Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sexta-feira, 25 de julho de 2008

O homem e as traições na vida

O homem e as traições na vida


Ninguém passa pela vida sem sofrer alguma espécie de traição. Pode ser um par de chifres da pessoa outrora (espero que em todos os casos se use essa referência temporal) amada, pode ser a falta de consideração do "amigo" demonstrando que inexiste amizade verdadeira e sim algo que se assemelha mais a alguma espécie de interesse do que, propriamente, de sentimento e afinidade. E, em outros casos, pode ser a constatação de que aquele em quem confiamos nos inveja e não deseja o nosso bem.
Natural que as traições ocorram neste mundo em que a grande maioria das pessoas se rende a futilidade, em que parcerias de anos são ignoradas em prol de bebedeiras com amigos e "esticadinha" em locais em que é proibido levar aquele que dorme ao lado na cama, em que confraternização com pessoas amigas e leais são trocadas por uma saidinha com a "bonitinha" da vez, por uma festinha diferente ou por uma transa banal. Natural em um mundo que valoriza mais a quantidade do que a qualidade das relações, em que o homem passa a ser bem julgado pelo dinheiro que tem, pela barriga dura, pelo glúteo definido, pelo que aparenta ser, enfim, do que pelos sentimentos e forma de pensar que possui.
Natural que a confiança alheia e o sentimento do outro sejam banalizados numa época em que grande parte das pessoas deseja respeito de todos, amor e atenção do mundo, mas é emocionalmente incapaz de amar e respeitar a ponto de não conseguir se colocar no lugar do outro vez que sua mente se atrofiou em relação ao sentido das palavras compaixão e respeito. Respeito tem aquele que se dá, respeito merece aquele que também sabe respeitar, obviamente que o homem de bem respeita à todos, nem sempre por apreço, mas muitas vezes por piedade.
Mas, "homens de bem" seriam maioria neste mundo? Depende do ponto de vista, mas a vida me ensinou que o homem é capaz de vilezas que não admite nem para ele mesmo, então, em benefício da dúvida, é preferível não esperar muito de todos, assim a queda frente a eventual frustração se torna um pouco menos desastrosa. É amenizada pelo colchão do realismo. Ser realista, não é ser pessimista, é analisar o mundo e a vida como são frente as experiências tidas e observadas também (pessoas inteligentes conseguem aprender vendo, ouvindo e se colocando no lugar alheio, captando de forma emocional e racional a dor do outro). Um povo que é traído diariamente pelos governantes que ele mesmo elegeu ("cada povo tem o governo que merece" é tema que rende outros escritos, não convém se alongar) não deve esperar demais do próprio vizinho.
A gente pode ser traído por quem elege para compartilhar uma vida, para compartilhar nossos momentos, para dar nossa confiança, nosso carinho, nossa atenção, nosso prezar. Mas, se somos honestos, se somos felizes por sermos bons e por (ainda) conseguirmos confiar em alguém não devemos esmorecer.
Num mundo de maioria vil e traiçoeira, de maioria fugaz rumo a "mentecaptação", a minoria proba, honesta, sincera, leal e respeitosa se destaca e atrai a atenção, ainda que seja dos seus semelhantes, mas algum homem bom quer ao seu lado um "traíra", uma pessoa fútil que banaliza os sentimentos alheios e a sua própria vida? Creio que não. Logo, é melhor continuar tendo fé na bondade e ignorar as maldades alheias. Coitados são os que perdem o apreço de boas pessoas.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo 25 de julho de 2008.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

As necessidades desnecessárias

As necessidades desnecessárias

Viajar com o pensamento é bom, mas às vezes os pontos turísticos desta viagem nos assustam, nos causam terror. Certo é que o ser humano sempre inventa necessidades novas, necessidades banais. As básicas? São e sempre serão as mesmas: Comida para viver, amor, carinho, respeito, saúde, dignidade e um pouco de lazer. Dinheiro? Sim, mas sem que para conquistá-lo seja preciso vilipendiar o conceito de honestidade e brio.
Mas e essas outras necessidades, as inventadas? Essas mudam muito e, o que é pior, nem sempre para melhor. Algumas gerações se assustavam com a bandeira “sexo, drogas e rock´n roll”. Assustavam-se com a liberdade feminina pós-anticoncepcionais. O susto era a criação em forma de afirmativa dessas necessidades aparentemente desnecessárias.
Hoje em dia o “rock” cedeu lugar à música eletrônica e suas batidas intermitentes, a maconha e a cocaína (esta em casos mais graves de vício) estão sendo superadas por substâncias em comprimidos, crack, drogas mais pesadas que levam o individuo mais rápido ao êxtase procurado. Êxtase que chamo de fuga. Fuga dos infelizes, dos covardes, dos que não tem apreço por si mesmos e pela vida. Fuga dos coitados (Coitados com “c” maísculo).
Sexo? Cada vez mais banal, cada vez mais sem sentimento. Promiscuidade em alta, amor em baixa. Sexo grupal, homens, mulheres, todos juntos, ilustres desconhecidos compartilhando o melhor da intimidade humana sem conversa, sem sentimento, sem carinho e, muitas vezes, com pouco ou nenhum beijo na boca. Só corpo, só prazer físico, via de regra tão fugaz quando o êxtase dos drogados. Não basta a esposa bonita é preciso amantes, é preciso desrespeitar o outro para se auto-enaltecer.
E os corpos atraentes, a vaidade? Outrora mulheres curvilíneas eram as atraentes e tomavam um chopinho com seus parceiros. Hoje é preciso mais, é preciso ser sarada, quase perfeita, sem celulite, barriga reta, coxa dura e peito grande. Não basta malhar, fazer exercícios, é preciso massagens, e em certos casos a paranóia é tanta que tem mulher que come e regurgita para evitar quilinhos a mais. Chopinho ou um vinho com o namorado? Depende, é preciso contar calorias, deixar de jantar. Batata frita? Heresia, leva à fogueira do inferno. É a geração das plásticas, das lipos, a geração das bocas infladas, do silicone. Felizes estão os cirurgiões plásticos, os traficantes, os donos de motéis e os governantes.
O trio sexo, drogas e rock´n roll vai ser lembrado com saudade. Não por ser uma bela propagação, mas porque a realidade do presente é mais abjeta, mais infeliz, mais vazia. Antes, nos assustávamos ouvindo a bandeira dos modernos (da época, é claro), hoje os jovens das raves não erguem bandeiras. Esta tudo liberado e fácil demais para usarem seu tempo formando frases chocantes, e é isso que me assusta. Até quando as necessidades desnecessárias arruinarão vidas com o codinome de diversão, de vaidade e de prazer?

Cláudia de Marchi
Marau, 23 de julho de 2008
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O homem e a racionalidade

O homem e a racionalidade

O ser humano é um animal racional. Parece frase de livro de Biologia, mas tem sido uma afirmação que repito para mim na intenção de voltar a crer nela. Com o passar dos anos passei a pensar que existe um longo abismo entre a teoria e a prática da "realidade" desta frase.
Será que é racional um ser que mata sem motivo? Que não cuida do próprio meio ambiente em que esta inserido? Que trai a confiança do outro sem se colocar em seu lugar para obter algum lucro ou, simplesmente, ter um orgasmo? Será que é racional um homem que, eleito pelo povo, rouba pensando em engordar seu saldo bancário enquanto leva o País a uma anorexia (não nervosa) econômica?
E, mais ainda, onde esta a racionalidade de um povo que perdeu a capacidade de indignação, que diante de "CPIs" sem resultado se contenta em ver a secretária, amante ou ex-amante de algum corrupto aparecer pelada em revista masculina? Onde foram parar os que pensam, os que se revoltam e, dentro do possível, manifestam seu pensamento? A ditadura se foi, a censura também, mas parece que com elas terminou as manifestações populares, o ânimo popular, a capacidade de se erigir contra o que incomoda. Ou será que nada mais esta incomodando neste Brasil?
O "imposto do cheque" poderia voltar. Nada de mobilização contrária. O povo brasileiro assumiu seu comodismo, escândalos políticos, assassinatos, morte nas estradas, más condições das estradas, nada, enfim, parece mexer com o brio das pessoas. Creio, pois, que a racionalidade parece ser um substantivo existente, mas mal usado, e tudo o que é usado negativamente quando deveria funcionar de forma inversa fica legado à inocuidade, ou melhor, à inexistência.
O homem se aproxima da perfeição na medida em que consegue pensar, refletir, constatar os seus próprios erros e, também, se indignar com as mazelas mundanas (inclusive com as que ele causa). Aliás, tal ato demonstra a verdadeira racionalidade humana.
Ter compaixão é uma forma de demonstrar o uso da razão, se colocar no lugar do outro e pautar a sua atitude vendo na outra pessoa um ser que também sente e sofre. Portanto, todos os seres são, em tese, racionais, mas poucos gozam da racionalidade na prática. Muitas vezes até os animais são mais sensíveis do que o homem, e é na sensibilidade que esta a beleza e a candura da razão.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 23 de julho de 2008.

Do Rock ao Sertanejo

Do Rock ao Sertanejo

Fui à um show de uma banda cover da saudosa Legião Urbana neste final de semana. A Legião é e sempre será, para mim, a melhor banda de rock nacional. Letras de uma qualidade magnífica, profundas, verdadeiras, que faziam e sempre farão as pessoas inteligentes pensarem.Tinha muitos fãs, mas não era pop como as que vieram depois dela. A Legião cantava frases complexas, não tinha refrões populares e vagos, suas músicas embalaram minha adolescência semi-solitária.
Eu sempre tive amigos mas adorava curtir uma certa solidão. Ouvir Legião e Cazuza no meu quarto, onde sonhos e pensamentos fortes cheios de convicções adolescentes me faziam companhia, era algo bom para mim. No show que assisti acho que eu era uma das poucas pessoas que sabia todas as letras, afinal tenho todos os cds. Um de meus sonhos era fazer o Renato Russo virar heterossexual, sua forma de pensar me surpreendia, me inspirava.
A geração Coca-Cola não era a minha, mas eu fui criada dentre seus membros, que, porém não eram burgueses sem religião e tampouco foram o futuro da nação, ao menos não o bom futuro da nação, porque este continua sendo uma esperança e não uma realidade.
Filha única e um pouco mimada de caminhoneiro que estudava em bons colégios, essa foi boa parte da minha vida. Me recordo das viagens de caminhão com meu pai quando ele ouvia músicas sertanejas: Leandro e Leonardo, Chitãozinho e Chororó, Zezé di Camargo e Luciano, e outros dos quais não me recordo o nome, com exceção de uns tais Tonico e Tinoco e Milionário e José Rico, além de Sérgio Reis. Me lembro que eu fazia cara de nojo ao ouvir suas músicas, e logo pedia para colocar minhas fitas da Legião, Capital Inicial e Paralamas.
Pois é, a vida muda. Creio que depois do primeiro amor e da inserção real no mundo adulto a vida da gente se transforma. Na minha época rock em que a variação musical mais inusitada que eu fazia era U2, The Doors, Blondie e Guns´n Roses eu amava apenas a vida (sim, essa sempre foi minha paixão), meus pais e minhas amigas. Não tinha namoradinho nem nenhum romance findado.
Antes do primeiro romance o estilo musical mais romântico que eu ouvia era o Renato e a Zizi Possi cantando em italiano além do magnífico Andrea Bocelli, e, também Eros Ramazzotti. Mas, depois entrou Bruno e Marrone, Zezé di Camargo e Luciano. Brega? Anti-pop? Meu marido que me desculpe, mas adoro ouvir e assistir um dvd deles quando ele não esta perto, afinal critica o meu gosto.
(Confesso que dizer em público que músicas sertanejas me inspiram é como fazer topless, afinal a minha cultura e meu meio propagam o "pop", o clássico, a música da minoria e não da massa, do povo.)
Curto Amy Winehouse, Ana Carolina, Luisa Possi, Cássia Eller, Duncan, Calcanhoto, continuo fã da Legião, Paralamas, Capital Inicial, Biquini, Nenhum de Nós, U2, Guns, da boa e velha MPB, Caetano, Gil, Elis, Jobim, Milton Nascimento, gosto de boas músicas e, principalmente de boas letras, e talvez por isso tenha me tornado fã dos dois filhos de Francisco, por exemplo. Letras românticas? Dor de corno? Até onde sei nunca fui traída, mas letras musicais que falam de amor, amor reconquistado, perdido, amor que deu certo ou errado me acalmam. Não sou nenhuma romântica a moda antiga, não gosto de romance platônico, mas o amor em si me interessa e é por isso que tenho aos 26 anos um gosto musical diverso do que tinha há 10 anos atrás.
O Renato era fenomenal, o Cazuza também, mas ambos tiveram uma existência de extremos. Pessoas de inteligência rara, não tiveram uma vida que me desperte admiração, morreram cedo graças à seus excessos: Álcool, drogas, promiscuidade. Muitos roqueiros não vivem assim e suas músicas são sucesso, todavia não são letras tão chocantes e boas quanto as que eles escreviam e ouvir música moderninha de letra com 15 linhas não me agrada tanto. Esse também é um dos motivos que me faz admirar os cantores que, como diz meu parceiro, "vieram do meio do interior do fim do mundo".
A vida da gente tem fases, inclusive verificada no nosso gosto musical. Depois de conhecer o bom e o ruim do amor, da união, do companheirismo, depois de ver que meus heróis morreram de overdose, aids e outros males causados pelo seu excesso e falta de verdadeiro amor pela vida (quem ama cuida, quem se ama, se cuida) aprendi a respeitar as músicas sertanejas e, mais do que isso, me tornei uma fã delas.
Ideologia, como diria o Cazuza, eu quero uma para viver, mas a vida nos faz mudar de ideologias. Eu tive a ideologia da revolta, "o governo é uma porcaria, o Brasil uma comédia". Creio que tudo continue assim, mas a minha ideologia no momento é viver bem e fazer o que posso pelo mundo e por quem eu tenho apreço.
Podem me criticar, podem me tripudiar, apesar de continuar eclética, escuto bastante música sertaneja. E que venham Vitor e Léo, Bruno e Marrone, César Menotti e Fabiano e cia. Eu gosto, e se quiser que meus filhos sigam algum exemplo em relação a cantores famosos, prefiro que seja o dos que vieram do nada e estão vivos com mais de 40 anos do que o do cara inteligente e classe média que criticava com maestria a vida, mas não teve pela sua própria o respeito que ela merecia, e, por isso procurou e achou cedo a morte.
Certa vez achava que existiam pessoas que morriam cedo porque eram especiais, hoje eu acho que é especial aquele que vive bem durante o tempo que sua vida dura fazendo dela o melhor que ela pode ser.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 27 de julho de 2008.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Alegria de viver

Alegria de viver.

Felicidade. É um ideal, todos desejam, alguns possuem, outros divagam e muitos estão, neste momento, filosofando em mesa de bar a respeito dela: “Se constitui de alguns momentos”, “se baseia no contentamento”. Enfim, não faltam idéias a respeito da felicidade.
Todavia, quero falar é da tal alegria. Alegria de viver. Aquela empolgação por saber que se esta vivo, que o mundo esta andando numa justa sincronia e que temos a liberdade para buscar nossas realizações nele. (Estamos vivos, somos abençoados).
Enquanto a maioria reclama do seio pequeno, da bunda grande demais, das pernas finas, do nariz “estranho”, da boca fininha, da esposa ranzinza ou da falta de um amor para chamar de “seu”, das contas, do cheque especial estourado, alguns vêem o outro lado de si mesmo e da própria vida.
O outro lado é a percepção do “apesar”. Apesar da falta de seios, apesar da bunda grande, apesar da solidão, apesar das contas: Existe algo, existem virtudes, existem sentimentos, existe inteligência, existe amor, existem amigos, existe a família, existem outros atributos físicos atraentes, enfim.
Quem vê apesar daquilo que se pode lamentar tem alegria de viver, não se cobra demais, não se autocritica em excesso: Respeita seus limites e segue acordando animadamente durante as manhãs por perceber que a vida é especial na medida em que assim somos com ela.
Quem não vê na própria existência a graça de estar vivo constrói uma vida frustrada. O lamentável é que são pouquíssimas as pessoas que tem alegria de viver, a maioria prefere viver em “busca de algo”, reclamando demais, olvidando do fato de que sua própria existência é uma dádiva.

Cláudia de Marchi

Marau, 04 de julho de 2008
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quarta-feira, 2 de julho de 2008

Pensar antes de falar.

Pensar antes de falar.

Existem dias em que a gente esta mentalmente cansado e de humor irritável. Dias em que a gente crê que o que nos passa pela cabeça são verdades inexoráveis e tem vontade de despeja-las para o mundo, para que quem nos cerca fique ciente de nossos pensamentos a respeito de suas atitudes e afirmativas.
A vida me ensinou que nesses dias o que realmente temos que fazer é o oposto da nossa vontade: Ficar de boca fechada. Falar o que se pensa pode causar danos imensuráveis, em especial porque, além de estarmos nos sujeitando a ouvir o que não desejamos, podemos nos arrepender. Não apenas nos arrepender de ter falado, mas, pior: De ter pensando.
Podemos mudar nossa opinião e ver que o que estávamos pensando tinha um certo grau de equívoco. Não à toda os pais instruem seus filhos a pensar antes de falar. A maturidade nos mostra que não são apenas minutos que devem ser despendidos para essa tarefa, muitas vezes são necessários dias, meses para confirmarmos se nosso pensamento esta correto e se vale a pena ser expressado verbalmente.
Uma vez expressada a palavra não volta atrás. Desculpas, perdão? Sim, são válidos e o homem maduro e de alma nobre sempre o concede por saber que também é passível de erros, de "pecar pela boca", todavia, convém analisar: Vale a pena magoar, ofender (mesmo sem ser essa a intenção deliberada), criar um clima pesado para tentar redimir tudo com um "me desculpa"? Não é melhor esfriar a cabeça, deixar o tempo passar e guardar o pensamento para que o amanha mostre sua exatidão ou engano?
Viver é sensacional, conviver, porém é uma arte que requer o uso constante da razão. Emoções são ótimas de serem gozadas: Amor, paixão, desejo, e até mesmo uma dose comedida de ira (ela nos faz sentir vivos), mas é a razão que deve nortear a vida humana para que o homem não siga seu instinto e termine malbaratando o sentimento alheio arriscando o bom convívio e seus relacionamentos.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 02 de julho de 2008.