Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

domingo, 30 de agosto de 2009

Pequenos universos II

Pequenos Universos II

Ninguém é igual a ninguém. Cada pessoa é um universo de sentimentos, pensamentos, lembranças, vivências, virtudes e, obviamente, fraquezas. Não gosto de usar a palavra “defeito” porque tem uma conotação de imutabilidade e fraquezas são superáveis, eis a razão.
“A Cláudia é uma menina profunda”, não sei quem afirmou isso. Nem sei se foi um elogio ou uma critica sarcástica. A Cláudia é como todos, cheia de fraquezas, mas é, realmente o tipo de pessoa que nem nos erros é superficial.
Ando tão inspirada que resolvi escrever um diário. A companhia de meu gato Zeus, de meu marido, de minha mãe eventualmente e minhas conversas virtuais com minha melhor amiga, além de minha escrita não estão contendo minha inspiração.
De repente reparei que eu, como todos os viventes neste mundo, sou um nada cheio de significado no universo. Sou um mundo à parte no meio do mundo. Não sei muito da vida e chego a pensar que agora estou me descobrindo realmente vez que achei a minha maior característica: A profundidade.
Sou uma pessoa que nunca fez nada “por fazer” na vida, tudo, do ato mais simples ou “mecânico” como dizem, sempre fiz com sentimento, com vontade profunda. Não faço nada para agradar ninguém, faço sempre o que quero e sempre com muito sentimento. Até mesmo as pessoas que feri foram feridas não por alguém que agia sem saber o que fazia: Foram feridas por alguém imbuída de muito sentimento e muita vontade de viver, muita paixão em seu real significado.
Cheia de fraquezas? Sim, como você, como todos, mas contente, feliz porque apesar de minha vida não ser exemplo para ninguém, não sou modelo, jornalista, atriz, cantora, dançarina ou escritora famosa e sim alguém que pensa e escreve o que pensa (mesmo que mude de pensamentos), alguém que age e vive com intensidade e alegria ciente de que por menos que eu seja para o mundo sei que eu sou um mundo em mim mesma, sou tudo para mim e tenho orgulho de todos os meus atos porque todos, até mesmo os mais equivocados foram sem malicia, sem maldade. Eu me conheci e descobri a mim mesma vivendo a minha vida, e você?

Cláudia de Marchi Pagnussat

Marau, 30 de agosto de 2009.

Pequenos universos.


Pequenos universos.

O que somos nessa vida se não pequenas individualidades livres em busca de algo? Amor, felicidade, alegria, sucesso, auto-realização ou, simplesmente, bem viver! O que são essas individualidades mundanas se não pequenos universos particulares? Cada um de nós é, pois um pequeno vasto mundo de sentimentos, lembranças, recordações, desejos, sonhos.
Somos o resultado de vivências e, mais do que isso, resultado do que sentimos ao vivenciar cada situação. Por isso ninguém sabe sobre nossos sentimentos o que nós sabemos, por isso não podemos ser desvendados por completo, nem por quem mais amamos.
Somos um mundo de idéias, sentimentos e pensamentos, jamais seremos criaturas simples ou facilmente decifráveis, é por isso que jamais deveríamos ter a audácia de julgar alguém.
Julgar ao outro, presumir o que sente ou sentiu, criticar a conduta alheia, os seus sentimentos e pensamentos é ato de tolos. O homem sábio sabe que jamais pode mensurar os sentimentos do outro ou tripudiar de seus atos: Ele age em prol de algo que deseja para seu bem, e essa tarefa é unicamente pessoal, logo ninguém deve perder seu tempo pensando numa vida que não lhe pertence e por isso mesmo se chama “alheia”.
Se todos cuidarem bem de seus mundos particulares o grande Universo se encarrega de organizar o que não é nosso encargo fazer: Os pequenos encontros, as coincidências da Vida, o acaso que não é por acaso e todas as pequenas e grandes ocorrências que demonstram que a ela realiza milagres a todo instante.
O maior de todos os milagres é o de estarmos vivos para errarmos e aprendermos com os erros, tropeçarmos, nem sempre cairmos, mas levantarmos sempre, seguindo adiante aprendendo diariamente a nos tornarmos pessoas melhores, ou seja, pequenos universos mais ricos em experiências e sabedoria.


Cláudia de Marchi Pagnussat

Marau, 30 de agosto de 2009.

sábado, 29 de agosto de 2009

Vivendo a vida.

Vivendo a vida.

Quando somos crianças ficamos pensando no que “iremos ser” quando crescermos. A gente planeja ter uma profissão, casar com essa ou aquela idade, ter 2,3 ou 4 quantos filhos, e etc.
Todavia a gente segue a vida, e passa a adolescência reclamando e questionando a maioria das coisas do mundo. Eis que, quando menos esperamos estamos adultos: Passamos pela infância desejando crescer, mas é quando crescemos que vemos quão boa era a fase dos sonhos, da esperança, em que pensávamos que faríamos de nossa vida exatamente o que sonhávamos e que o mundo seria como era em nossa imaginação ao olhar as estrelas brilhando numa noite iluminada.
Quando crianças sonhamos, almejamos algo, na adolescência questionamos, afirmamos que “jamais vamos viver assim ou assado”, mas daí vem a vida na fase adulta e coloca de cabeça para baixo nossas afirmativas adolescentes ou nossas metas infantis.
De repente nos deparamos numa vida que outrora não pensávamos que teríamos, e o que é mais incrível: Estamos felizes, afinal estamos no caminho que escolhemos para nós (logicamente, pois do contrario não estaríamos nele) no decurso de nossa existência. A vida nos dá muitas lições e uma das maiores é de que devemos viver intensamente o nosso presente.
Aproveitar a infância sem pensar demais na fase adulta, cruzar a adolescência aproveitando a fase sem muita rebeldia interior que a vida certamente vai contrariar e, finalmente, viver a vida dando a ela o que dela esperamos: Amor, risos, encanto, porque ela nos devolve em dobro o que à ela emanamos.

Cláudia de Marchi Pagnussat

Marau, 27 de agosto de 2009.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Conformismo saudável.

Conformismo saudável.

Não existem “truques” para ser feliz ou ter uma vida agradável, existem apenas algumas “realidades” que convergem nossa existência para a alegria: O ato de aceitar mais do que retrucar, o respeitar ao outro e a si mesmo em suas limitações, o perdoar mais do que o desejar perdão, o agradecer mais do que o desejar.
Todavia, a maioria das pessoas exige demais do outro e, também de si mesmo, a maioria das pessoas critica demais, julga e aponta as falhas alheias com orgulho. A maioria das pessoas reza para que seus desejos e sonhos se realizem e esquece de agradecer ao simples fato de existir.
Não para menos vivemos num mundo em que a maioria da população corre atrás de anseios com afinco sendo julgados como “maduros e perseverantes”, mas terminam suas vidas, muitas vezes, de forma tragicômica como gatos que correram atrás de seu próprio rabo. Estava tudo neles mesmos e eles tentaram e “correram atrás”.
Metas, sonhos, desejos, ambições todos devem ter, mas ninguém deve a eles se escravizar a ponto de deixar a felicidade do “aceitar a vida que se tem” se perder no inconformismo do “desejo ter uma vida diferente”. A grande maioria morre querendo isso.
Prefiro, pois pertencer à ínfima minoria que é contente e feliz com o que é e com o que tem por mais insignificante que isso possa significar para a maioria que exige demais de si mesmo e do mundo, exigindo mais da vida do que doando à ela, afinal deste mundo o homem só leva os sentimentos que teve e o aprendizado aferido de suas experiências.

Cláudia de Marchi Pagnussat

Marau, 13 de agosto de 2009.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Nada útil.

Nada útil.

Dormir muitas horas. Passar um dia todo entre a cama e a geladeira. Um dia na beira da praia tomando caipirinha, comendo camarão e tomando sorvete. Um dia no clube tomando sol sem ler sequer uma revistinha de cultura inútil. Nada disso é tempo perdido.
Tempo perdido é aqueles 2 minutos de nossas 24 horas que podem ter sido dedicados à criticar alguém. É o meio segundo de nosso pensamento de “julgadores cheios de bom senso”. Bom senso inexistente, pois quem o tem pensa na sua vida ou, simplesmente em “nada” de muito útil, mas também nada tão vil quanto criticar, tripudiar ou, especificamente, julgar o outro.
Cada pessoa vive da forma que lhe interessa e todos têm em comum, ou deveriam ter, o desejo de ser feliz em sua liberdade, independente das idéias alheias e de qualquer forma de sua influencia. Preocupar-se unicamente com a sua própria vida é a única forma de bem vivê-la.
Não me refiro a não se preocupar com o bem estar alheio, não me refiro a alegria egoísta, obviamente. Mas a não criticar o que o outro faz ou deixa de fazer, cada um faz o necessário para ser feliz dentro do que tem para si como tal.
Todos, também, tem o direito de mudar de opinião, de caminho, de desejos, de metas, a mudança é a lei da vida em especial dos que bem a vivem. O ser humano não é uma maquina com manual de instrução, ele constrói a sua própria forma de “usar” e viver a sua vida e é por isso que todos são especiais pelo fato de estarem neste mundo, cada um com suas virtudes e limitações, mas todos especialmente únicos.

Cláudia de Marchi Pagnussat

Marau, 08 de agosto de 2009.

sábado, 8 de agosto de 2009

Casamento, desejo e atração.

Casamento, desejo e atração.

Às vezes me pergunto se todas as pessoas se casam por amor, ou se constroem suas uniões apaixonadas pelo parceiro ou parceira. Não falo daquela paixão insana na qual o homem se esquece da própria individualidade, me refiro à paixão em seu desejo, atração, vontade de estar perto, beijar, abraçar e cuidar do outro.
Vejo casais que antes mesmo de se casarem já levam uma relação morna, com pouco desejo, pouca inspiração. Relacionamentos carentes de admiração entre as pessoas, em que o desejo físico e psíquico esta mais para morno do que para quente.
Cada pessoa, porém deve se sentir bem no relacionamento afetivo que estabelece, do contrário não existe razão para mantê-lo. Todavia, vivemos num mundo em que poucos são os que quiseram, puderam ou conseguiram gozar realmente suas vidas.
Poucos ousam, poucos ousaram. Poucos experimentam experiências com pessoas diferentes, poucos experimentaram. A maioria se casa “passado” ou “verde” demais, poucos casam maduros, vividos no “ponto” certo para efetivar escolhas das quais se orgulhem.
Poucos podem dizer para si mesmos e com orgulho “este foi o homem (ou a mulher) que eu escolhi”. Alguns escolheram o parceiro por falta de opção, muitos outros escolheram os seus por terem tido tantas opções e pouco êxito que optam por um alguém por medo de nunca encontrar “o alguém”.
De todas as realizações humanas a afetiva é a mais complexa. Felizes os que se amam, se desejam, se respeitam, se admiram e, novamente, se desejam. Não há porque casar com alguém sem que haja forte atração e afinidades sexuais além das psíquicas e afetivas.
Dizer o contrário é ser hipócrita: A gente casa para dormir junto todas as noites sendo homem e mulher que se atraem, do contrário é melhor dormir só e ter amigos para dialogar ou folhas de papel e caneta para criar monólogos. Sexo, desejo e atração não são tudo numa relação, mas uma relação não é nada sem eles.
Um casamento é feito de admiração entre dois, de diálogo, de respeito, confiança e cumplicidade, mas a alegria de um casal é desfrutada no enigmático silêncio de um “que” carnal e físico que se torna sublime, quase “espiritual”.
A vida a dois não tem muitos mistérios, seus pseudo-segredos são relatados em qualquer livro ou reportagem de revista, mas a felicidade intima surge de uma misteriosa e quente atração que nem todos os casais possuem, porque a maioria não conjuga o amor psíquico com a forte atração física que, sem duvida, torna qualquer relacionamento mais empolgante, alegre e, conseqüentemente, feliz.

Cláudia de Marchi Pagnussat

Marau, 06 de agosto de 2009.