Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O rumo da Vida

O rumo da Vida

A vida é um paraíso de mistérios e é por não entendê-los que muitos fazem dela um inferno. Eu, porém gozo dela o seu melhor e vejo em tudo uma sabedoria latente, uma beleza estonteante, exemplo disso é o seu evoluir, a sua bela cadência. Exemplo disso é o rumo que ela dá aos seus viventes.
Qual o rumo da vida humana? Alguns se questionam, eu afirmo: A evolução. Apenas as almas muito medíocres regridem, pessoas razoáveis evoluem, aprendem, crescem, amadurecem. Seja sofrendo, seja sorrindo, seja caindo, seja tropeçando, a vida leva o homem ao aprimoramento, se ele opta por outros caminhos é por opção e demérito seu.
É graças à sapiência da Vida que as pessoas adquirem com o tempo aquilo que não perece com ele: A sabedoria, a maturidade, pois. Pode ser que a beleza juvenil vá findando lentamente, mas a beleza que se adquire com as experiências e o doce passar dos anos não acaba, pelo contrário, aumenta e, creio, não finde há sete palmos do chão.
Sabedoria é aquisição eterna do espírito. Beleza física diminui ou pode ser adquirida com dinheiro e um bom cirurgião plástico, dermatologistas, massagistas, esteticistas, enfim. Mas um dia ela será esquecida e o homem será lembrado pelo que foi, pelos sentimentos que gozou, pelos que expressou, pelas palavras ditas, pela força dada, pelos pensamentos que teve e pela pessoa que foi. Ou melhor, pela pessoa que se tornou. Homem de méritos é o que se torna algo melhor do que foi outrora.
Todos, cultos ou não, belos ou não, convictos ou indecisos acerca de nossa existência somos seres em transformação. Deixa de ser um destes quem escolhe morrer para a evolução colocando-se num pedestal infeliz porque ilusório (e ilusório porque proveniente de idéias de uma alma infeliz), ou, porque morre carnalmente.
Enquanto vivos todos somos aprendizes, todos estamos sujeitos a mudanças de idéias, de rumo. A vida não pára. E o homem jamais deixa de aprender. É por essas e por outras que me sinto feliz na proximidade de cada aniversário. Foram-se algumas lágrimas, passaram muitas risadas, tolerou-se muito, alguns silêncios, outras mancadas, mas sempre o saldo é de melhora, de evolução, do contrário não estaria viva. E viva a Vida!

Cláudia de Marchi

Marau, 22 de fevereiro de 2008
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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

A benesse secreta do amor.


A benesse secreta do amor.

Certa vez eu ouvi que existem coisas que apenas quem ama compreende, releva, entende. Nunca dei tanta importância para tal fato enquanto era eu quem relevava, todavia ouvindo de uma das pessoas mas próximas de mim nesta vida o que ela alegremente suportava por amar constatei quão forte é tal fato, tendo em vista que a pessoa que ama, compreende e aceita com alegria no coração o que outros ouvem com desdém e criticam por inexperiência ou ignorância (a vizinha mais "chegada" da maldade).
Talvez seja por isso que jamais devemos ou podemos opinar na vida alheia no que diz respeito ao amor, às suas realizações afetivas, enfim. O que salta aos olhos dos pais do rapaz apaixonado, não afeta seus sentimentos. O que ele fala sobre o agir da amada que arrepia seus pais, não o impede de ama-lá e perdoa-lá. E só quem ama sabe o real significado da palavra perdão porque a vida a dois exige um constante "relevar".
Obviamente todos teu seu limite, que é, logicamente, o de seu amor próprio - os limites impostos por seu brio. Mas, enquanto o copo imaginário da paciência, da indulgência e, portanto, do amor ao outro não transborda, muitos gestos, atos, afirmativas e palavras são relevadas que se contados a outro seriam criticados. Só quem ama entende o ser amado a ponto de perdoar suas mancadas.
Todavia, o interessante é que quem não ama o ser que "mancou" ama à outro e deste aceita o que para outros seria inaceitável. É neste assunto que se verifica como, todos, absolutamente todos possuem telhado de vidro. Não podemos criticar ao outro, em especial se ele ama alguém, porque se hoje tripudiamos e reparamos sua paciência e indulgência, amanha seremos nós quem poderemos estar relevando coisas, quiçá, piores do que as que reparamos anteriormente.Ninguém esta imune ao amor e suas benesses. Afinal a paciência, a capacidade de entender e perdoar quem se ama gera a mais pura alegria e felicidade interior.
É, a vida é uma bela obra em que o silêncio vale ouro e a palavra, via de regra, custa menos do que a mais simplória das pratas. Calar-se é a melhor forma de evitar julgamentos, todavia, relevante é saber que se um dia escorregamos e pecamos por falar, coitados serão os que reparam ou criticam, porque a vida cobra com juros e correção o mau julgamento injusto dos que pouco sabem sobre ela e em especial sobre o amor - dádiva que enobrece a alma de quem a ele se entrega porque ensina imensuráveis lições.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 08 de fevereiro de 2008.