Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 27 de março de 2008

O contentamento.

O contentamento.

Não vejo como o ser humano pode dificultar tanto o 
seu caminho para o contentamento, nem como consegue colocar tantos preconceitos com o estado de contente, o confundindo com a posição dos acomodados.
Ser contente não é ser acomodado, pelo contrário, para tanto é necessário pouco comodismo mental. Estar contente com o que se possui, por exemplo, não significa olvidar de metas, de sonhos, da busca por outras realizações.
O certo é que ser contente é a arma de quem deseja aproveitar sua vida e ser feliz no único momento real que possui na vida: o presente. Sonhos, metas e
 ideais, via de regra, dizem respeito ao futuro para o qual a pessoa pode e deve despender seu ânimo, sua energia, pois para encarar as eventuais dificuldades que surjam no caminho que trilha ou pretende trilhar.
No presente estamos nesta ou naquela posição. Às vezes estamos felizes em nossa vida afetiva e frustrados em nossa atividade profissional, as vezes estamos com a carteira cheia e não temos alguém para chamar de “querido” e dar um presentinho qualquer. Às vezes temos dinheiro, um parceiro legal e nossa vida familiar esta um caos.
Outras podemos estar em ascensão profissional, cheios de pretendentes do sexo oposto, mas podemos estar em crise interior, confusão psicológica e mental. Tudo faz parte da trajetória humana. E é por disso saber que vejo a necessidade do se tornar contente para que sintamos felicidade em nosso presente e aproveitemos melhor nossa vida sem lamentar.
Feliz, já disse algum sábio, é quem se contenta com o que possui sem lamentar o que ainda não tem. Ninguém no mundo possui “tudo”. Aquele que achamos que tem “tudo” certamente irá responder que sente falta de algo, que busca alguma coisa, que gostaria que algo fosse diferente.
Infelizmente é assim, a tendência humana, ao que me parece, é a da eterna busca, do eterno descontentamento. Logo, o sujeito que aparentemente possui “tudo’, mas que não esta contente “ainda”, - porque ele sempre vai dizer que “quando tal coisa acontecer” ele se sentirá mais “realizado”- não é uma pessoa de coração e alma felizes.
Nada demasiado raro nessas constatações, apenas me apavoro com a tendência que o homem possui de lastimar, de se sentir vítima, vazio e infeliz, quando, tendo garra, saúde, e fé em si mesmo poderia se sentir bem, aceitando alguns inconvenientes, fruto, da vida de um ser imperfeito, e se contentando com o que possui para, sorrindo no presente, fortificar sua alma para buscar o que deseja no futuro, caso ele chegue, pois, do contrário, sairá da vida bem. Bem porque contente.
O contentamento é o pai da felicidade daqueles que vivem um dia de cada vez. Daqueles poucos sujeitos que, realmente, sabem viver sem achar motivos para invejar o outro ou se sentir inferior no mundo.
Ninguém é melhor ou pior do que ninguém, alguns são mais belos, mais ricos, mais inteligentes, mais auto-controlados, mais racionais, mais emocionais, mais politizados, mais famosos que outros, apenas isso. Melhor, na essência, ninguém é. E o primeiro passo para o contentamento é aceitar tal fato sem colocar-se em posição ilusória, seja ela no sentindo de superioridade ou inferioridade. Essa capacidade é rara na vida humana, lamentavelmente, assim como é raro encontrar um sujeito que se sinta verdadeiramente feliz.

Cláudia de Marchi

Marau/RS
, 27 de março de 2008.

terça-feira, 25 de março de 2008

Os que "correm atrás"

Os que "correm atrás"

Tem de tudo nessa vida, pessoas de todos os jeitos, com variadas formas de pensar, ser, sentir e viver. Certo é que pensar na maioria não é a melhor forma de verificar a qualidade dos pensamentos humanos. A maioria se engana demais, a maioria tem crenças errôneas, a maioria se vê como vítima de algo e acha que a felicidade esta por vir, às vezes passa a vida "querendo" ser feliz e esquecendo que o único momento adequado para isso é o presente.
A maioria das pessoas possui desejos e sonhos e se frustra, se deprime porque a vida não se lhe apresentou como queria. E assim os seres sofrem, se sentem pequenos diante da vida e os sentimentos de descontentamento se tornam tão fortes que acabam por ignorar as coisas que poderiam lhes fazer sorrir.
Sempre, em qualquer situação, teremos alguns inconvenientes, todavia a felicidade é proveniente da forma com que encaramos a vida como um todo. Se focarmos apenas para aquilo que nos desagradou e esquecermos das outras benesses que possuímos acabaremos a vida como infelizes e perderemos grandes oportunidades de sentir paz de espírito e alegria.
Quem passa a vida correndo atrás de um ou outro objetivo perde dela o seu melhor: A trajetória, o caminho, o dia a dia. E se por algum motivo o objetivo não se alcançar? E se morrermos antes de conseguirmos o que desejamos? Teremos um epitáfio no estilo "Aqui jaz aquele que lutou", e não algo como "Aqui jaz aquele que viveu: sorriu, chorou, amou, mas gozou cada segundo".
Poucos vivem, muitos existem na vida procurando algo que nem sempre encontram. Viver é sentir a vida, é colocar nos olhos a lente do contentamento. Ser feliz é ser contente com quem se é e com o que se possui e não lastimar o que não se tem. Ser feliz é se conformar em ser mais um, em ser um ser igual aos demais - nem melhor, nem pior. Cada pessoa tem suas virtudes. Especiais são as pessoas que conseguem ser contentes e humildes. Estes fazem parte da minoria- aqueles que, apesar dos pesares, são contentes.
Existem pessoas que não aceitam ser felizes, que querem tudo do seu jeito. O parceiro perfeito, a conta bancária recheada, ausência de débitos, ausência de devedores e credores, saúde perfeita, família harmônica, liberdade plena, amor, sexo, tudo numa simetria adequadissima. Mas não existe perfeição para quem é imperfeito. E, lamento informar, abaixo do céu e acima do chão não existem pessoas perfeitas nem vida ideal.
A vida requer paciência, complacência, compreensão de si mesmo e de seus limites, aceitação do outro como ele é, respeito ao próximo e a si mesmo, a suas limitações. A vida também requer que a respeitamos: Que aceitemos que nem tudo será da forma que desejamos, do contrário, se não aprendermos a sermos contentes com o pouco ou com o muito que possuímos jamais seremos felizes. Seremos apenas mais um frustrado no mundo. Um frustrado orgulhoso, que se achando melhor do que os outros viu a vida passar, as pessoas chegarem e saírem, sem aproveitar o bem que cada um teve e pode lhe fazer. Seremos, apenas mais um que viveu e morreu sozinho.
Quem acha que "amanha", que "quando a vida estiver desta ou daquela forma" será feliz não percebe que desconhece o que é felicidade e que, provavelmente quando tal dia chegar estará procurando outra coisa para correr atrás, Aliás, o mundo esta cheio de "corredores atrás profissionais". Correm atrás do amor, do dinheiro, do equilíbrio, da auto satisfação, do prazer e, enfim, da felicidade. Correm atrás porque desconhecem o que ela é. Ela é, pura e simplesmente, o ato de ser contente com a vida e com quem se é nela. Quem corre atrás da felicidade esta desperdiçando cada minuto porque enquanto a busca o descontentamento se instala, do contrário não a estaria buscando, e, isto sim, a estaria gozando.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 25 de março de 2008.

segunda-feira, 24 de março de 2008

O lado bom do sentimento ruim


O lado bom do sentimento ruim

Algumas pessoas gozam intensamente seus sentimentos. Quem ama profundamente, quem se entrega a um amor de cabeça e alma tende a fazer o mesmo quando sente ódio, raiva e outros sentimentos menos nobres e edificantes. Sabe-se que o oposto do amor é a indiferença, e não o ódio, este é, isto sim, a resposta do coração à uma frustração. Todo ódio um dia termina, assim como passam as tempestades, os terremotos e qualquer intempérie, enfim mesmo sendo um sentimento negativo na raiz ele pode gerar alguns frutos com sabor adocicado.
Na verdade todos os sentimentos possuem dois lados, embora negro na maioria das vezes o ódio pode ter um lado mais ameno, mais acinzentado quando dá forças a quem sofreu alguma frustração, alguma traição. Ele dá força para a superação e para o esquecimento e, quando a mente esquece quem lhe causou, quando a ira dá lugar ao asco, o ódio some. O tempo entra ai como o principal agente e o sentimento negativo como uma muleta que deixa de pé o individuo frustrado.
Só odeia quem tem orgulho e sofre alguma frustração ou traição. Aliás, traição não é apenas o adultério, este é, obviamente, o fim notório de qualquer sentimento por parte de quem nutre por si alguma estima. Trair é ser desleal com os sentimentos do outro, é ver seu sorriso, sua alegria, seu contentamento e amor sem expor o descontentamento, a vontade de colocar um fim no relacionamento, é deixar o outro crer em sentimentos não sentidos e sonhos que não se inteciona a realização. É deixar alguém amar e desejar algo sozinho fazendo-o crer através do silêncio que existe reciprocidade.
Frustração é expectativa não realizada, é planos feitos e cortados no meio do caminho. Mais triste é aquela que foi proveniente da traição por parte do outro que vendo o sonho alheio não alertou que não estava em sintonia com ele. Se o frustrado possui orgulho e estima própria não hesitara em fazer o amor se tornar ódio.
O bom disso é que todo ódio tem um pouco de desprezo, de asco, e com o passar do tempo é esse sentimento que passa a dominar, e, como toda pessoa que sente o estômago revoltar de nojo por algo acaba regurgitando o que sairá do individuo serão as lembranças do passado, os sonhos frustrados e, especialmente, aquela pessoa que gerou a frustração.
Nada, absolutamente nada é imutável nessa vida. Para uma pessoa equilibrada até o ódio pode se tornar positivo, basta que seja sentido de forma emocionalmente inteligente, assim ele será como um agente de reciclagem interna para fazer o sentimento frustrado se tornar desprezado e, conseqüentemente, esquecido. É por essas e por outras razões que fica visível a sabedoria latente da vida, Felizes os que, mesmo com o coração doído e os olhos lagrimejantes conseguem perceber a maravilha que é gozar a vida e seus sentimentos, bons e ruins, porque dependendo da força e vontade do individuo o que poderia ser ruim pode se tornar bastante salutar.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 24 de março de 2008.

sábado, 22 de março de 2008

Vantagens da feiúra

Vantagens da feiúra

Acabei de ler uma reportagem sobre um livro denominado Feo publicado por pelo jornalista argentino Gonzalo Otálora. O livro parece uma autobiografia e traz, também, as vantagens de ser um homem, digamos, “desprovido” de beleza.
Pois bem, dentre tais vantagens estão as seguintes: Não são acusados de assédio sexual no trabalho, não são enganados por uma viúva linda e interesseira (desconfiam que há algo de errado quando a “esmola” é demais), não precisam ser comparados- vencem o paradigma do corpo perfeito, e, dentre outras não citadas aqui, esta a que julgo ser a melhor: Os feios vivem um amor verdadeiro.
Disse o autor que se superada a primeira impressão, as brincadeiras e a mulher se apaixonar por um feio este será um amor honesto. Realmente, todavia afirmo que a pessoa apaixonada pode até ver a falta de beleza do outro, mas o amor tem seu efeito entorpecente: Mesmo uma parte estando ciente da ausência de formosura do amado (sendo esta a parte racional do ser), outra sente por ele uma forte atração e nele vê atributos que outros não percebem (sendo esta os olhos do afeto, a parte emocional).
Talvez por tal fato tenha o autor referido que o amor sentido por um feio é honesto. Mas, por ser mulher obrigo-me a falar das vantagens em não ser bela. Uma mulher que não é bonita, via de regra, sempre tem seu crescimento profissional creditado à sua “capacidade intelectual”. A bonita pode ser taxada como “amante” do chefe, ouvir comentários, – de longe é claro, - como: “Também com aquele decote”, “Você já viu a boca dela? E a bunda? Pudera não ter tido aumento. Acho feio, mas os homens adoram”.
O homem mais velho, ou não tão belo esta com uma namorada bonita. Ora, ora: “Ele deve ter mais dinheiro do que aparenta”. O povo pensa, o povo fala, enfim, o julgamento social estigmatiza as pessoas. A mulher bonita não entendeu uma piada, é porque é burra. Se a feia não entendeu é porque não estava prestando atenção.
Mulher bonita e inteligente passa meses do inicio de uma relação pensando se o cara ama ela mesmo, ou se esta com ela porque os seios são firmes, as pernas longas e elegantes, o sorriso bonito, e os cabelos bem tratados. Enfim, a mulher bonita se sente muitas vezes como um belo cartaz, e por ser pensante se indaga muito e sofre.
Fosse a mulher bonita e inteligente menos bela estaria contente. Saberia que os homens que lhe ligam estão interessados nela pelo senso de humor e inteligência. E, quando apaixonadas saberiam que o amante as admira pelo que são, afinal, a única beleza que perdura com o tempo e, inclusive, com ele aumenta é a da alma.
Ser linda pode ser ótimo, mas tem seus inconvenientes. Tem dias que ninguém quer ser chamado de belo, tem dias que a pessoa bonita se sente sufocada porque ninguém se esforça para ver o que há por trás de sua aparência, porque, enfim, ninguém tece um elogio a sua forma de ser. Podem elogiar suas roupas, seu sapato ou perfume, mas esquecem de elogiar seu gênio, seu humor, seu senso de solidariedade, por exemplo.
Ninguém gosta de se sentir como frutos na feira em que as pessoas escolhem pela aparência e só pensam em como será “por dentro” remotamente, porque, ainda com a possibilidade de levar um fruto ruim a beleza de sua aparência é o cerne para a aquisição.
Inonvenientes e convenientes o certo é que ser feio com personalidade e inteligência é mais meritório do que ser bonito e se tornar escravo das opiniões alheias. A pessoa pouco bela, mas com uma inteligência emocional aguçada e, consequentemente, com autoconfiança tende a ter menos problemas derivados dos estigmas colocados pelos tolos.
A mulher feia que se valoriza pode ter poucos homens para ir para a cama, poucas paqueras, poucos caras lhe olhando com interesse e poucos sujeitos a lhe ligar, mas quando tiver alguém que lhe diga que é “linda” sentirá a sinceridade de quem lhe estaja amando, pelo que é, e não pelo corpo que têm. Isso é ainda mais certo se além de feia for pobre, do contrário, outras dúvidas podem surgir.

Cláudia de Marchi

Marau, 22 de março de 2008
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sábado, 8 de março de 2008

O PODER DAS MULHERES

O poder das mulheres

Pouca coisa me deixa tão amolada como ouvir de mulheres que elas gostariam de nascer homens numa possível próxima encarnação. Longe de ser feminista, sou racional e amo ser mulher.
Só as mulheres sabem o gostinho de ter orgulho por ter mudado leis, conceitos, superado preconceitos. Antes donas de casa, zelando por maridos, que, via de regra, perdiam o interesse por suas esposas e, (ingratos) acabavam fazendo com outras coisas saudavelmente impudicas que não faziam com suas “doces” (e passivas) esposas. Traidores com “T” maiúsculo, atualmente, infelizes com letras garrafais.
Hoje, mulheres altruístas, donas de suas vidas que terminam relacionamento quando, entre quatro paredes, as coisas não vão bem. Felizes somos nós mulheres que, além de ter o orgulho antes dito, podemos ter orgasmos múltiplos, podemos ficar excitadas na praia sem ter que colocar a mão sobre uma sunga ou sem ter que usar uma bermuda larga em pleno sol de 35 graus!
Se o mundo mudou, se os homens reviram seus conceitos – nos mais variados aspectos - foi porque, nós mulheres fortes, decididas e lutadoras, mudamos. Nós precisamos de amor (como todo ser humano, homens, mulheres, hetero ou homossexuais), mas, quando maduras, não dependemos emocionalmente de ninguém, apenas de nós mesmos e de nossa (boa) relação com nossa alma. Quando estamos de bem conosco ninguém nos segura, somos mais fortes e marcantes que o vento minuano e nem precisamos de eco para “abalar”.
Se quisermos comer, comemos. Se quisermos alguém usamos de nosso olhar poderoso, nossa inteligência perspicaz, nosso toque suave, nossa sensualidade sutil e marcante para conquistar, e se não quisermos usamos de nossa franqueza, educação, ou de nossa habilidade para a sinceridade felina (que arranha a alma alheia) e dispensamos. Com classe, ou não, mas sempre de acordo com nossa razão ou nosso instinto (porque não?) pois não precisamos do outro para pagar nossas contas ou nos levar num restaurante bacana- se quisermos ir nós vamos.
Temos amigas e independência – uma dupla que nos faz sorrir pela diversão propiciada e pela certeza de que, hoje em dia, nós mulheres amamos por deliberalidade, de coração e não porque nos consideramos dependentes do “bicho homem”- que é bom, muito bom. E, ao contrário do que dizem os machistas nós gostamos é de homem e não de dinheiro.
Dinheiro temos o nosso, temos bancos, agiotas e ninguém precisa saber de nossas dívidas. De homem a gente quer mesmo é o respeito, a fidelidade, o toque, o calor, a pegada, o afago, o cavalheirismo (não precisamos que nos paguem as contas, mas adoramos o cavalheiro que paga o jantar, não há nada de redundante nisso, mulher gosta de homens gentis) um pouquinho da alma e o coração, dentro dos limites, é claro, porque nós, mulheres modernas sabemos que não podemos querer a alma toda de ninguém, do contrário teremos que penhorar a nossa também a troco de amor. E relação saudável é baseada na confiança mútua, no respeito e na independência pessoal.
Nós gostamos de homem e ainda podemos criticar-lhes o potencial. Quem mandou achar vantagem fazer pipi em pé? A gente não precisa encanar com um falo pequeno, “PP”, médio, grande ou “GG” que não possuímos e, Freud me desculpe, não invejamos os deles. Hoje em dia somos donas de nosso nariz e “ele” deixou de significar independência e altruísmo. Fizemos pipi sentadas com orgulho, sim senhor!
Ser mulher é ser sensível, é aprender com a vida e com os homens a usar a razão, é ir à psicóloga para se descobrir um pouquinho mais, é ir ao salão de beleza e sair balançando as madeixas como se a rua fosse uma passarela, é se encontra com as amigas para falar besteiras, criticas as pseudomulheres que caçam dotes financeiros e não físicos, e ainda falar dos homens que acham bom “galinhar” se esquecendo que a língua feminina é afiada e crítica, muito crítica. Não agradou querido, a mulherada fala mesmo. Com ou sem razão, mas que falam, isso falam. Elas podem, com licença. Eles também, mas a crítica delas é muito mais letal porque mais cheia de detalhes, afinal, toda a mulher é um mundo de detalhes da alma à capacidade de criticar.
Nem todas são “top”, nem todas tem classe, nem todas tem elegância, traquejo e sensualidade ao mesmo tempo. Mas todas, pobres ou ricas, fugazes ou contidas, “piriguetes” ou chiques, possuem na alma um misto de poder e delicadeza. Algo divino, que Deus guardou só para as mulheres, porque, certamente, Nele há um pouco de nossa alma e na nossa há muito Dele, por isso nossa sensibilidade e capacidade de compaixão é aguçada.

Marau, 08 de março de 2008.

Cláudia de Marchi