Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Caos Brasileiro

Caos Brasileiro

"Brasileiro não desiste nunca". É o que dizem. Creio que brasileiro não pode desistir de nada nunca, porque se pensar demais, desiste de viver, tenta mudar de País (porque mudar o País cansa, e brasileiro já é cansado demais), cortar os pulsos ou deixar a insanidade que ronda a porta de seus pensamentos lhe dominar e ir, devidamente amarrado, rumo à um Hospital Psiquiátrico.
Basta ler os jornais, assistir aos telejornais para ter essa sensação nauseante de "Que País é Este", aliás, acho que a música escrita pelo saudoso Renato Russo deveria ser nosso Hino Nacional, chega de "Ouviram do Ipiranga..." e "blá, blá,blá", como se aqui fosse o paraíso. Até a Amazônia os americanos estão julgando como deles e nada fazemos, o que nos resta? Fazer como nossos antecessores, os índios, fumar um cachimbo e dormir no melhor estilo "no stress".
Presos perigosos ganhando liberação no Natal enquanto o sistema carcerário se espanta com o não regresso de muitos. Criminosos contumazes são criminosos, e não quadrúpedes. Quem depois de tomar uma cerveja, ver a mulherada desfilando no verão, vai querer voltar para o cárcere? Além do mais já se sabe que com nossa pseudo-política criminal "mané" que entra em Presídio "Especialista em Roubo" sai "Mestrado em Homicídio". Ou seja, do jeito em que está não existe (nunca existiu na verdade) função ressocializadora da pena, de forma que até mesmo seu caráter retributivo esta deixando a desejar.
São jovens embriagados cometendo imprudências no trânsito, levando a vida de famílias inteiras, arruinando com o viver dos que não foram. Caos aéreo, juizados especiais instalados em aeroportos demonstrando que as próprias companhias reconhecem o desrespeito ao consumidor que cometem. Caos aéreo, caos terrestre, violência urbana. E o Congresso inerte, o Legislativo pensando em "leis", diga-se, estapafúrdias e imbecis como a cara que ficamos ao assistir os noticiários de televisão (instalar chips nos presidiários soltos nas datas festivas, é o cúmulo do absurdo, porque não pensam em construir mais presídios para que as penas sejam devidamente cumpridas?).
Brasil, o País em que nada ou quase nada funciona. O País da Constituição Federal perfeita, do Sistema Único de Saúde "teoricamente" perfeito e praticamente assombroso, praticamente criminoso. O País que durante anos malogrou seus contribuintes com uma contribuição chamada de "imposto do cheque" destinada à educação, à saúde, enfim, à tudo para a qual, na prática, ela não se destinou.
Quem quer educação procura instituições particulares, quem quer assegurar atendimento médico digno arca com no mínimo mil reais ao ano com plano de saúde, quem deseja segurança, além de pagar vários impostos e pedágios para trafegar em estradas razoavelmente boas, tem que fazer seguros. Nossa Nação tem riquezas naturais magníficas, mas desde a colonização faltou uma grande riqueza: A atitude, a garra, a vontade de agir, de se insurgir contra absurdos e até mesmo de guerrear.
E assim vamos vivendo. Ou paramos, respiramos fundo, enchemos nossos pulmões de ar e coração de esperança criando a ilusão que, (queira Deus se torne real), criaremos um lar diferente, filhos educados, pensantes e pouco frívolos, porque se não pensarmos um pouco em nós mesmos e nas nossas benesses interiores, na nossa boa vida afetiva ou financeira, enfim, naquelas pequenas coisas que nos alentam e alegram a alma, naquilo de bom que temos, só nos restará sorrir pela não aprovação da prorrogação da CPMF, afinal, se dependermos de nosso País para sermos felizes ou termos orgulho, iremos lavar roupa e morrer afogados no balde, porque a situação esta feia. Muito feia. Feissima.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 27 de dezembro de 2007.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Mais humanidade dentre os humanos.

Mais humanidade dentre os humanos.

Não ando em uma época de muitas palavras, tampouco de muita escrita. Talvez seja o excesso de trabalho, as mudanças profundas pelas quais minha vida vem passando, pelo excesso de vontade em cumprir com excelência todas as tarefas que assumi, enfim, estou numa fase de não muito escrever ou falar, mas de muita ação, o que, todavia, não significa inatividade psíquica ou emocional, se assim fosse estaria morta.
Faz algum tempo que não escrevo, um pouco mais de um mês, venho sentindo falta, mas aqui estou, na tradicional época de final de ano, de “espírito natalino”, a colocar no papel minhas idéias. Escrevo para falar o que desejo à humanidade no ano que em breve inicia.
Paz no coração? Amor, saúde, dinheiro, companheirismo? Sim, obviamente, desejo isso e muito mais e é o que também desejo para minha vida pessoal em 2008, todavia, o que mais desejo é mais “humanidade” no coração dos seres humanos. Desejo que os homens aprendam a sentir mais, a ter mais compaixão, e, assim, a exercer o real amor cristão.
Colocar-se no lugar do outro, julgar menos, compreender mais, ser mais paciente, compreensivo, sem deixar de ter brio, coragem e força. Ser forte sem ser duro, ser complacente sem ser “tapete” de ninguém. Auto-respeito, respeito ao próximo, amor ao outro, isso torna o homem realmente humano, do contrário é um animal, um ser racional na teoria e sem sensibilidade na prática, logo, algo desumano.
“Amar ao próximo como a si mesmo” significa respeitar ao outro, não fazer a ele o que não deseja que ele lhe faça, não dizer o que não gostaria de ouvir e se disser, saber que toda atitude gera uma reação. Via de regra, uma reação proporcional ao agravo, ou ao agrado.
Dê dureza, grosseria, rancor, críticas e recebas o mesmo em troca. Do contrário, basta dar amor, basta respeitar, porque os frutos da árvore do bem se multiplicam em dobro se comparados com os gerados na árvore do mal e das mazelas, sejam elas psíquicas ou manifestadas em atos.
Sonho, pois, com um 2008 mais humano. Mais respeito no trânsito, na fila do banco, entre clientes e empresários, entre outorgantes e outorgados, entre casais, entre pais e filhos, entre as famílias, enfim, mais amor no coração dos homens, porque é a capacidade de amar e, portanto, de sentir compaixão que torna o homem realmente humano.

Marau, 22 de dezembro de 2007.

Cláudia de Marchi