e projetar menos. Todo ser humano tem seu lado bom e seu lado ruim, a questão é admitir os defeitos e batalhar para superá-los, defeitos projetados se tornam males incuráveis, daí, meu irmão, azar o seu, a ignorância é toda sua, ainda que tente projetá-la.
Não tenha medo da sua sombra, do seu lado obscuro, enfrente-o, apenas assim conseguirá domina-lo. Evite criar discussões acerca de fatos que você sabe que terá que mentir, ou, ao menos, socorrer-se em “meias verdades”, passado amoroso, por exemplo, é um assunto no qual nove entre dez pessoas mentem sobre o que sentiram, fizeram, e pensaram para não magoar o atual parceiro.
Faz parte de um código social e psíquico interno e íntimo de mentiras saudáveis, nenhuma mulher, por exemplo, vai dizer para o atual companheiro a verdade quando ele perguntar se o ex era bom de cama, digamos. A resposta costumeira será sempre “você é melhor”, todavia esta nem sempre é verdade. O outro podia ser um arraso, do tipo insaciável, despudorado, um amante perfeito, mas, é justo contar a verdade para aquele que esta a seu lado? Não, não é, o mesmo vale para os homens.
Logo, além de tudo, é preciso ter maturidade para saber que algumas perguntas (por demais tolas, é verdade) jamais devem ser feitas, ou, se o forem, tenha a máxima certeza de que terás que dar um belo sorriso ao ouvires a resposta. Que será uma mentira, obviamente.
Tudo isso vale para homens e mulheres, a questão “passado amoroso” deve ser enfrentada sem questionamentos, sem detalhes, de regra haverão mentiras, muitas mentiras, todas, é claro com bons intuitos: Tanto a trova doce e melosa do “você é a mais gostosa amante que tive” ou a respostinha sem noção do “esquece, você é bem melhor que ele” podem ser inquinadas de grande falsidade, mas para o bem é claro, afinal falar a verdade em certas situações pode ser a abertura de um porta aberta para um precipício. E na vida o que tem importância é quem está ao nosso lado no momento presente, o que foi já era, e o que vale é cuidar da própria alma e daqueles a quem amamos mesmo que às vezes precisemos enfeitar as verdades para não feri-los.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 26 de julho de 2010.

sábado, 24 de julho de 2010

Gentinha II

Gentinha II

Acho que já escrevi sobre este tipo de gente, infelizmente, todavia é fato que o que incomoda a vida alheia é grotesco, e eu adoro escrever sobre essas coisas infelizes que existem no mundo. Eu não escrevo apenas quando faço isso, eu desabafo.
Gente falsa e faladeira então, é um prato cheio para isso, ou dois, ou três. Cheio e indigesto, é claro e é o que mais existe neste mundo. Gente que quer se aproveitar de você, da sua solidão, da sua bobeira, da sua ilusão, da sua inocência para lograr algum êxito na vida, para satisfazer a alegria de um outro coitado e falso como ele e se “sair bem na foto”.
A vida é um festival das melhores e das piores coisas do mundo, depende de quem nos cerca e quem nos ronda, não por menos devemos cuidar bem de nossas escolhas em relação a quem deixamos ficar ao nosso redor, a quem ouvimos e, principalmente, com quem falamos e devotamos nossa confiança, por menor que seja.
Gente querendo se fazer de amigo e torcendo por sua desgraça existe muita. Gente que lhe estende a mão e vira a cara falando mal de você e lhe criticando, também, gente com quem beber e falar besteira sobra, gente com quem desabafar e falar sério falta e... Eis a vida!
Falta gente sincera, leal, falta gente abstida de inveja e da vontadezinha cruel de ver você em maus lençóis, falta gente querendo te ver feliz, falta gente, principalmente, que respeite o que você deseja para ser feliz, faltam pessoas boas e realmente virtuosas, portanto, meu amigo, valorize quem ama você, porque o resto, neste mundinho de gentinha fofoqueira e interesseira não está valendo um níquel.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 24 de julho de 2010.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Reinício.

Pela segunda vez eu precisei tomar uma grande decisão na minha vida afetiva. Façam o que eu digo, não façam o que eu faço: Eu fui (e sou) aquela que apregoa que quem te faz chorar e sofrer não merece uma segunda chance, ou uma terceira. Mas, será que eu, ou você, por nossas falhas e imperfeições, um dia não fizemos ou não faremos alguém chorar ou se ferir?
Bem, diante de mim mesma, diante do espelho que coloquei diante de minha alma eu vi meus erros de mulher mimada, meus erros de pessoa romântica que não gosta de ser contrariada, minhas falhas de ser humano errante e cheio de defeitos. Sim, não os nego, não mais.
Vi que não estaria dando uma chance a outrem, mas a mim mesma, vi que eu mereço tentar ser melhor, que eu mereço tentar amadurecer longe, infelizmente de quem sempre me deu guarida e me superprotegeu. A vida real exige nosso brio, nossa coragem, não teremos ninguém para nos proteger ou fazer aquilo que não temos vontade a todo instante em nosso lugar.
Eu sei que tudo será diferente, eu sei que a vida real e adulta exige que escolhamos algo e renunciemos a outras coisas, inclusive a outras pessoas. Pessoas que nos amam, pessoas que amamos, mas que não poderão permanecer presente o tempo todo em nossa vida, eis um fato que a maioria das pessoas encara sem dificuldade, filhas únicas, superprotegidas e mimadas precisam sofrer muito para aprender isso, infelizmente.
Não é fácil tomar algumas decisões, todavia difícil mesmo é sofrer com a consciência da própria imperfeição, dos próprios erros e com a certeza de que a dor ensina demais, e quem garante que o outro ali do lado não aprendeu demais em sua agrura interior? É preciso tentar para saber, é preciso oportunizar a si mesmo um reinício a sós, sem família, sem mãe, sem ninguém que de tanto querer nosso bem e desejar nos ajudar pode virar uma barreira a nossa própria evolução.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 20 de julho de 2010.

Auto-análise

Auto-análise

Palavra não é nada, atitude é tudo. Cansei de ouvir conselhos, cansei de falar o que eu pensava e deixei de pensar, cansei de projetar meus defeitos naqueles que coloquei em meu passado para me sentir mais leve no presente, cansei de ouvir conselhos baseados no que eu falava. Se me auto- iludia terminava por enganar o outro involuntariamente de forma que todos os conselhos gerados foram viciosos, inúteis na realidade.
Na verdade ninguém melhor do que nós mesmos para nos “aconselharmos” nesta vida. Os outros olham tudo com outros olhos, com os seus obviamente e não raramente enxergam muito diferente do que nós. Ou pensamos e decidimos por nós mesmos ou estaremos garantindo nossa infelicidade em prol da idéia alheia.
Da mesma forma precisamos pensar e repensar sobre tudo em nossa vida, principalmente sobre nossas atitudes. Será que realmente somos bons como queremos crer que somos? Será que realmente fizemos e fazemos o nosso melhor? Será que buscamos ser sinceros e verdadeiros conosco antes de apregoar estas virtudes por ai?
Enfim, precisamos tomar atitudes baseadas em nossa reflexão e esta deve ser desprovida da nossa hipócrita vontade de nos sentirmos “bondosos” e superiores ao outro, o que, diga-se é um grande sinal de nossa imaturidade psíquica. Todavia a função de qualquer sinal é indicar algo e sendo ele constatado cabe a nós agirmos e, logicamente, mudarmos.
Atribuir culpas e deméritos aos outros é inútil, reclamar e se lamuriar também, chorar, da mesma forma, de nada ajuda. Se chorar servisse para muita coisa todo depressivo se curava num instante. O negócio é tentar manter a lucidez e não perder o foco de nossa análise: Nós mesmos. Não adianta julgarmos o outro sem termos nos analisado minuciosamente e conhecido (e nos auto admitido) todas as nossas fraquezas e imperfeições.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 20 de julho de 2010.

domingo, 18 de julho de 2010

Não dou satisfações.

Não dou satisfações.
Francamente? Parei de me importar com tudo o que os outros pensam a meu respeito. Não devo satisfações acerca de minha vida a ninguém. As decisões que tomo dizem respeito apenas a mim, pode o mundo achar que sou louca, pode o mundo achar que sou leviana ou tola. Eu, sinceramente, não tenho nada haver com o que pensam a meu respeito.
Aliás, cada pessoa tem o pleno direito de pensar o que bem intente, cada pessoa tem o direito de julgar as coisas como deseja. Se eu gosto que me julguem e analisem minha vida e atitudes? Não, claro que não. Sou da opinião que vida e CPF o Criador fez um para cada pessoa. Para cada um cuidar da sua vida, dos seus problemas, das suas escolhas, dos seus amores, da sua loucura, do seu lado obscuro, do seu lado santo, do seu lado luz, do seu lado sombra.
Mas, se a minha vida atrai comentários, se é agradável falar mal de mim, sintam-se à vontade eu não faço, nunca fiz e nem farei nada para agradar a ninguém, não preciso provar nada para ninguém neste mundo, nem para mim mesma. Eu sei quem sou, conheço meus defeitos e minhas virtudes hoje, melhor que ontem, e me contento com isso.
Não darei satisfações de nada para ninguém. Quem me conhece, quem me ama e quem considero amigo de verdade não precisa de minhas explicações, apenas aceita minhas escolhas e, para meus inimigos e aqueles que me invejam qualquer palavra que saia da minha boca vai ser desacreditada, manipulada e duvidada. Ao mundo, pois dou o meu silêncio, a quem amo o meu amor, e à minha consciência as minhas atitudes e o melhor que posso fazer.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 18 de julho de 2010.

As fases pós-separação

As fases pós- separação

As pessoas se conhecem, se encantam, se amam, namoram, casam e, eventualmente se separam. A separação é algo triste e lamentável independente do motivo que a baseou. De regra existem fases psicológicas que a grande maioria dos separados passa.
A primeira é a do “susto”, muda a realidade, muda a vida. O “susto” nos impulsiona a fazer o que não fazíamos quando casados. Viajar, ler, estudar línguas, beber mais ou menos, comer melhor ou pior, sair, dançar, fazer uma tatuagem, ou até mesmo uma modificação corpórea.
A fase do susto anda junto com a fase da ira. Culpa? Do outro, é claro. O outro que nos prejudicou, o outro que não nos valorizou, o outro que nos deixou mal, o outro que foi egoísta, o outro que é insensível, o outro, o outro, o outro apenas ele errou e nós fomos as “vítimas” injustiçadas e frágeis.
Depois de algum tempo vem a fase em que, de tanto negarmos nossa responsabilidade – por mais ínfima que seja- nos convencemos de que fomos muito mal casados, de que nosso parceiro nada valia para nós e passamos a procurar um novo amor, ou simplesmente, a cuidar mais de nós mesmos psíquica, física e afetivamente, com ou sem companhia. De tanto enganar nosso próprio coração nos convencemos que o outro foi um cisco nos olhos de nosso coração.
Aliás, convém dizer que são os menos bem resolvidos com o fim da relação que logo após “engatam” um relacionamento sério ou “quase sério”. Quem esta de bem consigo não acelera nada, quem procura alguém e coloca alguém em sua vida rapidamente é, de regra, quem menos superou o amor perdido e a dor do coração partido. Eles agem como se outra pessoa em suas vidas fosse ser um “bandaid” para seu coração partido.
Depois de superada a revolta e a convicção da “culpa do outro” começa a fase boa da mea culpa. Esta é a fase em que apenas as pessoas maduras chegam, e chegam bem. Eis o momento em que paramos de atribuir apenas ao outro a culpa pelo fim de nosso relacionamento. Claro que analisar a nossa responsabilidade não exime a do outro, mas nos ajuda a amadurecer para não errarmos novamente em outro relacionamento. Quem não tem essa fase não aprende jamais, não amadurece, apenas finge que cresceu.
Após alisarmos que não fomos tão perfeitos, que não tivemos tanta paciência, que deixamos a raiva nos descontrolar por banalidades, que não dialogamos com calma quando podíamos, que não falamos carinhosamente o que dissemos gritando, quando, enfim, vemos as nossas falhas estamos finalmente aptos a amar novamente.
E, lamento informar: A amar outra pessoa ou a mesma, tudo depende do amor que existia ou que ainda existe, mas o fato é que o amor sozinho não basta, é preciso muita paciência e compreensão para qualquer relacionamento a dois dar certo. O que importa é não perder a esperança e a crença no amor e na mágica que ele faz ao nosso redor.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 18 de julho de 2010.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O limite de velocidade e outros mais.

O limite de velocidade e outros mais.

Às vezes penso que os limites existem para serem ultrapassados e toda vez que dirijo em rodovias passo a ter esta certeza. Não conheço ninguém que, tendo um carro razoável consegue segurar seu ritmo durante toda uma viagem em 80 Km/h.
Aliás, acho que o limite de velocidade estabelecido é apenas uma forma a mais do Estado arrecadar dinheiro através das multas, afinal é extremamente dificil andar no limite que exigem e, sinceramente, acho que as pessoas que seguem os limites contrários a lógica e as suas reais vontades são demasiado enfadonhas.
Na verdade acho que a maioria das boas coisas da vida são ilegais, imorais e engordam! É muito entendiante não fazer o que se deseja e é possível quando não iremos magoar ou ferir alguém. Eis que este, apenas este deve ser nosso limite: Não fazer ao outro o que não desejamos que ele nos faça.
Não estou apregoando a imprudência, a imoralidade ou a ilicitude, pelo contrário. Dirigir em alta velocidade em uma rodovia coloca em riscos muitas vidas. Todavia, não me venham legisladores, políticos, delegados, juizes e demais profissionais que por ofício apregoam a lei ou as criam dizer que conduzem seus veículos potentes a 80 Km/h. O mínimo que conseguimos, em uma rodovia sem curvas muito perigosas onde a cada 10 km há uma placa com o limite máximo de velocidade, é trafegar a 90 Km/h.
A hipocrisia circunda as relações humanas, desde a elaboração de leis até a admissão do “socialmente correto”, não fosse assim as pessoas seriam mais felizes, mais autênticas, mais livres não apenas para dirigirem numa velocidade adequada a estrada e ao motor dos veículos fabricados atualmente, mas para viverem suas vidas e gerirem da forma que desejam suas relações interpessoais.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 16 de julho de 2010.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A fraqueza do homem diante do amor.

A fraqueza do homem diante do amor.

Quando somos crianças a gente imagina como seria nossa vida se tivéssemos super poderes. Se pudéssemos nos tornar invisíveis, se pudéssemos voar, se pudéssemos criar o que desejamos no momento que queremos e por aí vai. Nada tem limite no sonho infantil, muito menos o seu tamanho.
Quando adultos ficamos conscientes de nossas limitações, cientes de que temos apenas alguns “poderes” e que nenhum deles basta para nos fazer “super” qualquer coisa. Super fortes, super altivos, super independentes ou super corajosos, por exemplo.
O amor intenso, forte, o amor apaixonado, o amor poderoso mostra ao homem quão fraco, quão pouco imbatível e poderoso ele é. Ninguém morre por amor, mas qualquer um deixa de ser realmente feliz afetivamente sem ele, essa é a verdade. Felizes, talvez sejam os que conseguem dela discordar.
Não existe super homem diante de um super amor, diante de um amor ausente, diante de um grande amor frustrado. É na vida afetiva que Deus igualou os homens: Ricos e pobres, famosos e anônimos, livres ou presos, diante do amor e da sua profundidade o Criador fez todos, absolutamente todos frágeis e fracos.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 14 de julho de 2010.

terça-feira, 13 de julho de 2010

As verdades por trás das verdades.

As verdades por trás das verdades.

Não sei o que é mais perigoso nesta vida, se é a verdade, a realidade ou aquilo que queremos acreditar sobre ela. Aquelas estranhas e egoístas “verdades” nas quais passamos a acreditar para nos proteger. De nós mesmos, inclusive.
Neste mundo insano e imprevisível de verdades criadas, neste mundo estranho e esquizofrênico daquilo em que “queremos acreditar” muita coisa se perde inclusive a verdadeira e inquestionável realidade das circunstancias, pensamentos e sentimentos que temos e, é claro, que os outros têm também, afinal ser humano errante que se preza adora usar seu tempo falando mal da vida alheia.
Queremos acreditar que algo foi ruim, queremos acreditar que determinada pessoa “pediu” nosso ato impensado, que determinados indivíduos não nos merecem, que alguns fatos foram demasiado cruéis, queremos acreditar em muitas coisas que nos diminuem a culpa, a dor na consciência, a falta de paz interior.
É preciso coragem para viver, mas é preciso coragem e muito brio para encarar a realidade como ela é, para ficarmos frente a frente conosco mesmos e, gostando ou não do que vemos, admitirmos que somos aquilo que vimos sem enfeites, sem os adornos das falsas verdades que criamos para nos defender. É preciso coragem para admitir o que realmente se passa em nosso coração, em nossa alma e nas quatro paredes de nossa casa.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 13 de julho de 2010.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A dor sem remédio

A dor sem remédio

Há uns meses atrás fiz uma cirurgia e encarei 48 horas de morfina. Quando tenho dor na coluna lombar vem minha mãe com analgésico e relaxante muscular, às vezes um antiinflamatório, me dá os remedinhos como se fossem balinhas para crianças. Outro dia cai um tombo de cinema dentro de um elevador e só com relaxante muscular consegui dormir.
Mas existem dias em que a gente queria poder ir à farmácia mais próxima e comprar um remedinho que não esta a venda, não, não me refiro a remédios vendidos sob prescrição médica unicamente. Seria fácil, também se pudéssemos ir a um médico e pedir uma receita do bendito remédio que não existe.
O problema, na verdade é que para este mal que ás vezes nos acomete não existe remédio. Não existe analgésico para a dor no coração, no coração magoado, ferido, humilhado ou vilipendiado, não existe remédio para a dor do coração que ama e se fere, que agüenta as alfinetadas cruéis da solidão ou da ofensa.
A dor emocional é irremediável exige apenas nossa boa vontade, nossa paciência, nosso pensamento positivo. Ainda assim ela não passa facilmente, às vezes precisamos suportá-la por muito mais tempo do que o que desejamos. Podemos nos distrair, sair, viajar, dançar, beber, ela volta a nos infernizar no silêncio de nosso quarto, no fechar os olhos para tentar dormir e deixar mais uma noite infeliz passar.
Seria bom se existisse um elixir para o nosso coração partido à venda em alguma farmácia, seria muito bom poder tomar algo que tirasse nossa dor, nossa ansiedade, nossa alma que arde queimada pela tristeza, fúria, raiva ou mágoa. Seria muito bom, mas não existe. Lamento, mas a dor da alma é suportável apenas por corajosos, os que não são inventam fugas demasiado perigosas que a amenizam, mas complicam ainda mais suas vidas.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 12 de julho de 2010.

domingo, 11 de julho de 2010

Delicadeza

Delicadeza

Aqueles que possuem a tradicional “sinceridade inconveniente” melhor designada como grossura, me desculpem, mas delicadeza e gentileza são fundamentais. Detesto gente que não pensa duas vezes antes de falar, aprendi a desprezar os “estouradinhos” e todos os que não direcionam corretamente sua raiva ou mal humor.
Gosto de pessoas polidas, educadas, pessoas racionais e inteligentes. Admiro todos aqueles que mesmo diante de um turbilhão de problemas conseguem, afetivamente, seguir um principio quase jurídico: Dão a cada um o que é seu. Amor e afeto á quem merece, desprezo para quem o pede.
Se o cara te esnobou, se foi estúpido e te mentiu, se te deixou revoltada e irada, tudo bem, ele estava no direito dele de ser relapso e sonso (de ser ele mesmo, melhor dizendo) e você tem o seu direito de se irritar, mas a sua ira só será compreensível se for direcionada ao individuo e não à sua irmã, amiga, gata de estimação, cachorro ou mãe.
O segredo da harmonia nas relações interpessoais esta na sinceridade educada, no respeito e na lógica. Com raríssimas exceções ninguém vive de bom humor todo santo dia, mas se existe um problema, ou vários, se os nervos estão fervendo e a cabeça esta atordoada não deve ser aqueles que estão ao seu lado porque lhe amam e estimam que devem ser vitimas de sua cólera, ouvindo, por exemplo uma resposta mal dada ou uma grosseria qualquer.
Todo o homem gosta de carinho, abraço, toque, beijo, afago. Todas as pessoas normais gostam de se sentir estimadas, bem tratadas, acarinhadas. E a delicadeza no trato verbal interpessoal é o mesmo que o carinho na esfera mais intima e afetiva das relações: É essencial, fundamental.
É preciso saber colocar as palavras com jeito, é preciso pensar antes de falar besteiras e magoar corações, é preciso, pois, respeitar e, pensar uma, duas, três, quatro ou mais vezes antes de falar qualquer coisa para alguém. Uma palavra mal colocada, mal expressada ou “descarregada” em quem não merece pode causar uma mágoa imensurável, pode se não na hora, em outros momentos arruinar um sentimento, uma relação.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 11 de julho de 2010.

Que fase!

Que fase!

Será que existe inferno astral? Eu queria conseguir entender porque em determinados períodos da vida da gente parece que as coisas travam, empacam. Acontece de tudo, e quase tudo ruim.
Dia 10 de julho de 2009 eu capotei um carro e sobrevivi por milagre, época boa e feliz aquela, eu achava que não estava bom, o acidente não foi nada se comparado com o que antecedeu a esta data em 2010. Decepções, confiança mal empregada e perdida, coincidências infelizes, portas que se fecharam.
Bem, até um tombo terrível dentro de um elevador de prédio onde eu rumava para uma consulta médica aconteceu. Havia uma poça de água dentro do elevador. Alguém poderia me explicar que tipo de ascensorista deixa isso ocorrer?
O Brasil foi desclassificado da Copa do Mundo, comecei a simpatizar pelos holandeses e sua garra. Eis que eles perdem o jogo final para a Espanha num jogo (para não perder o hábito) inquinado de vários erros de marcação.
Acho que vou começar a torcer pelo Internacional, de repente assim o Grêmio, meu time, melhore. Que fase! O que me anima é saber que nada pode estar tão ruim que não se sujeite a uma piora. Pensar assim me entusiasma a manter a esperança de que a situação vai mudar, para melhor, é claro.
Há alguns meses atrás eu acreditava que tudo poderia ser melhor, e seria. Agora eu vi que tudo pôde ser pior, e foi. Mas mantenho a esperança de que tudo passa e vai passar e o equilíbrio, a paz e a tranqüilidade vão se restabelecer sem acidentes de carro, sem tombos, sem derrotas, sem desilusões. Não mais, não de novo.
Cláudia de Marchi

Wonderland, 11 de julho de 2010.

Amor e Respeito

Amor e Respeito

O que você acha que vale mais a pena numa relação amorosa, o amor ou o respeito? Lamento informar, mas um independe do outro e nesta comum falta de interação entre ambos o que faz com que os relacionamentos amorosos fluam bem é o respeito. Apenas ele.
Você não ama uma cópia de você mesmo, até mesmo porque isso seria entediante ao extremo. A pessoa que você ama pensa diferente de você e por mais que seus princípios morais e personalidades convirjam vocês são natural e essencialmente diferentes. Pensam de forma diversa em muitos aspectos e não existe tempo que faça duas pessoas se igualarem.
Eis porque amor sem respeito resulta em relacionamentos doentes, agitados, inconseqüentes. Brigas, beijos, términos, voltas, separação, união, sexo, solidão, tudo numa seqüência insólita e cansativa. Aceitar o pensamento diferente sem desejar impor ou sobrepor o seu é o caminho único para a felicidade em um relacionamento.
Não é preciso concordar, avalizar as idéias alheias ou assinar embaixo de todos seus pensamentos e formas de ver o mundo e pensar a vida. É preciso apenas aceitar, mas aceitar de coração aberto, sem orgulho, sem aquela imaturidade do “agora digo que sim e depois me vingo”.
Assim como um casal não pode competir em questão alguma (sucesso profissional, conquistas financeiras, sedução, etc.) não pode haver a concordância desrespeitosa. Aquela que fica quieta num instante e entre quatro paredes teima em achar e ganhar uma razão infeliz. Uma razão burra e desnecessária.
Tem razão aquele que ama e respeita, aquele que ama e aceita as diferenças por mais irritantes que elas possam ser. Não basta amar, não bastar ter o sexo cem por cento, é preciso viver em harmonia, é preciso haver tranqüilidade. É essencial haver respeito.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 11 de julho de 2010.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Dias difíceis.

Dias difíceis.

Na verdade? Não esta sendo nada fácil, pelo contrário esta sendo muito difícil. Esta difícil de acostumar com tantas mudanças, com uma vida que virou de cabeça pra baixo, onde tudo chacoalhou e eu mesma às vezes não me encontro em meio a tantos sentimentos, cacos, lembranças, coisas. E mais coisas.
É tão bom aquele período em que a gente consegue se convencer de que esta tudo em ordem, de que esta tudo em paz e de que somos realmente muito felizes, que tomamos as melhores decisões e estamos vivendo muito bem. É tão bom tentar e conseguir enganar o coração, pena que ele não se deixa iludir por muito tempo.
É tão triste, tão doloroso quando a gente percebe que não estamos nada bem e de que mal e parcamente a nossa saúde esta “em ordem”. A vida, querida esta o avesso do que queríamos que ela estivesse e nós no meio, querendo que ela mude, tentando mudá-la, mas, e o que fazer quando a gente chama, clama, roga, reza, chora e ela não nos ouve?
Resignar. Aceitar. Ninguém disse que seria fácil, nunca é fácil remar contra a maré, nunca é fácil lutar contra si mesmo, superar fraquezas, superar mágoas, traumas. A gente pensa que o amanha vai ser sempre melhor, mais positivo, mais feliz, mas às vezes o amanha amanhece e não é melhor do que o ontem. Pode até ser que seja pior independente de nossa vontade.
Se pudéssemos prever tudo, se pudéssemos agir sempre com a razão e se conseguíssemos ter sempre razão em nossas atitudes a vida seria calma, previsível, mas entediante. A gente precisa de certa dificuldade para valorizar o dia a dia tranqüilo. Mas, vida, não exagera na dose? Tenha dó.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 07 de julho de 2010.

A virtude na pessoa má.

A virtude na pessoa má.

Até as melhores virtudes se tornam perigosas em pessoas com almas maldosas. Humor, espontaneidade, inocência, sinceridade, dentre outras características tidas, de regra, como “positivas” podem se tornar defeitos quando a maldade esta encalacrada no coração.
As pessoas deixam vazar por meio de suas palavras ou atos um pouco daquilo que reveste seu coração, sua essência. E é assim que mesmo que sejam dotadas de algumas virtudes, podem ser demasiado felinas nas palavras e atitudes.
Alguns sentimentos como saudade, “mal de romance”, frustração atingem pessoas bondosas e pessoas egoístas, ruins. E nelas eles se tornam uma grande arma capaz de fazer-lhes enganar aos desavisados fazendo-se passar por pessoas sensíveis, sofredoras.
Aquela pessoa egoísta, estúpida que feriu o coração alheio e colocou uma amizade ou um amor a perder também pode chorar de saudade. Também pode dizer que sofre e que “ama”. Todavia amor nutrido na ausência e no arrependimento não é amor. Não é amor saudável, sadio.
Pessoas boas e valiosas não magoam quem amam, não deixam um amor ir embora por atos vãos, por atos seus, por desvalorização e estupidez. Pessoas com coração duro mesmo com a mais abençoada das virtudes conseguem fazer o mal e, o que é pior, conseguem dizer “eu te amo”.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 07 de julho de 2010.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

O meu silêncio

O meu silêncio

O meu silêncio é minha resposta aos seus disparates. O meu silêncio é a minha forma de ignorar suas defesas. Defesas mentirosas. O meu silêncio é uma forma de sair sutilmente da sua vida sem ter que lhe magoar com minha sinceridade nem sempre cândida e polida.
O meu silêncio é um sinal de compaixão a você. Não quero dizer que você é falso, que não acredito no que me dizes, não quero lhe dizer que não acredito nem nas vírgulas que colocas em suas palavras articuladas. Eu me calo, viro de costas e lhe deixo falando.
O meu silêncio e a minha ausência, meu caro, é a minha forma de dizer que eu tentei de todas as formas acreditar em você, é minha forma de dizer que eu confiei em sua mudança e que você quebrou meu coração. Assim, silenciosa, já tendo dito tudo (e mais um pouco) do que eu podia, sai. Sai silenciosa para nunca mais voltar.
O meu silêncio é uma forma de lhe falar que não quero que perca seu tempo pensando em me convencer com palavras acerca do que outrora foi prometido e nunca foi concretizado em atos.
O meu silêncio e a minha ausência em responder também é uma forma de não ter que falar e magoar. Use sua criatividade ou sua capacidade de ser realista e entenda o meu silêncio como uma forma educada e até mesmo carinhosa de dizer “não, obrigada. Não mais”.
O o meu silencio diz mais do que muitas palavras e do que muitos livros, mas, para resolver optar por ele, tenha certeza eu já fiz, já falei e dei o melhor possível de mim, mas desisti porque de nada adiantou. Então eu me calei.
Cláudia de Marchi

Wonderland, 05 de julho de 2010.

Quem fala mal de ex.

Quem fala mal de ex.

Desconfie daquelas pessoas que se separam e saem falando mal de virtudes intimas ou pessoais do ex-parceiro. Se você foi casado com uma ladra ou criminosa, por exemplo, nada mal justificar a separação pela desonestidade da moça e incompatibilidade de gênios, ética e moral, do contrário, cuide o que você fala. Quem passa vergonha é você, e o ridículo é, sem dúvidas, você mesmo.
Aliás, não existe ato mais vil e baixo do que difamar um ex por ai. Não existe nada mais grotesco do que jogar pedra no telhado do sujeito embaixo do qual você fazia a festa na cama e nas conversinhas afetuosas. Falar mal de quem você já amou representa duas coisas: Amor mal resolvido ou, o óbvio, que você não vale uma moeda de 5 centavos amassada em trilho de trem.
Toda relação termina por diferenças morais, termina porque um era mais carinhoso, mais afetuoso, se doava mais e porque o outro não era afeito a carinho ou gostava mais de comandar, de ser ríspido, porque queria um súdito e não um amor, por exemplo, e isso acontece por ai.
Mas desonrar o nome do outro (usando a palavra da roqueira Pitty em sua balada “Me adora”), não esta com nada. Conheci por total infelicidade do destino uma pessoa que falou tão mal da companheira após o fim da união estável que quando a ela suplicou o casamento obtendo um "sim" da infeliz como resposta não quis nenhum amigo na cerimônia, praticamente reivindicou um casamento entre os dois e o juiz de paz apenas. Por que? Uma certa vergonha daqueles que ouviram suas palavras envenenadas contra a "monstra" a quem ele estava jurando estar eternamente junto.
Não conseguiu, pois, ademais ainda que conseguisse o mico era o mesmo, o cara casou com a mulher a quem ele atribuiu adjetivos horríveis e de baixo nível, como o próprio, é claro. Atestar as diferenças morais ou éticas não é difamar o nome do outro, mas majorar situações, atribuir defeitos inexistentes e falar mal de ex em mesa de bar são atos de gente covarde e falsa: Fala quando o outro não pode se defender. Na verdade cabeça de gente ruim e desequilibrada sai de tudo, minha gente.
Cuidado quando você ouvir um cara que outro dia estava apaixonado, que outro dia estava falando de seu amor e do bem que queria da amada e após o término, após ela partir começa a difamá-la, a desonrar seu nome por ai. Este tipo de gente é perigosa, além de não ter a mínima vergonha e escrúpulos é falsa, é do tipo que “mata e chora no velório”, cuidado, afinal ele faz quase isso vez que “ama, anda junto e difama o nome do ser que dizia ser por ele querido- quando o perde”.(E perde porque será?)
Ou seja, muito cuidado com este tipinho malévolo de gente que nem devia existir no mundo e nele está para magoar corações, ferir, humilhar e depois sair dizendo que foi a vítima da história. Abram os olhos, meu povo, desconfie mais, essa gentalhinha referida existe para mostrar ao mundo o que ninguém deve ser: Covarde, falso e com um coração oco, incapazes de fazer mea culpa e manter a boca fechada sobre assuntos que a ninguém diz respeito.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 05 de julho de 2010.

domingo, 4 de julho de 2010

Eliza

Eliza

Eliza, moça bonita, cheia de amor e esperança porque foi atrás deste cara? Não lhe falaram que ele podia ser perigoso? Nunca lhe disseram que amor bandido tem que ser deixado para trás nem que seja a custo de muita dor? Você não foi agredida, não foi ameaçada por ele? Não foi ele quem fez você quase abortar um filho que, ora querida, você colocou o nome dele?
O cara casado, com fama, ego explodindo, grana no banco, revoltado, bravo e você lá, indo atrás sozinha, e, sem hipocrisia, importunando? Sim querida, um caso é um caso, amor é algo bem diferente, ele não lhe quis como esposa e logo você passou a ser um problema na vida dele, importunou o cara sim, o que, claro, não lhe dava direito de ser violento ou algo do tipo.
Você não ouviu seu pai, sua mãe, nem sua advogada. Correu para a floresta pegando fogo achando que estava imune as chamas. Mas não estava, e agora moça, onde você esta? Uma lembrança triste na memória de sua família, uma sensação ruim que invade a mídia e os brasileiros, onde você esta?
Eu não sei, ninguém sabe, talvez o flamenguista, o goleiro que dizem que era seu amante saiba. Eu tenho quase certeza que ele sabe. Ele quis se livrar de você para sempre, agiu errado, creio que ele não calculou bem os riscos. Você terminou enquanto “pedra” no pé e na vida dele, mas surgirão outras, inclusive a serem arremessadas contra ele caso ele tenha sido cruel como desconfio que foi com você.
Eliza, às vezes é preciso temer. Não podemos confiar em quem já nos fez chorar, não podemos confiar em quem já nos levantou a mão e, principalmente em quem já nos ameaçou. Minha cara você teve uma coragem vã, uma coragem tola e lamento por você, espero apenas que para o alento de sua família e para que o seu algoz pague pelo que fez um dia consigam lhe encontrar.


Cláudia de Marchi

Wonderland, 04 de julho de 2010.

Falsas

Falsas

Algumas pessoas não se importam. Elas não se importam com sua dor, com o que você sofreu, com a sua agonia, com a sua tristeza ou carência, elas não ligam, não se importam e desconhecem o que significa “compadecer”.
Algumas pessoas só entendem o sofrimento quando são elas quem o enfrenta, fazem pouco caso da dor alheia e de tudo o que você passou para conseguir se reerguer novamente. Elas ignoram sua história e não acreditam nela, porque eles mesmos não falam a verdade sobre suas vidas inúteis.
Tem gente que não esta nem ai para a sua vida, mas que faz de conta que se importa e se preocupa com você, apenas para saber mais sobre sua intimidade, apenas para colocar suas palavras em dúvidas e armar melhor sua maldade e seus maus anseios.
Existem pessoas sem a mínima noção de caráter, de respeito ao próximo, de lealdade e, principalmente, de sinceridade, existem pessoas falsas, mentirosas e vis que podem estar ao seu redor para lhe fazer mal. Todavia as máscaras caem e se deterioram e quando você enxergar suas reais faces, essas pessoas maldosas jamais poderão lhe dar o forte abraço do falso amigo.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 04 de julho de 2010.

sábado, 3 de julho de 2010

Não me solicite.

Não me solicite.

Definitivamente: Não me solicite. Pedidos românticos e íntimos têm o condão de me afastar, me enjoar, me causam repugnância, me assustam! Gosto de tudo (benzadeus!) o que é bom no meu sentir, mas odeio que me peçam qualquer coisa.
Gosto de pessoas que me deixam livre, que respeitam minha liberdade, inclusive a de meus inspirados desejos. Começou a pedir, a solicitar, a expressar em palavras o que tem que ser feito em atos pode me dizer “tchau”. Se eu não sumir na hora, sumirei silenciosamente depois.
Não gosto de saber o que querem de mim porque passo a ver a pessoa e o seu anseio como limitados. E eu odeio limites, odeio pessoas limitadas. O ato de pedir, de solicitar indica limitação. Quem não tem limites sabe o que deve ser dito e, principalmente o que não precisa ser dito, mas apenas conquistado tacitamente. Sem pressa, sem expressão verbal.
Tenho aversão a solicitações, a súplicas e aqueles que as fazem. Crio-me, cresço e me solto com pessoas que me deixam livres, que agem mais do que falam, que não pedem o que não deve ser pedido, mas que pode ser feito. Deve ser feito sem expressão verbal, apenas no silêncio dos atos.
Cada pessoa com suas peculiaridades, cada qual com sua sanidade, cada qual com sua boa parte de loucura. Começou a me pedir algo, começou a se fazer de vitima carente e a exagerar no romance em prol de algum desejo? Tchau, to indo e não volto mais. Não me solicite que você me ganha, me peça que você me perde. Simples assim.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 03 de julho de 2010.

Limite, para mim, não há.

Limite, para mim, não há.

Se desejas, ou precisas
que eu faça o que tu queres,
e molde minha vida
à tuas expectativas,
desistas de mim, porque
se o céu é infinito e para ele não há limite,
saibas que, para mim também não há.
Meu limite não é a concretização de meu desejo,
nem a realização do mais alto sonho que almejo.
Limite: para mim não há, nem haverá,
porque quando eu chegar no lugar
que sempre quis,
e alcançar, a meta que almejei,
olharei adiante e verei,que a vida é finita,
mas as possibilidades não findam,
e que há muito o que, na existência, realizar.
Há muito sangue para dar, muita alma para crescer,
muito sentimento para doar.
Não queira me submeter,
nem tenha egoísmo ao me amar,
de forma que,para mim,
venha a desejar o que tu crês que é bom
e que me fará feliz ,
de acordo, apenas, com teu pensar.
Eu sei o que me faz feliz (e sou!),
então, se me amares e meu bem quiseres,
me dê a liberdade de ser quem sou,
assustadoramente livre na alma,
espantosamente quente no desejo,e no espírito,
forte no corpo, convicta nos sonhos,
e, assim me ofereça e me dê o que quero, e muito não é:
Amor,atenção, carinho, fidelidade e respeito.
Porque eu traço o meu caminho e guio minha vida na certeza de que a intensidade de meu ser,
me faz desconhecer, qualquer barreira ou empecilho
que me faça aborrecer,e, se alguém,
porventura tentar, meu caminho atrapalhar,
e a mim quiser barrar,
pretendendo a minha vida comandar,
esse alguém experimentará o sabor amargo
do abandono, porque à ninguém atrapalho,
mas, se alguém, minha vida atrapalhar,
e meus sonhos frustrar,
para trás será deixado,
afinal limite, para mim, não há.
Não tenho medo de nada, porque
sei que esta vida é uma passagem,
onde não há dor,ou amargura,
tristeza ou ausência,
saudade ou carência,
que eu não possa ultrapassar.
Mas minha liberdade e meus sonhos,
não permito, não deixo e nem deixarei
paixão alguma afetar.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 20 de agosto de 2004.

O TEXTO ABAIXO FOI ESCRITO EM PASSO FUNDO NO ANO DE 2004.


As pernas

Eu andava pela rua, dia quente, seguia no limite entre o desânimo e a alegria, pernas cansadas, corpo doido, e a mente pedindo descanso, clamando por uma música boa, um sofá aconchegante e um pouco de silêncio. Em uma esquina vejo duas idosas, duas velhinhas na faixa dos 70 anos que conversavam animadamente.
Esqueci de meu cansaço, de minha gula, de meus desejos ao olhar para as pernas daquelas senhoras. Eu estava de saia, e reclamava para mim mesma quão doidas estavam minhas (ainda) rígidas coxas pelo excesso de atividade física. Eu e meu corpo de 22 anos, eu e minha alma, que sabe de muitas coisas para pouca idade, e desconhecem tantas outras por ter pouca vida, por ter poucas passagens na vida.
Aquelas pernas que vi, me fizeram pensar. Pernas magras, contudo inchadas, varizes e veias à mostra. Pernas que por tantos lugares passaram, que testemunharam muitos risos, muitas lágrimas, muita morte, muita vida, muito amor, muita desilusão.
Pernas que já não são belas, nem lisas, como os rostos de suas donas, que a beleza da juventude há muito tempo perderam, mas trazem, agora, a beleza da alma de quem muito viveu, e, espero muito tenha aprendido, afinal, nem sempre a idade condiz com a sabedoria, nem sempre é sinônimo de maturidade, e nem sempre as pessoas aprendem e crescem com os anos, muitos se revoltam, e não aceitam que o envelhecimento deteriora o corpo e aprimora a alma.
É sábio quem envelhece com orgulho, quem sabe que, com as rugas, as manchas na pele, as varizes nas pernas, o inchaço nos pés, vem a alegria de ver os netos crescerem, de ver o mundo evoluir, e quem sabe ser bisavó em um momento inusitado, porque a neta empolgada no prazer esqueceu da responsabilidade.Para a jovem será desesperador, mas, para a avó que não é tão bela, mas muito sábia, é só um fato inesperado (viu tantos assim na vida!), que não terminará com a existência de ninguém, apenas trará outra vida para este planeta, e mudará o rumo de alguns planos, que jamais deverão ser esquecidos.
O velho viveu muito, sentiu muito, sofreu muito, e também foi feliz. Sabe que a vida é um trem cujos trilhos que determinam o caminho são invisíveis, e as paisagens que se vê pela janela são inusitadas, não podem ser previstas, mas o tempo não se esgota em uma imagem apenas, os trilhos invisíveis levam o trem por caminhos diversos e surpreendentes.
Não podemos pensar que nosso valor esta no corpo, no vigor físico, na força, na pele lisa, no cabelo brilhoso de cor uniforme, nos seios firmes, na bunda dura, nos braços definidos, no sorriso inteiro e branco, que não implica em rugas nos olhos. Tudo isso é bom, é bonito, é atraente, mas o tempo leva com velocidade rápida.
Os anos passam, envelhecemos. Envelhece bem, com equilíbrio mental e alegria aquele que não se prendeu a sua matéria jovial.Os anos levam um pouco de nossa beleza, mas se soubermos viver veremos que ele trouxe cor, brilho,e luz à nossa alma, que na contabilidade do fim da vida é tida como "aquilo que somos".E se bem vivermos será bela, será grande.
O homem não será julgado pela beleza que teve, pela força dos braços, pelas conquistas fátuas que sua beleza propiciou, o homem será lembrado pelo bem que fez, pelo tempo que devotou ao trabalho, pela intensidade e sinceridade do amor que devotou àquela que julgou que merecia seu profundo sentimento, e pela dedicação que teve aos filhos que com ela teve, e o valor que deu à família que construiu.
Minhas pernas, que, neste dia carregavam meu corpo jovem, preocupado com o futuro, sedento por realizações, dirigiam minha alma ambiciosa, sonhadora e apaixonada, ao cruzar com aquelas pernas feias, fizeram-me pensar quão pouco elas significam, quão pouco vivi, e quão pouco sou. Mas um dia, eu sei, serei muito, serei melhor, serei menos bela, menos forte, mas mais serena, mais vivida, e mais sábia, e na contabilidade do fim da minha vida quero que seja dito, pelo dono dos trilhos invisíveis que guiaram o trem que viajei: "Esta alma viveu muito e intensamente, teve êxito em sua busca, perseverou nas dificuldades. É grandiosa, é forte, alegre. Esta alma é bela".

Cláudia de Marchi

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Lobos interiores e a desclassificação da seleção brasileira.

Lobos interiores e a desclassificação da seleção brasileira.

Eu já havia escrito sobre a falta de controle emocional do Kaká ao cair nas provocações dos jogadores da Costa do Marfim, com a desclassificação hoje do Brasil para a Holanda na copa do Mundo da África ficou explicito o despreparo psíquico de praticamente todos os jogadores em campo, não por menos o Felipe Melo foi expulso após pisar num adversário.
Ninguém gosta de perder, nem no futebol nem fora dele. Os seres humanos não foram preparados para frustrações, para perdas, para estarem em desvantagem, seus nervos se agitam, sua mente atordoa e seus pensamentos não se coadunam positivamente quando isto ocorre, ou seja, beira o caos na mente e transborda para as atitudes.
Pois bem, mas sabe quem é que vence no jogo da vida? Aqueles que aprenderam a se controlar a não deixar a emoção negativa lhes desestabilizar completamente. Pode ser que os mais equilibrados percam também, mas a derrota de quem perde o autocontrole é muito pior, é mais feia, mais infeliz.
Manter a calma e a serenidade diante da crise é típico de homens grandiosos, sábios. E hoje a única pessoa que eu achei preparada para batalhar foi o capitão da seleção brasileira Lúcio. Forte, batalhador, aguerrido, mas ninguém vence sozinho. O grupo da seleção brasileira se desestabilizou por completo com o empate da Holanda.
Creio que eles tenham merecido ganhar porque passaram 45 minutos perdendo sem perder o brio e a razão, o Brasil perdeu totalmente o controle com o empate o que facilitou o segundo gol da Holanda. Faltou maturidade para o nosso time, faltou o uso inteligente da razão, fez-se o desespero, a confusão, as falhas estúpidas.
Assim no campo de futebol, assim na vida. Vai mais longe quem pensa mais, quem controla mais suas emoções negativas. O impulso do carinho, da demonstração de nobres sentimentos, o impulso da alegria é saudável, não precisa ser contido, todavia o impulso da raiva, do medo, da revolta e todos os demais que são negativos devem ser coibidos pelo homem inteligente. Vai mais longe na vida quem consegue controlar o lobo que aflora em si, assim no esporte como fora dele: Lobos não pensam, eis a questão.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 02 de julho de 2010.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

A beleza exterior

A beleza exterior

Estava vendo umas fotos lindas de paisagem que tirei há alguns dias. O bom na beleza nas paisagens da natureza é que ela é uma só, aquela que vemos. Não existe beleza ou feiúra interior no mar, no campo, nas cachoeiras e rios, por exemplo.
Lidar com pessoas quando ainda se acredita na sinceridade de algumas que se tornam intimas da gente é difícil, às vezes resulta em decepções. As pessoas são complexas e nem sempre a beleza da face se coaduna com a realidade da alma.
Apreciar a natureza e sua beleza imensurável rejubila nosso espírito, alegra nossa alma, se envolver com as palavras alheias e com sua simpática face pode ser perigoso, em muitos casos a feiúra real aparece apenas após algum tempo e faz as lágrimas brotarem de nossos olhos que outrora sorriam animados.
Nada, pois, como a beleza das coisas inanimadas. Sem alma, mas sem o risco de serem falsas, de mostrarem um sorriso quando possuem más intenções, de colocarem mel em suas palavras quando destilam fel em seus atos e por trás de nós. Sem alma são os objetos bonitos, mas sem beleza alguma na alma são muitas pessoas que tentam parecer belas e podem até sê-lo externamente, é claro.
A beleza ou a falta dela nas coisas e na natureza é uma só, não corremos o risco de nos enganar a seu respeito. Ou é belo e admirável ou não é. Triste é o ser humano que tendo uma alma pode ser lindo na matéria e gélido, ruim e feio na essência onde esta a necessidade de beleza e bondade de que mais necessita.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 30 de junho de 2010.